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Capítulo III Caraterização do contexto educativo

1. O tema de investigação

1.1. Atividade “A Água”

A atividade denominada “Água” foi planificada para abordar a água na sua vertente ecológica e ambiental e por ser um bem essencial à sobrevivência e, mais tarde, numa perspetiva cultural, com uma visita realizada ao Chafariz da Mina (ver planificação no anexo A).

Parte I- Atividade “A Água”

Como início da atividade foi apresentado às crianças um elemento feito em feltro, a gotinha de água, que ao longo da semana estaria presente na sala, e serviria como elemento integrador para iniciarmos o tema sobre a água. Abordámos a água na sua dimensão ecológica e de sobrevivência para todos os seres vivos. Quando questionadas sobre “para que serve a água?”, as crianças deram as mais variadas respostas, como por exemplo: beber, lavar as mãos ou tomar banho, “alimentar as plantas” e “fazer a sopa”.

Sendo um tema já trabalhado pela Educadora Cooperante, o grupo revelava conhecimentos do uso consciente deste bem essencial, e pelos seus comentários podemos concluir que entendem a importância da água para a sobrevivência dos seres vivos. Muitas crianças referiram que “sem água os peixes não vivem e as pessoas e os animais não podem beber”.

Como forma de motivar, e sabendo que devemos variar os suportes de leitura e de que em fase pré-escolar se deve fomentar o contacto com a leitura e a escrita, levei um cubo gigante com ilustrações, para contar histórias de uma forma não tradicional. Criei este cubo como material didático que pretendia potenciar a narração através da sequência das imagens nas várias faces do objeto.

Atividade: "A Água"

História: "O camelo, o

burro e a água"

Fig. 1 – Atividade de leitura

Em conjunto, explorámos as ilustrações nas faces do cubo gigante, que abordavam o tema da poupança de água no uso doméstico, tendo em vista desenvolver a consciência de que devemos ter cuidado na utilização da mesma para ajudarmos o meio ambiente. A história, apenas com imagens, passa-se entre duas personagens, um burro e um camelo no seu lar, e mostra os seus comportamentos diários em relação à água. Uma das personagens (o burro) não tem cuidados, enquanto a outra (o camelo) é bastante cuidadosa e cumpre normas de utilização responsável da água.

A história foi iniciada pela educadora estagiária: “Era uma vez um camelo e um burro que…” e, juntamente com as crianças, à medida que girávamos o cubo, seguindo a sequência da história, íamos contando a história através da exploração das ilustrações. De seguida, explorámos a mensagem da história e dialogámos acerca dos comportamentos das personagens.

Em conjunto, debatemos o comportamento incorreto do burro, que utilizava a água sem os cuidados domésticos para a poupança de água e por não preservar o meio ambiente. A consequência foi ficar sem água no seu depósito para as necessidades essenciais e o camelo ainda possuía. Fizemos uma comparação com os comportamentos das crianças nas suas casas e no Jardim-de-Infância em relação ao uso da água.

Desde o início da atividade que as crianças distinguiram qual das personagens estava a cometer comportamentos incorretos em relação ao uso de água e, quando questionadas sobre a moral da história, todas estavam de acordo que deveríamos seguir o exemplo do camelo, que sempre poupou água e realizava diversas tarefas domésticas com a água que ia poupando.

A utilização do cubo gigante proporcionou também uma dimensão lúdica da atividade articulada com a dimensão didática.

Parte II – A visita ao Chafariz da Mina

No dia seguinte, como forma de abordar a água noutra vertente, planifiquei uma visita de estudo ao emblemático Chafariz da Mina em Castelo Branco. Uma vez que se encontra perto do Jardim-de-Infância, era uma mais valia para as crianças realizarmos esta visita. Primeiramente, recordámos a história do dia anterior, sobre a poupança de água no lar, e comecei por dizer-lhes que antigamente as pessoas não tinham água em casa como temos atualmente. Iam aos poços e aos chafarizes abastecer-se para poderem utilizar a água nas mais diversas tarefas. Muito motivadas, as crianças perguntaram o que era um chafariz e iniciei a preparação da visita. Falei- lhes sobre o que iriamos ver e como deveríamos comportar-nos durante o caminho e no local. Fui falando com as crianças sobre a forma como as pessoas viviam antes (os nossos bisavós e ainda os avós), onde iam buscar a água para as tarefas do seu-dia-a- dia e como isso era mais difícil do que ter água canalizada em casa. No entanto, ir à fonte (ou ao chafariz) era também uma forma de convívio porque as pessoas encontravam-se aí e conversavam.

Durante a visita explorámos a arquitetura dos chafarizes, a utilidade dos mesmos, como se procedia à recolha de água e que também o gado bebia nestes locais. O grupo, mostrando-se muito motivado, foi fazendo perguntas, tais como: “Como é que as pessoas levavam a água para casa?”, “Se não fossem ao chafariz não tinham água?”, “Se não viessem ao chafariz não podiam tomar banho?”. Através de responder a estas questões fomos esclarecendo as crianças de que a água é uma necessidade básica para todos uma vez que mesmo que os tempos mudem e a forma de acesso à mesma mude sempre continuaremos a necessitar da água para tudo.

As crianças tocaram nas pedras do chafariz, exploraram o meio envolvente e também puderam brincar.

Posteriormente à visita falámos sobre os aspetos que mais gostaram, e reforçámos algumas funções deste espaço público, como a função de abastecimento de água à população e o facto de as pessoas conviverem neste local. O grupo mostrou-se motivado por ter aprendido e por ter tido experiências novas.

Para aprofundarmos o tema, ao longo da semana foram realizados vários jogos lúdicos sobre a água como forma de as crianças aprenderem através do jogo pois o brincar é fundamental nesta fase. Por exemplo, realizámos atividades sobre a flutuação de objeto, que sensibilizam para as ciências.

Atividade: Visita

ao Chafariz da

Mina

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