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O estudo petrográfico foi realizado em nove lâminas delgadas, as mesmas foram confeccionadas a partir de amostras representativas previamente selecionadas no acervo do GPA/UFBA. Com base na petrografia, foi possível separar, tendo-se como base as características macroscópicas e microscópicas três faciologias (Tab. 01) e anexos.

Após estabelecer a composição modal das rochas estudadas, estes resultados obtidos foram lançados nos diagramas Q-A-P e Q-A+P-M (Tab. 02, Fig. 06). Sendo classificados três conjuntos de litologias: granodiorito gnaisse, anfibolito gnaisse e rochas alcalinas.

Fácies Granodiorito Gnaisse (Amostras: 461, 462, 472-B)

As rochas desta fácies exibem coloração acinzentada, por vezes levemente esverdeada, com presença de bandamento composicional, onde se alternam bandas claras e escuras. Elas apresentam em sua grande maioria granulação variando de média a grossa e textura inequigranular. E, os seus constituintes minerais são: quartzo, plagioclásio, feldspato alcalino, biotita, minerais opacos, riebeckita, tremolita, titanita, zircão, carbonato e diopsídio.

Os cristais de quartzo são os mais abundantes nesta fácies (Micro 01). Eles se apresentam anédricos, com tamanhos variando de 0,03 a 3,07 mm, predominando os indivíduos com 0,20 mm. Por vezes, eles aparecem bastante fraturados ou ocorrendo em pequenos agregados. Nesses cristais ocorrem inclusões de biotita, minerais opacos e de plagioclásio. Eles mantém contatos irregulares com outros cristais que compõem a rocha.

Tabela 1: Distribuição das amostras descritas na petrografia.

Amostra Quantidade Fácies

461, 462, 472-B 3 Granodiorito Gnaisse

470, 472-A, 509, 510 4 Anfibolito Gnaisse

117, 508 2 Rochas Alcalinas

Tabela 2: Dados modais das amostras estudadas. Granodiorito gnaisse (GG), anfibolito

gnaisse (AG), rocha alcalina (RA).

Amostras 117 508 461 462 472-B 470 472-A 509 510 Faciologia RA RA GG GG GG AG AG AG AG Quartzo - - 25,0% 54,0% 40,0% 2,0% - 10,0% 35,0% Andesina (~35% An) - - 39,0% 20,0% 35,0% - 8,0% 22,0% 9,0% Microclina 75,0% 85,0% 15,0% - 14,0% 10,5% - - 20,0% Hornblenda - - - 80,0% 45,0% 28,0% Biotita 4,0% 10,0% 10,0% 12,0% 7,0% 27,0% - 3,0% - Allanita - - - 18,0% - Tremolita - - 2,5% 6,0% - 43,0% - - - Riebeckita 15% 1,5% - 3,9% - - - - - Epídoto - - - 3,5% - - Titanita - - 1,5% - - 2,5% - - - Minerais Opacos 1,5% 3,5% 4,5% 4,0 3,5% 3,0% 7,0% 0,5% 4,0% Aegerina 3,5% - - - - - Zircão - - 0,5 0,1 - - - - 0,1% Minerais Acessórios 1% - 1% - 0,5% - 1,5% 1,5% 3,9% TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 41

Os cristais de plagioclásio presentes nesta fácies correspondem a andesina (An 35-40%). Eles ocorrem com forma subédrica a anédrica, mais raramente euédricos. Os seus tamanhos variam de 0,12 a 3,84 mm, predominando os indivíduos com 0,80 mm. Geminações segundo as leis Albita e Albita-Carlsbad ocorrem bem visíveis. Exsolução de feldspato alcalino são observadas em alguns dos cristais. Mimerquita são igualmente observadas nos cristais menores (Micro 02 e 03). Em alguns locais de algumas lâminas foi possível perceber altas taxas de alteração em cristais de plagioclásio, evidenciado pelo desenvolvimento de sericitização.

Os cristais de microclina ocorrem com forma anédrica, com tamanho variando de 0,08 a 3,07 mm, predominando aqueles com 0,95 mm. Eles mostram-se geminados segundo as leis Albita-Periclina. Por vezes apresentam pertitas do tipo flâmulas e bastões, e em vários indivíduos observa-se a presença de alteração. Cristais de biotita aparecem inclusos nos feldspatos alcalinos (Micro 05).

A biotita marrom ocorre em forma de palheta, com tamanhos variando de 0,06 a 1,15 mm, predominando aqueles cristais com 0,30 mm. O pleocroísmo varia de castanho claro a castanho escuro. Inclusões de titanita são perceptíveis nestes cristais, e os mesmos mantém contatos irregulares com quartzo e plagioclásio (Micro 04 e 06).

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Os elementos acessórios presentes nesta fácies não ultrapassam 4% e são compostos mineralógicamente por: minerais opacos, riebeckita, tremolita, zircão, carbonato e diopsídio.

Fácies Anfibolito Gnaisse (Amostras: 470, 472-A, 509, 510)

As rochas desta fácies exibem coloração cinza acastanhado, por vezes esverdeado. Elas são caracterizadas por apresentarem maior quantidade de anfibólio que a fácies anterior (Micro 07). Essas rochas apresentam textura variando de fina a média, e são compostas por: hornblenda, tremolita, epídoto, allanita, plagioclásio, feldspato alcalino, biotita, apatita, quartzo, minerais opacos, carbonato, titanita e zircão.

Os cristais de hornblenda marrom ocorrem preferencialmente subédricos, com tamanho variando de 0,20 a 1,10 mm, predominando aqueles cristais com 0,38 mm. Eles apresentam textura poiquilítica, ocorrendo associado a agregados de tremolita (Micro 07) e, por vezes aparecem envolvendo cristais de quartzo (0,15 a 0,21 mm). Alguns deles apresentam tamanhos moderados encontrando-se envolvidos por cristais de allanita (0,40 mm), bem como inclusões de biotita. Mantém contatos curvos com cristais de tremolita e irregulares com outros cristais.

A tremolita ocorre em cristais subédricos, por vezes euédricos, com tamanhos variando de 0,10 a 0,50 mm, predominando os cristais de tamanho 0,20 mm. Apresentam-se também como prismas alongados, em agregados fibrosos (asbestiforme) (Micro 08). Inclusões de minerais opacos, titanita e biotita podem ser identificados. Os cristais de epídoto ocorrem normalmente reunidos em agregados granulares, por vezes alongados. Eles exibem tamanhos variando de 0,08 a 0,40 mm, predominando os de 0,20 mm. A maioria apresenta-se zonados (Micro 09).

A andesina (An≈35%) mostra formas subédricas, por vezes anédricas, e os seus tamanhos variam de 0,02 a 0,80 mm, predominando os de 0,25 mm. Eles apresentam exsolução de feldspato alcalino em forma de flâmulas e bastões. Na maioria de seus cristais ocorrem inclusões de biotita.

O quartzo ocorre como cristais anédricos, com tamanho variando de 0,03 a 0,60 mm. Por vezes aparecem em agregados e mantém contatos curvos com cristais de hornblenda e plagioclásio e irregulares com cristais de biotita.

Os cristais de allanita ocorrem de forma subédrica, com tamanhos variando de 0,38 a 1,92 mm, predominando os de 0,77 mm. Por vezes ocorrem inclusões de minerais opacos (Micro 10). Os contatos existentes são retos com cristais de plagioclásio e irregulares com outros cristais. Os minerais acessórios presentes nesta fácies são: minerais opacos, biotita, apatita, titanita e carbonato.

Fácies Rochas Alcalinas (Amostras: 117, 508)

Esta fácies reúne traquito e sienito. Essas rochas exibem coloração variando de branca a cinza escuro, estrutura maciça e as textura presentes são fanerítica fina e inequigranular. Os minerais presentes são: feldspato alcalino, riebeckita, aegerina, biotita e minerais opacos

Os cristais de feldspato alcalino ocorrem em grande quantidade nas duas rochas desta fácies. Na rocha sienítica o feldspato alcalino é representado pela microclina (Micro11). Ela apresenta-se subédrica, com tamanho variando de 0,15 a 1,23 mm, predominando os de 0,46mm. Mostram-se bastante fraturados e exibem geminação segundo as leis Albita-Periclina, por vezes exsolução de albita com geometria de flâmulas interpenetrantes e apresentam inclusões de biotita. No traquito o feldspato alcalino é representado pelo ortoclásio, com cristais ocorrendo de forma euédrica, com tamanhos variando de 0,05 a 0,40 mm, predominando os cristais com 0,20 mm. Eles exibem geminações segundo as leis Albita-Carlsbad bem desenvolvidas. Os cristais apresentam-se, na lâmina, orientados pelo fluxo magmático e essa orientação primaria tem superimposta uma foliação desenvolvendo kink (Micro 10). Ocorrem inclusões de biotita (0,01 mm) e mantém contatos curvos com cristais de riebeckita e biotita e contatos irregulares com outros cristais.

A riebeckita ocorre como cristais subédricos, prismáticos finos (asbestiforme), com tamanho variando de 0,003 a 0,17 mm, predominando os de 0,038 mm. Apresenta-se com tons de azul e com forte pleocroísmo em tons de azul. Tanto nas rochas sienítica quanto na parte traquítica, esse mineral ocorre associado ao feldspato alcalino. Os contatos são retos com cristais de feldspato alcalino e aegerina-augita na lâmina traquítica.

Os cristais de biotita marrom presentes nas duas rochas, encontram-se em forma de palhetas e com tamanhos variando de 0,005 a 1,39 mm, predominando os de 0,55 mm, e os seus contatos são curvos com cristais de feldspato alcalino e riebeckita, com os demais cristais a biotita mantém contatos irregulares.

Cristais de aegerina-augita limitam-se a ocorrer apenas no traquito. Eles exibem forma euédrica e os seus tamanhos variam de 0,008 a 0,025 mm, predominando aqueles com 0,13 mm. Distribuem-se na rocha em pequenos agregados. Mantém contatos retos com cristais de riebeckita, contatos curvos com cristais de feldspato alcalino e irregulares com outros cristais.

Os minerais opacos presentes nesta fácies ocorrem como cristais subédricos a anédricos, com tamanho variando de 0,03 a 0,32 mm, predominando os de 0,15 mm. Em ambas as lâminas o volume destes cristais não ultrapassam 3,5%.

V

V.1 – INTRODUÇÃO

Nove amostras foram selecionadas para o estudo das rochas granulíticas do Complexo Ibicaraí. A sua amostragem ocorreu nos arredores do município de Potiraguá, sul da Bahia (Fig 05). Em todas as rochas foram dosados elementos maiores e elementos traços.

Tabela 03: Distribuição das amostras com análises químicas do Complexo Ibicaraí.

Litologia Maiores/Traços Número das Amostras

Granodiorito Gnaisse 3 461, 462, 472-B

Anfibolito Gnaisse 4 470, 472-A, 509, 510

Rochas Alcalinas 2 117, 508

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