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CAPÍTULO 3. SBT OOL PT DO EDIFÍCIO PARA O AMBIENTE CONSTRUÍDO

3.3. C ATEGORIAS

As categorias da ferramenta SBToolPT-PU seguem a mesma linha das metodologias de avaliação

da sustentabilidade anteriores analisadas. Apesar de nomeadas diferentemente, demonstram a escolha cautelosa das equipes de trabalho. Nos parágrafos seguintes, pretende-se descrever alguns dos objetivos de cada categoria, consoante aos indicadores de sustentabilidade que as estruturam. Esta descrição auxiliará a direcionar a análise dos casos de estudo e seus resultados, que serão apresentados no Capítulo 5.

3.3.1. FORMA URBANA

Três indicadores representam a categoria Forma Urbana, com objetivos que vão desde a promoção do planeamento bioclimático para potenciar a captação de energias endógenas e reduzir perdas térmicas; potencializar a ventilação natural dos espaços urbanos tendo em conta os ventos dominantes da área geográfica; e promover a conectividade entre vias de diferentes hierarquias, reduzindo distâncias e tempos de viagem de forma a facilitar a circulação e as deslocações pedonais e cicláveis diárias.

3.3.2. USO DO SOLO E INFRAESTRUTURAS

Os espaços urbanos devem ser definidos em conformidade com as aptidões naturais do solo, e os projetos promover a eficiência do uso do solo. A flexibilidade de usos das áreas também é promovida, bem como o incentivo para reutilizar e reabilitar áreas urbanas pré-existentes, tais como centros urbanos abandonados, promovendo e valorizando a reabilitação de solos contaminados. O objetivo é evitar a expansão urbana, que tem muitos efeitos, como a construção de longas redes de infraestruturas técnicas, que englobam impactes ambientais elevados.

3.3.3. ECOLOGIA E BIODIVERSIDADE

Pretende-se nesta categoria promover a proteção e o aumento da biodiversidade local, com distribuição variada de espaços verdes dentro do espaço urbano, em conjugação com áreas mínimas. Outro objetivo é promover a regulação do clima e a captura dos gases com efeito de estufa, através da conceção de rede de espaços verdes urbanos articulados com corredores ecológicos. Aumentar o valor ecológico, com seleção de espécies autóctones para as novas plantações, e promover a monitorização ambiental através de um plano de gestão são outras metas.

3.3.4. ENERGIA

Os principais aspetos estão relacionados com a implementação de medidas que melhorem a eficiência energética dos equipamentos consumidores de energia pública e dos sistemas que produzem energia a partir de fontes renováveis. Também é promovida a gestão centralizada dos consumos de energia de forma a identificar problemas atempadamente, e promover a divulgação dos dados de consumo, por forma a fomentar a tomada de decisões e a mudança de atitudes.

3.3.5. ÁGUA

Nesta categoria são considerados o consumo de água potável e tratamento de águas residuais, bem como a promoção da gestão centralizada de água. O objetivo é reduzir o consumo de água em espaços públicos mediante o uso de equipamentos eficientes. Isto irá reduzir a produção de águas residuais e reduzir a pressão sobre os sistemas de drenagem. O tratamento local de efluentes também é promovido, assim como a implementação de um sistema de monitoramento.

3.3.6. MATERIAIS E RESÍDUOS

Os indicadores relacionados ao ciclo de vida dos materiais encontram-se aqui incluídos. Nesta categoria, constam a seleção responsável de materiais sustentáveis, o destino dos resíduos de construção e demolição e a gestão dos resíduos sólidos urbanos. Promove-se, assim, o uso de materiais locais e de produção local, a reutilização e reciclagem de RCD’s, bem como a separação seletiva dos resíduos sólidos urbanos. O objetivo é o de diminuir a deposição de resíduos e reduzir a necessidade de extração de matérias-primas.

Dissertação de Mestrado Guilherme Castanheira

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3.3.7. CONFORTO EXTERIOR

Integrante da dimensão social, a categoria está relacionado com a saúde e o conforto dos habitantes em relação à qualidade do ar, conforto térmico, acústico e visual. Nesta categoria, promove-se a redução de poluentes e odores nos espaços públicos, a redução do efeito de ilha de calor e à aplicação de sistemas de proteção contra a chuva, a redução do ruído exterior e a redução do brilho no céu e a poluição luminosa noturna.

3.3.8. SEGURANÇA

A segurança dos habitantes pertence a esta categoria. Desta forma, pretende-se verificar as medidas implementadas para garantir a segurança dos pedestres e prevenção do crime através do desenho urbano, como a distribuição de usos mistos, correta distribuição e orientação das ruas, níveis adequados de iluminação noturna. Promover a segurança contra catástrofes naturais ou tecnológicas também fazem parte dos objetivos.

3.3.9. AMENIDADES

Nesta categoria promove-se a proximidade da população a serviços diversificados e a espaços de lazer, contribuindo para mobilidade e o acesso da população, reduzindo distâncias e tempos de viagem, bem como o uso do automóvel privado. Espaços para produção de alimentos orgânicos, como hortas comunitárias, também são promovidos nesta categoria.

3.3.10. MOBILIDADE

Promover boas condições para mobilidade e acessibilidade, valorizar a qualidade dos transportes públicos e as conexões locais estabelecidas, bem como reduzir o uso do veículo privado, são alguns dos objetivos traçados nesta categoria. A promoção de ciclovias e caminhos de pedestre de qualidade e acessíveis rematam as intenções almejadas.

3.3.11. IDENTIDADE LOCAL E CULTURAL

Questões relacionadas com a identidade cultural dos espaços urbanos, através da promoção da integração paisagística do património histórico construído e natural do local e a utilização pública

e dinamização do património são alguns dos objetivos. Fomenta-se ainda a existência de habitações acessíveis a um amplo espectro de classes sociais e a participação da sociedade civil nos assuntos comunitários.

3.3.12. EMPREGO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

A dimensão econômica é avaliada nesta categoria através da análise da viabilidade econômica da construção, incluindo os custos do ciclo de vida; da promoção da economia local e da criação de oportunidades locais de emprego e formação profissional.

3.3.13. EXTRA

Adicionalmente, outros dois indicadores são avaliados na metodologia através da categoria extra. Esta categoria foi criada para promover algumas medidas que são benéficas para a sustentabilidade do ambiente construído mas que são mais difíceis de implementar. O primeiro indicador desta categoria é “Edifícios Sustentáveis” e seu objetivo é promover a sustentabilidade dos edifícios, através da implementação de ferramentas de avaliação de sustentabilidade de edifícios. Com o indicador “Tecnologias de Informação e Comunicação” pretende-se promover a gestão integrada dos aspetos funcionais mais relevantes para facilitação das funções urbanas e melhoria da qualidade de vida nas cidades.

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