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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.5 As tecnologias na Educação

Segundo Mercado (1998), o objetivo de introduzir novas tecnologias na escola é de fazer coisas novas e pedagogicamente importantes, que não se podem realizar de outras maneiras. Com metodologias adequadas, o aluno poderá utilizar essas tecnologias na integração de matérias estanques. Desse modo, a escola passa a ser um lugar mais aprazível, que tem como objetivo preparar o aluno para o futuro, e a aprendizagem, a ser vista de forma inovadora, centrada nas diferenças individuais e na capacitação do aluno para torná-lo um usuário independente da informação, com o potencial de usar vários tipos de fontes de informação e meios de comunicação eletrônica.

O autor acrescenta que os ambientes computacionais, quando voltados para a inteligência e o desenvolvimento cognitivo, como processos básicos da aprendizagem, podem constituir-se como um desafio à criatividade e à invenção. Uma nova ecologia cognitiva (LÉVY, 1993) significa uma nova dinâmica na construção do conhecimento, um novo movimento, novas capacidades de adaptação e de equilíbrio dinâmico, nos processos de construção do conhecimento, um novo jogo entre sujeito e objeto, um novo enfoque, mostrando o enlace e a interatividade existentes entre as coisas do cérebro e os instrumentos que o homem utiliza.

Outro aspecto de grande relevância é que, devido à informatização de praticamente todos os setores da sociedade, os governos estaduais e municipais têm se preocupado em levar o uso da tecnologia para o âmbito escolar. Para isso, cria laboratórios de informática nas escolas públicas, embora a formação acadêmica dos professores tenha sido deficitária, quanto à implementação do uso da tecnologia como metodologia para lecionar determinados conteúdos. Isso gera um grande problema, porque o não uso dos laboratórios de informática converge para a deterioração das maquinas e, com o tempo, elas acabam ficando obsoletas.

Sobre isso, Cysneiros (2000) afirma que o não uso das novas tecnologias deve-se ao fato de que os computadores pessoais ainda são tecnologias em expansão, relativamente novas, e pouco adaptadas às necessidades dos professores e dos alunos. No Brasil, a implantação de laboratórios de informática e o sucateamento deles têm se tornado uma realidade, devido à falta de preparação dos docentes na sua formação acadêmica. Aqui não pretendemos fazer apologia ao desuso dos laboratórios de informática implantados nas escolas, mas salientar sua importância como recursos pedagógicos de grande valia, no processo de ensino e aprendizagem, e a importância de se fazerem propostas educacionais que possam viabilizar o uso desse recurso.

Ainda devemos levar em consideração um fato sobremaneira importante: devido à minimização do custo, o computador pessoal tem se popularizado de forma significativa. Cerca de trina e cinco por cento dos alunos da rede pública possuem computador em casa, e os que não dispõem têm acesso a ele em lan hauses ou em residências de parentes e amigos. Assim, a possibilidade que o computador oferece como ferramenta para ajudar o aprendiz na construção do conhecimento pode constituir

uma revolução no processo de ensino e aprendizagem. Almeida (1999, p. 19) enuncia que

estamos em um momento em que a disseminação do computador na Educação atingiu larga escala. Mas o impacto das mudanças que poderia provocar ainda não ocorreu, embora existam modalidades de uso cujos ambientes de aprendizagem informatizados possam contribuir para transformações. Uma das formas é o emprego do computador como ferramenta educacional com a qual o aluno resolve problemas significativos. Por exemplo, através do uso de aplicativos como processador de texto, planilha eletrônica, gerenciador de banco de dados, ou mesmo de uma linguagem de programação que favoreça a aprendizagem ativa. Isto é, que propicie ao aluno a construção de conhecimentos a partir de suas próprias ações (físicas ou mentais). O aluno pode ainda fazer uso de outros recursos disponíveis, tais como redes de comunicação à distância ou sistema de autoria, para construir conhecimento de forma cooperativa ou para a busca de informações.

No ponto de vista do autor (1999), tal impacto poderá levar o educador a desenvolver uma nova forma de ensinar, aproveitando o recurso tecnológico disponibilizado em larga escala, tanto no âmbito escolar quanto no cotidiano em que o aprendiz está inserido. Dessa forma, é possível que surja na educação um profissional com um novo perfil, distante daquele especialista que, por meio de uma oratória refinada, é habituado a lançar mão de padrões pré-definidos para expor conteúdos numa linguagem sistematizada - estamos nos referindo ao professor tradicional. Com um novo perfil metodológico, esse novo profissional é capaz de promover a aprendizagem de seus discentes através de diferentes meios e estratégias, pois sua preocupação estará focada em contribuir para que o aprendiz tenha autonomia para navegar em um contexto multifuncional.

O profissional de educação 14com esse perfil tem o papel primordial de

estabelecer pontes entre o aluno e o conhecimento, sendo assim um facilitador da aprendizagem. Quando o professor assume essa postura, o aluno passa a ser sujeito ativo da construção e da reconstrução do conhecimento. Essa postura é denominada por Moran (2002) de mediação pedagógica, cujas características devem envolver todas as ações do professor, incluindo o uso das novas tecnologias. Tais ações desempenhadas

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Profissional de educação: Nessa expressão, estamos nos referindo ao professor como profissional de educação.

pelo professor dizem respeito à motivação, ao incentivo e à participação no processo de ensino e aprendizagem.

O uso das novas tecnologias, no contexto escolar, pode ser considerado uma ferramenta indispensável na construção do conhecimento. Moita (2006) buscou nos

games15 um espaço de construção de currículo aberto e autônomo, conectado com o

lúdico, o prazer, o subjetivo e a simulação. A construção de tal currículo refere-se ao

potencial que os games têm de produzir o conhecimento e desenvolver habilidades e competências, levando em consideração o ambiente onde o aprendiz está inserido.

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