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TÍTULO AUTOR(ES) PUBLICAÇÃO ANO

Interesse e a Educação: conceito de junção entre a Psicologia e a Pedagogia

Odair Sass

Flavia Roberta Torezin Liba

Imagens da

Educação 2011

A Noção de Interesse em

Projetos de Modelagem

Matemática

Maria Helena Garcia Barbosa Herminio Marcelo de Carvalho Borba

Educação Matemática

Pesquisa

2010

Modelagem Matemática no

Ensino Fundamental: um meio de despertar no estudante o

interesse em aprender

matemática

Maria Salett Biembengut Ana Luisa Fantini Schmitt

Encontro Nacional de

Educação Matemática

Édouard Claparède (1873-1940):

interesse, afetividade e

inteligência na concepção da psicologia funcional

Lílian Erichsen Nassif Regina Helena de Freitas

Campos

Memorandum 2005

Fonte: Machado (2012).

a) Interesse e a Educação: conceito de junção entre a Psicologia e a

Pedagogia

O texto é um artigo de autoria de Odair Sass e Flavia Roberta Torezin Liba, publicado em 2011 pela Revista Imagens da Educação, de Maringá (PR). Tem como objetivo discutir as principais noções de interesse difundidas no Brasil segundo os pesquisadores Johan Friedrich Herbart, John Dewey, Édoaurd Claparède, Ovide Decroly, Edward Lee Thorndike e Albert Gates.

Os autores limitaram-se ao conceito de interesse em cinco livros dos pesquisadores de que se valem e que se constiutem nos mais referenciados nas produções literárias da área.

Sass e Liba relatam que o conceito de interesse, com base no panorama apresentado, é visto como um componente da relação do indivíduo com o objeto levando em conta diferentes interpretações. Para Herbart, o foco da relação está no objeto, isto é, o interesse é externo ao sujeito, gerado por uma relação passiva. Em contrapartida, para Dewey, a relação é um ato social, no qual o interesse é verdadeiro quando o indivíduo, no decorrer de uma ação, concientiza-se de si pela relação com o meio. Isso equivale a conferir um papel ativo do sujeito à manifestação do interesse. Já para Claparède, o interesse é estabelecido por uma necessidade, sendo essencialmente um ato natural. As necessidades e desejos que conduzem o sujeito na ação são subjetivas. Para Decroly, o interesse também está relacionado às necesidades, não consideradas apenas biologicamente, mas também em relação ao meio ambiente, social e físico. Thorndike e Gates admitem interesse como a facilidade de o estudante se estimular nas atividades de aprendizagem, o que representa outra forma de ver a relação entre indivíduo e objeto.

Ressaltam a importância de recuperar o conceito de interesse, mostrando a diversidade no campo pedagógico apresentada nas bibliografias, a fim de “retroagir ao passado pode orientar, mediante à busca racional fundamentada na ciência, a continuar investigando as nossas ações presentes” (SASS; LIBA, 2011, p. 45).

b) A Noção de Interesse em Projetos de Modelagem Matemática

Trata-se de artigo de autoria de Maria Helena Garcia Barbosa Herminio e Marcelo de Carvalho Borba publicado em 2010 pela Revista Educação Matemática Pesquisa de São Paulo. Ele esboça um quadro teórico da noção de interesse conforme os trabalhos de Dewey e Schutz.

Os autores participam do Grupo de Pesquisa em Informática, outras Mídias e Educação Matemática (GPIMEM). Nele são desenvolvidos estudos sobre tecnologias da informação e comunicação com enfoque pedagógico em modelagem matemática. Fazendo coro a outros pesquisadores, relatam a importância do estudante fazer parte da escolha do tema em um trabalho com modelagem.

Na revisão de literatura, que tem por base os anais do V CNMEM, X e XI EBRAPEM, é apresentada a forma como os pesquisadores na área de modelagem concebem o interesse.

No estudo sobre a noção do interesse, com base nas experiências vivenciadas no GPIMEM, em meio à teoria de Dewey e Schutz, são apresentados relatos de uma atividade de modelagem realizada com grupos de estudantes do curso de matemática aplicada da Biologia, da UNESP de Rio Claro/SP. Com os relatos, pôde-se identificar pontos da teoria, tais como interesse direto, indireto e transferido e o verdadeiro interesse.

Segundo Herminio e Borba, o fato de se ter oferecido ao estudante o direito de escolha do tema está permitindo que ele possa decidir sobre parte do currículo a ser estudado será feito de acordo com seu interesse. Dá direito e responsabilidade de envolver-se nessa questão, fazendo com que o estudante seja parceiro de sua própria educação.

c) Modelagem Matemática no Ensino Fundamental: um meio de despertar no

estudante o interesse em aprender matemática

O artigo de autoria de Maria Salett Biembengut e Ana Luisa Fantini Schmitt foi publicado em 2010 na publicação resultante do X Encontro Nacional de Educação Matemática (ENEM) em Salvador (BA). Apresenta os resultados parciais de uma pesquisa que integrará uma dissertação de mestrado e tem como objetivo analisar o

interesse de estudantes do Ensino Fundamental em aprender matemática por meio de Modelagem Matemática.

As autoras organizaram a pesquisa em duas fases: umade preparação e aplicação das atividades, e outra de análise dos dados. Na primeira fase, a proposta didática era o modelo da construção de um estacionamento. Fora desenvolvido com um grupo de 50 estudantes do 6o ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal em Gaspar (SC), no ano de 2009. O tema foi escolhido considerando o fato de na escola não haver um estacionamento. Na segunda fase, ocorreu a análise da pesquisa por meio da teoria do interesse de Herbart.

Biembengut e Schimitt relatam que eram estudantes dispersos e agitados. Em torno de 20% dos estudantes demonstraram interesse em aprender os conteúdos necessários para a resolução do problema proposto. Os demais permaneceram sem interesse em aprender matemática, pois não sentiam necessidade em resolver o problema do estacionamento da escola.

Concluem o trabalho ressaltando o crescimento da Modelagem e Aplicações como método de ensino e aprendizagem no mundo. Destacam que, no Brasil, as leis de ensino enaltecem que o interesse deve ser despertado no estudante e que, dentre as estratégias a serem utilizadas, encontra-se a Modelagem Matemática. Logo, verificaram que o método de ensino empregado “pode contribuir para despertar o interesse nos estudantes em aprender matemática, partindo de um tema que lhes seja atraente, tendo em vista a sua aprendizagem”.

d) Édouard Claparède (1873-1940): interesse, afetividade e inteligência na

concepção da psicologia funcional

O artigo de autoria de Lílian Erichsen Nassif e Regina Helena de Freitas Campos foi publicado em 2005 na Revista Memorandum, de Belo Horizonte (MG). Ele apresenta uma investigação sobre os conceitos de necessidade, interesse, afetividade e inteligência em textos de Édouard Claparède.

Como recurso metodológico, foi desenvolvida uma pesquisa conceitual que focaliza a lógica interna da produção intelectual do autor e analisa a dinâmica das interações que orientam a elaboração de conceitos relevantes. Os textos de Claparède analisados são do período de 1905 a 1938.

Segundo Nassif e Campos, o saber nada mais é que um instrumento de adaptação, o qual deve ser adquirido por meio, quando houver uma necessidade. Mas, para que esta última seja satisfeita, ela mesma é quem faz surgir o interesse e a afetividade, os quais conduzirão à ação adequada.

As autoras descrevem que a necessidade de brincar permite reconciliar a escola com a vida, proporcionando ao estudante o interesse pela atividade escolar. É a partir de uma necessidade que se cria o interesse, e o jogo é a chave mestra desse processo, se constitui num meio de despertar o interesse.

O trabalho lembra o questionamento de Claparède: “como estimular o interesse e fazer do trabalho, do aprendizado, algo prazeroso? Através da Educação Funcional, e utilizando-nos do jogo, que é um recurso precioso para este fim” (NASSIF; CAMPOS, 2005, p. 102).

2.3.3 TESES E DISSERTAÇÕES: MODELAGEM MATEMÁTICA