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2.4 PRODUÇÃO DE ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS

2.4.2 Armadura

2.4.2.1 Disposições

De acordo com a NBR 6118 (2014), as armaduras longitudinais devem ser dispostas de forma a garantir a resistência adequada do elemento estrutural. Para seções poligonais, deve ser colocado pelo menos uma barra em cada vértice, já para as seções circulares, deve ser distribuído ao longo do perímetro no mínimo seis barras.

Ainda para a NBR 6118 (2014), o espaçamento mínimo livre entre faces das barras longitudinais, medido no plano da seção transversal, fora da região das emendas, deve ser igual ou superior ao maior dos seguintes valores:

• 20mm;

• Diâmetro da barra, do feixe ou da luva;

• 1,2vez a dimensão máxima característica do agregado graúdo.

Conforme afirma a NBR 9062 (2017), o espaçamento medido entre as faces adjacentes dos fios ou cordoalhas devem ser no mínimo igual a:

• 2Ø;

• 1,2 vez a dimensão máxima característica do agregado graúdo; • 2,0 cm.

2.4.2.2 Cobrimento

“O cobrimento tem a finalidade de proteger a armadura e de garantir transferência adequada de tensões de armadura para o concreto.” (EL DEBS, 2007, p. 86)

A NBR 9062 (2017) não permite cobrimentos nominas para as peças pré- moldadas em concreto, menores que:

- 15 mm, para lajes em concreto armado

- 20 mm, para demais peças em concreto armado (vigas/pilares); - 25 mm, para peças em concreto protendido;

- 15 mm, para peças delgadas protendidas (telhas/nervuras/terças); - 20 mm, para lajes alveolares protendidas

2.4.3 Insertos

Durante a colocação dos insertos, a NBR 9062 (2017) afirma que os mesmos devem ser cuidadosamente posicionados para que não prejudiquem as armaduras. A parte que não recebe a proteção do cobrimento do concreto, deve ter resistência e durabilidade igual ou superior às armaduras protegidas pelo cobrimento, devendo obedecer às Normas aplicáveis ao material constituinte.

“Os insertos devem ser ancorados no concreto, de modo a garantir que possam resistir, com a segurança prevista, aos esforços para os quais foram calculados.” (NBR 9062, 2017, p. 71)

A Figura 23 mostra um exemplo de pilar com insertos metálicos, pontos para receber uma estrutura metálica de cobertura.

Figura 23 - Pilar com insertos metálicos

Fonte: Do autor (2018)

2.4.4 Concreto

2.4.4.1 Preparo

Aplica-se o disposto na ABNT NBR 12655 com relação à resistência do concreto, à medida dos materiais, à dosagem e mistura do concreto e ao seu controle e recebimento.

Não é permitido amassamento manual do concreto. Caso a execução do concreto seja em central, aplica-se o disposto na ABNT NBR 7212.

2.4.4.2 Concretagem

Segundo a NBR 9062 (2017), aplica-se o disposto nas ABNT NBR 14931 e ABNT NBR 12655 com relação ao transporte e ao lançamento do concreto.

2.4.4.3 Adensamento

Segundo El Debs (2007, p.41), “o adensamento é uma atividade importante na execução do concreto pré-moldado, pois ele tem forte implicação na qualidade do concreto e na produtividade do processo.”

Conforme explicado na NBR 9062 (2017), o adensamento deve ser feito com muito cuidado, durante ou imediatamente após o lançamento do concreto, para que preencha todos os cantos da forma. Seu processo é feito por vibração, centrifugação, ou prensagem, permitindo, em alguns casos, utilizar mais de um dos métodos. Algumas precauções devem ser tomadas para que não haja vazios ou segregação dos materiais. Para o uso de vibradores, deve ser tomado muito cuidado para evitar o contato os as armaduras, eliminando o risco de deslocamento da mesma dentro da fôrma.

A Figura 24 mostra um operário durante a execução do adensamento do concreto dentro de uma forma metálica.

Figura 24 - Adensamento de peça pré-moldada

2.4.4.4 Juntas de concretagem

De acordo com a NBR 9062 (2017), caso aconteça interrupção durante a concretagem, o concreto cuja a consistência não permita mais o seu adensamento, deve ser removido da fôrma e substituído por concreto fresco, garantindo a aderência na ligação entre os concreto remanescente com o concreto novo a ser lançado.

2.4.5 Formas

“As fôrmas são de fundamental importância na execução dos pré-moldados, pois são elas que determinam a qualidade do produto e a produtividade do processo.” (EL DEBS, 2000, p. 37)

Ainda para El Debs (2000), as qualidades desejáveis para as fôrmas são:

• Estabilidade volumétrica, para que as dimensões dos elementos obedeçam às tolerâncias especificadas;

• Possibilidade de ser reutilizadas diversas vezes sem gastos excessivos de manutenção;

• Serem de fácil manejo e que facilitem tanto a colocação e fixação da armadura em seu interior quanto dos elementos especiais, se for o caso; • Apresentar pouca aderência com o concreto e fácil limpeza;

• Facilidade de desmoldagem, sem apresentar pontos de presa;

• Estanqueidade, para que não ocorra fuga de nata de cimento, com prejuízo na resistência e no aspecto do produto;

• Versatilidade, de forma a possibilitar seu uso em várias seções transversais;

• Transportabilidade, no caso de execução com forma móvel.

Segundo a NBR 9062 (2017), as fôrmas devem adaptar-se às formas e dimensões das peças pré-moldadas projetadas, respeitando as tolerâncias estabelecidas. Elas podem ser constituídas de diferente materiais, como aço, alumínio, concreto ou madeira, revestidas ou não de chapas metálicas, fibras, plástico ou outros materiais.

2.4.5.1 Fôrmas para elementos protendidos

Segundo a NBR 9062 (2017), para a produção de elementos pré-moldados de concreto protendido, as fôrmas devem atender alguns requisitos:

• Em caso de pré-tração, pelo fato de a armadura protendida ficar ancorada na própria forma, a mesma deve ser dimensionada e executada de forma a resistir os esforços da protensão.

• A fôrma deve ser limpa e isenta de deformações que possam impedir ou dificultar o deslocamento relativo do elemento pré-moldado em relação à fôrma, quando da operação de alívio da fixação das ancoragens ou do seccionamento dos fios ou cabos.

• Os dispositivos embebidos ou em contato com o concreto e fixados às formas, como: insertos metálicos, tirantes, placas separadoras, placas de extremidades, e outros, devem ser colocados de maneira a garantir seu fácil desligamento das fôrmas antes do alívio das fixações das ancoragens ou do seccionamento dos fios ou cabos.

2.4.5.2 Ancoragem

“As fôrmas devem ser adequadamente ancoradas às bases, para resistir aos esforços resultantes durante o lançamento e adensamento do concreto, assim como da operação de extração dos elementos pré-moldados.” (NBR 9062, 2017, p. 72)

2.4.5.3 Desmoldagem

Conforme a NBR 9062 (2017, p. 72), “o projeto e a execução das fôrmas devem atender a todas as condições para fácil desmoldagem, sem danificar os elementos concretados, como previsão de ângulos de saída, livre remoção das laterais e cantos chanfrados ou arredondados.”

Ainda segundo a NBR 9062 (2017), os produtos antiaderentes utilizados nas fôrmas, para facilitar a desmoldagem, não podem de maneira nenhuma tocar nas armaduras, por isso é indicado que seja feito antes da colocação delas dentro da fôrma. Caso ocorra o contato destes produtos com as armaduras, elas devem ser substituídas ou adequadamente

limpas com solventes. Também deve-se evitar que os produtos empregados não exerçam qualquer ação prejudicial sobre o concreto, nem mesmo possam prejudicar alguma ligação feita in situ.

Segundo EL Debs (2007), a desmoldagem pode ser feita de três diferentes formas: • Direta – Onde os elementos são retirados por levantamento, com retirada

ou não de partes laterais da fôrma.

• Por separação de elementos – Corresponde às fôrmas tipo bateria utilizadas na execução de painéis.

• Por tombamento da fôrma – Direcionado também para a fabricação de painéis, corresponde à moldagem do elemento na posição horizontal, que logo após é colocado na posição vertical para a desmoldagem com o auxílio de mesa de tombamento.

2.4.5.4 Limpeza

Conforme descrito na (NBR 9062, 2017, p. 72), “as fôrmas devem ser cuidadosamente limpas antes de cada utilização e isentas de pintura ou outras substâncias protetoras que possam aderir à superfície dos elementos de concreto.”

2.4.5.5 Fôrmas internas

Segundo a NBR 9062 (2017), as fôrmas utilizadas para a formação de vazios no interior de elementos de concreto pré-moldado devem ser colocadas de forma a evitar seu deslocamento durante a concretagem. Para o seu dimensionamento, deve-se levar em consideração tanto a pressão do concreto como a ação eventual de vibrações.

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