CAPÍTULO 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E OBJETIVOS
1.3 As funções do livro didático
O livro didático é material de estudo e um recurso muito utilizado pelos professores nas salas de aula. De acordo com Miranda e Luca (2004), a instituição de uma Comissão Nacional do Livro Didático aconteceu pela primeira vez durante o Estado Novo, tendo como consequências o estabelecimento de regras para a produção, compra e utilização do livro didático.
O período militar, segundo Miranda e Luca (2004), foi marcado pela forte censura, no qual, a questão de compra e distribuição do livro didático recebeu tratamento específico do poder público. As autoras também falam sobre a importância desse período, pois existiu uma progressiva ampliação da população escolar e um movimento de massificação do ensino e os incentivos fiscais do governo no investimento no setor editorial, acarretando um processo de maior utilização do livro didático no Brasil.
Narração dos fatos e sequência temporal PCN de Língua Portuguesa RCNEI Volume 3 BCC de Língua Portuguesa Ciclo vital e ritmo
de desenvolvimento
dos seres vivos
RCNEI Volume 3 PCN de Ciências Naturais PCN de História Relação entre passado e presente RCNEI Volume 3 PCN de História PCN de Geografia PCN de Língua Portuguesa
A criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em 1985, foi um marco na política em relação aos materiais didáticos. A partir dessa criação, progressivamente, foram sendo incluídas no programa as distintas disciplinas componentes do currículo escolar. Porém, só a partir da década de 90, o Ministério da Educação iniciou sua participação mais intensa nas discussões sobre a qualidade do livro escolar.
Segundo Miranda e Luca (2004), a avaliação pedagógica dos livros didáticos aconteceu efetivamente em 1996. Esse processo foi marcado pelas tensões, críticas e confrontos de interesses. A partir dessa época, a aquisição de obras didáticas com verbas públicas para distribuição em território nacional estaria sujeita à inscrição e avaliação prévia, segundo regras estabelecidas em edital próprio.
Geralmente, o livro didático é visto com a função de transmissor de conhecimentos. Alguns autores consideram sua forma direta e fechada e que ele não considera o percurso e os reais interesses do aluno. Essa visão aos poucos vem mudando. Atualmente, autores já pensam em várias funções do livro didático, não mais limitam a um processo predeterminado.
Gerard e Roegiers (2003) apresentam quatro funções complementares para o livro didático: formação científica e geral, que oferece aos professores uma melhor matriz do saber; formação pedagógica, que pode sugerir aos professores uma série de vias de trabalho; ajuda à aprendizagem e a gestão de curso, fornecendo numerosos instrumentos que permitem melhorar a aprendizagem; e ajuda à avaliação das aquisições, que permite explicitar os erros e de propor vias de melhoria. A partir dessas categorizações de funções, compreendemos que a utilização do livro didático varia de acordo com o respectivo utilizador (aluno ou professor), a disciplina e o contexto em que o manual é elaborado.
De acordo com Araujo e Teles (2010, p. 07), “é interessante compreender que o livro didático é um instrumento específico e importantíssimo de ensino e de aprendizagem”, principalmente para a construção dos conhecimentos dos alunos. Também é importante compreender que ele não deve ser o único recurso do professor na sala de aula para o processo de ensino e aprendizagem, porém o livro didático pode ser decisivo para a qualidade do aprendizado resultante das atividades escolares.
O guia do Programa Nacional do Livro Didático (BRASIL, 2009, p.13) propõe um conjunto de competências matemáticas para serem construídas com os alunos do Ensino Fundamental, como pode ser visto a seguir:
• interpretar matematicamente situações do dia a dia ou de outras áreas do conhecimento;
• usar independentemente o raciocínio matemático para a compreensão do mundo que nos cerca;
• resolver problemas, criando estratégias próprias para sua resolução, que desenvolvam a iniciativa, a imaginação e a criatividade;
• avaliar se os resultados obtidos na solução de situações problema são ou não razoáveis;
• estabelecer conexões entre os campos da Matemática e entre essa e as outras áreas do saber;
• raciocinar, fazer abstrações com base em situações concretas, generalizar, organizar e representar;
• compreender e transmitir ideias matemáticas, por escrito ou oralmente, desenvolvendo a capacidade de argumentação;
• utilizar a argumentação matemática apoiada em vários tipos de raciocínio: dedutivo, indutivo, probabilístico, por analogia, plausível, entre outros;
• comunicar-se utilizando as diversas formas de linguagem empregadas na Matemática;
• desenvolver a sensibilidade para as relações da Matemática com as atividades estéticas e lúdicas;
• utilizar as novas tecnologias de computação e de informação.
O programa diz que essas competências se desenvolvem de forma articulada com competências específicas, associadas aos conteúdos matemáticos para os anos de ensino do 1º ao 5º ano. O PNLD (BRASIL, 2009, p.14), a partir da organização dos conteúdos propostos pelos PCN, informam que esses conteúdos podem ser organizados em quatro grandes campos: números e operações; geometria; grandezas e medidas; tratamento da informação. As competências relacionadas ao campo das grandezas e medidas, foco da presente pesquisa são as seguintes:
As grandezas e medidas estão presentes nas atividades humanas, desde as mais simples até as mais elaboradas das tecnologias e da ciência. Na Matemática, o conceito de grandeza tem papel importante na atribuição de significado a outros conceitos centrais, como o de número. Além disso, é um campo que se articula bem com a geometria e contribui de forma clara para estabelecer ligações entre a Matemática e outras disciplinas escolares.
A partir da perspectiva do tempo como um tema amplamente abordado na Educação Básica, e também dos papéis ou das funções desempenhadas pelo livro didático no ensino, traçamos nossos objetivos.