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2.6 PERFIL SOCIOECONÔMICO E AGRÍCOLA DE PIRENÓPOLIS

2.6.1 ASPECTOS SOCIOCULTURAIS

A reforma agrária teve como objetivo estratégico elevar a agricultura familiar à posição de protagonista do processo de geração e distribuição de riquezas no meio rural (sendo o verdadeiro sentido na reforma do sector agropecuário) o que transcende simplesmente uma política de simples distribuição de lotes entre famílias pobres (GUANZIROLE et al, 2001) .

A retirada dos subsídios e incentivos fiscais segundo Guanzirole et al. (2001) gerou uma auto-seleção em que só ficou na terra aquele que realmente esteve disposto a produzir reduzindo o grande número de pessoas que mantinham terras para fins puramente especulativos, abrindo espaço para expansão da agricultura familiar e para adoção de políticas agrárias que visem o fortalecimento dos produtores familiares.

No entanto, as soluções não são simples visto que agricultores familiares constituem um público heterogêneo, diversificado e complexo (há parceiros arrendatários, os minifundistas, assalariados permanentes e temporários, etc.), o que exige também soluções diferenciadas.

E em Goiás de acordo com os dados do IBGE7 do Censo Agropecuário de 2006, em termos gerais dos 135 683 estabelecimentos cerca de 90% tem a condição legal da terra “própria” ocupando 92% da área total dos estabelecimentos (tabela 1).

TABELA 1. Condição legal das terras, segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação – 2006.

Fonte: Adaptado pelo autor, IBGE Censo Agropecuário 2006.

Com relação à Pirenópolis segundo os dados do IBGE (2006), o município apresenta um total de 1721 estabelecimentos perfazendo uma área de 139.987ha. Destas cifras 1620 estabelecimentos são tidas como propriedades “Próprias” numa total de 136.785ha.

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Segundo a Lei n°113268, a agricultura familiar alberga 1.258 estabelecimentos numa área total de 36.456 Ha, enquanto que a “Não Familiar” com 463 estabelecimentos congrega uma área total de 103.531 Ha. Portanto em Pirenópolis apesar de 94% dos estabelecimentos serem legalmente propriedades “próprias”, a agricultura familiar detém apenas 26% de área total dos estabelecimentos. Isto é, a média das áreas dos agricultores familiares é de cerca de 28 Ha enquanto que os “ Não Familiar” é de cerca de 224 Ha.

TABELA 2. Relação da condição das terras em Pirenópolis – 2006.

Condição legal das terras Estabelecimentos e respectivas áreas em Pirenópolis

Total Estabelecimentos (Un) 1.721

Área (Ha) 139.987

Proprietário Estabelecimentos (Un) 1.620

Área (Ha) 136.965

T. indefinido Estabelecimentos (Un) 9

Área (Ha) 385

Locatário Estabelecimentos (Un) 13

Área (Ha) 1.196

Parceiro Estabelecimentos (Un) 11

Área (Ha) 344

Ocupante Estabelecimentos (Un) 24

Área (Ha) 1.097

Sem terra Estabelecimentos (Un) 44

Área (Ha) Não disponível

Fonte: Adaptado do IBGE, Censo Agropecuário 2006.

A forma de obtenção da terra que mais se observou no estado de Goiás segundo a tabela 3 foi a compra direta em número de 80.250 casos dos 135.683 estabelecimentos existentes (cerca de 59%). A herança e a titulação por via da reforma agrária destacam-se respectivamente como a segunda (28%) e terceira (9%) forma de obtenção da terra mais destacadas.

8 Lei 11326/06 | Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais.

TABELA 3. Forma da obtenção das terras do produtor proprietário, segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação – 2006.

Fonte: Adaptado do IBGE, Censo Agropecuário 2006.

À exemplo de Estado de Goiás, Pirenópolis pelos dados de IBGE de 2006 na tabela 4, mostram que a forma de obtenção da terra que mais se verificou foi pela “compra de particular” seguindo-se da obtenção por forma de “herança”. A Obtenção por titulação via reforma agrária não teve grande referência no município em estudo.

Tabela 4. Forma da obtenção das terras do produtor proprietário em Pirenópolis - 2006

Número de estabelecimentos agropecuários com produtor proprietário (Unidades) 2006

Município

Forma de obtenção das terras Compra de particular Compra via crédito Titulação via reforma agrária Herança Doação particular Usucapião Outra forma Não sabe Pirenópolis 1.009 - 12 815 7 3 10 4 Fonte: Adaptado do IBGE, Censo Agropecuário 2006.

2.6.1.2 Participação da família nas atividades produtivas, mão de obra familiar. De acordo com os dados estatísticos do Censo Agropecuário de 2006, nos estabelecimentos existentes em Goiás (135.683), cerca de 90% são dirigidos pelos homens e 10% pelas mulheres.

Em Pirenópolis, dos 1.721 estabelecimentos numa área total de 139.987 Ha, 94% são dirigidos pelos homens (tabela 5).

TABELA 5. Pessoa que dirige o estabelecimento por sexo em Pirenópolis – Goiás 2006.

Município

Pessoas que dirige o estabelecimento

Homens Mulheres

Estabelecimentos

(Un) Área (Ha) Estabelecimentos (un) Área (Ha)

Pirenópolis 1 597 131 828 124 8 159

Fonte: Adaptado do IBGE, Censo Agropecuário 2006.

Entre atividades produtivas no sector agropecuário, IBGE (2006), destacou os seguintes grupos de atividades desenvolvidas nos estabelecimentos, a saber, a lavoura temporária, a horticultura e produtos de viveiro, lavoura permanente, pecuária, produção mista (lavoura e pecuária), silvicultura e exploração florestal, a pesca e aquicultura e a produção de carvão vegetal.

A pecuária foi o grupo de atividades que apresentou maior número de pessoas ocupadas nos estabelecimentos em Pirenópolis seguindo-se do grupo de atividades de lavoura temporária e, a produção mista colocando-se como o terceiro grupo de atividades com maior número de indivíduos. Nesses grupos, o número de homens foi de pelo menos o dobro em relação ao número de mulheres e a agricultura familiar abarcou o maior número de pessoas ocupadas em relação à agricultura não familiar (IBGE, 2006).

TABELA 6. Pessoal ocupado (maior de 14 anos) nos estabelecimentos em Pirenópolis – GO 1995 e 2006

Município de Pirenópolis Número de pessoas ocupadas

1995 Homens 3.347

Mulheres 1.546

2006 Homens 2.868

Mulheres 1.306

Fonte: Adaptado do IBGE, Censo Agropecuário 2006.

Em relação ao grau de parentesco com o produtor, a maior parte das pessoas ocupadas nos estabelecimentos, segundo o Censo de 2006, tinham uma relação de parentesco com o produtor ou por outra constituíam a mão de obra tipicamente familiar. No caso de Pirenópolis,

cerca de 80% dos estabelecimentos, o pessoal ocupado tinha um laço de parentesco com o produtor. Isto quer dizer que a principal mão de obra nos estabelecimentos em Pirenópolis foi familiar, ou seja, provinha da própria família do produtor (IBGE, 2006).

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