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4 O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM NECESSIDADES

4.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DOS CAMPI ITAPINA E SANTA TERESA

Trago neste item alguns aspectos históricos e geográficos dos dois campi para que possamos compreender os processos educacionais que neles foram/são constituídos. O Ifes Campus Itapina, de acordo com as informações obtidas em sua página institucional, foi oficializado em 28 de abril de 1956 na gestão do governador Francisco Lacerda de Aguiar e do Presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira por meio de um acordo celebrado entre o Governo da União e o Estado do Espírito Santo datado de 15 de novembro de 1949, na gestão do então Governador do Estado Carlos Fernando Monteiro Lindemberg.

Esse acordo propôs a construção de uma Escola de Iniciação Agrícola à margem esquerda do Rio Doce no Município de Colatina, na qual seria ofertado o Curso de Iniciação Agrícola com duração de dois anos e o concludente receberia o diploma de Operário Agrícola.

Na época, com o intuito de garantir a implantação e funcionamento desse acordo, o Governo do Estado do Espírito Santo e a União firmaram parceria pela qual o Estado participava com 1/3 e o Governo Federal com 2/3 das verbas para a manutenção e o funcionalismo da Escola de Iniciação Agrícola. Nesse contexto, a escola seria supervisionada pela Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário – SEAV, ligada ao Ministério da Agricultura.

Em 1952, foi nomeado o primeiro Diretor da Escola de Iniciação Agrícola, o Engenheiro Agrônomo e Professor da Escola Agrotécnica de Santa Teresa, Dr. José Farah, o qual tomou posse e deu início a construção das primeiras obras.

Em 20 de maio de 1955, a Escola passou a ser denominada Escola de Iniciação Agrícola de Colatina.

Em 20 de fevereiro de 1956 ocorreu o primeiro processo seletivo e as aulas iniciaram em 03 de março de 1956, com duas turmas: a primeira com o antigo Curso Primário (4ª série, preparatório para o curso de Iniciação Agrícola) e a segunda turma para o curso de Iniciação Agrícola (1º ano Ginasial, antiga 5ª série).

Com a Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), as Escolas Agrícolas passaram a ser denominadas de Colégios Agrícolas, ministrando as três séries do 2º ciclo (Colegial) e conferindo aos concluintes o diploma de Técnico Agrícola.

Em função dessa alteração, encerrou-se o ciclo dos Cursos de Iniciação Agrícola com dois anos de duração e transformou-os em Cursos Ginasiais Agrícolas, com quatro anos de duração e equivalente ao Curso Ginasial Formal, habilitando, o concludente, com diploma de Mestre Agrícola.

Em 13 de fevereiro de 1964 pelo Decreto nº 53.558, a Escola de Iniciação Agrícola de Colatina passa a ser denominado Ginásio Agrícola de Colatina – GAC.

Já a década de 1970 marca um período conturbado na história do Ginásio Agrícola de Colatina, pois os acordos firmados entre a União e Estado do Espírito Santo prescreveram e ambos divergiam sobre quem deveria ser o mantenedor do então Ginásio Agrícola de Colatina. Para agravar a situação em 1972 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 5.692/72 praticamente extinguiu os cursos profissionalizantes seriados em nível de 1º grau. Aparentemente o Ginásio Agrícola de Colatina estava com seus dias contados.

Entretanto, a Coordenação Nacional do Ensino Agrícola – COAGRI, órgão vinculado à Secretaria de Ensino de 1º e 2º Graus do Ministério da Educação e Cultura – MEC, resolveu o impasse entre a União e o Estado do Espírito Santo. O Ginásio Agrícola de Colatina transformar-se-ia em Colégio Agrícola de Colatina – CAC para que fosse

oferecido o ensino de 2º Grau, com o Curso Técnico em Agropecuária e o curso Ginasial Agrícola foi extinguido gradativamente.

Em 17 de dezembro de 1975, o Poder Executivo Estadual doou à União área de terra destinada a Criação do Colégio Agrícola de Colatina. Em 1977 toma posse o novo Diretor, o Professor Sebastião Peluzio de Campos e em 14 de dezembro de 1977 foi autorizado o funcionamento do curso Técnico em Agropecuária no Colégio Agrícola de Colatina – CAC, regularizado em 29 de agosto de 1980.

No início de 1978 foi realizado o primeiro Exame de Seleção para o curso Técnico em Agropecuária com 120 vagas, tendo sua formatura ocorrida em dezembro de 1980, com o título de Técnico em Agropecuária.

A partir do Decreto nº 83.935, de 04 de setembro de 1979, publicado no DOU de 05 de setembro de 1979, foi substituída a denominação de Colégio Agrícola de Colatina – CAC para Escola Agrotécnica Federal de Colatina – EAFCOL.

A Escola Agrotécnica Federal de Colatina passou a ser uma Autarquia instituída pela Lei 8.731 de 16 de novembro de 1993, vinculada ao Ministério da Educação e do Desporto, nos termos do Art. 20, Anexo I do Decreto nº 2.147 de 14 de fevereiro de 1997, através da Secretaria de Educação Média e Tecnológica.

O Ifes Campus Itapina está localizado a 17 km da cidade de Colatina, na rodovia BR-259, Km 70, zona rural, no distrito de Itapina. Está a 155 km de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo. Ocupa uma área de 316 ha que são distribuídos em áreas construídas e áreas destinadas ao desenvolvimento de projetos educacionais e agropecuários. Atende estudantes advindos de diversas localidades. Atualmente oferta o curso Técnico em Agropecuária e Técnico em Zootecnia, ambos integrados ao ensino Médio. Também oferta curso de graduação em Agronomia, Licenciatura em Ciências Agrária e Licenciatura em Pedagogia.

Imagem 1: Fotos do Campus Itapina

Quanto ao Campus Santa Teresa, de acordo com as informações obtidas em sua página institucional, sua criação data de 1940 através do Decreto-Lei nº 12.147, de 06 de setembro, do Interventor Federal no Estado do Espírito Santo, João Punaro Bley, sob a denominação de Escola Prática de Agricultura (EPA), com a finalidade de ministrar dois cursos práticos e intensivos, de um ano de duração, a trabalhadores rurais - Administrador de Fazenda e Prático Rural.

Em 10 de março de 1948, por força do Convênio firmado entre a União e o Estado, passou para a supervisão da Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário - SEAV - do Ministério da Agricultura, para ministrar os cursos previstos na Lei Orgânica do Ensino Agrícola - Decreto-Lei nº 9.613, de 20 de agosto de 1946, com a denominação de Escola Agrotécnica do Espírito Santo, nome que perdurou até 1956.

Em 1956, face à renovação do Convênio em apreço, passou a chamar-se de Escola Agrotécnica de Santa Teresa. O nome Colégio Agrícola de Santa Teresa, foi-lhe dado pelo Decreto nº 53.588, de 13 de fevereiro de 1964.

O nome, Escola Agrotécnica de Santa Teresa - ES, foi estabelecido pelo Decreto nº 83.935, de 4 de setembro de 1979 e transformada em Autarquia através da Lei Nº. 8.731, de 16/11/1993 vinculada a Secretaria de Educação Média e Tecnológica- SEMTEC.

No período de 1948 a 1951, tiveram início os cursos de Iniciação Agrícola e de Maestria Agrícola. A partir de 1952, passou-se a ministrar também o curso de Técnico em Agricultura, que teve sua denominação alterada para Técnico Agrícola. Em 1976, este Curso passou a ser diplomado como Técnico em Agropecuária, o que perdurou até 1994. Entre os anos 1995 e 2003, diplomava como Técnico Agrícola com Habilitação em Agropecuária. A partir do segundo semestre de 2003 a denominação do curso foi alterada para Técnico em Agropecuária, com suas devidas habilitações (Agricultura, Agroindústria, Agropecuária e Zootecnia).

Em 1994, a Escola ampliou a oferta incluindo o curso de Especialização Técnica em Zootecnia e, a partir de 1997, o curso de Especialização Técnica em Olericultura e Jardinagem, que perduraram até o ano 2004.

A partir de 1999, a escola passou a oferecer o curso Técnico em Meio Ambiente e, em 2000, o curso Técnico em Agroturismo, que perdurou até 2005. Em 2007, a escola oferecia o curso Técnico em Agroindústria Integrado ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA.

A partir do ano 2010 tiveram início alguns cursos de graduação, sendo: Engenharia Agronômica; Licenciatura em Ciências Biológicas e Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

No fim do ano de 2008, a Escola Agrotécnica Federal de Colatina e de Santa Teresa atravessaram mais um período de mudanças. Através da Lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008, o Governo Federal institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Assim, surge o Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes, mediante a integração do Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo - CEFETES e das Escolas Agrotécnicas Federais de Alegre, de Colatina e de Santa Teresa.

O Campus possui uma ampla estrutura física com 30.299 m2 de área construída, sendo que sua superfície territorial é de 629,87 hectares. Localiza-se a 22 km da sede do município e a 100 km de Vitória, capital do Estado. Convém destacar que desde sua criação, o principal objetivo dessas instituições de ensino foi a formação de profissionais que atendam às necessidades do mercado de trabalho dentro do eixo tecnológico voltado à produção agrícola, frente a sua importância no setor agrícola e educacional do Estado.

Imagem 2: Fotos aéreas do Campus Santa Teresa

4.2 A INCLUSÃO NO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO: O QUE ESTÁ