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AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A TERCEIRA IDADE

4 SOCIEDADE DA INFORAMÇÃO E TERCEIRA IDADE

4.2 AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A TERCEIRA IDADE

"O provedor de acesso Internet é o responsável por sua conexão à Internet. Ao se tornar assinante de um provedor, você adquire o direito de conectar-se à Internet e usar uma identificação exclusiva, ou endereço eletrônico. Esse código identifica seu computador e também o provedor a quem você está conectado." (RNP, 1997)

A atual sociedade (digital) faz uso de muitos meios tecnológicos para resolver problemas simples do cotidiano. A necessidade de conhecer e utilizar estes meios são problemas enfrentados pela terceira idade. Cabe a esta mesma sociedade garantir o acesso ao aprendizado de competências e habilidades que possibilitariam aos idosos aproveitarem as tecnologias da informação e a comunicação disponíveis, dentre elas, a internet.

Sabe-se que um dos acontecimentos marcantes da globalização é o aparecimento da internet como processo de comunicação que, através de uma linguagem universal, consegue compartilhar informações a uma infinidade de indivíduos. Neste capítulo, serão apontadas algumas noções desenvolvidas pela terceira idade, mediante o uso da internet, em suas infinidades de proporções, a exemplo de Corradi (2007), que conceitua as tecnologias digitais como processo tecnológico e informacional, coadunado com o nosso pensamento, que a partir do uso da internet, possibilita o indivíduo idoso (usuários potenciais) a conseguir desenvolver as competências informacionais.

As tecnologias digitais, em um ambiente projetado no intuito de atender aos princípios do desenho universal, são recursos tecnológicos e informacionais, com protocolos de transferência que garantam a interoperabilidade entre sistemas de informação, além de possibilitar a compatibilidade de softwares e hardwares entre ambientes informacionais digitais e usuários potenciais. (CORRADI, 2007, p.66)

Podemos definir a internet como um conglomerado de redes interligadas numa escala mundial por milhões de computadores, que permitem acesso a inúmeras proporções de informações, por um processo de transferência de dados numa magnitude de diversidade interativa. Para (LEVY, 2004, p. 70.), "[...] a informação dita "on-line" (isto é, diretamente acessível) encontra-se geralmente dividida em pequenos módulos padronizados. O acesso a eles é feito de forma totalmente seletiva".

A ampliação na utilização da internet proporciona, entre seus usuários, uma espécie de linguagem própria, repleta de termos específicos e típicos, que na rede conectada, possibilita interações por diversos recursos, como blogs, wikis, fóruns, correio eletrônico, serviços de comunicação síncrona (Msn, Skype, etc.) redes sociais (Facebook, Twitter, Instagran, WhatsApp,), o que na contemporaneidade está à disposição de toda a população e à distância pelo manuseio através de um clique.

A conceito do que seria "rede social" está posto e usado há cerca de mais de um século, e é definida por relações estabelecidas entre elementos de um determinado sistema social. Para Marteleto (2001), a definição de redes sociais contempla a ideia de compartilhamento de valores e interesses, compartilhamento da informação e do conhecimento, promovendo o que a autora chama de fortalecimento da rede.

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são uma constante na atualidade do cotidiano dos indivíduos que estão conectados e abrange a todas as gerações. Contudo, e segundo o estudo de Kachar (2010), muitos idosos têm manifestado uma dificuldade enorme em compreender e acompanhar esta nova realidade, sentindo-se imediatamente excluídos e à margem da evolução.

A geração mais nova tem intimidade e atração pelos artefatos tecnológicos, assimila facilmente as mudanças, pois já convive desde

tenra idade, explorando os brinquedos eletrônicos e/ou brincando com o celular dos pais. Porém, a geração adulta e mais velha, de origem anterior à disseminação do universo digital e da internet, não consegue acolher e extrair tranquilamente os benefícios dessas evoluções na mesma presteza de assimilação dos jovens (KACHAR, 2010, p. 135).

De acordo com Garcia (2001), os indivíduos levam algum tempo para conceber em suas vidas as tecnologias, neste caso, pontuamos a Internet.

Esta dimensão coletiva de uso da internet pelos indivíduos idosos que se interligam, partilham, conectam-se e promovem uma mudança no status quo, chamado por Kachar (2009) inclusão digital, que promove a inclusão social.

A pessoa idosa pode utilizar as TIC para o desenvolvimento de habilidades e competências apanhadas no transcorrer da vida e para o compartilhamento de conhecimento, suprindo o tempo/espaço de ociosidade por uma nova conexão para com a sociedade. A capacitação de idosos para o uso das TIC deve ocorrer na perspectiva considerando as habilidades e competências, vislumbrando torná-lo um ser crítico e autônomo no processo de construção de conhecimento virtual, visando a sua inclusão digital e social

No entanto, a efemeridade das inovações tecnológicas neste processo de aquisição da comunicação virtual consente à pessoa idosa uma possibilidade de rompimento de paradigma no processo de comunicação intergeracional, promovendo uma maior ligação na quebra de eventuais distâncias físicas (CASTELLS, 2004).

É necessário aos ambientes informacionais digitais operarem nos espaços inclusivos, tendo em vista que as alterações físicas e cognitivas do processo de envelhecimento humano podem dificultar o acesso e o uso das informações.Kachar (2009) sugere como perspectiva da prevenção estimular funções cognitivas em situações específicas de ensino e aprendizagem com pessoas de 45 anos ou mais, no intuito de desenvolver habilidades para uso das tecnologias.

A internet é uma incomensurável biblioteca virtual, é um espaço em que além de pesquisar, pode-se escrever, publicar, trocar informações, produzir em colaboração, gerar, promover e trocar conhecimentos. Este artefato tecnológico possibilita o despertar, bem como motivar inúmeras possibilidades na conexão da

comunicação e socialização da informação que, de acordo com Castells (1999), em seus estudos sobre redes, a relação direta das redes com a sociedade na Era da Informação, define assim “um conjunto de nós interconectados”.

Portanto, para o indivíduo idoso que se depara com estas diversas redes, numa demanda de infinidades, de possibilidades e de conectividade, faz-se necessário ter cautela no seu processo de aquisição do conhecimento virtual, visto que uma vez emergido no processo tecnológico, será inerente vislumbrar às mudanças estruturais de interação que é apontado por Tomaél, Alcará e Di Chiara (2005) como artifício no procedimento interativo.

A interação constante ocasiona mudanças estruturais e, em relação às interações em que a troca é a informação, a mudança estrutural que pode ser percebida é a do conhecimento, quanto mais informação trocamos como ambiente que nos cerca, com os atores da nossa rede, maior será nossa bagagem de conhecimento, maior será nosso estoque de informação [...] (TOMAÉL; ALCARÁ; DI CHIARA, 2005, p. 95).

Nesta conjuntura, quanto mais os indivíduos da terceira idade têm a possibilidade de interagir constantemente, maior será a quantidade de informações vivenciadas pelos mesmos. No entanto, é necessário respeitar o processo natural cognitivo destes sujeitos, pois de acordo a Gerven, Paas e Schmidt (2000), o envelhecimento cognitivo nesta etapa da vida é acarretado pela redução na capacidade de armazenar novas informações. Já, para KACHAR (2006), é necessário buscar estratégias que evidenciem seguir algumas etapas gradativas de aprendizagem, como efetuar frequentes paragens, já que o aprendizado na terceira idade ocorre de forma mais lenta devido à própria ação do envelhecimento, sendo assim respeitado o processo de interação.

Como tem ocorrido o crescimento da população idosa (IBGE, 2010), logo, espaços para esta categoria são uma constante. Políticas públicas que promovam a formação destes indivíduos relativa às tecnologias é também uma medida que visa à qualidade de vida. Sendo assim, este fato possibilita a socialização dos aparatos tecnológicos de modo a naturalizar o acesso à interconexão das redes, através da internet, via redes sociais e artefatos tecnológicos, bem como gerindo aprendizado para este cidadão numa sociedade globalizada pela universalização das tecnologias,

como defende Pasqualotti et al. (2004). Ele defende a valorização da experiência do idoso, através do uso de interação em ambientes de educação permanente na web, em que a pessoa idosa concebe a ideia de assumir o papel de cidadão na sociedade.

4.3 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DE MEDIAÇÃO DA