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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

4.5. Aspectos éticos da pesquisa

10 Para ouvir os programas, basta entrar nos seguintes links: AVC. Soundcloud. Disponível em:

http://soundcloud.com/julianoluis/avc; EPILEPSIA. Soundcloud. Disponível em:

<http://soundcloud.com/julianoluis/epilepsia-2>. A edição completa, com as “Vozes das neurociências”, pode ser

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Não houve riscos previsíveis quanto à realização da pesquisa. Também, não houve desconfortos previsíveis. Como fator de atenção, considerou-se o tempo que os alunos e professores tiveram que despender com a atividade, e que seria ocupado para o exercício do conteúdo programático de sala de aula. Por outro lado, mesmo que mínimo, o acesso a um diálogo sobre as neurociências pôde contribuir com o desenvolvimento do aluno, como um todo. E, assim, foi possível ampliar os sentidos pessoais do aluno sobre a epilepsia e o AVC11.

A pesquisa contou com o TCLE, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FCM/Unicamp (processo disponível em anexo, número: 00788412.0000.5404), em que os alunos/professores foram os voluntários, convidados a participar da iniciativa. Os voluntários faziam parte da comunidade escolar. O TCLE foi apresentado aos dois professores responsáveis pelas duas turmas de alunos, que colaboraram com a mediação juntamente com os pais dos alunos. Com referência às questões de confidencialidade, os nomes dos alunos e professores foram mantidos em sigilo na pesquisa.

A iniciativa teve como pressuposto entrar em contato com os diálogos que os alunos e professores fomentaram, ao se situarem numa condição de audição dos temas propostos. Foram coletadas impressões/entrevistas em áudio dos alunos – “Vozes das neurociências” –, que foram introduzidas numa edição final. O artefato também deslizou nos espaços criados na Internet, a Rede, que envolve os circuitos de “Eu falo sobre epilepsia” e “Eu falo sobre AVC”. A Rede ocorre através da construção de relações entre o yahoo groups, o FB, o orkut e o twitter. Conforme se firmou na presente proposta de estudo, a condição preliminar, para o uso de artefatos sonoros, por meio da Rádio CInAPCe, vinculados a uma dinâmica maior e paralela, à da

11 Buscou-se aproximações entre a universidade, a comunicação, as neurociências e a escola pública. É no debate que

os alunos podem questionar os pressupostos pedagógicos, o que contribui para o desenvolvimento do senso crítico em relação aos processos de clausura, em que estão submetidos.

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Rede CInAPCe, foi a de que a comunicação fosse compreendida como uma brincadeira com o conhecimento.

A produção foi disponibilizada, também, no portal do CInAPCe, da ASPE; pela inserção da web rádio da RTV (Rádio e Televisão), da Unicamp1213.

Os pacientes neurológicos, os professores, os alunos e os ouvintes-internautas da RTV, do CInAPCe, da ASPE e da escola pública, ao terem acesso a uma experiência de povoação em neurociências, foram incentivados a fomentar novas relações de produção de sentidos, no que se refere não só a condição neurológica que envolve a epilepsia, mas, também, sobre o conjunto de relações sociais em voga. A alternativa se efetuou com o foco em construir relações com o conhecimento científico, de modo a estabelecer criações outras sobre as informações. Os grupos de alunos e professores foram definidos a partir da arbitragem da Direção da escola proposta.

É relevante, de antemão, considerar que a faixa etária de 10-12 anos, de forma geral, ainda não dispõe de um aparato crítico-reflexivo totalmente desenvolvido, capaz de subsidiar a formulação da conceituação e da abstração no sentido estrito, sobre as questões que influenciam a vida em sociedade e a saúde do corpo físico14.

Dentro dessa perspectiva e na tentativa de ter promovido novas intensidades entre crianças na faixa etária dos 10 anos de idade (5º ano do Ensino Fundamental I, ou, antiga 4ª

12 RTV. Disponível em: <www.rtv.unicamp.br>.

13 Importante a questão de que, em julho de 2010, em conversa prévia com o responsável pela web rádio ligada à

RTV da Unicamp, Carlos Humberto do Prado, ficou definido que a programação estaria aberta à proposta. O programa de rádio, portanto, foi gravado, editado e veiculado. Assim, o projeto se baseou na Linha de Pesquisa “Novas mídias de divulgação”, estabelecida pelo programa de Mestrado, do Labjor.

14 A presente proposta esteve indexada às ações de comunicação dos pesquisadores do Laboratório de Neuroimagem,

da FCM/Unicamp. O Laboratório de Neuroimagem compõe, junto a outros centros brasileiros de pesquisa médica – USP - Ribeirão Preto, USP São Paulo, USP São Carlos, Unifesp e o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein – o projeto CInAPCe.

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série), os conceitos das neurociências foram discutidos a partir da produção de sentidos sobre as condições neurológicas, dentre elas, a epilepsia e o AVC. Vale ressaltar que a epilepsia é a condição crônica mais comum em crianças na idade escolar. A epilepsia traz consequências significativas nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais do aluno e da família, como um todo15.

A apropriação do artefato sonoro, conforme se pretendeu conceituar, fez-se como um jogo, em que os participantes aprenderam com a experiência do outro em simbologias de alteridade, afetividade e identificações. Como se observa em Deleuze (2006), um jogo-linguagem que é movimentado, e que parece não ter nenhuma regra específica, e não propor nem vencedor nem vencido. Um jogo a contradizer-se a si mesmo.

Estabeleceu-se o pressuposto de que a ludicidade, por meio de ferramentas interativas, pôde complementar o aprendizado dos alunos. Formulou-se a seguinte hipótese: O uso de músicas e brincadeiras, inseridas ao longo do programa de rádio, possibilitou um vasto repertório de troca de informações, de uma maneira descontraída. Algumas das questões abordadas nessa pesquisa foram: Como as crianças se instrumentalizaram, no que diz respeito às neurociências? Como a avaliação dos alunos contribuiu com a pesquisa? Essas questões ajudaram a delimitar uma proposta pedagógica para a Rádio CInAPCe.

15 O site do CInAPCe conta com plataformas de textos, áudios e imagens, com foco na construção de múltiplas

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5. RESULTADOS