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3 Visita à literatura

5.2 Características do ambiente groupware vivenciado pelos grupos

5.2.2 Aspecto interação

O nível de dificuldades, durante a interação social, vivenciado pelos dois grupos encontra-se contextualizado na figura 29. Nela, nota-se que não há grandes diferenças no nível de dificuldades vivenciado pelos dois grupos. Em ambos os grupos, 2 sujeitos alegaram não ter tido qualquer dificuldade. Em adendo, apenas 1 sujeito do grupo experimental afirmou ter tido dificuldade em nível médio, diferentemente do grupo controle, onde 2 sujeitos relataram tal grau. O mesmo ocorrera para o nível de dificuldade muito baixo, em que se identificou apenas 1 afirmativa no grupo de controle contra 2 opinativos no grupo experimental.

Figura 29: Impressões sobre o aspecto interação no uso experimental da ferramenta groupware.

0 1 2

Não'houve

dificuldade dificuldadeHouve em'nível muito baixo Houve dificuldade em'nível baixo Houve dificuldade em'nível médio Houve dificuldade em'nível alto Houve dificuldade em'nível muito'alto Aspecto interação Grupo'controle Grupo'experimental

!

Adicionalmente, ao se observar as médias obtidas nos dois grupos, o G1 se destaca por revelar um nível maior de dificuldades em relação ao G2 (2,4 vs. 2,0). Como o grupo que desenvolveu maiores dificuldades se refere ao grupo que não foi assistido pelo facilitador, há indícios de que o aspecto facilitação melhorou a interação no G2. Uma melhor compreensão desta diferença é graficamente contextualizada na figura 30.

Figura 30: Dificuldade encontrada pelos grupos no aspecto interação.

Assim sendo, coube analisar qualitativamente as dificuldades sinalizadas ao se perguntar abertamente, se o aspecto facilitação foi efetivo (G2) ou se seria desejável (G1). Nesta direção, o instrumento utilizado permitia averiguar respostas abertas em relação ao aspecto interação (ver apêndice A). Assim, se fez possível apurar percepções como as discutidas a seguir.

O grupo onde não houve atuação do facilitador alegou dificuldades tanto com aspectos relacionados às funcionalidades do sistema quanto a conflitos sociais durante a interação dos membros.

No que concerne ao elemento técnico, a dificuldade enfrentada foi a falta de experiência com as configurações do setup do groupware, haja vista o modo e tempo de exibição das informações compartilhadas ser configurável, cabendo-lhes ajuste.

“A grande dificuldade que eu encontrei foi na demora para aparecer as informações, eu tinha que ficar atualizando a página direto”. (Membro de G1).

“No meu dia-a-dia, no trabalho uso o sistema integrado da empresa. Converso muito pouco online. Geralmente trato com os clientes

Nível de dificuldade na interação

Mean Mean±SD Mean±1,96*SD 2,4 2,0 2,4 2,0 G1 G2

Não houve dificuldades Houve dif. em nível muito baixo Houve dif. em nível baixo Fouve dif. em nível médio Houve dif. em nível alto

2,4

pessoalmente. Por não ter muito acesso online tive essa dificuldade, a falta de experiência”. (Membro de G2).

Como pôde ser visto nas transcrições do log do sistema, um membro do G1 reportou problema técnico durante todo o experimento, enquanto que outro membro do G2 relatou dificuldades apenas no inicio.

Por existir equivalência nos dois grupos em termos de conhecimento conceitual e técnico de tecnologias colaborativas, é seguro afirmar que a capacidade de suplantar os entraves técnicos durante o processo decisório do membro do G2, ocorreu em função das ações de facilitação.

Também foram detectados problemas de processo e pessoais. Nesta direção, percebeu- se, ao se analisar as transcrições, que um membro do G1 alegou “ficar esperando alguém tomar a iniciativa para se solucionar as tarefas”, aspecto que, por si, caracterizava ausência de coordenação, no grupo e no processo.

Dois membros do G2 declararam ter tido problemas pessoais, exacerbado pelo processo existente. Porém, tais problemas foram apenas iniciais, de adaptação à dinâmica e de uso das ferramentas de comunicação, como o fórum do AVA.

“Apenas na inicialização, certa dificuldade, embora momentânea, para adaptação”. (Membro de G2).

Como esperado, no G2 não houve dependência de iniciativas, pois os membros já sabiam da existência de um processo, o que lhes dava maior segurança e uma direção de como realizar as atividades. Ademais, a presença de um facilitador não fora vista como a de um

expert, mas sim como de uma pessoa de apoio, um coordenador que facilitava o fluxo das

tarefas, fosse no aspecto técnico, fosse no aspecto pessoal. Os entraves existiram, contudo foram contornados, o quê gerou ganho de tempo e possibilitou o incremento do fluxo informacional utilizado para a resolução das tarefas. As pessoas se mostraram mais empenhadas em realizar o processo de compartilhamento de informações, geração de alternativas e escolha, uma clara decorrência do processo de facilitação.

Já ao observar o G1, percebeu-se de um processo indefinido e não padronizado, no qual os sujeitos, na maior parte do tempo, geravam apenas uma única alternativa, fruto de um carente fluxo informacional. Aparentemente faltava uma pessoa que os instigasse a externar mais conhecimentos sobre cada tarefa, bem como a assisti-los no aspecto processual das decisões e técnico, das ferramentas de groupware. Supostamente esta era uma clara lacuna de facilitação.

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Por fim, neste aspecto de interação defrontou-se no experimento com outro problema pessoal clássico e, provavelmente insuperável por ferramentas ou por facilitação, qual seja o da concordância por exaustão, no qual um sujeito experimental afirma ter concordado com o restante apenas para poder passar para outra atividade.

“A dificuldade foi o fato de alguns dos membros não querer abrir mão de sua opinião, mas que no final a maioria era quem saia na vantagem e entrávamos em um acordo”. (Membro de G1).

No geral, os indivíduos que foram assistidos pelo facilitador durante as tarefas de geração de ideias (G2) exteriorizaram sobre as dificuldades vivenciadas no experimento apenas elementos relacionados às funcionalidades do sistema, inexistindo relatos sobre conflitos na interação entre os membros. No grupo de controle (G1), entretanto, em adição aos problemas vivenciados pelo G2, detectou-se a existência de problemas de cunho social, como a falta de iniciativa e de concordância por exaustão, o que suscitou insatisfação, que a priori seria minorada por ações de um facilitador.

Em seguida, convergiu-se sobre a necessidade de se ter conhecimento sobre o ambiente experimental, no que concerne aos aspectos de facilidade de uso.

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