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CASUÍSTICA MATERIAL E MÉTODOS

DIFERENÇA ESTATISTICAMENTE NÃO SIGNIFICANTE

5.2 Arcada Inferior

5.2.1 Distância intercaninos

As tabelas 5.13, 5.14, e 5.15 e o gráfico 5.5 e demonstram os valores referentes à distância intercaninos da arcada dentária inferior para os grupos com fissura e para o grupo controle.

Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes quanto às médias das distâncias intercaninos do arco mandibular, para os diferentes grupos de fissuras em relação ao grupo controle, ou mesmo entre si.

Tabela 5.13 -Média Aritmética, Desvio Padrão e Coeficiente de Variação para Distância Intercaninos na Arcada Inferior

Medidas C(G Cont.) E1(FLPU) E2(FLPB) E3(FL) E4(FP)

Média Aritmética 23,230 23,343 24,400 23,349 22,828 Desvio Padrão 1,551 1,804 2,193 1,991 1,994

Coeficiente de Variação 6,68% 7,73% 8,99% 8,53% 8,73%

Tabela 5.14 - Comparação entre os Grupos Fissurados e Controle - Número de elementos da amostra, valores (mm) da Diferença Absoluta e Intervalo Crítico, resultado da estatística para Distância Intercaninos na Arcada Inferior

C x E1 C x E2 C x E3 C x E4

(n=20) (n=23) (n=20) (n=14) (n=20) (n=15) (n=20) (n=12)

D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C.

0,113 / 1,775 1,17 / 2,023 0,119 / 1,983 0,402 / 2,12

0,064 0,578 0,060 0,190

Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante

Tabela 5.15 -Comparação dos Grupos Fissurados entre si - Número de elementos da amostra, valores (mm) da Diferença Absoluta e Intervalo Crítico, resultado da estatística para Distância Intercaninos na Arcada Inferior

E1 x E2 E1 x E3 E1 x E4 E2 x E3 E2 x E4 E3 x E4

(n=23) (n=14) (n=23) (n=15) (n=23) (n=12) (n=14) (n=15) (n=14) (n=12) (n=15) (n=12) D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. 1,057 / 1,928 0,006 / 1,887 0,515 / 2,025 1,051 / 2,35 1,572 / 2,488 0,521 / 2,393

0,548 0,003 0,254 0,447 0,642 0,218

Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante

O gráfico 5.5 demonstra os valores individuais referentes à distância intercaninos do arco mandibular dos grupos fissurados e controle.

18,000 19,000 20,000 21,000 22,000 23,000 24,000 25,000 26,000 27,000 28,000 29,000 30,000 31,000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 AMOSTRAS ORDENADAS MEDIDAS G Contr FLPUni FLPBi F_Labio F_Palato

Gráfico 5.5 - Valor em mm da Distância Intercaninos na Arcada Inferior das amostras ordenadas de ambos os grupos

5.2.2 Distância intermolares

As tabelas 5.16, 5.17, e 5.18, e o gráfico 5.6 demonstram os valores referentes à distância intermolares da arcada inferior para os grupos fissurados e controle.

Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes quanto às médias das distâncias intermolares do arco mandibular para os diferentes grupos de fissuras em relação ao grupo controle, ou mesmo entre si.

Tabela 5.16 -Média Aritmética, Desvio Padrão e Coeficiente de Variação da Distância Intermolares na Arcada Inferior

Medidas C(G Cont.) E1(FLPU) E2(FLPB) E3(FL) E4(FP)

Média Aritmética 29,072 29,484 30,556 29,914 30,184 Desvio Padrão 2,082 1,543 1,406 1,896 3,071

Coeficiente de Variação 7,16% 5,23% 4,60% 6,34% 10,18%

Tabela 5.17 - Comparação entre os Grupos Fissurado e Controle - Número de elementos da amostra, valores (mm) da Diferença Absoluta e Intervalo Crítico, resultado da estatística para Distância

Intermolares na Arcada Inferior

C x E1 C x E2 C x E3 C x E4

(n=20) (n=23) (n=20) (n=14) (n=20) (n=15) (n=20) (n=12)

D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C.

0,412 / 1,885 1,484 / 2,149 0,842 / 2,106 1,112 / 2,251

0,218 0,690 0,340 0,494

Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante

Tabela 5.18 -Comparação dos Grupos Fissurados entre si- Número de elementos da amostra, valores (mm) da Diferença Absoluta e Intervalo Crítico, resultado da estatística para Distância Intermolares na Arcada Inferior

E1 x E2 E1 x E3 E1 x E4 E2 x E3 E2 x E4 E3 x E4

(n=23) (n=14) (n=23) (n=15) (n=23) (n=12) (n=14) (n=15) (n=14) (n=12) (n=15) (n=12) D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. 1,072 / 2,047 0,43 / 2,004 0,7 / 2,15 0,642 / 2,496 0,372 / 2,642 0,27 / 2,541

0,524 0,214 0,325 0,257 0,141 0,106

Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante

O gráfico 5.6 demonstra os valores individuais referentes à distância intermolares do arco mandibular dos grupos fissurados e controle.

24,000 25,000 26,000 27,000 28,000 29,000 30,000 31,000 32,000 33,000 34,000 35,000 36,000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 AMOSTRAS ORDENADAS MEDIDAS G Contr FLPUni FLPBi F_Labio F_Palato

Gráfico 5.6 - Valor em mm da Distância Intermolares na Arcada Inferior das amostras ordenadas de ambos os grupos

5.2.3 Perímetro do arco

As tabelas 5.19, 5.20, 5.21 c e o gráfico 5.7 demonstram os valores referentes ao perímetro do arco inferior para os grupos com fissura e para o grupo controle.

A exemplo do que foi observado nos itens anteriores, o perímetro do arco inferior, em média, não apresentou diferenças consideradas estatisticamente significantes quando comparados os grupos fissurados ao grupo controle, ou mesmo entre si.

Tabela 5.19 - Média Aritmética, Desvi o Padrão e Coeficiente de Variação do Perímetro do Arco Inferior

Medidas C(G Cont.) E1(FLPU) E2(FLPB) E3(FL) E4(FP)

Média Aritmética 67,995 68,751 70,307 68,531 66,863 Desvio Padrão 2,771 2,405 2,079 3,938 3,436

Coeficiente de Variação 4,08% 3,50% 2,96% 5,75% 5,14%

Tabela 5.20 -Comparação entre os Grupos Fissurados e Controle - Número de elementos da amostra, valores (mm) da Diferença Absoluta e Intervalo Crítico, resultado da estatística para Perímetro do Arco Inferior

C x E1 C x E2 C x E3 C x E4

(n=20) (n=23) (n=20) (n=14) (n=20) (n=15) (n=20) (n=12)

D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C.

0,755 / 2,764 2,312 / 3,151 0,535 / 3,088 1,133 / 3,301

0,273 0,734 0,173 0,343

Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante

Tabela 5.21 - Comparação dos Grupos Fissurados entre si - Número de elementos da amostra, valores (mm) da Diferença Absoluta e Intervalo Crítico, resultado da estatística para Perímetro do Arco Inferior

E1 x E2 E1 x E3 E1 x E4 E2 x E3 E2 x E4 E3 x E4

(n=23) (n=14) (n=23) (n=15) (n=23) (n=12) (n=14) (n=15) (n=14) (n=12) (n=15) (n=12) D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. 1,556 / 3,002 0,22 / 2,939 1,888 / 3,153 1,776 / 3,66 3,444 / 3,874 1,668 / 3,726

0,518 0,075 0,599 0,485 0,889 0,448

Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante

O gráfico 5.7 demonstra os valores individuais refe rentes ao perímetro do arco mandibular dos grupos fissurados e controle.

58,000 60,000 62,000 64,000 66,000 68,000 70,000 72,000 74,000 76,000 78,000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 AMOSTRAS ORDENADAS MEDIDAS G Contr FLPUni FLPBi F_Labio F_Palato

Gráfico 5.7 - Valor em mm do Perímetro do Arco Inferior das amostras ordenadas de ambos os grupos

5.2.4 Comprimento do arco

As tabelas 5.22, 5.23, e 5.24, e o gráfico 5.8 demonstram os valores referentes ao comprimento do arco inferior para os grupos com fissura e para o grupo controle.

O comprimento do arco inferior nas fissuras labiopalatinas unilaterais e nas fissuras de lábio, em média, foi similar ao do grupo controle, enquanto que nas fissuras de palato foram maiores, porém sem significância estatística.

Na análise comparativa entre os diferentes grupos de fissuras, houve significância estatística nas médias de comprimento do arco inferior das fissuras de palato em relação às fissuras labiopalatinas uni e bilaterais.

Tabela 5.22 - Média Aritmética, Desvio Padrão e Coeficiente de Variação do Comprimento do Arco Inferior

Medidas C(G Cont.) E1(FLPU) E2(FLPB) E3(FL) E4(FP)

Média Aritmética 25,301 26,128 26,645 25,955 24,511 Desvio Padrão 1,495 1,359 1,024 1,821 1,179

Coeficiente de Variação 5,91% 5,20% 3,84% 7,01% 4,81%

Tabela 5.23 - Comparação entre os Grupos Fissurados e Controle - Número de elementos da amostra, valores (mm) da Diferença Absoluta e Intervalo Crítico, resultado da estatística para Comprimento do Arco Inferior

C x E1 C x E2 C x E3 C x E4

(n=20) (n=23) (n=20) (n=14) (n=20) (n=15) (n=20) (n=12)

D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C.

0,827 / 1,338 1,344 / 1,525 0,654 / 1,495 0,79 / 1,598

0,618 0,881 0,437 0,494

Não Significante Não Significante Não Significante Não Significante

Tabela 5.24 - Comparação dos Grupos Fissurados entre si- Número de elementos da amostra, valores (mm) da Diferença Absoluta e Intervalo Crítico, resultado da estatística para Comprimento do Arco Inferior

E1 x E2 E1 x E3 E1 x E4 E2 x E3 E2 x E4 E3 x E4

(n=23) (n=14) (n=23) (n=15) (n=23) (n=12) (n=14) (n=15) (n=14) (n=12) (n=15) (n=12) D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. D.A. / I.C. 0,518 / 1,453 0,173 / 1,422 1,617 / 1,526 0,69 / 1,771 2,135 / 1,875 1,444 / 1,803

0,356 0,122 1,060 0,390 1,139 0,801

Não Significante Não Significante Significante Não Significante Significante Não Significante

O gráfico 5.8 demonstra os valores individuais referentes ao comprimento do arco mandibular dos grupos fissurados e controle.

21,000 22,000 23,000 24,000 25,000 26,000 27,000 28,000 29,000 30,000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 AMOSTRAS ORDENADAS MEDIDAS G Contr FLPUni FLPBi F_Labio F_Palato

Gráfico 5.8 - Valor em mm do Comprimento do Arco Inferior das amostras ordenadas de ambos os grupos

6 DISCUSSÃO

As modificações ocorridas na fase de dentição decídua, particularmente em fissurados, devem ser de conhecimento do cirurgião dentista que se habilita a tratá- los, pois delas vai depender o desenvolvimento da dentição permanente.

O presente trabalho foi elaborado para que as dimensões fossem avaliadas em relação à extensão das fissuras. Este capítulo será fundamentado no estudo comparativo dos resultados obtidos e de informações encontradas na literatura especializada. Para melhor compreensão, as dimensões serão discutidas individualmente.

A idade cronológica não foi definida como requisito básico da amostra, e sim a presença de todos os dentes decíduos, sem qualquer primeiro molar permanente que pudesse caracterizar início da dentição mista. Trabalhos longitudinais encontrados na literatura demonstraram que a fase de dentição decídua, na população em geral, não apresenta alterações depois de estabelecida (BAUME,

1950; FACAL-GARCÍA; NOVA-GARCÍA; SUÁREZ-QUINTANILLA, 2001;

MOORREES; REED, 1965), embora haja estudos relatando que são observadas algumas alterações, ainda que pouco expressivas, ao longo deste período (BARROW; WHITE, 1952; BISHARA et al., 1997; DINELLI; MARTINS ; PINTO 2004; NYSTROM, 1979). Por esta razão, acreditou-se que um estudo transversal seria possível abrangendo a fase de dentição decídua completa.

Ao avaliar pacientes fissurados, verifica-se que cada tipo de fissura apresenta características que resultam em deformidades variadas, únicas ou combinadas,

comprometendo as arcadas dentárias devido a fatores intrínsecos e extrínsecos à fissura, atuando de forma contínua ou intermitente.

O maxilar superior é, inicialmente, atingido pela fissura, na seqüência por distúrbios funcionais e, posteriormente, pelas reparações cirúrgicas, fatores que, aliados, promovem alterações no crescimento facial, além de desarmonias dento- alveolares.

O osso alveolar aumenta em altura por aposição óssea nos seus bordos livres, durante o processo de erupção dos dentes decíduos. Existe uma relação direta entre o número, tamanho e direção de erupção dos germes dentários com o crescimento alveolar vertical. Nas fissuras transforame incisivo, o desenvolvimento vertical da região comprometida também tende a ser inibido pela compressão decorrente da cirurgia reparadora do lábio, determinando em que grau a maxila será alterada na sua dimensão transversal e ântero-posterior.

A queiloplastia pode reduzir favoravelmente a fissura alveolar, desde que não cause tensão labial, reposicionando os segmentos maxilares. A cirurgia reparadora do palato, realizada em um ou em dois tempos, tem sido considerada um dos fatores responsáveis pelo prejuízo do crescimento maxilo-facial, decorrente do tecido cicatricial.

Desta forma, Athanaziou, Maza heri e Zarrínia (1988), Capelozza Filho, Martins e Brosco (1978), Heidbucchel et al. (1998a), Heliövaara e Rautio (2005), Hellquist, Pontén e Skoog (1978), Jonsson, Stenstrom e Thilander (1980) entre outros, consideraram que técnicas cirúrgicas podem causar alterações nas dimensões das arcadas dentárias, enquanto Pruzansky (1955) afirmou que a cirurgia pode não ser a causa de todas as alterações presentes. Mazaheri et al. (1971) salientaram que o tipo de cirurgia não influencia na persistência dos distúrbios,

concluindo que, com o passar do tempo, as diferentes técnicas cirúrgicas tendem a apresentar os mesmos resultados. Foi considerado que a época da realização da palatoplastia também pode interferir (JORGERSON; SHAPIRO; ODINET, 1984; NISTRÖM; RANTA, 1990), entretanto alguns resultados demonstraram que , a longo prazo, não há diferenças consideradas significantes (MELISSARATOU; FRIEDE, 2002).

A magnitude e o tipo da fissura certamente vão influenciar as alterações observadas nas dimensões das arcadas dentárias (CAPELOZZA FILHO; MARTINS; BROSCO, 1978; GOMIDE; ABDO, 1996; HELIÖVAARA; RAUTIO, 2005; HELLQUIST; PONTÉN; SKOOG, 1978; JONSSON; THILANDER, 1979; SUZUKI, 1993), além de outros fatores, que podem exercer influência relativa na morfologia dos maxilares, como por exemplo a habilidade do cirurgião que executa a reparação plástica, o padrão genético inerente ao paciente e até mesmo o ambiente sócio- econômico de cada indivíduo fissurado (ATHANAZIOU; MAZAHERI; ZARRINIA, 1988; CAPELOZZA FILHO; MARTINS; BROSCO, 1978).

A região anterior da maxila tem sua largura bem representada pela distância intercaninos. Em pacientes sem deformidades craniofaciais, como foi citado anteriormente, há relativa estabilidade dimensional na dentição decídua. As alterações dimensionais começam a ocorrer no início da dentição mista, sendo justificadas pela erupção dos primeiros dentes permanentes (FOSTER; GRUNDY; LAVELLE, 1977; KNOTT, 1972; LAVELLE, et al. 1970; MOORREES; CHADA, 1965; MOORREES; REED, 1965; NAVARRO, 1999; SILLMAN, 1964), ou por haver, nesta época, mecanismos compensatórios para manter o equilíbrio entre as diversas demandas funcionais (BISHARA; KHADIVI; JAKOBSEN, 1995).

A distância intercaninos da arcada superior apresenta-se frequentemente alterada em portadores de fissuras labiopalatinas, entretanto, vale ressaltar, que a maxila é o sítio da fissura. Kramer, Hoeksma e Prahl-Andersen (1996) afirmaram que esta dimensão sofre mais influência da severidade da fissura do que dos procedimentos cirúrgicos, ao contrário de Heidbuchel et al. (1998a) que consideraram as mudanças desta região decorrentes da cirurgia reparadora do lábio. Athanasiou, Mazaheri e Zarrinia (1988) relataram que a queiloplastia pode, em alguns casos, ser até benéfica, resultando em uma melhoria no crescimento e desenvolvimento das estruturas orofaciais.

Os resultados observados neste estudo, quanto à distância intercaninos na arcada superior, demonstraram que os grupos com fissuras transforame incisivo, ou seja, fissuras labiopalatinas unilaterais e bilaterais, foram os mais alterados em relação ao grupo controle, apresentando valores menores e estatisticamente significantes, similares aos trabalhos de Garrahy, Millet e Ayoub (2005), Nyström e Ranta (1989), Robertson e Fish (1975), Wada et al. (1984). Este fato provavelmente ocorre devido à ascendência dos segmentos laterais fissurados, características das fissuras completas labiopalatinas, processo este que tende a interferir na estabilidade da oclusão, ficando mais susceptível aos desequilíbrios das forças musculares.

As fissuras de lábio não mostraram alterações significantes em relação ao grupo controle quanto à distância intercaninos, resultado também observado por Garrahy, Millet e Ayoub (2005). Nas fissuras de palato foram encontrados valores desta dimensão levemente diminuídos, mas sem significância estatística, apesar de alguns trabalhos terem demonstrado resultados significantes para esta diminuição

(FRIEDE et al., 1993; JONSSON; THILANDER, 1979; NYSTRÖM; RANTA, 1989, 1990; WADA et al., 1984).

Na análise comparativa entre os tipos de fissuras, este trabalho encontrou que, dentro do grupo transforame incisivo, não houve diferença entre unilaterais e bilaterais, entretanto estudos como o de Honda et al.(1995) registraram a menor distância intercaninos para as fissuras bilaterais nesta comparação. Alguns autores afirmaram que esta diferença tende a desaparecer com o crescimento maxilar (OPTIZ; KRAYZSCH, 1997), ou com o estabelecimento de um novo balanço muscular (HEIDBUCHEL et al., 1998b)

Ao comparar as fissuras labiopalatinas completas com as isoladas de lábio ou de palato, quanto à distância intercaninos, foi observado nesta pesquisa significância estatística apenas entre as fissuras transforame incisivo e as de lábio. Este resultado já era esperado, uma vez que as dimensões das arcadas dentárias das fissuras labiais têm sido consideradas as menos alteradas, próximas do padrão de normalidade (GARRAHY; MILLET; AYOUB, 2005; GOMIDE; ABDO, 1996; NYSTRÖM; RANTA, 1989).

Quanto à distância intermolares, na população em geral, as alterações aparecem no início da dentição mista (KNOTT, 1972; LAVELLE et al., 1970; NAVARRO, 1999; SILLMAN, 1964), provavelmente pelos mesmos motivos considerados na distância intercaninos. Entretanto, Baume (1950) e Nystrom (1979) relataram que na fase de dentição decídua há pouco ou nenhum acréscimo nos valores desta dimensão, ao contrário de Bishara et al. (1997) e Dinelli, Martins e Pinto (2004), que afirmaram haver um aumento relativo.

Segundo Abu Alhaija e Qudeimat (2003), as características da dentição decídua ou permanente, quanto às dimensões das arcadas, variam conforme a

população estudada e a técnica utilizada para realizar suas mensurações. Isto é muito mais evidente nas grandezas transversais de indivíduos fissurados, particularmente na largura posterior da maxila, pois alguns trabalhos usam a distância intertuberosidades (GOMIDE; ABDO, 1996; JONSSON; STENSTRON; THILANDER, 1980; JORGERSON; SHAPIRO; ODINET, 1984) enquanto outros a distância intermolares (DINELLI; MARTINS; PINTO, 2004; GARRAHY; MILLET; AYOUB, 2005; LAVELLE et al., 1970; USBERTI; PETERS; ISSAO, 1985). Além disso, as diferentes metodologias empregadas para a mensuração da distância intermolares tendem a dificultar o estudo comparativo.

Nesta pesquisa foi verificado que a distância intermolares da arcada superior nas fissuras labiopalatinas unilaterais estava diminuída em relação ao grupo controle, mas sem significância estatística, a exemplo de Di Biasi et al. (2002), Garrahy, Millet e Ayoub (2005) e Huddart e Huddart (1985), contrariando os achados de Tomanová e Müllerová (1994).

A respeito da média desta distância no grupo com fissura labiopalatina bilateral, este trabalho encontrou que foi similar ao grupo de crianças sem deformidades craniofaciais. Athanasiou, Mazaheri e Zarrinia (1987a) e Nyström e Ranta (1989) observaram diminuição em relação à normalidade, tanto nas fissuras labiopalatinas unilaterais quanto nas bilaterais.

Nas fissuras isoladas de lábio e de palato, foi observado que as distâncias intermolares, em média, estavam levemente aumentadas quando comparadas ao controle, mas sem significância estatística, enquanto Friede et al. (1993) e Jonsson e Thilander (1979) encontraram esta dimensão diminuída.

Neste trabalho, mordidas cruzadas laterais foram observadas nas fissuras em geral, mas, raramente, com envolvimento dos segundos molares decíduos, o que

poderia justificar os resultados das médias das distâncias intermolares da maxila diferirem, em parte, daqueles encontrados na literatura especializada. Esta amostra, embora não tivesse sido submetida a algum tipo de tratamento ortopédico, recebia periodicamente orientação odontológica e fonoaudiológica quanto aos aspectos corretos das funções orais, o que de certa forma, poderia ter favorecido o crescimento maxilar.

Em relação ao perímetro do arco superior, quanto à sua evolução em pacientes sem deformidades craniofaciais, Sillman (1964) verificou que há um aumento contínuo do nascimento à fase adulta, contrariando os achados de Nystrom (1979), que observou relativa estabilidade, podendo até diminuir com o avanço da idade. Navarro (1990) dividiu a arcada dentária em segmento anterior e posterior para uma melhor interpretação do perímetro, e verificou que, a partir do início da dentição mista, a região posterior diminui com o evoluir da idade, ao contrário da anterior, que aumenta gradativamente.

Pouco se encontra na literatura especializada a respeito de perímetro do arco na fase de dentição decídua para pacientes fissurados. Existem diversas maneiras de se executar essa mensuração, descartando, muitas vezes, a possibilidade da comparação entre trabalhos similares. A exemplo da metodologia deste trabalho, Garrahy, Millet e Ayoub (2005) decidiram mensurar o perímetro da região anterior, subdividindo os lados direito e esquerdo, alegando ser a melhor maneira de avaliar o quanto o lado acometido pela fissura contribuiu na alteração da medida.

Os resultados obtidos neste estudo, em fissuras labiopalatinas unilaterais, mostraram que o perímetro da maxila, em média, apresentou valores menores quando comparado ao grupo controle, porém, sem significância estatística. Este fato

poderia ser justificado pela agenesia ou anomalia de posição do incisivo lateral superior na região da fissura.

Em fissuras bilaterais, o perímetro excedeu o do grupo controle, também sem mostrar uma diferença estatisticamente significante. A projeção da pré-maxila ou a sua retroposição, poderia ser considerado o fator diretamente relacionado ao valor obtido, o que demonstraria ter esta amostra um pequeno número de severa mordida cruzada anterior.

As fissuras de lábio mostraram a média do perímetro superior levemente aumentada, em parte pela presença eventual de um dente supranumerário na região da fissura. Seria importante salientar que este é o tipo de fissura com maior prevalência de dentes extranumerários, particularmente na dentição decídua.

Os portadores de fissura de palato mostraram os menores valores de perímetro, aproximando-se daqueles encontrados em fissuras labiopalatinas unilaterais. Este tipo de fissura teria uma mesma tendência para perímetro e comprimento de arco, onde ambas as medidas seriam, proporcionalmente , menores do que as da população em geral.

Diversos trabalhos, que tiveram como objetivo mensurar o comprimento do arco em pacientes sem deformidades craniofaciais, não encontraram alterações na fase de dentição decídua (BAUME, 1950; FACAL-GARCÍA; NOVA-GARCÍA; SUÁREZ-QUINTANILLA, 2001; TSAY, 2003). Estudos longitudinais demonstraram, que na fase inicial do processo erupti vo dos dentes permanentes, há um pequeno aumento desta dimensão, necessário para um correto alinhamento dos mesmos (LAVELLE et al., 1970; MOORREES; CHADA, 1965; MOORREES; REED, 1965).

Heidbuchel e Kuijpers-Jagtman (1997) não encontraram diferenças entre as dimensões do comprimento do arco de portadores de fissura labiopalatina bilateral e

a população em geral na fase de dentição decídua, porém, alguns autores verificaram que esta medida apresentava-se menor no grupo com fissura bilateral em relação ao controle (ATHANAZIOU; MAZAHERI; ZARRINIA, 1987b; GARRAHY; MILLET; AYOUB, 2005; NYSTRÖM; RANTA, 1990).

Nesta pesquisa verificou-se que o comprimento do arco superior nos indivíduos fissurados seguiu a mesma tendência do perímetro. Houve significância estatística unicamente para as fissuras labiopalatinas bilaterais, que se apresentaram maiores do que o grupo controle, possivelmente pelos mesmos motivos já considerados anteriormente, ou seja, a posição da pré-maxila.

Heidbuchel et al. (1998a) verificaram que em pacientes não fissurados houve um aumento do comprimento do arco na maxila, porém, em portadores de fissuras bilaterais este aumento foi ínfimo. Kramer, Hoeksma e Prahl-Andersen (1996) afirmaram que o comprimento do arco superior em indivíduos fissurados se estabiliza bem antes do normal em fissuras completas.

No presente trabalho , os menores resultados para o comprimento do arco superior foram encontrados em portadores de fissura de palato, embora sem significância estatística quando relacionados com o grupo controle. Esta redução ocorre devido ao deficiente crescimento aposicional da tuberosidade maxilar, e à ausência do crescimento sutural palatino. Tem sido considerada como característica morfológica das arcadas dentárias, nessas fissuras, o comprimento diminuído em relação ao padrão de normalidade (FRIEDE et al., 1993; GARRAHY; MILLET; AYOUB, 2005; NYSTRÖM; RANTA, 1990; NYSTRÖM; RANTA; KATAJA, 1992).

Quanto à arcada dentária inferior, na população em geral, também foi verificado haver relativa estabilidade dimensional na fase de dentição decídua completa (MOORREES; REED, 1965).

Vários trabalhos, que estudaram a morfologia maxilar de indivíduos fissurados, tiveram o mesmo propósito com relação às características da mandíbula, verificando as possíveis alterações dimensionais existentes (ATHANAZIOU; MAZAHERI; ZARRÍNIA, 1987a; DI BIASE et al., 2002; GARRAHY; MILLET; AYOUB, 2005; JONSSON; THILANDER, 1979; NYSTRÖM; RANTA, 1994; TOMANOVÁ; MÜLLEROVÁ, 1994; entre outros).

Estudos, que avaliaram a distância intercani nos na arcada inferior de pacientes normais, concluíram que não houve aumento nesta fase, e que somente no início da dentição mista foram observadas alterações (FOSTER; GRUNDY; LAVELLE, 1977; MOORREES; CHADA, 1965; MOORREES; REED, 1965). Ross- Powel e Harris (2000) consideraram que essas possíveis modificações são decorrentes da migração dentária, e não do potencial de crescimento em si.

Nos resultados obtidos nesta pesquisa, a distância intercaninos da arcada inferior em indivíduos fissurados não se mostrou alterada de forma significante em relação ao grupo controle para nenhum tipo de fissura, assim como a distância intermolares, o comprimento e o perímetro do arco, concordando com o estudo realizado por Garrahy, Millet e Ayoub (2005). Robertson e Fish (1975), avaliando somente pacientes portadores de fissura labiopalatina unilateral, encontraram valores similares aos do grupo controle para as dimensões da arcada inferior, e o mesmo foi verificado por Heidbuchel e Kuijpers-Jagtman (1997), em fissuras bilaterais.

As fissuras de palato foram as únicas a apresentarem alterações mandibulares, acompanhando o mesmo sentido de todas as observadas na maxila, embora não na mesma proporção.

Na comparação entre os grupos de fissuras, o comprimento do arco

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