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2. Narrativas para Crianças e Promoção da Criatividade

2.3. Aspetos Metodológicos

A metodologia utilizada para este estudo caracterizou-se por ter uma natureza quantitativa, tendo por base um estudo experimental, sendo que análises deste género ―estudam os efeitos de uma ou mais situações, métodos ou materiais alternativos e que

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Anexo M - Figura 28- Desenhos realizados por um aluno do 1º ano, do grupo experimental. A consultar na página 135.

45 Anexo P – 63 Categorias da flexibilidade. A consultar na página 156. 46

Anexo M - Figura 29- Desenhos realizados por um aluno do 4º ano, do grupo experimental. A consultar na página 136.

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No jogo 2, se o desenho não for contabilizado, é eliminado das restantes categorias.

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72 constituem trabalhos de intervenção, com metodologias usualmente de tipo quantitativo (com tratamento estatístico de dados)‖ (Ponte, 1994, p. 3).

O grupo de controle, grupo que apenas foi sujeito aos testes de criatividade, não experienciou qualquer intervenção minha.

O grupo experimental, grupo que desde o início do estudo foi exposto ao contacto com histórias, realizou também os testes de criatividade no final.

2.3.1. Contextos de Ensino do Estudo

O estudo foi desenvolvido em todos os locais de estágio do Mestrado, iniciando na Creche, passando pelo Jardim de Infância e depois contemplando também o 1º e o 4º ano do Ensino Básico.

2.3.2. Opções Metodológicas

Para a elaboração deste relatório, foi necessário aprender técnicas de contação de histórias, como, por exemplo, a bablação (conceito abordado pelo escritor e contador de histórias argentino Rodolfo Castro, no âmbito do I Encontro Internacional Literatura Oral: Passado, Presente e Futuro49)

Os resultados desta investigação são de ordem quantitativa, uma vez que este tipo de investigação procura resultados, os quais surgiram da avaliação final dos testes de criatividade, dos dois grupos, resultados que variaram entre os 4 pontos e os 226 pontos.

Para aplicação da bateria de testes, existem 3 jogos definidos por Torrance.

Jogo 1: compor um desenho

Aparece inicialmente uma instrução acompanhada de um pedaço verde de cartolina,

como se detalha a seguir:

"Olha para este pedaço de papel verde. Pensa num desenho ou em algo que podes desenhar usando este pedaço de papel como parte do desenho. Pensa em algo que tenhas vontade de desenhar: tens uma boa ideia! Pega no pedaço de papel verde e cola-o nesta página no local em que desejas fazer o teu desenho. Vai, coloca-o já. Agora, com o teu lápis, vais adicionar todas as coisas que desejas, para fazer um bom desenho. Tenta

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Encontro realizado na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém, 4 de abril de 2018. Figura 23 - Exemplo de um pedaço de cartolina verde

73 desenhar algo em que ninguém pensou fazer antes. Adiciona muitas ideias para que possas contar uma verdadeira história. Para terminar, não te esqueças de colocar um título no teu desenho, um nome divertido que explique bem tua história."

A duração do exercício é de 10 minutos contados a partir do momento que é lida a explicação. Ao longo da duração do teste não se pode referir que o pedaço de papel verde é oval ou uma elipse. Neste primeiro jogo apenas são consideradas, para efeitos de correção, a originalidade e a elaboração.

Jogo 2: acabar um desenho

Aparece inicialmente uma instrução acompanhada de uma sequência de 10 desenhos, numerados. As instruções foram as seguintes:

"Olha, começámos a desenhar estes pequenos quadrados, mas não terminámos. És tu que vais acabar de adicionar coisas. Podes fazer objetos, imagens ... tudo o que quiseres, mas cada desenho deve contar uma história. Lembra-te que os traços que já foram feitos serão a parte mais importante do teu desenho. Adiciona muitas ideias para torná-lo interessante. Em seguida, escreve o título do desenho que fizeste na parte inferior de cada quadrado. Mais uma vez, tenta pensar em ideias que ninguém pensou antes."

A duração do exercício é de 10 minutos contados a partir do momento que é lida a explicação. No caso do Pré-Escolar50, não impus tempo para a sua realização.

Neste segundo jogo foram consideradas a originalidade, a elaboração, a flexibilidade e a fluência.

Jogo 3: as linhas paralelas, cujas instruções se detalham a seguir:

"Agora vamos ver quantos desenhos podes fazer a partir de duas linhas. Com o teu lápis podes adicionar coisas a essas duas linhas: para baixo, para cima, para dentro, para fora, o que quiseres. Mas é necessário que essas duas linhas sejam a parte mais importante do teu desenho. Tenta fazer imagens agradáveis, conta uma história. Tem cuidado para que os teus desenhos não sejam todos iguais. Lembra-te de colocar um título para cada desenho."

A duração do exercício é de 10 minutos contados a partir do momento que é lida a explicação. Mais uma vez, no caso do Pré-Escolar, não impus tempo para a sua realização.

Neste terceiro jogo foram consideradas a originalidade, a elaboração, a flexibilidade e a fluência.

No final do tempo, os desenhos foram recolhidos, não tendo sido permitidas alterações ou quaisquer acrescentos ao desenho, apenas se faltasse o título é que poderia ser dado mais algum tempo para o colocar.

O examinador (neste caso, eu) tinha a liberdade de avisar em qualquer um dos jogos quando o tempo estivesse a terminar. No 1ºCEB, apenas eram considerados válidos os desenhos com título.

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2.3.3. Participantes

Participaram neste estudo 32 crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 10 anos. De cada contexto envolvi 4 crianças do grupo experimental e 4 crianças do grupo de controle. Os grupos experimentais foram escolhidos ao acaso e os grupos de controle foram escolhidos de acordo com as idades do grupo experimental, tentando apresentar dois grupos o mais homogéneos possível.

2.3.4. Recolha e Análise de Dados

A recolha dos dados foi feita através da realização dos testes de criatividade, em contexto de sala de aula e, no caso do primeiro ciclo, demorou 30 minutos, tal como previsto na aplicação do teste de Torrance. No caso da Creche e do Jardim de Infância, não impus tempo de realização nos três jogos e, quando as crianças terminavam cada jogo, passavam para o jogo seguinte.

Na minha opinião, a análise dos resultados foi um processo complicado e demorado porque todos os desenhos tinham uma tabela de correção própria e tive de as traduzir de acordo com o ano de aplicação do teste. Ou seja, no 1º ciclo existia uma tabela por cada nível de ensino, no entanto, apenas traduzi as do 1º e 4º ano, no âmbito do presente estudo. Depois de traduzir as tabelas, foi necessário interpretar cada desenho de acordo com essas tabelas e atribuir-lhes a pontuação estipulada.

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