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AS CONTRIBUIÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA 

No documento Anais 03 a 06 de novembro de 2014 (páginas 85-90)

ABRIGO Margarida 32 anos Ensino Fundamental Serviços gerais 04 

3.4   AS CONTRIBUIÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA 

Nos  depoimentos  dados,  as  mulheres  entrevistadas  destacam  como  foram  atendidas  durante a denúncia. No caso da Margarida, foi informada, quando estava fazendo o registro do  Boletim de Ocorrência (BO), pela delegada, que eles iriam solicitar a Medida Protetiva (BRASIL,  2006).  Para  Hortência,  ações  tomadas  pela  Delegacia  Geral  do  interior  do  Piauí,  foram:  acompanhamento  até  sua  residência  por  policiais  à  procura  das  armas  que  ele  ficava  a 

 

ameaçando;  registro  do  BO  relatando  que  era  só  uma  briga  simples  entre  marido  e  mulher;  orientaram  a  vítima  a  sair  da  cidade;  deram  um  prazo  muito  longo  para  ela  fazer  o  exame  de  corpo  e  delito.  Para  Tulipa  o  atendimento  foi  considerado  rápido  e  a  delegada  perguntou  se  gostaria de ir para a Casa Abrigo. 

Sobre a visão que têm da Casa, as três mulheres manifestaram que o tratamento dado a  elas  na  Casa  é  bom.  Margarida  foi reticente com  relação  à  convivência,  destacando  que  houve  momentos que não foi tão bom; Hortência ressaltou o fato de não gostar totalmente porque fica  parada.  Nesse  caso,  ela  traz  à  tona  a  falta  de  atividades  que  ocupem  as  mulheres  conforme  preconiza o Protocolo (BRASIL, 2005b) que traz, em seus objetivos, a necessidade da conjugação  das  ações  da  Casa  com Programas  de  emprego  e  renda  e  profissionalização,  visando  ocupar  as  usuárias do serviço. Outro aspecto trazido por Tulipa, considerado como ponto negativo da Casa,  é a demora, em alguns casos, em proporcionar um atendimento e encaminhamentos imediatos à  solução dos problemas enfrentados pelas mulheres.  Por fim, no que respeita as ações articuladas desenvolvidas pela Casa, ainda existe muitas  barreiras, algumas difíceis a serem sanadas, pois a rede de serviços constituída por secretarias,  órgãos e instituições públicas não tem dado a devida prioridade a esse grupo de mulheres que  têm suas vidas mudadas por conta de um ciclo de violência praticado por seus companheiros.     CONSIDERAÇÕES FINAIS  Ao analisar a trajetória de vida das mulheres abrigadas à luz das discussões teóricas e dos  relatos das usuárias, identificaram‐se os motivos que a levaram para a Casa Abrigo, seu percurso  no ciclo da violência e a busca pela ruptura ao buscarem o auxilio especializado de instituições  que compõem a rede de atendimento estadual. Assim, no momento em que as mulheres buscam  romper com o ciclo de violência, elas mostram que almejam sair da posição de objeto e de alvo  constante  de  violência  cometida  pelos  seus  companheiros.  Nesse  sentido  buscam  tornarem  sujeitas  de  suas  próprias  histórias  de  vida.  É  claro  que  estando  abrigadas  na  Casa  Abrigo  seus  direitos,  sobretudo  civis  e  sociais  estão  restritos,  mas  elas  acreditam  que  o  abrigamento  é  um  momento necessário em suas vidas.  

Por  fim,  espera‐se  que  este  estudo  tenha  contribuído  para  a  identificação  dos  limites  e  possibilidades enfrentados pelos serviços oferecidos às mulheres que sofrem violência doméstica  e familiar pelo companheiro. Espera‐se, também, que as instituições de abrigamento, busquem  cada vez mais, maior resolutividade a seus serviços em consonância ao que determina a Lei Maria  da Penha.     REFERÊNCIAS  ALDROVANDI, E. O.C. Nos passos da violência. Capivari: EMI, 1997. ARAÚJO, M. F. Violência e abuso sexual na família. Psicologia em estudo. Maringá, v. 7, n. 2, 2002. ________. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM). Protocolo: orientações e

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  HABITAÇÃO COMO DIREITO: COMO SE INSEREM OS PROFISSIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL NA  POLÍTICA HABITACIONAL  H. O. MARINHO¹; M. K. PINHEIRO²; R. A. de S. RODRIGUES³ 1 Discente do Curso de Bacharelado em Serviço do Instituto Federal do Ceará(IFCE) – Campus Iguatu. Email:   heleysania_marinho@hotmail.com ‐, ²Discente do Curso de Bacharelado em Serviço do Instituto Federal do  Ceará(IFCE) – Campus Iguatu. Email: keile_mp@hotmail.com ‐, ³Discente do Curso de Bacharelado em Serviço do 

Instituto Federal do Ceará(IFCE) – Campus Iguatu. Email: raissaaraujo.r@hotmail.com           RESUMO  

 

O presente texto tem como objetivo analisar a trajetória  da  Política  de  Habitação  no  Brasil,  observando  os  condicionantes  histórico,  econômico  e  social  para  as  Questões Urbana e Agrária se apresentarem como tal na  atualidade.  Além  de  atentar  para  as  políticas  adotadas  nos  últimos  anos  como  forma  de  amenizar  as  questões  postas pela problemática da falta de moradia para uma  grande parcela da população. Considerar o que o Serviço  Social  vem  contribuindo  nessa  discussão,  para  então 

apresentar  e  entender  como  se  dá  o  exercício  profissional  do/a  Assistente  Social  na  perspectiva  da  garantia do direito à Moradia, trazendo uma análise de  como a Política de Habitação está inserida no município  de Iguatu e Juazeiro do Norte, e apontar e entender os  desafios que se apresentam no cotidiano do profissional  em  Serviço  Social.  Além  de  pesquisas  bibliográficas,  contamos com entrevistas com as próprias profissionais.       PALAVRAS‐CHAVE: Política de Habitação; Serviço Social; Assistente Social; Moradia.    HOUSING AS LAW HOW fall SERVICE PROFESSIONALS IN SOCIAL HOUSING POLICY    ABSTRACT 

 

 

This  text  aims  to  analyze  the  trajectory  of  Housing  Policy  in  Brazil,  observing  the  historical,  economic and social conditions for the Urban Issues and  Agrarian  present  themselves  as  such  today.  Besides  attending  to  the  policies  adopted  in  recent  years  as  a  way  to  alleviate  the  issues  raised  by  the  issue  of  homelessness  for  a  large  portion  of  the  population.  Consider  what  social  work  has  contributed  in  this  discussion, and then present and understand how is the 

exercise  of  professional  /  social  worker  in  the  perspective  of  guaranteeing  the  right  to  housing,  bringing an analysis of how housing policy is embedded  in the municipality of Iguatu and Juazeiro, and point and  understand  the  challenges  that  arise  in  the  daily  professional  in  Social  Work.  Apart  from  literature  searches,  we  have  interviews  with  the  professionals  themselves.

 

 

HABITAÇÃO COMO DIREITO: COMO SE INSEREM OS PROFISSIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL NA 

No documento Anais 03 a 06 de novembro de 2014 (páginas 85-90)