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As ações voltadas à formação continuada e avaliação dos professores

3. O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO

3.3 As ações voltadas à formação continuada e avaliação dos professores

A responsabilidade formadora do Coordenador Pedagógico está pautada na formação continuada dos profissionais da escola, devendo ainda estar aberta ao saber adquirido no dia- a- dia, que deve ser refletido e incorporado ao desenvolvimento pedagógico dos educadores.

Tardif (2002, p.11) argumenta que se pode falar em saber sem relacioná-lo com os condicionantes e com o contexto de trabalho, pois “o saber é sempre o saber de alguém que trabalha alguma coisa no intuito de realizar um objetivo qualquer”. Segundo o autor, no que se refere ao saber dos docentes, suas reflexões podem ser adaptadas dentro do contexto de trabalho do coordenador pedagógico, que também é um docente e desenvolve suas atividades junto com os professores, com o propósito bem claro de favorecer o processo de ensino e promover a aprendizagem no espaço escolar.

É mediante essas concepções que pensamos a gestão da formação continuada dos professores. O educador é o profissional que lida diretamente com a formação da consciência do ser humano. Discutir sobre desenvolvimento profissional nos remete de imediato à formação dos profissionais da educação. A formação de professores envolve o uso habitual da termologia formação inicial e formação continuada.

A formação dos profissionais da educação encontra-se basicamente amparada legalmente na LDB N° 9394/96 (BRASIL, 1996), título VI “Dos Profissionais da Educação”, embora também seja feita referência nos artigos 13 (incumbências dos docentes), artigo 14 (gestão democrática do ensino público) e no artigo 87 (professores com nível médio só até o fim da década da educação). A formação continuada deve explorar o potencial criativo e expressivo do professor.

De acordo com a Coordenadora Pedagógica, o trabalho de formação continuada na rede de ensino municipal de Engenho Velho teve início no ano de 2002 com todos os professores. Ela relata que esse trabalho proporcionou mudanças no agir pedagógico. Mudanças essas decorrentes da participação no grupo de estudo, repercutindo no relacionamento professor-aluno, na abordagem dos conteúdos e no sistema de avaliação.

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Mesmo havendo pouco interesse da sociedade em relação à educação, a escola, professores devem lutar e responder pela qualidade da educação. Acreditamos que esta qualidade passa, primeiramente, pela revisão da formação do professor, a qual deve ter ênfase em fatores de caráter ético, moral, político, histórico e filosófico.

Sabe-se que a educação caracteriza-se por um processo planejado e intencional que implica na formação da consciência do ser humano e, consequentemente, na sua maneira de ser e agir e a compreensão da sociedade em que está inserido (SUDBRACK, 2004).

Podemos dizer, então, que pretendemos a formação continuada como um processo educativo formativo, dinâmico, que envolva toda a existência do profissional da educação. Através desse processo vai aperfeiçoando sua formação inicial, que recebeu as exigências de seu agir profissional, e de seu desenvolvimento pessoal. Nunca é demais enfatizar que a formação continuada é uma necessidade primordial, uma medida que se aplica sobre uma competente formação inicial. Essa reflexão é válida para qualquer profissional da educação no aperfeiçoamento de sua ação docente ou de sua ação de gestão educacional (SUDBRACK, 2004).

Essa formação continuada deve proporcionar ao professor um repensar de sua prática em sala de aula. Um professor com verdadeira formação profissional precisa estar constantemente atualizado, para nunca se perder no tempo. Deve ler, discutir, pesquisar, refletir sobre suas práticas e problemas da vida social e econômica do país (SUDBRACK, 2004).

Após a Coordenadora Pedagógica ter feito uma análise e discussão das informações obtidas através dos múltiplos depoimentos dos participantes do grupo de estudos continuados, passo a fazer algumas considerações gerais sobre os mesmos, à luz dos fundamentos teóricos que embasam este trabalho.

Como é notório, em cada manifestação dos professores que estiveram envolvidos nesse grupo de estudos, a busca de um melhor profissional, em vista de uma atuação pedagógica que seja útil aos interesses dos estudantes é razão principal que move os professores municipais a participarem dos encontros de grupo.

A insuficiência de conhecimentos e a inadequação das escolas e cursos de licenciatura ainda repercutem na ação pedagógica de muitos professores. Apesar do atual esforço em melhorar os recursos de formação, faz dos grupos de estudos de formação contínua uma necessidade.

A mudança na ação pedagógica decorrente da participação na formação continuada poderá repercutir no relacionamento professor-aluno, na abordagem dos conteúdos e no sistema de avaliação.

Muitas vezes os docentes não investem o tempo suficiente na participação e no dialogo com os alunos, preferindo abordar rapidamente todos os conteúdos listados nos programas, pois, em função desta pressa de vencer conteúdos, ficam calados, escondendo e omitindo perguntas importantes tanto dos professores quanto dos alunos. Comprometendo desta forma o ensino e aprendizagem do aluno. O ânimo despertado pela participação nos cursos de formação continuada desenvolvida pela Escola faz com que este se constitua em um foco irradiador de mudanças educacionais, desenvolvendo a formação, não só dos professores diretamente, através da ação multiplicadora que ocorre na Escola envolvida.

A formação continuada do professor é bastante complexa e abrange diferentes dimensões políticas, administrativa, e concepções pedagógicas, didáticas e filosóficas, isto é, exige uma formação contínua e aprofundada, o que deve ser feito no decorrer da vida profissional de cada um de nós, enquanto profissional da docência, a formação tanto inicial como continuada é fundamental.

Portanto, é preciso entender a formação do professor como um processo contínuo, um processo de desenvolvimento que ocorre durante toda a vida. É bom salientar a importância da qualidade da formação de professores, tanto a inicial como a continuada, para que lhe sejam proporcionadas novas reflexões sobre a sua ação pedagógica diária, que levarão o professor a teorização sobre a prática desenvolvida, construindo novas práticas.

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