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CAPÍTULO IV- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.2 AS EQUIPES DA ÁREA

4.2.1. A distribuição geográfica das equipes

Através das observações e entrevistas abertas, foi verificada a disposição das equipes do departamento de automação e telecomunicações segundo a figura 23. De acordo com a pesquisa de campo, as equipes estão distribuídas por toda área geográfica do estado, perfazendo uma cobertura total através da distribuição de três regionais. A primeira regional está localizada na região metropolitana da área de concessão da distribuidora e concentra cerca de 64,51% dos colaboradores das equipes do departamento. A segunda regional cobre a região central do estado e está localizada a 120 km distante da base da regional metropolitana, contemplando 22,58% dos membros das equipes. A terceira regional está localizada a 300 km da região metropolitana e atende toda área oeste do estado com 12,90% de colaboradores do DEAT.

Figura 23: Organograma desdobrado do DEAT Fonte: Autor (2013)

4.2.2. A caracterização da equipe

A equipe do DEAT é representada por uma população de 93,5% de homens e 6,5% de mulheres. Como observado no organograma da figura 23, as equipes de campo são formadas por técnicos e eletricistas de automação e telecomunicações, que representam 51,61% da força de trabalho. Como suporte para planejamento e controle, o departamento conta com engenheiros, analistas, supervisores e auxiliares administrativos. O DEAT conta ainda com quatro estagiários de nível técnico e superior, que não fizeram parte do escopo desta pesquisa.

De acordo com a figura 24, aproximadamente 55% do total de funcionários da área possuem um período de contratação igual ou inferior a cinco anos. Destes, 32% dos colaboradores possuem menos de dois anos na atual função, enquanto outros 32% da área, estão há, no mínimo, 10 anos na função.

Figura 24: Tempo de contrato de trabalho - DEAT Fonte: Autor (2013)

É importante salientar que, apesar do departamento está formado há pouco mais de dois anos, todos os seus atuais colaboradores trabalhavam em funções semelhantes em outras áreas da empresa. Observa-se aí, um mix interessante nesta caracterização, composto pela variedade de funções e equilíbrio de experiências nos postos de trabalho.

Dentro da empresa pesquisada, o serviço prestado se dá através da composição de equipes técnicas especializadas para cada tipo de solicitação do cliente como: medição, ressarcimento, projetos, falta de energia, novas ligações, etc. As equipes do departamento de automação e telecomunicações são responsáveis por manter o sistema de comunicação e controle remoto de todos os equipamentos nos sistemas de distribuição (13.800V) e subtransmissão (69.000V). As tarefas visam atender a manutenção de todos ativos da empresa, através do planejamento de manutenções preventivas, preditivas e corretivas, além de desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica, que visam melhorar os indicadores de qualidade e continuidade regulados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Por esta razão, as equipes são formadas, na maioria das vezes, com o objetivo de atender as demandas de serviços através de manutenções programadas ou não programadas. Os patrocinadores, assim chamados por Luecke (2010), no departamento de automação e telecomunicações são geralmente os supervisores, coordenadores e gerente do departamento, como foi possível verificar durante as observações diretas. A formação das equipes é realizada pelos patrocinadores da seguinte forma: de posse das solicitações geradas, a programação de atendimento é estabelecida a partir da disponibilidade dos recursos (pessoas e tempo) e de uma avaliação das habilidades do time para solução do problema.

Através das entrevistas abertas ou conversas, foi possível identificar os líderes de equipe conforme descreve Luecke (2010), assim, os supervisores representam claramente este papel no DEAT. Apesar deste trabalho não caminhar para uma avaliação de liderança, é importante destacar as fortes evidências desses líderes com seus liderados, muitas vezes comprovadas por sessões de feedbacks com os membros das equipes, percebendo uma comunicação franca e aberta, facilidade de solução de conflitos, discussões criativas e utilização constante da delegação.

De acordo Buller (1986, apud Spector, 2002, p.324) normalmente a formação de equipes, geralmente envolve uma equipe já pré-existente. Neste tópico, foi possível perceber a afirmação do autor durante as contingências nos sistemas. As contingências podem ser entendidas como eventos em equipamentos no sistema elétrico que deixam indisponível parte ou todo fornecimento de energia elétrica de uma região, por atuação indevida ou acidental do sistema de proteção, por ocasião de um defeito ou falha. A indisponibilidade dos sistemas de automação ou telecomunicações também é considerada uma condição de contingência para a área estudada.

Em alguns destes eventos de contingência, as equipes são formadas a partir da motivação maior, que é o restabelecimento do sistema. Nestas ocasiões, a decisão tomada para formação ótima das equipes pré-existentes pelos patrocinadores, parte pela escolha da equipe mais próxima do local da falha. Através do uso de tecnologias da informação como (celulares, smartphones, notebooks e VPN’s- Virtual Private Network ou Rede Privada Virtual, que é uma rede privada construída sobre a infraestrutura de uma rede pública, normalmente a Internet) as equipes são suportadas à distância pelos facilitadores. Assim como Luecke (2010) coloca, estes facilitadores no DEAT geralmente também são os supervisores, mas podem ser também fornecedores e clientes, como percebido em algumas intervenções durante as observações deste trabalho.

As equipes pré-existentes citadas acima, são equipes também chamadas de mistas no departamento, ou seja, equipes que possuem as duas formações (telecomunicações e automação), já que as demais equipes são nativamente de automação ou telecomunicações. Pelo fato das regiões do centro e oeste do estado contar com uma disposição menor de colaboradores, o departamento desenvolveu uma formação de equipes mistas para atender com maior capilaridade situações de contingências. Ainda sobre esta discussão, os motores do trabalho, ou equipes de campo do DEAT, são as peças principais desta engrenagem, que trabalham com boas habilidades técnicas e interpessoais, de comunicação, transparência, respeito e em um ambiente favorável a feedbacks e discussões, onde a disciplina por atingimento de metas é muito forte na área, como foi possível evidenciar durante esta pesquisa.

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