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4. O ATELIÊ DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DA UFPEL

4.6 As atuais condições das obras restauradas

Para a análise das atuais condições das obras restauradas pelo Ateliê da UFPel foram elaboradas novas fichas de diagnóstico subdivididas em setores, sendo estes: o primeiro com a identificação da obra, conforme registro no arquivo do MALG; o segundo com as informações do processo de restauro, conforme as fichas de diagnóstico do Ateliê e as anotações dos cadernos e avulsas; e o último com o registro das atuais condições das obras restauradas após análise visual. A figura 46 exemplifica a nova ficha de diagnóstico utilizada.

Informações

Título: Data:

Autor: Nº Inventário:

Dados sobre o autor:

Professor: Procedência:

Premiação:

Data entrada no ateliê: Data trabalho concluído:

Dimensões: Técnica:

Diagnóstico, conservação e restauro na década de 1980

Suporte: Base de preparação:

Camada pictórica Verniz:

Bastidor:

Tratamento:

Suporte:

Limpeza: Planificação:

Reentelamento: Remendos:

Nivelamento: Camada pictórica:

Verniz: Bastidor:

Observações da documentação do ateliê:

Estado de conservação em 2015

Figura 46- Novo modelo de ficha diagnóstico. Fonte: Autora, 2015.

As novas fichas de diagnóstico das obras restauradas encontram-se disponibilizadas no CD intitulado “Fichas diagnóstico do acervo pictórico da UFPel restaurado na década de 1980”, anexo a esta dissertação. Estas contêm informações sobre as coleções Escola de Belas Artes de Pelotas, Faustino Trápaga, João Gomes de Mello e Século XX. As informações da Coleção Leopoldo Gotuzzo constam também no CD, porém em forma textualizada, tendo em vista que são originárias do Trabalho de Conclusão da autora desta dissertação. A figura 47 mostra o exemplo de uma das fichas preenchidas após análise da documentação e análise visual do estado de conservação atual, da pintura intitulada “Barco em repouso” de 1962, de autoria da aluna da EBA Eloísa Fianca de Gonella.

Informações

Título: Barco em Repouso Data: 1962

Autor: Eloísa Fianca de Gonella Nº Inventário: 23/2011 Dados sobre o autor: Professora de Educação Física no Instituto de Educação Assis Brasil.

Professor: Nestor Marques Rodrigues Procedência: EBA/DAV/ILA Premiação: 1º lugar no Prêmio estímulo às Artes em 15/12/1962 na EBA, rua Andrade Neves nº 657.

Dimensões: 0,38 x 0,46 cm (A x L) Técnica:

Diagnóstico, conservação e restauro na década de 1980

Suporte: Algodão; três ondulações; dois furos na lateral direita central e na esquerda; perdas pontuais na árvore à esquerda; craquelês generalizados no céu; mofo; sujidades; marcas do bastidor.

Base de preparação: Alvaiade; caseira. Camada pictórica: Fina; craquelê na parte central na cor azul; perdas à

esquerda na árvore; craquelês pontuais no céu Verniz: Não. Bastidor: Necessitando reparos; sem chanfro.

Pátina: não

Tratamento:

Suporte: Retirada do bastidor em 13/08/1985.

Limpeza: 1-Em 14/08/1985 realizada limpeza do verso com Nafta. 2- Limpeza da camada pictórica com água destilada e Álcool. 3-Limpeza com Alúmen.

Planificação: Aplicação de Alúmen pelo verso em 14/08/1985. Nova aplicação em 19/08/1985.

Reentelamento: - Remendos: -

Nivelamento: Com gesso Camada pictórica: -

Verniz: Aplicação de verniz Dammar final.

Bastidor: Realizado chanfro, tratado contra insetos com Jimo Cupim e reforçado os cantos em 20/08/1985. Observações e imagens da documentação do ateliê: 1- A pintura foi feita em tela reutilizada, pelo verso é possível verificar figura anterior; 2-Aguardando Beva para tratamento dos craquelês.

Estado de conservação em 2015

Suporte com marcas e manchas pelo verso; remendo na lateral esquerda conforme mostra a figura 1; ondulação da camada pictórica deixando à mostra o rasgo remendado conforme mostra a figura 2; marcas do antigo bastidor; camada pictórica com craquelês.

Figura 47- Nova ficha de diagnóstico da pintura intitulada “Barco em repouso” de 1962, da aluna da EBA Eloísa Fianca de Gonella.

Fonte: Autora, 2015.

Figura 1- Remendo pelo verso. Fonte: Autora, 2015.

Figura 2- Marca e ondulação do suporte e da camada pictórica onde há remendo pelo verso, deixando à mostra antigo rasgo.

O preenchimento das novas fichas permitiu o registro completo das obras, tendo em vista que foram usadas as informações das fichas antigas e as anotações dos cadernos e as anotações avulsas. Este novo registro é fundamental para a preservação das informações sobre as obras restauradas na década de 1980 porque muitas das fichas antigas e das anotações já apresentam amarelecimento do papel e perdas na escrita, dificultando o entendimento das informações. Além disto, esta prática possibilitou o registro das condições atuais das obras restauradas no tocante a identificação dos danos e ao acondicionamento.

Resumidamente, na análise visual dos danos atuais nas obras restauradas, identificou-se a presença de sujidades e de resíduos de ataque de insetos. As pinturas da Coleção EBA apresentavam o suporte com bordas desfiadas, manchas e furos causados por pregos enferrujados, além de não estarem estiradas adequadamente, pois a maioria está estirada em bastidor através do uso de prego e não de grampos inoxidáveis. Quanto ao estiramento, este está sem a devida tensão, o que pode causar danos e perdas na camada pictórica. As pinturas que não estão emolduradas apresentam perdas e bordas da camada pictórica desgastadas.

Quanto às condições de acondicionamento das obras restauradas, percebe- se que o espaço disponibilizado no MALG é insuficiente e pouco ventilado. Neste, as obras não estão acondicionadas corretamente, estando sujeitas a quedas e choques entre elas durante manuseio.

O Ateliê de Conservação e Restauro da UFPel, criado em outubro de 1982, foi reativado em 2014, através da solicitação do professor Lauer Santos e da professora Juliana Angeli quando assumiram a gestão do MALG em outubro de 2013 e solicitaram à reitoria um conservador restaurador para a equipe do museu.

Atualmente, a UFPel também contratou, através de concurso, a museológa, Joana Lizzot para fazer parte da equipe do MALG. Juntamente com o conservador restaurador Fábio Galli, mesmo não tendo o espaço que se faz necessário ao

acervo, estão desenvolvendo melhorias em relação as condições de

acondicionamento na reserva técnica e, consequentemente, atuando, com toda a equipe do museu, na proteção das pinturas do acervo.

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