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2 R evisão da L iteratura

2.2 Aspectos físico-químico dos cimentos obturadores

A revista da literatura, aqui apresentada, permite verificar que vários trabalhos avaliando as propriedades físico-químicas dos cimentos obturadores de canais

radiculares foram realizados nos últimos 90 anos. Sómente em 1983, a American Dental Association publicou uma norma, a Especificação 57, para Materiais Obturadores de Canais Radiculares, que padronizou definitivamente esses

experimentos, tornando assim, os resultados de diferentes trabalhos comparáveis entre si

.

Hyde 50 (1986) constatou que o cimento Sealapex apresentava alto grau de

solubilidade, desintegração e adesão.

dentina e a da guta percha de oito cimentos obturadores do canal comercialmente encontrados. Os materiais avaliados foram: AH 26, CRCS, Diaket, Hartskloroform (5 %), Kloroperka N-0, ProcoSol, Sealapex e Tubliseal. A melhor adesão foi a do AH 26 e a pior a do Sealapex. O tratamento prévio da dentina com EDTA causou um

significante aumento na adesividade do ProcoSol, clorofórmio-resina, Sealapex e Tubliseal.

Fidel 36 (1993) estudou de acordo com a Especificação 57 da ADA , as

propriedades físicas de cimentos obturadores de canais radiculares contendo hidróxido de cálcio em suas fórmulas: Sealer 26, CRCS, Sealapex, Apexit e um cimento experimental, o PR-Sealer. O cimento Fillcanal foi pesquisado com o intuito de compará-lo com outros cimentos (CRCS e PR-Sealer). O teste do pH foi baseado no método empregado por (HYDE, 1986) e o teste de adesividade foi baseado no método de (GROSSMAN, 1976), com ligeiras modificações. Os demais testes foram realizados de acordo com a Especificação 57 da ADA. Todos os cimentos testados apresentaram escoamentos compatíveis com a especificação seguida. O cimento CRCS foi o único a apresentar tempo de endurecimento de acordo com o informado pelo fabricante. O Sealapex e o Sealer 26 apresentaram tempos de endurecimento longos, ou seja, 45 horas e 34 minutos para o primeiro e 41 horas e 22 minutos para o segundo. Quanto à espessura do filme, apenas o Sealer 26 não preencheu as

exigências da especificação seguida. Os cimentos Fillcanal e Sealapex apresentaram solubilidade e desintegração superiores às permitidas. A maioria dos cimentos testados apresentou expansão e preencheu as normas da especificação seguida. A exceção foi o Sealapex, que se desintegrou, impossibilitando a realização do teste. A radiopacidade de todos os cimentos testados apresentaram-se aceitáveis, superiores a 4 milímetros de alumínio. O Sealapex e o Sealer 26 foram os que apresentaram as mais baixas radiopacidades. Todos os cimentos testados possibilitaram mensurações de suas adesividades à dentina. Os cimentos Fillcanal, Sealapex e Apexit exibiram as menores adesividades.

endodônticos que continham hidróxido de cálcio como: Sealer 26, CRCS, Sealapex, Apexit. Os resultados mostraram que o Sealer 26 e o Apexit apresentaram-se como os menos solúveis, seguidos pelo CRCS e Sealapex.

Segundo Lopes et al.80, em 1994, no tratamento de canais obturados com

cimento, a anatomia do canal, assim como a compactação, o comprimento longitudinal da obturação e o tempo decorrido do tratamento, certamente

influênciariam a desobturação e ainda, os solventes orgânicos não têm capacidade de dissolver os compostos minerais que formam o óxido de zinco-eugenol. Isto

provavelmente se deve ao fato de o cimento não apresentar, em sua composição, a colofônia, o que torna praticamente insolúvel diante dos solventes orgânicos empregados em Endodontia. Porém, essas soluções químicas podem promover a desintegração física do cimento de óxido de zinco-eugenol. O fenômeno da

desintegração química pelo óxido de zinco-eugenol é acompanhada de aumento de volume e quebra das ligações entre as partículas do cimento. Vale ressaltar que adsorsão é a fixação das moléculas de uma substância (adsordato) na superfície de outra (adsorvente). A capacidade de desintegração do cimento de óxido de zinco- eugenol varia em função da compactação da obturação, da viscosidade e a polaridade das soluções químicas usadas. Quanto menor for à compactação, maior será a

porosidade da oturação, o que permitirá a penetração de maior volume de solução, facilitando o amolecimento e a desintegração física do óxido de zinco-eugenol. A viscosidade e a polaridade da solução química empregada são outros fatores que influênciam na capacidade de desintegração do óxido de zinco-eugenol. Quanto menor a viscosidade e maior a polaridade, maior será a velocidade de difusão da solução através dos poros existentes na obturação.

Fidel et al.38 (1995) estudaram as alterações dimensionais de alguns cimentos

obturadores de canais radiculares: Sealer 26, CRCS, PR-Sealer, Apexit e Sealpex. O cimento Sealapex não resistiu ao experimento, desintegrando-se. Todos os cimentos sofreram ligeira expansão, com os maiores índices sendo encontrados com o PR- Sealer e os menores com o Sealer 26. Os testes seguiram a Especificação 57 da ADA.

Deonízio et al.27 (2003) avaliaram as propriedades físico-químicas de

cimentos obturadores de canais radiculares, tendo como base à norma ISO/DIS 6876.2, reedição da norma da ADA número 57. Foram avaliadas diferentes

propriedades físico-químicas de cinco cimentos obturadores de canais radiculares: Óxido de Zinco e Eugenol, Endométhasone, Endofilll, AH Plus e Sealer 26. Os cimentos analisados apresentaram valores de escoamento, tempo de trabalho, tempo de presa, solubilidade e radiopacidade que satisfazem a norma ISO/DIS 6876.2, sendo o Sealer 26 que apresentou melhor radiopacidade seguido pelo Endofill, AH Plus, Óxido de Zinco e Eugenol. O cimento Óxido de Zinco e Eugenol apresentou menor solubilidade, seguido pelo Endofill, Sealer 26, Endométhasone e AH Plus.

Vale129 ,em 2004, avaliou a radiopacidade de dez cimentos endodônticos

através do sistema de imagem digital Digora. As medidas digitais foram transformadas em milímetros de alumínio e comparadas entre si e com a

radiopacidade da dentina humana. Os cimentos foram manipulados de acordo com cada fabricante e inseridos em anéis de cobre de 2mm de espessura e 5mm de diâmetro. Em seguida, os anéis devidamente preenchidos foram radiografados em aparelho radiográfico de 70 KVp e 8 mA, com distância foco-filme de 30 cm e tempo de exposição de 0,7s, utilizando-se como referencial um penetrômetro de alumínio de 10 “steps”. Os resultados mostraram que os cimentos testados, em ordem crescente de radiopacidade foram: Sealapex, Endométhasone, Pro Canal, Sealer 26, Pulp Fill, Endofill da Dentsply, Pulp Canal Sealer, Endofill da Herpo, AH Plus e Top Seal. A análise estatística foi feita com ANOVA a um critério e as comparações realizadas com o teste de Tukey. De acordo com os resultados obtidos neste trabalho, verificou- se que: 1- o cimento endodôntico menos radiopaco foi o Sealapex; 2- o cimento endodôntico mais radiopaco foi o Top Seal; 3- dentre os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol, o menos radiopaco foi o Pro Canal e o mais radiopaco foi o Endofill da Herpo; 4- dentre os cimentos à base de hidróxido de cálcio, o menos radiopaco foi o Sealapex e o mais radiopaco, o Sealer 26;

Gorni & Gagliani45 em 2004, procuraram classificar as diferentes situações

clínicas encontradas nos casos de retratamenro feita por uma avaliação após 24 meses. Um total de 425 pacientes (452 dentes) foram monitorados por 24 meses.eles acompanharam: 254 molares, 107 pré molares e 91 dentes anteriores. Od dentes foram divididos em dois grupos: dentes com modificações anatômicas com

tratamento endodôntico previsto (canal radicular morfologicamente alterado) e dentes em que a anatomia não era significantemente alterada (dentes com morfologia

normal). Embora o sucesso total tenha sido de 69,03%, o sucesso do grupo de dentes com morfologia normal foi de 47% e do gupo com canal radicular morfologicamente alterado foi de 86,8%. Os autores concluíram que o sucesso clínico do tratamento endodôntico parece depender da morfologia do canal radicular.

Tanomaru et al. 123 em (2004), realizaram um estudo cujo objetivo foi avaliar a

radiopacidade de cimentos endodônticos à base de óxido de zinco e eugenol (Endofill), hidróxido de cálcio (Sealapex), resina (Sealer 26 e AH Plus) e silicone (Roeko Seal). Os corpos de prova foram padronizados com 10 milímetros de diâmetro e 1 milímetro de espessura e radiografados conjuntamente com uma escala de

alumínio empregando-se filmes oclusais, de acordo com as Normas ISO 6876/2001. As radiografias foram digitalizadas e as radiopacidades dos cimentos comparadas à escala de alumínio com diferentes espessuras, utilizando o software VIXWIN 2000. Os resultados demonstraram que o AH Plus foi o cimento mais radiopaco e o Sealapex apresentou menor radiopacidade (p<0,05), sendo intermediários os resultados para os cimentos Roeko Seal, Endofill e Sealer 26. Sealapex apresenta menor radiopacidade que outros tipos de cimentos endodônticos

Souza112 2004, realizou um trabalho cuja proposta foi comparar os níveis de

infiltração apical determinados pelos corantes azul de metileno a 2% e Rodamina B a 2% em canais radiculares obturados com cimentos endodônticos de diferentes

composições químicas. Foi também determinada a capacidade seladora apical dos cimentos Endofil, Sealer 26, AH Plus, Selapex, EndoREZ e um cimento

experimental à base de polímetro de mamona (Polofil) para cada solução corante. Foi utilizado 176 dentes unirradiculados extraídos de humanos que foram instrumentados com limas do Sistema k3 de conicidade 0.04mm/mm e obturados pela técnica de condensação lateral modificada utilizando-se um cone principal de conicidade 0,04mm/mm e dois cones auxiliares. As raízes foram divididas em grupos de acordo com o cimento obturador utilizado e estes novamente divididos em subgrupos de 14 dentes cada de acordo com a solução corante a ser utilizada como traçador da

infiltração. Oito dentes foram utilizados como controle sendo 4 controles positivos e 4 controles negativos. As raízes foram impermeabilizadas e toda superfície radicular externa com exceção do forame apical e submetidas à infiltração nas duas soluções corantes, em ambiente a vácuo por 24 horas. Foram mensuradas as infiltrações apicais por meio do programa ImageTool for Windows versão 3.0 e os resultados

submetidos à analise estatística pelos testes ANOVA, T-Stuent e Newman-Kells. Verificou-se que os níveis de infiltração determinados pelas soluções corantes dependeram de qual cimento avaliado. A solução de azul de metileno a 2%

determinou nos cimentos Endofill, Sealer 26 e Sealapex menores níveis de infiltração que os determinados pela Rodamina B nos mesmos cimentos, sugerindo uma

incapacidade da solução de azul de metileno a 2% em revelar a totalidade da falha da obturação realizada com estes cimentos. Os demais cimentos não apresentaram diferenças significativas nos níveis de infiltração apical determinados por ambas soluções corantes. Em relação a capacidade seladora apical o cimento EndoREZ apresentou os maiores níveis de infiltração em ambas as soluções. Os cimentos Endofill, Sealer 26, AH Plus e Sealapex apresentaram resultados estatisticamente semelhantes quando utilizado o corante Rodamina B e constituíram um grupo

intermediário. O cimento experimental Polifill apresentou os melhores resultados em relação a capacidade seladora apical determinada pela Rodamina B.

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