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CAPÍTULO 3: RESULTADOS E DISCUSSÕES CONTEXTO EDUCACIONAL DO

3.2. As escolas participantes da pesquisa

Como mencionado anteriormente, a escolha das escolas participantes da pesquisa obedeceu ao critério de serem integrantes do “Programa de Formação em Saúde, Gênero e Trabalho nas Escolas”, o que possibilitou a inserção de três unidades escolares, duas

classificadas de grande porte e uma de médio porte, pertencentes às zonas Norte, Sul e Oeste da cidade de João Pessoa- PB. Na tabela 2, apresenta-se o número de alunos matriculados em cada escola participante:

Tabela 2- Número de alunos matriculados nas escolas no ano de 2009

Escolas Manhã Tarde Noite Total

Escola A 308 339 185 832

Escola B 269 186 120 575

Escola C 390 392 254 1036

Fonte: Fichas de cadastramento das escolas.

As escolas municipais são classificadas de acordo com a quantidade de alunos matriculados. Sendo assim, uma escola com 701 ou mais alunos matriculados é considerada uma escola de grande porte, as escolas que detêm 401 a 700 alunos devem ser consideradas de médio porte e escolas com até 400 alunos matriculados são consideradas de pequeno porte (SEDEC, 2009).

Almeida (2010), afirma que as variações entre as escolas do município de João Pessoa são esperadas e sinalizam a dinâmica da política educacional do município, que prioriza

investimentos através de reformas e fornecimento de material e equipamentos para as chamadas escolas pólos ou escolas modelos. Estas escolas funcionam como sede para a realização de eventos, programas educacionais, atuando como instrumento de promoção e propaganda da gestão do município em detrimento das outras escolas que encontram dificuldade para aquisição de investimentos e melhorias estruturais.

De acordo com as secretarias das escolas participantes desta pesquisa, todas elas atendem a uma clientela de baixo poder aquisitivo. A maior parte do alunado é proveniente do mesmo bairro da escola e, por ter pais ou responsáveis com rendimentos financeiros limitados, recebe auxílio de programas do Governo Federal, como o programa Bolsa Família.

Os equipamentos encontrados nas escolas foram: ventiladores, quadro branco, copiadora, mimeógrafo, televisão, aparelho de DVD, computador, impressora, telefone convencional ou telefone público (orelhão), que em uma das escolas é utilizado como telefone convencional, em uma das escolas foi encontrado também um data show a serviço dos eventos da escola. No que se refere ao aspecto físico, possuem uma média de dez salas de aula, pátio recreativo, sala da direção, secretaria e almoxarifado, sala de professores, áreas de lazer, sala de vídeo, biblioteca, laboratório de informática, quatro banheiros, cozinha com depósito para a merenda escolar e refeitório.

Em duas das escolas participantes desta pesquisa, não havia quadra esportiva. Uma das escolas aguardava reforma, pois seu espaço físico era limitado, com ambientes e pátio pequenos, uma sala de aula improvisada, onde deveria ser o refeitório e, por esse motivo, não havia refeitório para os alunos, então, a merenda era distribuída nas salas de aula, ficando as professoras incumbidas de observar os alunos também no momento da merenda.

De acordo com a análise do espaço físico, evidenciamos ainda que as três escolas não possuíam espaços confortáveis que possibilitassem o relaxamento e as trocas intersubjetivas tão necessárias para a manutenção da saúde das professoras. As maiores distinções

encontradas nas escolas foram as dimensões dos seus ambientes, observando-se algumas muito pequenas para a demanda de alunado. Todas as escolas apresentaram-se mal planejadas em relação à estrutura, principalmente, à localização das salas de aula, que se apresentaram quentes e com acústica inadequada.

A tabela 3 apresenta o número de funcionários e os cargos existentes nas escolas:

Tabela 3- Distribuição dos Funcionários das escolas

Categorias Escola A Escola B Escola C

Direção Geral 01 01 01 Direção Adjunta 03 03 03 Merendeiras 03 03 03 Auxiliar de merenda 01 02 02 Auxiliar de serviço 04 07 09 Professoras Efetivas: 30 PS: 13 Efetivas: 22 PS: 09 Efetivas: 15 PS: 22 Supervisora de merenda 01 01 01 Auxiliar de biblioteca 02 05 01 Secretário 01 01 01 Auxiliar de secretaria 02 02 07 Assistente Administrativo --- 01 --- Psicólogo 02 02 01 Supervisor Escolar 01 02 01 Orientador Escolar --- 01 01 Porteiro/Vigilante 03 03 02 Inspetores 04 01 03 Escriturário --- 02 01 Assistente Social --- 01 --- Monitor de Informática --- --- 03

Fonte: Fichas cadastrais das escolas.

Como visto, o quadro funcional das escolas participantes era de aproximadamente de 70 funcionários, distribuídos nas seguintes categorias: diretor-geral, diretor-adjunto, supervisor escolar, orientador escolar, assistente social, psicólogo, professoras (sendo 74 professoras efetivas, ou pertencentes ao quadro efetivo da prefeitura e 37 professoras prestadoras de serviço- PS ou contratadas pelo município), secretário-geral, auxiliar de secretaria, inspetor de alunos, auxiliar de serviço, vigilante, merendeira e supervisor de merenda e etc.

Quanto ao horário de funcionamento, as três escolas atendiam de segunda à sexta nos três turnos, sendo os turnos da manhã e tarde destinados à educação de crianças com turmas do 1º ano ao 9º ano do ensino fundamental e o turno da noite voltado à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Pela manhã, as escolas funcionavam das 07h00min às 12h00min,

aproximadamente, no turno vespertino, das 13h00min às 17h50min e no turno noturno, das 19h00min às 22h40min. Lembramos que esses horários sofrem pequenas alterações de acordo com as variabilidades ocorridas nas escolas. Quanto ao horário de funcionamento do 1º ciclo do ensino fundamental (1º ao 5º ano), destacamos que, em uma das escolas, o funcionamento ocorria no turno da tarde e nas outras duas no turno da manhã.

Nas três escolas, um grande número de professoras permanece grande parte da jornada de trabalho em sala de aula, seja observando os alunos ou adiantando as tarefas que

inevitavelmente teriam que ser feitas em outro horário, já que grande parte das professoras trabalham em outras escolas. Diminuindo assim as trocas e os contatos interpessoais com as outras docentes, que favoreceriam uma prática mais adequada.

Outros fatores que geram desgaste no trabalho, conforme discutiremos posteriormente, dizem respeito às condições fornecidas pelas características das escolas participantes, que são: a existência de ventiladores quebrados ou com barulho; salas tumultuadas com muitas carteiras; grande número de alunos por turma; carência em termos de qualidade e quantidade de

materiais; falta de pincéis, para a utilização do quadro branco, e materiais/equipamentos para a realização de aulas criativas, além da falta de computadores para uso das docentes.

Após a caracterização das escolas, reportamo-nos a apresentar o perfil das 24 professoras que se dispuseram a participar desta investigação e que cotidianamente vivenciam a busca pela saúde em seus ambientes laborais.