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3. FLUXOS DE MATERIAL E ENERGIA DE DIFERENTES SISTEMAS DE

3.2 Material e métodos

3.2.3 Dados zootécnicos

3.2.5.3 Aquecimento do ambiente

Os insumos para aquecimento variaram entre o GLP e a lenha, dependendo do tipo de sistema caracterizado. Os dados sobre os seus respectivos consumos foram obtidos nos registros anuais de compra das granjas e relacionados a quantidade de aves de um dia adquiridas, sendo possível estimar os dados em kg de GLP ou lenha por ave.

3.2.5.4 Mão de obra

A mão de obra foi calculada em função da jornada de trabalho, do número de funcionários, da capacidade de produção de aves da granja e do período de criação (Equação 2).

...Eq.(2)

Em que:

MO = Dispêndio de mão de obra (horas ave-1);

NT = Número de funcionários da granja; JT = Jornada de trabalho (horas dia-1);

PC = Período de criação (dias);

NA = Capacidade da granja de aves em produção.

3.2.5.5 Diesel

A quantidade de diesel foi calculada em função da quantidade de consumo diário desse combustível (L dia-1), da quantidade total de aves em produção e do

período total de criação das aves (dias), sendo estimada assim, a quantidade de diesel em L ave-1 durante um ciclo de criação.

3.2.5.6 Pesticidas

A quantidade de pesticidas foi definida por meio da relação entre o seu consumo diário (kg dia-1), a quantidade total de aves em produção para atender a

demanda atual da granja e do período de criação das aves (dias), obtendo-se a quantidade desse insumo em kg ave-1 para o período de um ciclo de criação.

3.2.5.7 Medicamentos

Os medicamentos foram divididos em função da unidade, gerando-se dois grupos, sendo: vacinas (doses ave-1) e demais medicamentos (kg ave-1). Os

medicamentos foram calculados em função da quantidade utilizada e da sua relação com o número de aves em cada etapa de criação.

3.2.5.8 Desinfetantes

A quantidade de desinfetantes em litros por ave foi calculada conforme a frequência de aplicação utilizada pela granja e por meio da relação entre a quantidade utilizada para cada etapa de criação e o número de aves.

3.2.5.9 Edificações

Para as edificações, foi considerada a área (m2) do galpão de produção do

lote estudado e a quantidade de aves alojada no mesmo, obtendo-se a área em m2

ave-1.

3.2.5.11 Água

Como a água disponível nas granjas é proveniente de poços, a sua quantificação acaba sendo prejudicada. Assim, seu consumo foi estimado por meio da metodologia utilizada por Chapagain e Hoekstra (2003), considerando-se a taxa de água virtual para realizar tal estimativa, ou seja, a água incorporada no produto em si. A água virtual pode ser definida como a água utilizada no processo de produção de um produto, medido no local em que o produto foi produzido ou o volume de água que seria necessário para produzir o produto (CHAPAGAIN E HOEKSTRA, 2004).

Para estimar o consumo desse recurso, foi considerado o conteúdo de água virtual para dessedentação das aves, para produção do alimento e para a manutenção da granja (limpeza, manejo da vacinação, desinfecção de instalações e equipamentos), de acordo com a Equação 3.

...Eq. (3)

Em que:

VWCa = Teor de água virtual de uma ave (m3 ave-1);

VWCdessed = Água necessária para dessedentação das aves (m3 ave-1);

VWCmanut = Água necessária para manutenção (m3 ave-1);

Estudos avaliando a quantidade de água ingerida por galinhas poedeiras são escassos no Brasil. Ao fazer um levantamento bibliográfico (Tabela 6), foi possível separar as informações de consumo em função da idade das aves e da variação de temperatura do ar do local em que cada estudo foi desenvolvido, visto que a idade e a temperatura do ar são fatores preponderantes à variação da ingestão de água pelas aves (SILVA, 2001; BARBOSA FILHO, 2004; ARAÚJO et al., 2008; TOGASHI et al., 2008; OLIVEIRA et al, 2014).

Tabela 6 - Média de consumo das aves em função da idade e variação da temperatura do ar Idade Consumo de água (L ave-1 dia-1) Temperatura (°C) Referência

1ª semana 0,039 35a Silva (2001)

2 -6 semanas 0,043 - Bell e Weaver (2002)

7-14 semanas 0,091 21,31a 31,51b Araujo et al. (2008)

15-19 semanas 0,17 - Bell e Weaver (2002)

20 - 23 semanas 0,24 26a Barbosa Filho (2004)

44-52 semanas 0,24 23 a 31b Togashi et al. (2008)

Fase de postura 0,25 - Palhares (2005)

a Média da temperatura do ar para o período experimental; b Temperatura máxima e mínima durante

o período experimental.

Na tabela supracitada, devido a ausência de dados de consumo de água da 2ª a 6ª e 15ª a 19ª semanas de criação, foram utilizados os dados de Bell e Weaver (2002), em função da proximidade dos seus resultados com os dados de estudos desenvolvidos no Brasil para as outras semanas avaliadas.

Conforme a metodologia de Chapagain e Hoekstra (2003), a água para manutenção (VWCmanut) foi assumida em 50 % da quantidade de água necessária

para dessedentação por ave.

O conteúdo de água na ração (VWCração), foi estimado conforme a Equação 4.

...Eq. (4)

Em que:

VWCração = Conteúdo de água na ração (m3 ave-1);

MPração = Água necessária para o preparo da ração (m3 ave-1);

VC ração = Água incorporada nas culturas utilizadas como ingredientes da ração (m3

Os ingredientes considerados foram o milho e a soja. Para estimar a demanda de água de cada cultura, primeiramente foram obtidas informações por meio dos técnicos de cada granja, sobre a região em que os grãos foram adquiridos. Para a granja referente ao sistema convencional não climatizado, o milho e a soja eram obtidos do Mato Grosso do Sul e Goiás, respectivamente. Para o sistema climatizado, ambos do Mato Grosso do Sul. No FR, esses grãos eram oriundos do Mato Grosso. Dados sobre a demanda de água dessas culturas em m3 ha-1 ano-1

foram obtidos de Hernandes et al. (2014). Os dados foram então convertidos em m3

kg-1 do grão, por meio de informações mais recentes da série histórica da estimativa

anual do rendimento médio das culturas, coletadas de IBGE (2019) (Tabela 7).

Tabela 7 - Demanda de água e produtividade das culturas utilizadas para produção de ração

Cultura Soja Milho

Referência Sistema de produção C1 C2 FR C1 C2 FR

Estado GO MS MT MS MS MT

Demanda de água (m³ ha-1ano-1) 4000 4500 3900 8100 8100 6900 Hernandes et

al. (2014) Produtividade (kg ha-1ano-1) 3205 2951 3304 6828,5 6828,5 5908 IBGE (2019)

Demanda água (m³ kg-1) 1,25 1,52 1,18 1,19 1,19 1,17

Para estimar a quantidade de água necessária para o preparo da ração, adotou-se o valor de 50 % do volume total de alimento consumido (CHAPAGAIN E HOEKSTRA, 2003). O resultado foi então ajustado para a unidade funcional estabelecida, em m3 kg-1 de ovo.