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CAPÍTULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.4 Controle gerencial

2.4.2 Controle de produção

2.4.2.1 Armazenagem de alimentos para produção

A estocagem é uma reserva permanente de materiais (matérias primas ou

produtos para venda), dentro de limites planejados, objetivando, com aplicação

mínima de recursos financeiros, atender a um ciclo de consumo. Segundo

Chiavenato (1990, p. 99) “Estocar é guardar algo para utilização futura”.

O armazenamento deve ser efetuado em área física da empresa

destinada à guarda e conservação (proteção) contra motivos que possam conduzir a

permanente inspeção, os locais de armazenamento e os equipamentos de

conservação quanto a higiene e segurança, mesmo porque o ambiente é objeto de

regular fiscalização pelos órgãos da saúde pública.

Ter estoque é ter também custos puxando recursos de outros setores da

empresa. O controle de estoque visa também a administração eficiente de materiais,

acompanhamento de preços e vigilância contra desvios. Conforme Farrel e Heinritz

(1983) e Fonseca (2000), o controle de estoque constitui um banco de informações

para a determinação da política de compras, em função da rotatividade dos produtos

e nível de estoque mínimo, preservando-se o estoque estratégico.

Um item de estoque é movimentado quando existe um recebimento, uma

entrega, uma baixa por perda ou transferência entre unidades de controle.

A maior parte das operações, segundo Castelli (2000), no que concerne

ao controle, pode ser feita através de sistemas informatizados permitindo maior

organização, segurança de processamento e maior agilidade nas consultas.

Os registros de entrada dos materiais nos itens de estoque devem ser

feitos com base num formulário Registro de Materiais Recebidos, após conferência

com os termos do pedido de compra habilitando a conta para ser paga. As saídas

devem ser registradas pela entrega de materiais ao requisitante com apoio na

Requisição ao Almoxarifado. A Figura 14 apresenta um modelo de documento para

resgistro de entradas de materiais em estoque de pequenos restaurantes.

REGISTRO DE MATERIAIS RECEBIDOS DATA 28.02 Cód. Forn. Nota Fiscal Pedi- Do nº Quant. Rec. Uni- Dade Discriminação dos produtos Preço Valor p/ item Valor NF* Rec. por 002 4589 025 50,00 Kg Peito de frango 4,00 200,00 J.c. 002 4589 025 20,00 Kg Coxa/sobre coxa 1,50 30,00 230,00 J.c. 003 145 075 5,00 Kg Bobina de papel 10,00 50,00 50,00 J.c..

Figura 14: Registro de materiais recebidos (restaurante)

O controle de saídas de materiais em estoque deve ser feito pelo uso de

um documento formal que poderá ser o modelo da Figura 15.

REQUISIÇAO AO ALMOXARIFADO Num. 26 DEPARTAMENTO Produção de alimentos

Código Produto Estoque Atual Quantidade Pedida Quantidade Entregue Preço unitário Valor Total 034 Peito de frango 13.00 10.00 10.00 5.00 50.00 053 Extrato tomate 15.00 3.00 3.00 1.20 3.60 Xx Xx

Emitente Almoxarife Recebedor Controle Observações: Data: xx Data: xx Data: xx Data: xx

Visto: xx Visto: xx Visto: xx Visto: xx

Figura 15: Requisição ao almoxarifado (restaurante)

Fonte: Adaptado de Castelli (2000, p. 527) – Administração Hoteleira

Os instrumentos de controle são formalidades aconselháveis para garantir

a segurança no processo de movimentação e controle.

Por último, o controle implica a emissão da ficha de estoque por tipo de

material, cujo formulário, a seguir, mostra um relatório do registro e movimentação

de entradas e saídas, Figura 16.

FICHA DE ESTOQUE N º PRODUTO:

UN: EM*:_______________ PP **:

DATA DOC PREÇO/ UNIT. VALOR TOTAL VALOR ACUM. ENTR. QUANT. ENTR. ACUM. SAÍDA QUANT. SAÍDA ACUM. SALDO PREÇO MÉDIO ESTOQUE MÁXIMO

* EM = estoque mínimo **PP = ponto do pedido

Figura 16: Ficha de controle de estoque

Fonte: Magnée (1996, p. 66) – Manual do Self-Service

Os registros do movimento físico-financeiro de cada material são

acompanhados através do formulário de controle conforme Figura 16 a qual mostra

os campos que devem ser preenchidos, sendo indispensáveis os informes para

manutenção do estoque mínimo e ponto do pedido.

controle informatizado podem auxiliar o gestor na administração do estoque.

Para produtos perecíveis utiliza-se o custo médio para registro do controle

financeiro de estoque, porém, a saída física obedece o método do PEPS (Primeiro

que entra é o primeiro que sai), para assegurar a validade controlada. Castelli (2000,

p. 532) recomenda o uso do custo médio, baseado na seguinte fórmula:

Preço médio = (Estoque anterior * preço unitário) + (Compras * preço unitário)

Estoque anterior + Compras

O ponto mais sério no processo de controle conforme Kishel e Kishel

(1994) é decidir o que comprar e os limites de quanto comprar.

a) Necessidades de compras - as necessidades de compra para

estoque, de acordo com Fonseca (2000), devem considerar o estoque mínimo,

consumo de aquisição, ponto do pedido e estoque máximo.

Estoque mínimo – segundo Fonseca (2000, p. 45) “é o volume de

produtos necessários para que a produção continue suprida em caso de falta ou

atrasos na entrega, ou aumento excessivo e inesperado do consumo, ou ainda,

qualquer outro imprevisto que impeça o reabastecimento normal” É considerado

estoque de segurança.

A distância do fornecedor e o meio de transporte influem decisivamente

neste particular. Fórmula de cálculo: EM = PRE * CM.

Consumo de aquisição – montante consumido desde a efetivação da

compra (pedido junto ao fornecedor) até a chegada do produto no estoque. Fórmula

Ponto do pedido – momento para emissão do pedido de compra cujo nível

de estoque atinge o ponto de reabastecimento. Fórmula de cálculo: PP = EM + CA.

Estoque máximo – maior volume de estoque tolerável (permitido). Deve

ser considerada a freqüência de pedidos e pelo consumo médio. Fórmula de cálculo:

EMax = CM + EM

Esses controles são muito importantes quando uma empresa, no caso,

um restaurante trabalha estruturado na estocagem.

b) Inventário – o inventário consiste na contagem individual e periódica

de todos os materiais ou mercadorias existentes no almoxarifado e nas demais

dependências de uma empresa (CASTELLI, 2000). Segundo Fonseca (2000), o

inventário é um dos instrumentos de verificação mais importantes para controlar o

desempenho de um restaurante.

A periodicidade depende do enfoque que cada empresa. Cabe analisar e

fiscalizar a rotatividade e a conveniência da manutenção de determinados materiais

em estoque ou dos níveis de estocagem.

A realização de inventário para apuração de resultado tem a finalidade de

identificar o custo dos produtos vendidos ou aplicados, num determinado lapso de

tempo. O custo da mercadoria vendida é representado pelo estoque inicial mais as

compras menos estoque final, em determinado período (CMV = EI + CO – EF).

Outro importante papel é o ajuste da existência por erros de registro,

perdas ou desvios. São três tipos de inventários, segundo Gurgel (1996, p. 55):

a. Determinação de consumo - levantamento de materiais existentes em estoque para comparação com o estoque inicial, com a finalidade de determinar o consumo da empresa no período. b. Confirmação – Serviço de auditoria para controle de consumo histórico apresentado pela valoração das requisições. c. Rotativo – Serviço permanente da

confirmação e controle de existências físicas. Tal sistema é interessante em almoxarifados de grande valor, com uma rotação muito grande. Também é empregado quando se quer controlar com muito mais cuidado a execução de uma programação da produção.

Muitos investimentos em estoque geram prejuízos por compras

especulativas e não planejadas pela produção formando um alto nível de estoque

com baixa rotatividade. Gurgel (1996) recomenda a nomeação de um chefe

acompanhado de controladores de contagem e de técnicos conhecedores dos

materiais para assessoramento. A Figura 17 exemplifica um modelo de inventário de

alimentos e bebidas.

INVENTÁRIO DE ALIMENTOS E BEBIDAS

DATA AJUSTE

Produto Código Inventário Físico Preço Unitário Saldo Financeiro Físico Registrado Dif. Fisica

Registro Dif. P/ajuste

S=Sobra F= Falta

Total a transportar

Figura 17: Ficha de inventário.

Fonte: Castelli (2000, p. 531) – Administração Hoteleira

Ao realizar um inventário, Figura 17, por questão de segurança é

necessário que os inventariantes não devam ser os empregados que manipulam

diariamente os controles.

Os inventários em restaurantes do tipo self-service como também em

outros negócios devem ser levantados na freqüência periódica de tempo de

apuração do resultado, comumente mensal.

Convém acrescentar que um restaurante não pode prescindir de

inventário no início e fim do período de verificação, mesmo os de pequeno porte, que

armazenamentos de sobras ou outros produtos menos rotativos acusados pelo

inventário e devem ser ajustados na demonstração do balanço patrimonial.