• Nenhum resultado encontrado

As contribuições para a Previdência Social

No documento Contagem, Minas Gerais, maio de 2013. (páginas 69-74)

O que é salário de contribuição - entende-se por salário-de-contri-

buição: a) para o empregado e o trabalhador avulso: a remuneração au- ferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos ren- dimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adianta- mentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamen- te prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; b) para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira Profissional e/ou na Car- teira de Trabalho e Previdência Social; c) para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês; d) para o segurado facultativo: o valor por ele declarado.

Observações – integram também o salário-de-contribuição: a) o salá- rio-maternidade; b) a remuneração adicional de férias de que trata o inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal; c) a gratificação natalina - décimo terceiro salário - exceto para o cálculo do salário-de-benefício, sendo de- vida a contribuição quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho; nesse caso a contribuição incidirá sobre o valor bruto da gratificação, sem compensação dos adiantamentos pagos, mediante aplicação, em separado, dos percentuais de contribuição; d) as diárias para viagens, quando excedente a 50% da remuneração men- sal do empregado; e) o valor mensal do auxílio-acidente.

Não integram o salário-de-contribuição - não integram o salário-de-

contribuição, exclusivamente: a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, ressalvado o salário-maternidade; b) a parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego; c) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o va- lor correspondente à dobra da remuneração de férias; d) as importâncias recebidas a título de: I - indenização compensatória de 40% do montante depositado no FGTS, como proteção à relação de emprego contra despe- dida arbitrária ou sem justa causa; II - indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo FGTS; III - incentivo à demissão; IV - abono de férias; V - ganhos eventuais e abo- nos expressamente desvinculados do salário por força de lei; VI - licença- prêmio indenizada; e VII - outras indenizações, desde que expressamente

previstas em lei; e) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria; f) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% da remuneração mensal do empregado; g) a importância recebi- da a título de bolsa de complementação educacional de estagiário; h) a participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; i) o abono do Programa de Integração Social/Programa de Assistência ao Servidor Público; j) os va- lores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade dis- tante da de sua residência; l) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa; m) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar privada, aberta ou fechada, desde que dis- ponível à totalidade de seus empregados e dirigentes; n) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da em- presa ou com ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com me- dicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empre- gados e dirigentes da empresa; o) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; p) o ressar- cimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando devi- damente comprovadas; q) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; r) o reembolso creche pago em con- formidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança, quando devidamente comprovadas as despesas; s) o reembolso babá, limitado ao menor salário-de-contribuição mensal, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança; t) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida em grupo.

Previdência e flexibilização do trabalho – como vimos anterior-

mente, são muitas as formas de remuneração que não são consideradas para fins do salário-de-contribuição para a Previdência Social. São bilhões de reais pagos a título de planos de previdência, planos de saúde, vale- transporte, vale-alimentação, abonos diversos, participação nos lucros e resultados, e outros itens, sobre os quais não incidem as contribuições

previdenciárias de 30% a cargo dos trabalhadores e das empresas. Essas isenções fiscais enfraqueceram as finanças da Previdência nas últimas dé- cadas e muitas das formas de remuneração citadas contam ainda com ou- tras isenções fiscais, como no caso do Imposto de Renda.

As contribuições de empregadores e empregados – são diversas as

formas e alíquotas de contribuição de empregadores e empregados para a Previdência Social: a) as empresas pagam contribuições sobre a folha de salários de empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais, sobre toda a remuneração (a contribuição não tem teto como no caso da contribuição dos trabalhadores); b) os produtores e empresas rurais pa- gam contribuições em geral sobre a receita bruta e não sobre a folha de salários; c) dentre os trabalhadores, os empregados formais pagam as me- nores alíquotas e os contribuintes individuais, sobretudo os autônomos que trabalham por conta própria, chegam a pagar até 20% de seus rendi- mentos e, em todos os casos, as contribuições estão limitadas ao teto da Previdência Social; d) nos últimos anos, foram aprovadas leis que facilita- ram a inclusão previdenciária da população mais pobre, com redução das alíquotas para 11% e, mais recentemente, para 5% nos casos de donas de casa pobres e Micro Empreendedores Individuais – MEI. Veja a tabela 6, com as bases contributivas para a Previdência Social.

TIPo De coNTrIBuINTe ALíquoTA e BASe De INcIDêNcIA

Empresas em geral, exceto financeiras (continua...)

– 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestem serviços.

–20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pa- gas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhes prestem serviços, para fatos geradores ocorridos a partir de 1° de março de 2000;

– 15% (quinze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, relativa- mente aos serviços que lhes são prestados por coopera- dos, por intermédio de cooperativas de trabalho, para fatos geradores ocorridos a partir de 1° de março de 2000. – 1%, 2% ou 3% (um, dois ou três por cento) incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou credi- tadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestem

Tabela 6

ALíquoTAS e BASe De INcIDêNcIA De coNTrIBuIçõeS PArA A PrevIDêNcIA SocIAL

TIPo De coNTrIBuINTe ALíquoTA e BASe De INcIDêNcIA

(...continuação)

Empresas em geral, exceto financeiras

serviços, para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. Tal variação decorre de enquadramento da empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja consi- derado, respectivamente, leve, médio ou grave.

– as alíquotas de 1%, 2%, ou 3% poderão ser reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100%, conforme dispõe o art. 202-A do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, combinado com o inciso III e parágrafo único do art. 5º do Decreto nº 6.042, de 12 de fevereiro de 2007, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva ativida- de econômica, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

– as alíquotas de 1%, 2%, ou 3% são acrescidas de 12%, 9% e 6%, se a atividade exercida pelo segurado ensejar a con- cessão de aposentadoria especial após, respectivamente, 15, 20 ou 25 anos de contribuição, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2.000. Tal acréscimo incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sob exposição a agentes nocivos prejudiciais à sua saúde e a sua integridade física.

Empresas financeiras

– 22,5% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos seus empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais que lhe prestem serviço. Demais alíquotas idênticas às das empresas em geral.

Associação desportiva, que mantém equipe de futebol profissional

– 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos despor- tivos de que participem em todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos interna- cionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos;

– 20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços;

– 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de pres- tação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.

Produtor rural pessoa jurídica

– 2,5% sobre o total da receita bruta proveniente da comer- cialização da produção rural;

– 0,1% sobre o total da receita bruta proveniente da co- mercialização da produção rural, para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho.

TIPo De coNTrIBuINTe ALíquoTA e BASe De INcIDêNcIA

Agroindústria, exceto sociedades cooperativas e as agroindústrias de pisci- cultura, carnicultura, suino- cultura e avicultura

– 2,5% sobre o valor da receita bruta proveniente da co- mercialização da produção.

– 0,1% sobre o total da receita bruta proveniente da co- mercialização da produção, para financiamento dos be- nefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho.

Produtor rural pessoa física e Segurado Especial

– 2% sobre o total da receita bruta proveniente da comer- cialização da produção rural;

– 0,1% sobre o total da receita bruta proveniente da co- mercialização da produção rural, para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho.

Empregador doméstico – 12% do salário-de-contribuição do empregado domés-tico a seu serviço.

Segurado empregado, in- clusive o doméstico e traba-

lhador avulso – 8%, 9% ou 11% sobre o salário-de-contribuição. Contribuinte individual (tra-

balhador autônomo que trabalha por conta própria) e facultativo

– 20% sobre o efetivo percebido pelo exercício de sua ati- vidade por conta própria, no caso do contribuinte indivi- dual, e 20% sobre o valor declarado, no caso do segurado facultativo.

Contribuinte individual (em- presário e autônomo que presta serviços a uma ou mais empresas)

– 11% (onze por cento), incidente sobre: – remuneração que lhe for paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços prestados à empresa. No caso deste valor ser inferior ao limite mínimo do salário de contribui- ção, o segurado deverá recolher diretamente a complemen- tação da contribuição incidente sobre a diferença entre o limite mínimo do salário de contribuição e a remuneração total por ele recebida ou a ele creditada, aplicando sobre a parcela complementar à alíquota de 20% (vinte por cento); - retribuição do cooperado, quando prestar ser- viços a empresas em geral e equiparados à em- presa, por intermédio de cooperativa de trabalho; - retribuição do cooperado quando prestar serviços à co- operativa de produção;

Contribuinte individual e facultativo (Plano Simplifi-

cado de Previdência Social) - 11% sobre o salário mínimo. Micro Empreendedor Indi-

vidual e donas de casa de baixa renda

- 5% sobre o salário mínimo.

No documento Contagem, Minas Gerais, maio de 2013. (páginas 69-74)