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Trabalho a ser enviado para Pesquisa Veterinária Brasileira.

Os trabalhos para submissão devem ser enviados por via eletrônica, através do e-mail <jurgen.dobereiner@terra.com.br>, com os arquivos de texto na versão mais recente do Word. Havendo necessidade (por causa de figuras “pesadas”), podem ser enviados em CD pelo correio, com uma via impressa, ao Dr. Jürgen Döbereiner, Revista PESQUISA VETERINÁRIA BRASILEIRA, Caixa Postal 74.591, Seropédica, RJ 23890-000. Devem constituir-se de resultados de pesquisa ainda não publicados e não considerados para publicação em outra revista.

Para abreviar sua tramitação e aceitação, os trabalhos sempre devem ser submetidos conforme as normas de apresentação da revista (www.pvb.com.br) e o modelo em Word (PDF no site). Os originais submetidos fora das normas de apresentação, serão devolvidos aos autores para a devida adequação.

Apesar de não serem aceitas comunicações (Short communications) sob forma de “Notas Científicas”, não há limite mínimo do número de páginas do trabalho enviado, que deve, porém, conter pormenores suficientes sobre os experimentos ou a metodologia empregada no estudo. Trabalhos sobre Anestesiologia e Cirurgia serão recebidos para submissão somente os da área de Animais Selvagens. Embora sejam de responsabilidade dos autores as opiniões e conceitos emitidos nos trabalhos, o Conselho Editorial, com a assistência da Assessoria Científica, reserva--se o direito de sugerir ou solicitar modificações aconselháveis ou necessárias. Os trabalhos submetidos são aceitos através da aprovação pelos pares (peer review).

NOTE: Em complementação aos recursos para edição da revista (impressa e online) e distribuição via correio é cobrada taxa de publicação (page charge) no valor de R$ 250,00 por página editorada e impressa, na ocasião do envio da prova final, ao autor para correspondência.

1. Os trabalhos devem ser organizados, sempre que possível, em Título, ABSTRACT, RESUMO, INTRODUÇÃO, MATERIAL E MÉTODOS, RESULTADOS, DISCUSSÃO, CONCLUSÕES (ou combinação destes dois últimos), Agradecimentos e REFERÊNCIAS:

a) o Título do artigo deve ser conciso e indicar o conteúdo do trabalho; pormenores de identificação científica devem ser colocados em MATERIAL E MÉTODOS.

b) O(s) Autor(es) deve(m) sistematicamente encurtar os nomes, tanto para facilitar sua identificação científica, como para as citações bibliográficas. Em muitos casos isto significa manter o primeiro nome e o último sobrenome e abreviar os demais sobrenomes:

Paulo Fernando de Vargas Peixoto escreve Paulo V. Peixoto ou Peixoto P.V.; Franklin Riet-Correa Amaral escreve Franklin Riet-Correa ou Riet-Correa F.; Silvana Maria Medeiros de Sousa Silva poderia usar Silvana M.M.S. Silva, inverso Silva S.M.M.S., ou Silvana M.M. Sousa-Silva, inverso, Sousa-Silva S.M.M., ou mais curto, Silvana M. Medeiros-Silva, e inverso, Medeiros-Silva S.M.; para facilitar, inclusive, a moderna indexação, recomenda-se que os trabalhos tenham o máximo de 8 autores;

c) o ABSTRACT deverá ser apresentado com os elementos constituintes do RESUMO em português, podendo ser mais explicativos para estrangeiros. Ambos devem ser seguidos de “INDEX TERMS” ou “TERMOS DE INDEXAÇÃO”, respectivamente;

d) o RESUMO deve apresentar, de forma direta e no passado, o que foi feito e estudado, indicando a metodologia e dando os mais importantes resultados e conclusões. Nos trabalhos em inglês, o título em português deve constar em negrito e entre colchetes, logo após a palavra RESUMO;

e) a INTRODUÇÃO deve ser breve, com citação bibliográfica específica sem que a mesma assuma importância principal, e finalizar com a indicação do objetivo do trabalho;

f) em MATERIAL E MÉTODOS devem ser reunidos os dados que permitam a repetição do trabalho por outros pesquisadores. Na experimentação com animais, deve constar a aprovação do projeto pela Comissão de Ética local;

g) em RESULTADOS deve ser feita a apresentação concisa dos dados obtidos. Quadros devem ser preparados sem dados supérfluos, apresentando, sempre que indicado, médias de várias repetições. É conveniente, às vezes, expressar dados complexos por gráficos (Figuras), ao invés de apresentá-los em Quadros extensos;

h) na DISCUSSÃO devem ser discutidos os resultados diante da literatura. Não convém mencionar trabalhos em desenvolvimento ou planos futuros, de modo evitar uma obrigação do autor e da revista de publicá-los;

i) as CONCLUSÕES devem basear-se somente nos resultados apresentados no trabalho;

j) Agradecimentos devem ser sucintos e não devem aparecer no texto ou em notas de rodapé;

k) a Lista de REFERÊNCIAS, que só incluirá a bibliografia citada no trabalho e a que tenha servido como fonte para consulta indireta, deverá ser ordenada alfabeticamente pelo sobrenome do primeiro autor, registrando-se os nomes de todos os autores, em caixa alta e baixa (colocando as referências em ordem cronológica quando houver mais de dois autores), o título de cada publicação e, abreviado ou por extenso (se tiver dúvida), o nome da revista ou obra, usando as instruções do “Style Manual for Biological Journals” (American Institute for Biological Sciences), o “Bibliographic Guide for Editors and Authors” (American Chemical Society, Washington, DC) e exemplos de fascículos já publicados (www.pvb.com.br).

2. Na elaboração do texto deverão ser atendidas as seguintes normas: a) os trabalhos devem ser submetidos seguindo o exemplo de apresentação de fascículos recentes da revista e do modelo constante do site sob “Instruções aos Autores” (www.pvb.com.br). A digitalização deve ser na fonte Cambria, corpo 10, entrelinha simples; a página deve ser no formato A4, com 2cm de margens (superior, inferior, esquerda e direita), o texto deve ser corrido e não deve ser formatado em duas colunas, com as legendas das figuras e os Quadros no final (logo após as REFERÊNCIAS). As Figuras (inclusive gráficos) devem ter seus arquivos fornecidos separados do texto. Quando incluídos no texto do trabalho, devem ser introduzidos através da ferramenta “Inserir” do Word; pois imagens copiadas e coladas perdem as informações do programa onde foram geradas, resultando, sempre, em má qualidade;

b) a redação dos trabalhos deve ser concisa, com a linguagem, tanto quanto possível, no passado e impessoal; no texto, os sinais de chamada para notas de rodapé serão números arábicos colocados em sobrescrito após a palavra ou frase que motivou a nota. Essa numeração será contínua por todo o

trabalho; as notas serão lançadas ao pé da página em que estiver o respectivo sinal de chamada. Todos os Quadros e todas as Figuras serão mencionados no texto. Estas remissões serão feitas pelos respectivos números e, sempre que possível, na ordem crescente destes. ABSTRACT e RESUMO serão escritos corridamente em um só parágrafo e não deverão conter citações bibliográficas.

c) no rodapé da primeira página deverá constar endereço profissional completo e todos os autores e o e-mail do autor para correspondência, bem como e-mails dos demais autores (para eventualidades e confirmação de endereço para envio do fascículo impresso);

d) siglas e abreviações dos nomes de instituições, ao aparecerem pela primeira vez no trabalho, serão colocadas entre parênteses e precedidas do nome por extenso;

e) citações bibliográficas serão feitas pelo sistema “autor e ano”; trabalhos de até três autores serão citados pelos nomes dos três, e com mais de três, pelo nome do primeiro, seguido de “et al.”, mais o ano; se dois trabalhos não se distinguirem por esses elementos, a diferenciação será feita através do acréscimo de letras minúsculas ao ano, em ambos. Trabalhos não consultados na íntegra pelo(s) autor(es), devem ser diferenciados, colocando-se no final da respectiva referência, “(Resumo)” ou “(Apud Fulano e o ano.)”; a referência do trabalho que serviu de fonte, será incluída na lista uma só vez. A menção de comunicação pessoal e de dados não publicados é feita no texto somente com citação de Nome e Ano, colocando-se na lista das Referências dados adicionais, como a Instituição de origem do(s) autor(es). Nas citações de trabalhos colocados entre parênteses, não se usará vírgula entre o nome do autor e o ano, nem ponto-e-vírgula após cada ano; a separação entre trabalhos, nesse caso, se fará apenas por vírgulas, exemplo: (Christian & Tryphonas 1971, Priester & Haves 1974, Lemos et al. 2004, Krametter- Froetcher et. al. 2007);

f) a Lista das REFERÊNCIAS deverá ser apresentada isenta do uso de caixa alta, com os nomes científicos em itálico (grifo), e sempre em conformidade com o padrão adotado nos últimos fascículos da revista, inclusive quanto à ordenação de seus vários elementos.

3. As Figuras (gráficos, desenhos, mapas ou fotografias) originais devem ser preferencialmente enviadas por via eletrônica. Quando as fotos forem obtidas través de câmeras digitais (com extensão “jpg”), os arquivos deverão ser enviados como obtidos (sem tratamento ou alterações). Quando obtidas em papel ou outro suporte, deverão ser anexadas ao trabalho, mesmo se escaneadas pelo autor. Nesse caso, cada Figura será identificada na margem ou no verso, a traço leve de lápis, pelo respectivo número e o nome do autor; havendo possibilidade de dúvida, deve ser indicada a parte inferior da figura pela palavra “pé”. Os gráficos devem ser produzidos em 2D, com colunas em branco, cinza e preto, sem fundo e sem linhas. A chave das convenções adotadas será incluída preferentemente, na área da Figura; evitar-se-á o uso de título ao alto da figura. Fotografias deverão ser apresentadas preferentemente em preto e branco, em papel brilhante, ou em diapositivos (“slides”). Para evitar danos por grampos, desenhos e fotografias deverão ser colocados em envelope. Na versão online, fotos e gráficos poderão ser publicados em cores; na versão impressa, somente quando a cor for elemento primordial a impressão das figuras poderá ser em cores.

4. As legendas explicativas das Figuras conterão informações suficientes para que estas sejam compreensíveis, (até certo ponto autoexplicatívas, com independência do texto) e serão apresentadas no final do trabalho.

5. Os Quadros deverão ser explicativos por si mesmos e colocados no final do texto. Cada um terá seu título completo e será caracterizado por dois traços longos, um acima e outro abaixo do cabeçalho das colunas; entre esses dois traços poderá haver outros mais curtos, para grupamento de colunas. Não há traços verticais. Os sinais de chamada serão alfabéticos, recomeçando, se possível, com “a” em cada Quadro; as notas serão lançadas logo abaixo do Quadro respectivo, do qual serão separadas por um traço curto à esquerda.

Trabalho ...

Prevalência do Vírus da Diarreia Viral Bovina em bovinos

leiteiros da raça Holandesa, no Estado do Paraná

1

Daniella Sponchiado*2; Bianca P. Santarosa2; Andreza A. da Silva3; Edviges M. Pituco4; Maira S.N. Martins4; Vivian S.C Pinto4; Ivan R. Barros Filho5; Roberto C. Gonçalves2

ABSTRACT.- Sponchiado D., Santarosa B.P., Silva A.A., Pituco E.M., Martins M.S.N., Pinto V.S.C.,

Barros Filho I.R. & Gonçalves R.C. 2014. [Prevalence of Bovine Viral Diarrhea Virus in dairy

cattle of Holstein, in Paraná state.] Prevalência do Vírus da Diarreia Viral Bovina em bovinos da

raça Holandesa, no Estado do Paraná. Pesquisa Veterinária Brasileira 00(0):00-00. Departamento de Clínica Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu. Distrito de Rubião Júnior s/n, Botucatu, SP 18618-970, Brazil. E-mail: dsponchiado@yahoo.com.br

The Bovine Viral Diarrhea Virus (BVDV) is widespread in Brazil. Considering the importance of the disease, a serological survey of BVDV was performed in Holstein Black and White cattle created in Paraná state. 714 blood samples were collected by jugular vein puncture of unvaccinated animals for the agent studied, with more than six months of age, from 26 dairy farms, distributed in 17 municipal districts from four regions (Southwest, West, East Central and other regions). Alongside the collection, it was used a questionnaire for each property studied in order to assess the risk factors associated with viruses examined. The serum samples were subjected to the diagnosis test of virus neutralization at the Laboratory of Viral Diseases of Cattle of the Biological Institute of São Paulo. Results were classified as positive for BVDV when titles were equal to or more than 1:10. Of the samples analyzed, 35.8% (256/714) were positive and 88.5% (23/26) of the properties, had title for BVDV. Considering the risk factors for viral dissemination were analyzed: type of management adopted - 15.11% (13/86) of seropositivity in animals reared extensively, 30% (158/527) in cattle reared in semi-intensive way and 84.15% (85/101) in intensive way; age - animals from seven to 24 months of age 28.03% (67/239) were seropositive, with 25 to 48 months of age 41.05% (78/190) were positive; those over 48 months showed 38.94% (111/285) of positivity; number of animals - properties with up to 50 animals showed 20.48% (17/83) of seropositivity, between 51 and 100 animals showed 25.05% (115/459) of seropositity, and properties with more than 100 animals showed 72.09% (124/172) of seropositivity. After logistic regression analysis, risk factors associated with BVDV were: cattle older than 48 months (OR = 4.407; 95% CI 2.456 to 7.906), Southwest region (OR = 52.388; 95% CI 4.629 to 5892.873) semi- intensive production system (OR = 1.333; 95% CI 0.261 to 6.815), property with number less than or equal to 50 animals (OR = 16.682; 95% CI 3.218 to 86.481), incoming cattle percentage higher than 10% (OR = 17.56; 95% CI 7.613 to 40.506) and sharing of pasture with neighbors (OR = 9.148; 95% CI 3.751 to 22.310). From the observation of the risk factors and the prevalence of the virus in herds, prevention and control measures can be taken to avoid losses in dairy cattle in the state. INDEX TERMS: respiratory diseases, dairy cattle, Bovine Viral Diarrhea, virus neutralization.

RESUMO.- O vírus da Diarreia Viral Bovina (BVDV) está amplamente disseminado no Brasil.

Considerando a importância da enfermidade, realizou-se a prevalência do BVDV em bovinos da raça

1Recebido em ... Aceito para publicação em ... Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor.

2Departamento de Clínica Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Botucatu, Distrito de Rubião Júnior s/n, Botucatu, SP 18618-970, Brasil. *Autor para correspondência: dsponchiado@yahoo.com.br

3Departamento de Medicina e Cirurgia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Campus Seropédica, RJ 23890-000 Brasil.

4Laboratório de Viroses de Bovídeos do Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal, São Paulo, SP 04014-002 Brasil.

5Departamento de Medicina Veterinária, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Campus Curitiba, PR 80035-050 Brasil.

Holandesa variedade Preta e Branca criados no estado do Paraná. Colheram-se 714 amostras de sangue pela punção da veia jugular de animais não vacinados para o agente estudado, com mais de seis meses de idade, de 26 propriedades leiteiras, distribuídas em 17 municípios paranaenses pertencentes a quatro regiões (Sudoeste, Oeste, Centro Oriental e demais regiões). Paralelamente à colheita, aplicou-se um questionário em cada propriedade estudada, com a finalidade de avaliar os fatores de risco associados ao vírus examinado. As amostras sorológicas foram submetidas ao teste de diagnóstico de virusneutralização no Laboratório de Viroses de Bovinos do Instituto Biológico de São Paulo. Os resultados foram classificados como positivos para BVDV quando os títulos foram iguais ou maiores que 1:10. Das amostras analisadas, 35,8% (256/714) foram positivas e, 88,5% (23/26) das propriedades, apresentavam título para BVDV. Considerando-se os fatores de risco para a disseminação viral analisou-se: tipo de manejo adotado - 15,11% (13/86) de soropositividade em animais criados de forma extensiva, 30% (158/527) em bovinos criados em semi-intensiva e 84,15% (85/101) em intensiva; idade - animais de sete a 24 meses 28,03% (67/239) foram sororreagentes, os de 25 a 48 meses 41,05% (78/190) foram positivos; os acima de 48 meses tiveram 38,94% (111/285) de positividade; número de animais - propriedades com até 50 bovinos apresentaram 20,48%% (17/83) de soropositividade, entre 51 a 100 animais 25,05% (115/459) foram positivos, com mais de 100 animais 72,09% (124/172) de sororreagentes. Após análise de regressão logística os fatores de risco associados ao BVDV foram: bovinos com idade maior que 48 meses (OR=4,407; IC95% 2,456 – 7,906), região Sudoeste (OR=52,388; IC95% 4,629 – 5892,873), sistema de produção semi-intensivo (OR=1,333; IC95% 0,261 – 6,815), propriedade com número de animais menor ou igual a 50 bovinos (OR=16,682; IC95% 3,218 – 86,481), percentual de entrada maior que 10% de bovinos (OR=17,56; IC95% 7,613 – 40,506) e compartilhamento de pasto com os vizinhos (OR=9,148; IC95% 3,751 – 22,310). A partir da observação dos fatores de risco e a prevalência do vírus nos rebanhos medidas de prevenção e controle podem ser adotadas para evitar perdas na bovinocultura leiteira do estado. TERMOS DE INDEXAÇÃO: doenças respiratórias, gado de leite, Diarreia Viral Bovina, virusneutralização.

INTRODUÇÃO

O Paraná se destaca no cenário nacional pela produção de 3.597.775.000 litros/ano de leite, o que corresponde a 11,7 % da produção brasileira. O estado é o terceiro com maior produção no Brasil (IBGE 2010), onde as propriedades são heterogêneas, porém 51% dos animais dos rebanhos possuem características da raça Holandesa (IPARDES 2008).

Dentre os problemas enfrentados pelos produtores leiteiros no mundo destacam-se atualmente as enfermidades respiratórias, responsáveis por perdas econômicas relacionadas à diminuição da produção, retardo do crescimento, diminuição da conversão alimentar e morte dos animais acometidos (NASS 2006).

As doenças respiratórias causam alto índice de morbidade entre os bovinos (Farshid et al. 2002, Snowder et al. 2006). A frequente exposição do sistema respiratório às variações climáticas, agentes irritativos e microrganismos patogênicos somados às particularidades do trato respiratório dos bovinos predispõem esta espécie às doenças inflamatórias pulmonares (Mosier 1997). Dentre as principais doenças infecciosas, que acometem o sistema respiratório, as pneumonias são as principais causas de morte em bovinos de até um ano de idade (Assis-Brasil et al. 2013). Os agentes virais são de importância crucial nas doenças respiratórias dos bovinos. Na maioria das vezes, os vírus iniciam a infecção rompendo barreiras, atuam na imunossupressão do indivíduo acometido, facilitando assim, a entrada de agentes oportunistas como as bactérias (Martin e Bohac 1986).

De maneira geral o rebanho leiteiro apresenta maior frequência de doenças respiratórias que o rebanho de corte, uma vez que a forma de manejo pode facilitar a transmissão dos agentes infecciosos (Houe 1999). Sistemas de produção mais intensivos adotados em propriedades com alta tecnologia, com maior lotação por metro quadrado, falta de ventilação e outros agentes predisponentes, permitem maior exposição aos agentes determinantes às afecções respiratórias. O aumento na concentração de ureia no ambiente pode lesionar o epitélio respiratório, facilitando a entrada de vírus e/ou bactéria, por exemplo (Rebhun 2000).

Com os esforços da Defesa Sanitária do Estado do Paraná no controle e erradicação da Febre Aftosa para alcançar o status de “Área Livre sem Vacinação” e exigências sanitárias internacionais crescentes, ressalta-se a importância do controle das afecções como Diarreia Viral Bovina e Rinotraqueíte Infecciosa. O Vírus da Diarreia Viral Bovina (BVDV) se manifesta de várias

formas clínicas: subclínica, infecções respiratórias, gastroenterite, alterações cutâneas, trombocitopenia e hemorragias, problemas reprodutivos (retorno de cio, nascimento de bezerros fracos, malformações congênitas e natimortos) e, a forma altamente fatal que ocorre principalmente em animais persistentemente infectados (PI), que é a afecção denominada Doença das Mucosas (DM) (Ramsey e Chivers 1956, Baker 1995, Flores et al. 2005).

O primeiro relato da DM no Brasil foi no Estado de São Paulo, descrito por Correa et al. (1968). Após seis anos, o vírus foi isolado inicialmente em bezerros, no Rio Grande do Sul (Vigor, 1974). No estado do Paraná a prevalência viral fica em torno de 50 a 73% das amostras estudadas (Médici et al. 2000a, Biogenisis-Bagó, 2008). No sudeste, a prevalência varia de 35,9% a 86,4% (Langoni et al. 1995, Alexandrino et al. 2011). Pituco e Del Fava (1998), após analisarem 4065 soros bovinos provenientes de animais com quadro reprodutivo, determinaram que 47,7% das amostras foram reagentes ao teste diagnóstico. Na maioria dos estudos existentes no Brasil a forma reprodutiva da doença estava envolvida (Pituco e Del Fava 1998, Guimarães et al. 2000, Brito et al. 2002, Biogenisis-Bagó 2008, Chaves et al. 2010), porém é importante ressaltar que o BVDV é um dos agentes causadores de afecções respiratórias responsáveis por grandes perdas econômicas no mundo (Valarcher e Hägglund 2006).

Diversos fatores de risco estão associados às doenças virais respiratórias como tamanho do rebanho, introdução de animais sem exame prévio, idade dos animais, tipo de manejo, densidade populacional, associações com outros vírus, altitude, assistência técnica e compra de touros (Dias et al. 2008, Carbonero et al. 2011, Bezerra et al. 2012, Chaves et al. 2012).

Levando-se em conta o destaque do estado do Paraná na produção leiteira brasileira, a importância das doenças respiratórias e poucos dados na literatura nacional que correlacionem o BVDV aos possíveis fatores de riscos para disseminação, é de suma importância a realização de estudos envolvendo avaliações sorológicas dos rebanhos de bovinos para verificar a prevalência viral destas doenças respiratórias em bovinos leiteiros, assim como identificar seus fatores de risco. A partir disto, pode-se estabelecer um plano de controle eficiente e prevenir estas afecções, diminuindo as perdas econômicas.

Tendo em vista a grande relevância do estado do Paraná na bovinocultura brasileira, este trabalho teve como objetivo: verificar a prevalência de BVDV em bovinos e em propriedades leiteiras da raça Holandesa variedade Preta e Branca (HPB) no estado do Paraná, assim como a estudar fatores de risco associados a bovinos reagentes para BVDV.

MATERIAL E MÉTODOS Caracterização da área do estudo

O Paraná está localizado na Região Sul do Brasil, entre os paralelos de 22°29’ 30” e 26° 42’ 59” de latitude sul, e entre as longitudes a Oeste de 48° 02’ 24” e 54°37’ 38”, compreendendo uma área de 199.307km2. A temperatura varia de 15 a 24oC com precipitações de 1200 a 3500mm e umidade relativa do ar de 56 a 85%. O Estado pode ser divido em dois tipos de clima, o subtropical e o temperado. O rebanho leiteiro bovino do Paraná é composto por 2.852.264 bovinos e cerca de

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