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Concomitante a produção do genga devem ser desenvolvidas as artes finais do background. Na produção do background o artista pega cada um dos layouts produzidos previamente e referências de estudo de cor para produzir uma ilustração que esteja de acordo com as indicações de luz e de elementos contidos no layout. No caso deste trabalho, devido à disponibilidade de ferramentas, o background foi feito em tons de cinza utilizando grafite.

2.5 FINALIZAÇÃO

A finalização é o processo intermediário entre o douga e a captura, ele se dá de diferentes formas dependendo da natureza da produção.

Como produto da finalização temos cada um dos elementos animados separados em camadas, coloridos e prontos para serem sobrepostas no momento de captura da cena. A finalização pode feita de três formas:

Via acetato (com o uso de uma trace machine) e pintura manual,

 Via digitalização das linhas e pintura digital,

 Realizando o douga em meio digital e a seguir fazendo a pintura também meio digital.

Neste caso vamos pular a etapa pois a finalização de linhas foi feita no genga, e o produto final foi em preto e branco no grafite.

2.6 CAPTURA

Na captura é posicionada a câmera e os desenhos são colocados em sequência para ser feito o registro em filme (ou no caso registro

digital) de cada um dos quadros, formando o filme. Cada cena deve ser capturada separadamente para facilitar a identificação e a mixagem com o áudio posteriormente.

No caso, se houver separação de cenário e personagem, serão feitas a captura de ambos em momentos distintos e o processo de unir os dois se dá via software.

Por conta da perfuração manual das folhas a captura precisa ser feita sobre o suporte das mesas de luz para garantir que estejam alinhadas da mesma maneira que estavam no momento que foi feito o desenho (apoiadas nos pinos da mesa) então a captura deve ser feita utilizando uma câmera sobre um tripé conectada a um computador. Para facilitar a limpeza foram utilizados dois abajures posicionados ao lado da mesa, garantindo uma iluminação uniforme independente do ambiente.

2.7 PÓS PRODUÇÃO

A pós-produção é a junção dos elementos produzidos em um vídeo final aqui foi utilizado uma template de produção onde serão identificados cenário, elementos animados e música e foi feito um render final unindo todos estes elementos. Áudios extras podem ser inseridos bem como música e efeitos sonoros pré prontos.

A separação dos objetos e do cenário foi feita utilizando actions no software Adobe Photoshop e o processo de unir o áudio e o vídeo foi feito utilizando Adobe Premiere.

DESENVOLVIMENTO

Foram desenvolvidas três animações com durações diferentes, totalizando 43 segundos, como os procedimentos se repetem, será detalhado a seguir o procedimento de desenvolvimento da primeira animação. Em se tratando das outras animações, será feito o detalhamento das técnicas que diferenciaram suas produções posteriormente.

1 DESENVOLVIMENTO DE “DUAS SALSICHAS”

A pré-produção da primeira animação se estabelece tomando como referência dois personagens produzidos por Rogério Martins Reis e fornecido para a execução deste trabalho.

Em função da apresentação estética dos personagens foi determinado um cenário e uma situação onde ambos estariam interagindo. Também buscou-se uma situação que não houvesse mudança de local nem movimentos complexos para diminuir a quantidade de trabalho e se adequar a limitação do tempo de produção. Assim foram produzidas as seguintes linhas:

Os dois estão comendo cachorro quente, um pombo está por perto, o garoto morde o cachorro quente e nota que não tem nenhuma salsicha, ele vê que a salsicha está no chão sendo bicada pelo pombo.

Foram então produzidas alguns estudos para definir o visual do ambiente estabelecido no roteiro. O roteiro então foi adaptado para diminuir a complexidade e se encaixar em uma animação menor que vinte segundos. Outro fator que foi considerado foi a necessidade de envolver algum tipo de fala para os personagens para que houvesse o uso de técnicas de sincronia labial neste trabalho. Buscou-se então diminuir o número de personagens (removendo o pombo) e reduzir a interação aos dois personagens. Assim foi desenvolvido um roteiro em formato de argumento. Foram produzidas duas versões para chegar em um resultado satisfatório.

Plano Geral – Zoom In Lento

Na rua, em frente a um carrinho de cachorro quente – Noite Uma menina segurando uma latinha de suco e um menino com um cachorro quente super recheado sentados em uma das mesas

Menino: Duas salsichas!

Ele ergue o cachorro quente e parte do recheio transborda pra fora.

Uma das salsichas escorrega de dentro do cachorro quente e cai no centro da mesa

A menina olha com desgosto Menino: Uma salsicha Ele fala triste.

Utilizando este o argumento como base, foram estabelecidos 5 planos que foram ser descritos através de um storyboard, utilizando um lápis 6B e recortes de papel em formato A6 foram produzidos cada um dos planos como mostra a Figura 5

Antes de realizar a gravação das vozes, foi feito um planejamento do tempo de cada plano do storyboard, para facilitar os processos futuros. Como mostra a imagem, no canto inferior direito de cada painel se encotnra uma definição do tempo em segundos para cada plano.

A captura do áudio foi feita com a estação mostrada na figura 6, cada uma das falas foi feita de tal forma que se encaixasse no tempo determinado no planejamento do storyboard. O som de ambiente foi retirado de uma captura do jogo Need For Speed e os efeitos sonoros da salsicha colidindo contra a mesa foram feitos utilizando o microfone, uma esponja molhada e uma régua apoiada na mesa.

Figura 5 - Storyboard da primeira animação

Figura 6 - Equipamento de gravação de áudio/

Antes de produzir o layout uma folha perfurada com margens desenhadas a caneta foi fixada a mesa de luz para estabelecer o frame da animação.

Os layouts (Figura 7) foram produzidos utilizando folhas perfuradas, em alguns casos foi necessário fazer um rafe e depois

elaborar o layout com mais cuidado utilizando a mesa de luz como no caso da cena 1 onde o planejamento do cenário foi feito com mais detalhe do que na etapa de pré-produção.

Figura 7 - Layouts do plano 2 e plano 3 descritos no storyboard da primeira animação

Figura 8 - Background do Plano 2 da primeira animação

Na segunda cena, foi feita a separação silábica do áudio e a frase foi distribuída sílaba por sílaba pelos 3 segundos de animação. Após isso cada um dos quadros chave foi produzido alterando a expressão e o movimento do sanduíche foi feito separadamente (Figura 10). Por último na etapa de Douga foram unidos os traços da sincronização labial e do movimento dos braços e preenchidos os entremeios.

Figura 10 - Exemplo do uso de linhas especiais (組み線)) no plano 2

Na quarta cena foi feito um estudo de trajetória do objeto (Figura 11) e foram planejadas as acelerações e desacelerações. Prosseguindo o processo de Genga, foi utilizada a mesa de luz para traçar os quadros chave, e para o Douga foram preenchidos os entremeios de acordo com os diagramas previamente delimitados.

Na última cena, para facilitar o processo de desenho, o corpo do personagem foi separado da boca e do queijo, assim a maior parte do quadro tem um trabalho consideravelmente reduzido em comparação com a segunda cena. Nesta cena em específico a montagem foi feita em 3 camadas: cenário, base de personagem e sincronização labial. Nas outras cenas foi feito em somente duas, personagem e cenário.

Figura 11 - Tragetória planejada

Para Garantir que o volume fosse mantido nos entremeios foi usada a técnica de shift and trace (Figura 12).

Figura 12 - Exemplo de uso da técnica de shift and trace

A finalização foi feita capturando as imagens fotografando cada frame separadamente (Figura 13) e depois unindo via Adobe Photoshop. Uma ação programada serviu para deixar o fundo do personagem transparente possibilitando assim a integração dele com o background.

A cena foi unida no próprio Adobe Photoshop e o áudio foi sincronizado utilizando Adobe Premiere.

Figura 13 – Setup da captura dos frames.

2 DESENVOLVIMENTO DE “VIKING”

Para evitar redundância cabe aqui constatar que as técnicas de captura, os equipamentos e os procedimentos para garantir alinhamento e limpeza dos quadros foram os mesmos, variando somente as nuances no desenvolvimento da animação em si.

Figura 14 - Personagem fornecido por Kamil Helbin

O personagem que serviu de base para o desenvolvimento da animação foi fornecido pelo artista Kamil Helbin.

Levando em conta a limitação de tempo desta vez buscou-se produzir um roteiro sem diálogos e com menos planos para que fosse possível explorar movimentos mais complexos na animação dos personagens. O conceito da história veio a partir dos próprios elementos visuais do personagem, as flechas no escudo e a pose de batalha. Assim o roteiro narrativo ficou da seguinte forma:

Um homem pega um arco e flecha e atira, ao

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