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devenir, é a linha que já encontrais no mundo físico, no nascimento da matéria; é a linha das formações estelares (nebulosas) e planetárias, ou seja, o vórtice, a espiral. Ela exprime a fenomenogenia, e seu estudo vos conduzirá a uma nova concepção cosmogônica.

Procedamos à sua análise, começando pelos conceitos mais elementares e, com ordem, caminhando do simples ao complexo. Vamos também, a fim de evidenciar melhor o conceito, expressá-lo através de diagramas.

Figura 1

Diagrama da progressão evolutiva em sua mais simples expressão retilínea.

A fig. 1 representa a lei do caminho ascensional da evolução em sua ex- pressão mais simples. A abcissa horizontal indica a progressão da unidade de tempo, e a vertical, a progressão dos graus de evolução. Isto nos aparece aqui em sua nota fundamental e característica dominante de caminho ascensional linear contínuo (linha OX).

Por evolução, entendo a transformação da substância, desde a fase γ até às fases β, α e além, como veremos, e das formas individuais através dessas fases. Por tempo, entendo o ritmo ou a medida do transformismo fenomênico. Não se trata do tempo no sentido restrito, o qual, sendo medida de vosso uni- verso físico e dinâmico, desaparece no nível α, mas sim de um tempo mais amplo e universal, um tempo que existe onde haja um fenômeno e subsiste em todos os níveis possíveis do ser, tal como um passo que assinala o caminho da eterna transmutação do todo.

Por fenômeno, entendo uma das infinitas formas individuadas da substân- cia, o seu devenir e a lei do seu devenir. Por exemplo: um tipo de corpo quími- co, de energia ou de consciência, em seus três aspectos: estático, dinâmico e mecânico. Fenômeno é a palavra mais ampla possível, porque compreende tudo, enquanto é e se transforma de acordo com sua lei. O ser, em meu concei- to, jamais significa estase, mas sempre um eterno devenir.

A fig. 1 é a expressão mais simples do curso do fenômeno no tempo, isto é, da quantidade de sua progressão evolutiva em relação à velocidade dessa progressão.

Esta expressão e as seguintes têm um significado universal. Portanto, para passar ao caso especial, é necessário levar em conta não apenas o particular grau de evolução da individuação fenomênica examinada, mas também a sua velocidade específica de progressão. Levando isso em conta, as linhas e traje- tórias que assinalaremos podem ser aplicadas a todos os fenômenos. Entretan- to, para simplificar e salientar a evidência, tomo agora para exame, particular- mente, um tipo de fenômeno que, dentre aqueles conhecido por vós, é o maior – o máximo – abrangendo todos os menores: a transformação da substância em suas fases γ, β, α. O objetivo disto é vos dar uma ideia mais exata do processo genético do cosmos.

A fig. 2 exprime um conceito mais complexo.

Dissemos que, na eterna respiração de ω, a fase evolutiva é compensada por uma fase equivalente involutiva e que vosso atual caminho ascensional, γ→β→α, tinha sido precedido por um caminho inverso de descida, α→β→γ. Desse modo, para que a expressão fique completa, a linha traçada OX deve ser precedida por uma linha oposta que, da mesma altura α, desça até O. Mas, quando expus a grande equação da substância em seu aspecto dinâmico: ω=α→β→γ→β..., eu disse, sumariamente, que o devenir retornava sobre si mesmo. Isso porque, se o tivesse definido com mais precisão naquele mo-

mento, teriam surgido dúvidas e complicações que só agora, ao observarmos o aspecto mecânico do fenômeno, podemos resolver.

Figura 2

Análise da progressão em suas fases evolutivas e involutivas.

Certamente, compreendeis que o absoluto só pode ser infinito em todas as direções; que só pode haver limites em vosso relativo; que, se devemos pôr limites para o absoluto, esses limites não estão no absoluto, mas sim na insufi- ciência de vosso órgão de julgamento: a razão; que o universo não somente se estenderá ao infinito, em todas as direções possíveis, espaciais, temporais e conceptuais, mas também, em determinado ponto, desaparecerá de vossa visão insuficiente e se desvanecerá, para vós, no inconcebível. As fases α, β, γ não podem esgotar todas as possibilidades do ser. Elas são ω, o vosso universo, vosso concebível. Mas, além delas, há outras fases e outros universos, contí- guos, comunicantes, que são para vós o nada, porque estão além de vossas capacidades intelectivas. Essas fases se estendem acima de α, em progressão

ascendente para um infinito positivo, e abaixo de γ, em progressão descenden- te para um infinito de sinal oposto.

Por isso a fig. 2 assume um aspecto diferente da fig. 1. Enquanto a linha do tempo se estende horizontalmente, de um −∞ a um +∞, ilimitada em ambas as direções, a linha da evolução estende-se, acima e abaixo, para +∞ e −∞. Às fases γ, β, α seguirão, acima, as fases evolutivas (que desconheceis) +x, +y, +z etc. e, abaixo, as involutivas (também desconhecidas por vós) −x, −y, −z, as quais constituem criações limítrofes (mas não no sentido espacial) de ω.

O sistema, embora de maior amplitude e complexidade que o de ω, equili- bra-se igualmente, mas num equilíbrio mais vasto e complexo. Assim como o ciclo α→β→γ→β→α não é a medida máxima do ser, tampouco o é este ciclo maior. Ele é apenas uma parte de um ciclo ainda mais amplo, pois, repito, não há nem pode haver limite de maior ou menor, de simples ou complexo, pois tudo se estende sem princípio nem fim, nas infinitas possibilidades do infinito. Vosso campo visual é limitado e só pode abarcar um trecho dessa trajetória maior, ao longo da qual ocorrem as criações e se escalonam os uni- versos. Não vos faça isso, porém, supor imperfeição, falta de equilíbrio e ausência de ordem, pois tudo se desenvolve aí segundo um princípio único e uma lei constante.

XXIII. FÓRMULA DA PROGRESSÃO EVOLUTIVA. ANÁLISE DA PROGRESSÃO EM SEUS PERÍODOS

Aprofundemos ainda mais. Compreendeis que o ser não pode ficar fecha- do no ciclo de ω, o vosso universo, dado pelas três formas, γ, β, α; que uma eterna volta sobre si mesmo seria trabalho ilógico e inútil; que seria absurdo caminhar sem meta nesse eterno círculo α→β→γ→β→α. Vossa mente com- preende esta minha argumentação de que, seja qual for o limite posto em ω, a razão saltaria por cima dele, procurando outro mais afastado; de que é absur- do um ciclo fechado, repetindo-se infinitamente em si mesmo. Vossa mente sente a necessidade do ciclo aberto, ou seja, do ciclo que se abre para um ciclo maior e que torna a se fechar em si mesmo num ciclo menor, sem ne- nhuma limitação. Fica assim satisfeita a vossa mente, porque é atendida a necessidade e concedida a possibilidade para que o ser volte sobre si mesmo e, sobretudo, se estenda fora de si, além de si, para superar a forma conquis- tada, que o constrange.

Essa fórmula do ciclo fechado, que já vos dei com a expressão sumária: α→β→γ→β→α, tem de ser substituída agora pela fórmula mais exata e com- plexa do ciclo aberto. De acordo com esta nova fórmula, a expressão gráfica dada anteriormente:

transforma-se nesta outra:

em que o ciclo do universo ω, dado por:

α→β→γ→β→α

não está mais fechado em si mesmo, mas se abre, invertendo o caminho α→β em β→α e, assim, desenvolvendo os universos contíguos ω2, ω3 etc.

A fórmula do ciclo aberto estende-se também no sentido negativo, sendo dada pela seguinte expressão:

1o ciclo . . . −y → − x γ → − x

2o ciclo −x → γ β → γ

3o ciclo γ → β α → β

4o ciclo β → α → +x → α

Esse mesmo conceito dos ciclos sucessivos nos é apresentado pelo diagra- ma da fig. 2 através de uma linha quebrada ascendente, cujo movimento as- censional é alternando com períodos de regressão involutiva. Unindo entre si os vértices ou as bases da linha quebrada, vemos reaparecer ali, no conjunto, a linha ascensional OX em sua expressão mais simples. Encontramos assim, em nível mais alto, o mesmo princípio, do qual analisamos agora o íntimo ritmo e observamos a estrutura mais completa.

Observemos agora as características da fórmula do ciclo aberto. As fases da evolução – elementos que compõem as fórmulas dos cinco ciclos sucessivos examinados – podem ser divididas, através da sobreposição das cinco fórmu- las, em quatro colunas. Veremos, assim, como se repete em nível diferente o mesmo ciclo, com o mesmo princípio. A primeira coluna à esquerda indica o ponto de partida; a segunda, a fase sucessiva do caminho ascensional; a tercei- ra representa o vértice do ciclo; a quarta e última coluna estabelece o ponto ao qual se desce a partir do vértice. Duas fases de ida e uma de volta projetam a série dos vértices γ, β, α, +x... cada vez mais alto, segundo uma linha ascen- dente. A diferença de nível entre os pontos de partida e os de chegada é a con- dição necessária para a progressão do sistema. Esclareceremos adiante, com casos mais particulares, o significado e as razões filosóficas desse deslocamen- to, pelo qual a linha não volta ao nível precedente, e sim a um nível mais alto.

O curso da linha quebrada no diagrama da fig.2 expressa de forma evidente esses conceitos. As coordenadas, suspensas no espaço entre dois infinitos, são ilimitadas. As fases, uma vez que não correspondem mais a um ponto, são representadas não por uma linha, e sim por uma faixa, uma superfície, porque só uma área pode, graficamente, dar a ideia do deslocamento necessário para atravessar a fase. Cada ciclo representa o que chamais de uma criação. Tais criações se sucedem no diagrama, representadas pelas letras a, b, c, d etc. Co- mo unidade de medida para o tempo, tomamos a criação, que estabelece o rit- mo da transformação do fenômeno examinado por nós.

Resumindo o que dissemos até agora, podemos concluir que o aspecto di- nâmico do universo é regido por uma lei mais complexa (aspecto mecânico), não sendo a sua expressão dada simplesmente pela fórmula:

ω=α→β→γ→β→α

Δ=−∞→...−y→−x→γ→−x→γ→β→γ

→β→α→β→α→+x→α...→+∞

em que Δ exprime, na série infinita, uma unidade coletiva maior que ω, isto é, um organismo de universos.

XXIV. DERIVAÇÕES DA ESPIRAL POR CURVATURA DO SISTEMA