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As Confrarias em Portugal no XVIII Confrarias:

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Datum de Lisboa Coordenadas Mlitares Fonte: Entre outros:

LEAL, Pinho, Portugal Antigo o Moderno. Dkchnàno Geographico...., Lisboa, Livraria Editora de Mattos Moreira e Cardosos, 1882, vol. I-X.

SILVA, Andrade, Collecção Chronológica da Legislação portugueza: Compilada e Anotada 1603-1702, Lisboa, Imprensa de 3. 3. A. Silva, 1854.

IRIA, Alberto, Descobrimentos Portugueses , Lisboa, 1988, vol. I I , tomo I. OLIVEIRA, Eduardo, Elementos para a História do Munkipio de Lisboa

Municipal de Lisboa, Lisboa, 1882, tomo I-XVII.

Carta Administrativa de Portugal (Atlas do Ambiente), escala 1:250.000,

Direcção Geral do Ambiente, 1994.

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fac letras univ porto serv doe informação cartografia 2002

Na Idade Moderna verifica-se, em Portugal, um aumento acentuado do número de confrarias e irmandades de mareantes e pescadores. Nos mapas onde vão cartografadas as confrarias, deve sublinhar-se que, atendemos ao primeiro registo documental que aparece, o qual pode não ser a verdadeira data da fundação das mesmas.

Esta vida esplendorosa das confrarias de mareantes, que por vezes cometiam excessos, começou a sofrer contrariedades. Os reis delas necessitaram no inicio, com a organização da Armada Real, e, por fim, com a sua política de restauração do poder real, as confrarias e irmandades haviam de ficar reduzidas a seus justos limites de associações profissionais. Ainda que, muito superiores em faculdade de governo e jurisdições em relação aos grémios da época.

2. A organização interna da confraria de mareantes e seus sistemas de Previsão Social. O espírito, práticas e costumes, que se verificaram no seio da confraria religioso-assistencial, poderia repetir-se no caso concreto das confrarias de mareantes, pois todas foram ramos de um mesmo tronco. Seus cultos, festividades, cerimónias profanas, práticas funerárias, etc., foram os mesmos, embora, variassem apenas de umas ordenanças a outras. Porém, a confraria de mareantes mostrou-se, desde a sua origem, nos mais remotos tempos, como entidade total e absoluta, que absorveu por completo a vida do marinheiro ou pescador, e a submeteu aos seus postulados e determinações.

Nasceu a confraria como grémio constituído, para isso coadjuvaram as circunstâncias especiais da vida marinheira, que impôs sempre uma solidariedade extraordinária entre todos os seus membros, e, de outra parte, a necessidade de organizar uma autoridade robusta e forte que defendesse os interessados frente aos elementos da natureza, frente ao inimigo interior ou exterior, e evitasse a situação de luta de competências e a disputas entre seus membros ou confrades.

Porque a vida de mareante não se podia fazer sem portos acondicionados e limpos, porque ela mesma impunha um estado de vigilância contínua das costas e portos, e porque esta não se podia realizar sem o respeito mútuo a umas leis de pesca, estes fins ocuparam por completo a confraria de mareantes.

As confrarias ditaram leis de polícia (que apareceram consignadas nos estatutos) para manterem limpos os portos e ordenar as fainas de carga e descarga; elas organizaram as velas ou vigias em todas as atalaias da costa; elas ordenaram a pesca em épocas determinadas do ano; elas estabeleceram, por último, uma disciplina férrea de obediência, frente aos perigos do mar, e uma solidariedade tão extremada, que preferia o sacrifício da vida, a abandonar o companheiro no perigo.

A confraria cumpriu todos estes fins e, para o fazer, precisava duma organização. A autoridade suprema estava nas mãos dos «Mordomos», nome pelo que eram designados em todos os estatutos ou ordenanças. Estes cargos foram electivos e a sua duração era anual. Porém os «Mordomos», nas confrarias de mareantes, tiveram um poder mais absoluto que as autoridades das confrarias gremiais.

Não menos interessante, nos seus estatutos, era o referente ao regime económico. Sociedades de tão amplos fins, e que levavam a Previsão Social até os últimos extremos, necessitavam estar em posse de rendas elevadas. Não é de estranhar, portanto, que as confrarias adoptassem o sistema da contribuição por desconto: de quanto ganhasse ou pescasse, o confrade tinha que entregar, perpetuamente, uma parte. Esta variava de umas confrarias para outras. Porém, constituía geralmente um por cento de todos os ingressos dos sócios. Esta percentagem, juntamente com as penas e multas, constituíam os fundos da confraria.

Os Estatutos das confrarias tinham por hábito ser muito minuciosos e detalhados, pois regulavam não somente o religioso, assistencial ou assuntos de pura organização interna, senão também todas as fainas de pesca, carga e descarga, conserto e limpeza dos portos, etc.

Não menos interessantes eram seus postulados ou regras para os casos de perigo. Os mais experientes nas lides marinheiras tinham por hábito levar sempre um farol ou sinal, para avisar os seus companheiros da eminência de tempestade ou de qualquer outro perigo. A este sinal chamavam "atalaia", e, à sua simples vista, todas as embarcações obedientes enfolavam ao porto. Estava igualmente prescrito o auxílio mútuo nos casos de perigo.

Quanto à Previsão Social, os marinheiros mostraram-se muito mais preocupados que os homens de terra adentro. Quanto maior o risco, maior é o espírito de

previsão, e aqueles homens acostumados às lutas do mar, sabiam bem que, em muitas ocasiões, partiam cheios de vida, por vezes para não mais voltar, deixando desamparados a sua mulher e os seus filhos, e outras, para regressar inválidos, e sumir-se na mais negra e miserável indigência.

Por isso se caracterizam por uma preocupação constante, não só por assegurar-se contra os riscos de doença e morte, mas também, e com especial incidência, contra os de velhice, invalidez, viuvez e orfandade. O auxílio em caso de doença foi prática geral em todas as confrarias de mareantes, que tinham hospital e recebiam os doentes.

As Confrarias e Irmandades dos mareantes e pescadores em Portugal, entre o século XIII e XVIII

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Póvoa Ribeira Grande Açores Funchal M a d e i r a NOTA:

Outras Confrarias foram identificadas mas a sua . .representação cartográfica fia condicionada pela.

escassez de dados nas fontes consultadas.

Número de Confrarias: Confrarias: £\, Espírito Santo Corpo Santo Outras A Projecção de Gauss Elpsade Hayfcrd (Internacional )

DaBjm de Lisboa

Fonte: Entre outros;

LE AL, Pinho, Portugal Artigo e Moderno. Diccionàrio Geographico...., Lisboa, Livraria Editora de Mattos Moreira e Cardosos, 1882, vol. I-X. SILVA, Andrade, Collecção Chmnoíògíca da Legislação portugueza: Compilada e Anotada 1603-1702, Lisboa, Imprensa de X J. A. Silva, 1854. IRIA, Alberto, Descobrimentos Portugueses , Lisboa, 1988, vol. I I , tomo I.

OLIVEIRA, Eduardo, Elementos pam a História do Município de Lisboa , Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa, 1882, tomo I-XVTI.

Carta Administrativa de Portugal {Atlas do Ambiente), escala 1:250.000, Direcção Geral do Ambiente, 1994.

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fac letras unlv porto serv obc Informação cartog-flfla 2002

IV

CONFRARIA DAS ALMAS DO CORPO SANTO

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