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As organizações Ambientais Internacionais

1. Um Olhar Sobre a História da Conservação – Os Parques e as Estradas Parque

1.2 As organizações Ambientais Internacionais

Após a 2ª guerra as alterações nos mapas geopolíticos e econômicos, o crescimento populacional e o êxodo da população rural para as grandes cidades, mudaram e continuam mudando paulatinamente o espaço natural do planeta. Os conceitos de desenvolvimento e subdesenvolvimento, instaurados após o discurso de posse do Presidente Truman, em 1949, marcou um novo momento para o mundo (Esteva, 2000). Este conceito de desenvolvimento que passa a ser difundido então primava por um modelo econômico e social direcionado ao consumo, porém, alicerçado por uma

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John Calvin Coolidge foi o 30º presidente dos Estados Unidos da América. Ocupou o cargo de vice presidente, tendo Warren G. Harding como presidente em 1920. Após a morte de Harding em 1923, assumiu a presidência, continuando na vida pública por mais um mandato para o período 1924-1929. Desistiu a reeleição para um segundo mandato em 1928, saindo da vida da vida pública, faleceu em Northampton, Vermont em 1932. In:(http://pt.wikipedia.org/wiki/Calvin_Coolidge. acesso em 27/02/2007).

economia de mercado e sociedade especializada, instrumentalizada por novos conhecimentos baseados na técnica. Neste modelo o Estado passou a protagonizar a gestão dos recursos naturais com vistas a conservação e controle de matérias-primas necessárias a expansão do capitalismo urbano- industrial.

Esse modelo é criticado por um importante documento emanado da reunião da UICN em 1950, que trata pela primeira vez de uma proposta de sustentabilidade (Santos, 2000, p.19). Em 1962 realiza-se a primeira Conferência Mundial de Parques Nacionais, em Seattle (EUA) com o objetivo de estabelecer os critérios de classificação de áreas protegidas, seguindo o sistema americano. A consolidação deste sistema internacionalizando-o se deu na Conferência da ONU em Estocolmo em 1972 quando foi criado o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), com a finalidade de gerenciamento das atividades de proteção ambiental e apoio aos países em desenvolvimento.

Estocolmo reforça a proposta do eco-desenvolvimento definido em 1971 na Reunião de Founeux. Esta proposta foi reafirmada na Comissão Bruntland criada pela ONU que em 1983 - CMMAD (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento). Esta por sua vez usa pela primeira vez o termo sustentabilidade. Este conceito foi definido com base nas preocupações sobre a degradação ambiental, a miséria da população e a degradação dos recursos naturais, própria dos grandes conflitos que o estilo de vida dos países mais desenvolvidos passou a projetar para o resto do mundo. Este estilo de vida, o sistema, estaria no presente comprometendo o futuro das novas gerações.

Dessa reunião de 1983 surge o Relatório “Nosso Futuro Comum” ou “Relatório Brundtland” apresentado posteriormente em 1987, pela

coordenadora de um grupo de especialistas, a ministra norueguesa Brundtland 7, que apontava uma série de crises no planeta tanto energética quanto atmosférica, além do problema da erosão provocada por várias atividades e pela erradicação florestas. Nesse relatório é oficializado o termo “desenvolvimento sustentável” (Santos, 2004, p. 19).

Dando continuidade aos debates suscitados pelo documento “Estratégia Mundial para a Conservação”, lançado em 1980, através da colaboração conjunta dos organismos internacionais: UNEP/PNUMA (United Nations Environmental Program, IUCN/UICN - The World Conservation Union e WWF – World Wild Fund) foi elaborado o documento “Cuidando do Planeta Terra - Uma estratégia para o Futuro da Vida” que valida os seguintes objetivos básicos com ações e estratégias:a) manutenção dos processos ecológicos essenciais e dos sistemas de sustentação da vida;b) preservação da diversidade genética;c) utilização sustentada das espécies e dos ecossistemas (UICN, PNUMA & WWF, 1991).

Essa estratégia continha uma nova mensagem:

Conservação não é o oposto do desenvolvimento. Conservação

engloba tanto a proteção quanto o uso racional dos recursos

naturais, sendo fator fundamental para o sucesso dos povos na obtenção de uma vida digna e para a garantia de bem-estar das gerações atuais e futuras (UICN, PNUMA & WWF, 1991, p.V).

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Gro Harlem Brundtland (nascida em 20 de Abril de 1939) em Bærum é uma política, diplomata e médica norueguesa, e um líder internacional em desenvolvimento sustentável e saúde pública. Foi membro do Partido dos Trabalhadores da Noruega (social- democratas) desde a sua juventude. Em Fevereiro de 1981 tornou-se a primeira mulher chefe de governo do seu país, sendo actualmente Enviada Especial para as Alterações Climáticas da ONU.

O texto “Cuidando do Planeta Terra” é divido em três partes e apresenta 17 capítulos. O documento, construído num consenso mundial, tem um caráter mais ético do que empreendedor, incentivando a mudança de conduta em relação ao planeta através de diferentes estratégias, diretrizes, ações, monitoração e avaliação. Na primeira parte - Princípios da vida Sustentável - os 9 princípios se inter relacionam, sendo o primeiro fundamental que é a base ética dos outros, a saber: a) respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos; b) melhorar a qualidade da vida humana; c) conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra; d)minimizar o esgotamento de recursos não renováveis; e) permanecer nos limites da capacidade de suporte do Planeta Terra; f) modificar atitudes e práticas pessoais; g) permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio ambiente; h) gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação, e; i) constituir uma aliança global.

A segunda parte descreve as ações adicionais para a vida sustentável e as ações estratégicas de uso das variadas formas de energia a serem capturadas, seus impactos, perdas ambientais e econômicas e os grandes negócios a serem auferidos por cuidar do meio ambiente. Estes documentos apresentam outro modelo de desenvolvimento. Um novo curso e padrão a partir da adoção da proteção a vida, a biodiversidade e aos recursos naturais através da adoção de práticas de incentivo a compromissos na produção limpa que vá desde o planejamento até a consecução final do processo produtivo.

A terceira parte “Implementação e Continuidade” trabalha a checagem das 121 ações visando o monitoramento e avaliação desta estratégia, considerando fundamental a participação de grupos locais, comunidades e nações. Esses princípios foram reafirmados pela Agenda 21 em 1992 na Conferência da ONU para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

(UNCED) no Rio de Janeiro, na qual se reafirmou uma agenda de compromissos para o desenvolvimento sustentável no Séc. XXI que deveria ter desdobramentos regionais e locais. A “Rio 92” confirmou o vínculo desenvolvimento e conservação dos sistemas de vida das pessoas e do planeta. O sistema teria que se adaptar e reestruturar as formas de produzir, consumir e a matriz energética. Neste escopo a conservação fortalece sua importância como campo de ação das políticas pública ambientais.

1.3 As estradas e a conservação: as parkroads,

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