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CAPÍTULO II – Os aspectos extra-legais das decisões sentenciais

2.1. Aspetos relativos ao/à arguido/a

i. A questão da raça/etnia

Iniciamos pelas variáveis relativas ao/à arguido/a e designadamente a raça/etnia, dando conta da evolução histórica que caracterizou os estudos que se debruçaram sobre este tema. Consideramos que esta síntese dos resultados que foram sendo obtidos, ao longo do tempo, relativamente à influência da raça sobre as sentenças permite a ilustração de forma algo paradigmática, da evolução dos estudos em torno da influência dos aspetos extra-legais nas sentenças, contendo discussões muito interessantes e transponíveis para outras características e situações perante a lei que não a raça/etnia.

O interesse por este objetivo prende-se também com o facto desta evolução conter, em si, aspetos muito interessantes de observação da constituição deste campo de saber, de forma genérica (semelhante, aliás, à constituição de muitos outros). Nomeadamente quanto à reflexão da natureza contingencial e conjunctural da constituição de um campo de saber, que se vê, em parte, definida em termos de perspetiva e de espaço de amplitude dos resultados dos estudos, pelos contextos de tempo e espaço onde acontece. Isto numa lógica oposta ao positivismo e à defesa de uma realidade objetiva, factual e pronta a ser captada pelo olhar, instrumento e técnica do cientista. No fundo, a discussão que reflete a medida em que o espaço e o tempo em que os estudos se enquadram determinam as conclusões que estes tendem a tirar. Daqui decorre que a inclusão de vários estudos se prenda mais com este interesse histórico do que com o seu valor estritamente científico ou analítico, na ótica dos dias de hoje. Para além disto, consideramos que muitos destes estudos, apesar de contarem com alguns anos ou décadas de existência, representam os momentos chave das grandes discussões das variáveis em causa, assim como do seu estudo de forma mais geral (uma vez que mais recentemente a maioria dos estudos que tem revisitado esta questão das variáveis extra-legais ou procede a sistematizações de resultados anteriores ou especifica-se em situações, crimes ou populações muito particulares, não refletindo a variável de uma forma mais lata).

Para esta tarefa recorreremos, num primeiro momento de síntese dos resultados da investigação ao longo do tempo, à terminologia de Zatz (1987) que os organiza, como já referimos, em ‘ondas’, correspondentes a períodos temporais, apontando quatro: a

primeira onda agruparia os estudos conduzidos desde os anos 30 até meados dos anos 60, a segunda situa-se entre o final dos anos 60 e durante os anos 70, a terceira onda diz respeito aos estudos publicados no final dos anos 70 e durante os anos 80, recorrendo a dados do final dos anos 60 e dos anos 70 e, a quarta, inicia-se com os anos 80, sendo a última proposta pela autora na sua revisão datada de 1987.

De um modo geral então, a primeira onda de estudos teria apontado para a existência de discriminação explícita contra acusados/as pertencentes a minorias. A citação do Juiz Chargin de Santa Clara, em 1969, na Califórnia, durante os procedimentos de julgamento juvenil de um rapaz mexicano, ilustra no seu máximo expoente o nível a que a justiça podia chegar em termos da manifestação do sentimento racista:

Devíamos mandar-te de volta para o México. O teu lugar é a prisão para o resto da tua vida por teres feito coisas deste tipo. És mais baixo do que os animais e não tens o Direito de viver numa sociedade organizada – apenas de miseráveis, abomináveis e estragados… Talvez o Hitler estivesse certo. (in Hernandez, Haug & Wagner, 1976, in Zatz, 1987, p.72).

No entanto, em termos empíricos, as limitações metodológicas dos estudos desta fase inviabilizam este tipo de conclusões, como é representativo o estudo de Gaudet, Harris e John (1933). Este estudo, que contemplava já uma variedade de fatores extralegais como o estado civil, a cor, a etnia, a filiação política, o/a juiz/a responsável pela sentença, a iminência de uma renomeação do/a juiz/a, a idade do/a arguido/a, a sua religião e as condições gerais de emprego, pretendeu ingenuamente determinar as diferenças nas sentenças entre seis juízes/as a partir do cálculo da média das sentenças dadas por cada juiz/a que envolvesse reclusão, multas, liberdade condicional e suspensões. Partiam do princípio de que dado um número suficiente de casos, seria esperado que a média da severidade das sentenças de diferentes juízes/as fosse próxima – o que remeteria para a situação destes/as serem influenciados apenas pelas circunstâncias do crime e do/a acusado/a. Pelo contrário consideraram que, dado um número suficiente de casos, se a média da severidade das sentenças de diferentes juízes/as fosse consideravelmente diferente, seria justificável dizer que os fatores que determinaram a diferença das tendências sentenciais encontravam-se fora das circunstâncias do crime e do/a acusado/a, provavelmente encontrando-se em quem julga, que era o fator comum.

No que respeita à segunda onda, para além da reanálise dos estudos, a investigação original conduzida neste período sugere que as minorias seriam sobre representadas nas prisões devido ao seu desproporcional envolvimento no crime, em vez de ser uma consequência de enviesamentos judiciais. Neste seguimento, e segundo Zatz (1987), a discriminação parecia deixar de ser uma questão.

Já os estudos desenvolvidos na terceira onda beneficiaram das evoluções em termos da sofisticação dos desenhos das investigações e das técnicas analíticas, e indicaram que os viés contra as minorias, tanto na sua forma explícita como na sua forma subtil, ocorriam efetivamente, pelo menos em alguns contextos sociais. A investigação começava a mostrar, tal como sugerido por Hagan (1974) e Kleck (1981), que para além dos efeitos diretos sobre as sentenças, especificamente o fator da raça/etnia podia exercer uma influência indireta através de outros fatores. Especificando, efeitos indiretos referem-se à situação em que uma variável opera através de outros fatores, em vez de diretamente – por exemplo, a raça e a ocupação do/a arguido/a influenciarem indiretamente a sentença através dos seus efeitos na determinação da fiança.Um outro tipo de efeito indireto, levantado no final da segunda onda, e que veio a obter bastante atenção é a chamada ‘desvantagem cumulativa’.Esta designação, segundo Zatz (1987), remete-nos para a situação em que a raça/etnia tem efeitos ligeiros e frequentemente não significativos em termos estatísticos, na tomada de decisão em várias fases do processo, mas que se somam, à medida que a pessoa percorre o sistema, em disparidades substanciais e frequentemente significativas estatisticamente, ao nível do decurso dos processos, assim como nos resultados de diferentes grupos sociais. Também se verificou que a raça/etnia interagia com outros fatores na influência conjunta das sentenças, o que significa que mesmo que se possa não encontrar efeitos diretos, os efeitos de outros fatores variam sistematicamente, dependendo da raça/etnia do acusado15. Outra característica, apontada por Zatz (1987), dos estudos desta terceira onda é que a resposta à questão chave da sobre representação de minorias nas prisões se dever ao seu maior envolvimento no crime ou a

15 Segundo Zatz (1987) estes efeitos de interação podem ser avaliados de duas formas. Uma nova variável

pode ser criada pela multiplicação simultânea de valores pelas variáveis originais suspeitas da interação, acrescentando-se esta nova variável à equação e o seu efeito estimado. Ou, por outro lado, modelos separados podem ser estimados para cada grupo para determinar se o processo de tomada de decisão varia de formas fundamentais para os membros de diferentes grupos sociais. A opção por qualquer uma destas técnicas depende se apenas um ou vários fatores são hipotetizados como interagindo, ou se todo o processo é pensado como operando diferentemente para membros de vários grupos sociais.

enviesamentos no processamento administrativo, começou a tender para esta última hipótese.

Os estudos da última onda proposta por Zatz (1987) – a quarta – vêm desafiar conclusões anteriores de neutralidade racial nas sentenças, demonstrando, de forma metodologicamente sofisticada, que a raça/etnia, não sendo a determinante principal da severidade da sentença, tem um papel potente neste processo. A este dado, acrescentam- se discussões importantes nos estudos, chamando a atenção para as relações complexas que podem ocorrer entre as variáveis extra-legais.

Vamos ilustrar melhor este resumo da evolução teórica desta variável, aprofundando então um pouco os ditos estudos paradigmáticos.

No que toca, portanto, aos resultados associados à variável mais estudada dentro das características do/a ofensor/a – a raça – salienta-se a falta de consenso e consistência dos resultados, assim como a crescente complexidade, ao longo do tempo, da influência desta variável sobre as sentenças.

Por exemplo, já em 1964, Green introduz a pertinência da consideração da relação entre a raça de quem comete crimes com a da vítima, apontando que a variação das sentenças de acordo com estas variáveis existe, mas que esta seria uma função de diferenças intrínsecas entre raças, em termos de padrões de comportamento criminal. Acrescenta que a grande distância social entre raças tem implicações para o contexto situacional, o sistema comportamental, e, concordantemente, o carácter legal do crime inter-racial em contraste com o crime intra-racial.

A revisão de Kleck (1981) chegou a conclusões semelhantes, referindo que apesar de crimes entre arguidos/as negros/as e vítimas brancas serem geralmente punidos mais severamente do que crimes que envolviam outras combinações raciais, os dados indicavam que isso se devia a fatores legalmente relevantes relacionados com as ofensas e não com a combinação racial, por si só. Salientou ainda o facto de parecer haver um padrão geral de punição menos severa de crimes com vítimas negras do que com vítimas brancas, especialmente na situação em que havia lugar à imposição da pena de morte.

Também a revisão de Hagan (1974) defende que se verificaram dados no sentido da existência de diferenças nas sentenças em casos capitais inter-raciais no sudeste dos Estados Unidos. Ainda dentro dos resultados no sentido de um tratamento diferencial de

negros/as, Kleck (1981) faz uma abordagem pelo outro lado da questão, dizendo que quem estudava o sistema de justiça criminal negligenciava a possibilidade de um padrão de tratamento mais condescendente de arguidos/as negros/as. Neste sentido, afirma que vários/as investigadores/as produziram dados apontando para um tratamento mais condescendente para este grupo, relativamente a vários crimes, jurisdições e juízes/as específicos16. Hipotetiza vários fatores que podem ajudar a explicar o padrão de maior

condescendência para com arguidos/as negros/as: a desvalorização deste grupo enquanto vítimas, o paternalismo por parte da população branca, a tolerância baseada na sociologia, a ação afirmativa nos tribunais, a compensação por racismo institucional e, a compensação por preconceito inconsciente (Kleck, 1981).

Petersilia (1985) é outra autora que também aponta dados no sentido da não linearidade de uma discriminação contra as minorias étnicas, explorando a existência de discriminação nas diferentes fases processuais por que passa uma pessoa, quando até então a investigação se centrava num ou dois níveis deste sistema, apesar de se começar a acreditar que as maiores diferenças raciais aconteceriam nos contactos com o sistema anteriores à detenção. Partindo da observação de que, pela altura em que foi feito o artigo, a população negra perfazia 12% da população dos Estados Unidos mas 48% da população prisional, a autora tinha como objetivo, não tanto perceber se as minorias negra ou hispânica cometiam uma quantidade desproporcional de crimes, mas antes se, após a detenção, o sistema de justiça criminal exercia um tratamento diferente relativamente ao dado à população branca. Um dos resultados a que Petersilia (1985) chegou é que o sistema de justiça criminal, nas suas fases iniciais, parecia tratar os/as ofensores/as brancos/as mais severamente e as minorias mais condescendentemente, ocorrendo o inverso no final do processo17. A autora aponta uma série de diferenças ao nível do processo de condenação que poderiam contribuir para a diferença racial nas sentenças, nomeadamente diferenças ao nível de se ser condenado/a por acordo entre a

16 Ressalva, contudo, que estes resultados foram geralmente desvalorizados por serem atribuídos a alguma

falha ao nível da análise ou do desenho experimental.

17 A população branca teve mais probabilidade do que as minorias de ser oficialmente acusada depois da

detenção, enquanto que a população negra teve mais probabilidade de ter os seus casos liberados pela polícia ou pelo promotor público. Uma possibilidade que levanta é que a polícia detinha minorias mais vezes com base em dados de ‘causa-provável’ que depois não correspondiam a provas que resistiam à ‘dúvida razoável’. No que toca à fase ‘após’ as acusações serem feitas, as taxas de condenação foram similares entre as raças, mas o grupo de negros/as foram mais sentenciados a prisão do que o grupo de brancos/as e os/as hispânicos/as.

acusação e a defesa ou com júris18. Controlando a raça, a idade, o tipo de crime e o número de reclusões anteriores, verificou que a duração da sentença não se relacionou significativamente com os antecedentes criminais mas relacionou-se significativamente com a idade e com o tipo de crime pelo qual a pessoa foi condenada. O estudo encontrou dados ambíguos acerca da libertação após detenção, mas fortes diferenças raciais em termos da duração da pena de prisão, do tipo de sentenças atribuídas e do tempo cumprido efetivamente. O estatuto de minoria, por si só, foi responsável por um acréscimo de um a sete meses na duração da sentença. A minoria negra e a hispânica tiveram menos probabilidade de receber liberdade condicional, mais probabilidade de receber penas de prisão (dado encontrado por vários outros estudos como o de Chiricos & Crawford, 1995), assim como mais probabilidade de receber sentenças mais longas e mais probabilidade de cumprir mais tempo do que o originalmente atribuído19.Assim, a

autora ressalva que apesar deste estudo mostrar que as minorias são tratadas diferenciadamente em alguns momentos do sistema de justiça criminal, não encontrou dados de que isto resulte de um “preconceito racial generalizado e consistente no sistema” (Petersilia, 1985, p. 33), considerando antes que a discriminação ocorra de uma forma inconsistente.

Neste seguimento, defende (assim como mais tarde o fizeram Steffensmeier & Demuth, 2000) que as disparidades raciais parecem ter-se desenvolvido devido a procedimentos que foram sendo adotados sem serem sujeitos a tentativas sistemáticas de perceber se poderiam afetar as várias raças de forma diferente. Sugere, em consequência de tudo isto, que a investigação e as políticas futuras deveriam preocupar- se em olhar para os cenários dos/as atores/atrizes-chave do sistema e para os seus processos de tomada de decisão, primariamente para o tipo de informação usada, quão válida ela é, e se o seu uso afeta grupos raciais particulares injustamente, o que, não particularizando na questão da raça, vai de encontro ao nosso objetivo. Apesar destes

18 Uma vez formalizada a acusação, os ofensores e ofensoras de todas as raças tiveram a mesma

probabilidade de condenação por um crime capital, mas os/as brancos/as tiveram maior probabilidade do que as minorias de ser condenados/as por acordo. Pelo contrário, as minorias tiveram mais probabilidade de ter os seus casos capitais julgados por júris. Apesar dos acordos, por definição, implicarem condenação, também garantem uma acusação reduzida ou uma condenação mais leve, ou ambas, enquanto que as condenações por júris, segundo investigação anterior, resultam em sentenças mais pesadas (Petersilia, 1985).

19 Segundo a autora, os/as juízes/as podem hesitar em mandar brancos/as para a prisão por dois motivos:

primeiro, a investigação demonstra que este grupo é a minoria na prisão, frequentemente vitimizada pelo grupo racial dominante, sejam os/as negros/as, sejam os/as hispânicos/as; segundo, os/as juízes/as podem perspectivar os/as brancos/as como melhores candidatos/as para reabilitação.

dados, a autora encontrou também resultados robustos no sentido das minorias não estarem a ser sobre detidas em função do tipo e número de crimes que elas cometiam. No entanto, complementa esta conclusão com o facto de haver dados que sugerem que as condições socioeconómicas de negros/as se podem relacionar mais consistentemente com o crime do que as de brancos/as. Esta questão levanta, para a autora, uma questão interessante: por exemplo, se juízes/as e técnicos/as responsáveis pela liberdade condicional perspetivarem o desemprego como um indicador de recidiva – em vez de um fator atenuante do crime – a população negra, ou qualquer pessoa em situação de desemprego, tem mais probabilidade de receber sentenças mais severas e cumprir mais tempo. Discute o facto das características associadas com a criminalidade de negros/as serem mais consistentes, visíveis e valorizadas do que as associadas com a criminalidade de brancos/as e para o papel que isto pode exercer no processo. Salienta, assim, como tudo isto se compõe num ‘ciclo vicioso’ ilustrando que enquanto a experiência de pertença à minoria negra conduzir ao crime, este grupo será considerado como tendo mais potencial para a recidiva, cumprirá tempos de reclusão superiores, e será associado a uma criminalidade mais séria.

Também Zatz (1987) aponta outros aspetos deste processo. Refere que os dados do seu estudo anterior apontavam para que os fatores que aumentavam ou atenuavam sentenças eram evocados de forma diferente, dependendo da etnia do/a acusado/a. Constatou que negros/as e mexicanos/as eram sistematicamente detidos/as e libertados/as pela polícia – quando não eram libertados/as, frequentemente o caso não tinha seguimento por falta de provas. No entanto, verificou-se que eram frequentes novas detenções desses mesmos grupos, o que alimenta o ‘ciclo vicioso’ da constituição de certas pessoas como figuras criminais.

Parece-nos importante sublinhar, novamente, que demos algum destaque ao estudo de Petersilia, apesar de ter quase três décadas, assim como à revisão de Zatz, por consideramos que estas discussões que se geraram em torno desta variável raça, são bastante atuais e pertinentes, transferíveis para outras realidades que não a anglo- saxónica e para outros grupos sem ser os raciais – nomeadamente aqueles que se dedicam a alguns tipos de criminalidade por oposição a outras, como é o caso dos crimes relacionados com drogas.

Continuando nesta lógica, Spohn (2000) procede a uma sistematização das duas posições que surgiam nos estudos até então, dizendo que por um lado está a posição que

defende que a punição de crimes realizados por minorias raciais é mais severa do que a de crimes realizados pela população branca igualmente culpável e, por outro, a que considera que as disparidades raciais ao nível da severidade das sentenças refletem diferenças em termos de seriedade do crime, dos antecedentes criminais e de outros fatores legalmente importantes que juízes e juízas consideram na atribuição das sentenças20.

A autora sugere quatro explicações para negros/as e hispânicos/as receberem penas mais punitivas do que brancos/as21, sendo que apenas três delas revelam discriminação: 1) as diferenças na severidade das sentenças ocorrem por negros/as e hispânicos/as cometerem crimes mais sérios e terem antecedentes criminais mais pesados do que brancos/as; 2) as diferenças resultam de discriminação económica – acusados/as pobres não têm tanta probabilidade de ter uma defesa privada ou de serem libertados/as sob fiança, assim como têm mais probabilidade de estar em situação de desempregado (sendo que todos estes fatores podem relacionar-se com a severidade da sentença), ao que se acresce o facto de negros/as e hispânicos/as terem mais probabilidade do que brancos/as de ser pobres – o que faz com que a discriminação económica se eleve a discriminação racial indireta; 3) as diferenças devem-se a discriminação racial por parte de quem sentencia, podendo ser o resultado dos/as juízes/as terem em conta a raça/etnia dos/as ofensores/as na determinação da sentença e de estereotiparem negros/as e hispânicos/as segundo ideias de uma maior violência, perigosidade e a uma menor permeabilidade à reabilitação; 4) as diferenças nas sentenças podem refletir tanto um tratamento discriminatório como não, dependendo da natureza do crime, das raças da vítima e do/a ofensor/a, do tipo de jurisdição, da idade e

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