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Estatística da Variedade Terminológica

MEMÓRIA DA PINACOTECA

4.4 AS CONDIÇÕES DE USO AOS ARQUIVOS PESSOAIS DE ESCRITORES

Tendo em vista que, segundo Lima (2010), o uso dos documentos que constituem os arquivos privados – neste caso, os arquivos pessoais de escritores – é regido pela Lei de Direitos autorais brasileiras, compete à última seção dedicada à análise de dados, apresentar o modo como as instituições públicas que detém arquivos pessoais está possibilitando a utilização e reprodução dos registros que compõem esses acervos. Desse modo, as práticas institucionais

podem ser verificadas de modo geral no APÊNDICE B, bem como de forma detalhada na Tabela 653:

TABELA 6 – Políticas de uso

ENTIDADE PRÁTICAS INSTITUCIONAIS

BIBLIOTECA CENTRAL DA

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – BCE/UnB

De acordo com as informações do Inventário do Fundo Carlos Lacerda, publicado em 1997, a reprodução dos documentos que compõem o acervo é permitida “desde que observadas as normas para a preservação da integridade física das informações e a obrigatoriedade da citação da fonte” (BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 2000).

ARQUIVO PÚBLICO DA CIDADE DE BELO HORIZONTE – APCBH

Segundo as respostas obtidas por meio do questionado enviado, “o Arquivo possui um setor de digitalização para reprodução do nosso acervo, o que evita o manuseio da documentação e amplia o seu acesso. O consulente poderá ter acesso à documentação original na sala de consultas do Arquivo, porém há algumas restrições, que dependem das condições de conservação do documento”.

ACERVO DE ESCRITORES

MINEIROS – AEM

De acordo com as informações respondidas por meio de questionário, para que os pesquisadores possam reproduzir os documentos que pertencem ao AEM é necessário a assinatura de um Termo de Compromisso, que possui diretrizes sobre a responsabilidade pela utilização dos documentos, segundo a legislação vigente. Além disso, o material cedido pelo AEM deve ser utilizado, primordialmente, para fins de pesquisa acadêmica, o que não implica na cessão de direitos autorais, de imagem e quaisquer outros direitos que possam incidir sobre seu uso. Por fim, nos casos em que houver a publicação dos registros, os direitos sobre os documentos, imagens e textos deverão ser negociados diretamente com os herdeiros dos titulares dos acervos.

53 Algumas instituições não responderam ao questionário, responderam de forma incompleta e/ou não foram localizadas informações relacionadas às formas de uso e reprodução dos documentos de arquivos pessoais de escritores nas seguintes entidades: Arquivo Público do Distrito Federal – ArPDF, Centro de Memória da Bahia, Núcleo de Arquivos Históricos Pessoais e Institucionais da UFBA, Arquivo Público Mineiro, Arquivo Público de Pernambuco, Centro de Documentação e Memória da Pinacoteca, Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, Centro de Cidadania Barbosa Lima Sobrinho, Casa de Oswaldo Cruz, Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.

ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO - APE

Segundo resposta obtida por meio de questionário,

“o APE tem adotado como regra a

condição de assinatura de termo de responsabilidade pelo pesquisador para que se tenha acesso e reproduza documentos de cunho pessoal ou que detenham direitos autorais ou de imagem”.

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E MEMÓRIA DA UNESP - CEDEM

De acordo com as informações coletadas junto ao questionário respondido pelo CEDEM, a instituição dispõe de um Termo de Utilização dos seus documentos. Segundo a normativa, nos casos em que houver a reprodução dos registros, o interessado deverá citar e referenciar que os respectivos originais pertencem ao CEDEM. Além disso, as autorizações relativas aos direitos autorais, morais e de imagem, quando pertinentes, deverão ser solicitadas diretamente aos titulares dos acervos.

ARQUIVO HISTÓRICO DO

MUSEU DA REPÚBLICA

Segundo as informações do Guia de Coleções da entidade, a reprodução dos documentos que compõem o acervo de Machado de Assis é permitida mediante autorização por escrito da direção do Museu da República (ARQUIVO HISTÓRICO DO MUSEU DA REPÚBICA, 2018).

INSTITUTO DE ESTUDOS

BRASILEIROS

Segundo informações coletadas junto ao portal da instituição, os “pedidos de reprodução de documentos deverão ser enviados ao e-mail do Arquivo e serão analisados item a item a partir das tipologias documentais presentes no Arquivo IEB, seguindo a legislação brasileira vigente” (INSTITUTO DE ESTUDOS BRASILEIROS, 2018).

ARQUIVO-MUSEU DE

LITERATURA BRASILEIRA DA

FUNDAÇÃO CASA RUI

BARBOSA

De acordo com os documentos institucionais da FCRB, nos casos em que houver a necessidade de reprodução dos documentos que estejam protegidos pela Lei de Direitos Autorais, o interessado deverá solicitar a autorização para os titulares dos arquivos (FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA, 2015). Os documentos que compõem os arquivos pessoais de escritores podem ser reproduzidos, sendo obrigatória a citação da fonte e o respeito às informações coletadas. Ademais, os registros que não se encontram em domínio público necessitam da autorização por escrito dos herdeiros do titular do arquivo, ressalvados os casos de obras raras ou que não estiverem em boas condições físicas, que não podem ser fotocopiadas, mas somente fotografadas ou escaneadas e o caso excepcional do arquivo do

escritor Rodrigo de Souza Leão (1965-2009), em que se observa que “a reprodução de documentos pressupõe a autorização do representante legal da família” (FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA, 2018).

BIBLIOTECA NACIONAL - BN Segundo as normas para reprodução de acervo na Biblioteca Nacional, instituídas por meio da Instrução de Serviço FBN nº 05 de 19/09/2016, o uso de documentos que estejam protegidos pela Lei de Direitos Autorais pode ser feito desde que haja autorização expressa por seus autores ou titulares. Além disso, para a solicitação de reprodução nos laboratórios da BN é necessário que seja preenchido o formulário de Solicitação de Reprodução. Nos casos relacionados ao uso de imagem, o usuário também deverá preencher o Termo de Responsabilidade (BIBLIOTECA NACIONAL, 2016).

ARQUIVO NACIONAL – AN Segundo o portal eletrônico da entidade, a reprodução de documentos é permitida no AN. Para tanto, é necessária a assinatura de um Termo de Utilização do acervo que estabelece que o direito autoral patrimonial que não pertença ao Arquivo Nacional somente pode ser divulgado com autorização do respectivo titular do documento. Ademais, as autorizações relativas a direitos autorais morais e de imagem, quando pertinentes, devem ser solicitadas diretamente aos seus titulares (ARQUIVO NACIONAL, 2018).

Fonte: Elaboração própria com base nos dados obtidos na pesquisa.

A partir do exposto é possível observar a incidência de práticas institucionais que preveem a assinatura de termos de utilização e reprodução dos documentos que compõem os arquivos pessoais de escritores. Dentro desta perspectiva há dois pontos a serem elencados: a) a necessidade que as instituições têm em resguardar-se sobre eventuais abusos que poderão ocorrer relacionados à inviolabilidade dos direitos morais e patrimoniais dos titulares dos arquivos; b) as ações institucionais tem sido desenvolvidas em consonância com a Lei de Direitos Autorais Brasileira, ao estabelecer que as obras que não se encontram em domínio público necessitam de autorização dos titulares para que sejam divulgadas e publicadas, assim como foi apresentado por Lima (2010).

Além disso, percebe-se a transferência física dos arquivos pessoais para as instituições de custódia não significa, primordialmente, que os detentores dos arquivos abdicarão de todos os seus direitos. Especialmente no que se refere aos direitos autorais, conforme afirmado por Duarte (2013) os detentores podem julgar que a divulgação de determinado documento poderia constranger a imagem do titular, o que muitas vezes ocasiona no sigilo dessas informações.