• Nenhum resultado encontrado

5 OS PROFESSORES, A ORGANIZAÇÃO PRESCRITA PARA O TRABALHO

5.2 Aspectos organizacionais do trabalho docente na Universidade

O quadro de docentes efetivos da UFMG, contratados no regime estatutário por meio de concurso público, para desenvolver atividades na graduação, é composto por profissionais que integram a carreira do Magistério Superior da Rede Federal de Ensino. Além disso, a instituição conta com a participação de professores substitutos, que firmam contratos temporários com a instituição, mediante a aprovação em processo seletivo, bem como com professores visitantes, que compreendem profissionais de reconhecida competência que colaboram com programas especiais de ensino e, ou pesquisa.

14

O Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI, foi instituído pelo Decreto Presidencial 6.096, de 24 de abril de 2007, com o objetivo de fomentar a expansão das instituições públicas federais. No âmbito da UFMG, esse programa teve início em 2008 e viabilizou a criação de 781 vagas, em 24 cursos já existentes e 1.350 vagas nos novos cursos que foram criados, os quais perfazem o total de 28. (RELATÓRIO DE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL PRODUZIDO PELA

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO DA UFMG). Disponível em:

Em relação aos docentes do quadro permanente da UFMG, a contração dos mesmos se ancora na Lei no 12.77215, de 28 de dezembro de 2012 (com as alterações promovidas pela Lei 12.863, de 24 de setembro de 2013), que prevê no Art.1,§2o , as seguintes classes:

I - Classe A, com as denominações de:

a) Professor Adjunto A, se portador do título de doutor; b) Professor Assistente A, se portador do título de mestre; ou

c) Professor Auxiliar, se graduado ou portador de título de especialista; II - Classe B, com a denominação de Professor Assistente;

III - Classe C, com a denominação de Professor Adjunto; IV - Classe D, com a denominação de Professor Associado; e V - Classe E, com a denominação de Professor Titular.

De acordo com os termos da supracitada Lei, o ingresso do docente ocorre, inicialmente, sempre na classe A, na função de Professor Auxiliar, sendo a promoção para a função de assistente e ou adjunto concedida, imediatamente, quando da aprovação no estágio probatório, desde que o professor atenda aos requisitos de titulação.

Além disso, as classes são divididas em níveis, com a seguinte organização: as classes A e B compreendem dois níveis; as classes C e D compreendem quatro níveis; e a classe E conta com apenas um nível. Para que sejam concedidas as progressões previstas na Carreira de Magistério Superior, é necessário o cumprimento do interstício de 24 (vinte e quatro) meses no último nível da classe antecedente, além da aprovação na avaliação de desempenho e o título de doutor (no caso da classe D).

No que tange ao regime de trabalho, definido em termos de carga de trabalho semanal, em consonância com a referida Lei no. 12.772, a Resolução Complementar no 02/2014, aprovada pelo Conselho Universitário da instituição, a qual “dispõe sobre regimes de trabalho docente, encargos docentes, concessão, reversão de classe e alteração de regime de trabalho de vaga de magistério da carreira de Magistério Federal da UFMG”, de 10-06-2014, relaciona no seu Anexo as seguintes possibilidades de regime de trabalho: a) Tempo Integral com Dedicação Exclusiva (DE); b) Tempo Integral (T-40); c) Tempo Parcial (T-20).

Os docentes em tempo integral, com dedicação exclusiva, cumprem jornada semanal de 40 horas e lhes é vedado o exercício de outras atividades remuneradas, à exceção das funções indicadas, no Art. 71, §2o, do Regimento Geral da UFMG, a saber:

a) participação em órgão de deliberação coletiva relacionados com as funções de magistério;

b) participação em comissões julgadoras ou verificadoras, relacionadas com o ensino ou a pesquisa;

15

Importa registrar que o Código de Ciência, Tecnologia e Inovação, sancionado por meio da Lei 13.243/2016, modifica a Lei 12.772/2012. Assim, o regime de Dedicação Exclusiva do magistério federal é flexibilizado, viabilizando que empresas privadas paguem, por meio de fundações de apoio, bolsas a docentes.

c) percepção de direitos autorais ou correlatos;

d) colaboração não-permanente, remunerada ou não, em assuntos de sua especialidade, desde que devidamente autorizada pela Unidade, conforme regulamentação do Conselho Universitário e sem prejuízo dos encargos de magistério.

O professor de 40 horas deve realizar suas atividades, observando dois turnos diários completos e apresentar em termos quantitativos e qualitativos desempenho semelhante ao dos profissionais que se encontram em dedicação exclusiva. Por sua vez, os professores contratados em tempo parcial desempenham atividades conforme as determinações da Câmara Departamental ou estrutura equivalente.

A seguir, encontra-se sintetizado na Tabela 1 o número total de docentes do Magistério Superior da UFMG, em atividade, em 31-12-2014.

TABELA 1

Número total de docentes da UFMG, por classe e regime de trabalho

Classe Regime de Trabalho Total de

Docentes 20 H 40 H DE** Auxiliar 32 11 115 158 Assistente 61 17 133 211 Adjunto 73 75 1010 1158 Associado 27 14 997 1038 Titular 3 9 224 236 Total de docentes 196 126 2479 2800

Fonte: Pró-Reitoria de Planejamento – PROPLAN – em 2015/1.

*DE – Dedicação Exclusiva.

5.2.2 As prescrições normativas para as atividades de trabalho do docente

A atuação do professor do quadro permanente da UFMG guarda relações com as finalidades da instituição que estão relacionadas, conforme o seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), à geração, ao desenvolvimento, à transmissão e à aplicação de conhecimentos, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, compreendidos de forma indissociada e integrados na educação e na formação científica e técnico-profissional de cidadãos.

Quanto às funções do professor, o Anexo da Resolução Complementar no 02/2014, dispõe:

Art. 8o - O docente em Regime de Tempo Integral, com ou sem Dedicação

Exclusiva (DE ou T-40), além de assumir encargos didáticos, conforme previsto no art. 7o desta Resolução, deverá exercer atividades de, pelo menos, 2 (dois) dos seguintes itens:

I – administração acadêmica; II – orientação de alunos;

III – pesquisa; IV – extensão;

V – produção artística ou cultural.

Assim, independentemente do seu regime de trabalho, devem ser assumidos, pelo docente, encargos didáticos (que se referem à carga horária dedicada ao ensino) que, calculados com base em 2 (dois) períodos letivos, devem corresponder à carga horária semanal de 8 (oito) a 12 (doze) horas-aulas, salvo quando for liberado em função do exercício do cargo de Reitor, Vice-Reitor, Pró-Reitor e Assessor do Reitor, ou houver autorização da Congregação da Unidade de sua lotação. Essa carga horária considera as atividades de ensino desenvolvidas tanto na graduação, quanto na pós-graduação.

Cumpre observar que, para desenvolver atividades nos Programas de Pós-Graduação em vigor na Universidade, os docentes precisam passar por processo de credenciamento, cumprindo critérios definidos pelos diferentes Programas, os quais não serão objeto de apreciação e detalhamento, por não constituir tema abordado neste estudo.

No caso do ensino de graduação e de pós-graduação, os programas das disciplinas constituem prescrições que requerem observância obrigatória dos professores quando da efetivação das atividades de ensino. Esses documentos, que mantém o propósito de apresentar as características das disciplinas, os conteúdos, sob a forma de temas e, ou tópicos, a serem desenvolvidos, bem como as referências bibliográficas, são definidos/aprovados pelas Câmaras Departamentais ou estruturas equivalentes e referendados pelos Colegiados de cada Curso. Por seu turno, a designação do professor responsável por ministrar a disciplina, de acordo com o Estatuto da instituição, é função das Câmaras Departamentais ou estruturantes equivalentes.