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Capítulo 2 – Os Estágios Pedagógicos no âmbito da Educação Pré-Escolar e do

2.2. O Estágio com o 1.º Ciclo do Ensino Básico

2.2.5. Atividades, relativas à Cultura Infantil Açoriana, desenvolvidas no âmbito do Estágio

2.2.5.2. Atividade II – Dança “Pézinho da Vila”

Esta atividade, para além de permitir, a valorização de uma canção do cancioneiro tradicional Açoriano possibilitou de forma interdisciplinar o desenvolvimento de aspetos de convivência grupal, fundamentais a uma vida, harmoniosa, em sociedade.

Desta forma, a grelha de planificação abaixo vem explicitar este aspeto, assim como os principais objetivos pretendidos.

Quadro n.º 8 – Quadro com os Objetivos da Dança “Pézinho da Vila”

Atividade Áreas Curriculares Principais objetivos

Dança “Pézinho da Vila”

Expressão e Educação Físico- Motora :

Atividades Ritmo-Expressivas

Área de Formação Pessoal e Social

- Dançar a coreografia; - Respeitar os passos;

- Adequar os seus movimentos aos do seu parceiro.

- Prestar atenção; - Respeitar os colegas; - Participar, ativamente, na atividade.

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2.2.5.2.1. Descrição da Atividade

Com a aplicação desta atividade, os alunos tiveram oportunidade de cantar e dançar, com a respetiva coreografia, a canção tradicional “Pézinho da Vila”.

Numa primeira fase, a estagiária questionou se algum dos alunos conhecia a canção, ao que um dos alunos respondeu que sim, pois já a tinha ouvido no rancho folclórico da freguesia do Livramento.

Posteriormente, a estagiária explicou que esta canção pertence ao cancioneiro tradicional Açoriano, sendo, desta forma, muito conhecida no nosso arquipélago e entoada muita vez, não só em festas, como também em simples convívios do dia-a-dia.

Dito isto, prosseguiu afirmando que iríamos cantá-la e, posteriormente, dançar a coreografia, mas que, para tal, seria fundamental estarem com atenção para apreender a letra e a coreografia e, ao mesmo tempo, crucial respeitarem os colegas, mantendo-se, somente, a cantar a dançar e não em conversas transversais.

Primeiramente, colocou, duas vezes, a melodia no gravador e solicitou que os alunos a escutassem com atenção. Depois, pediu que os alunos cantassem a canção, sendo que poderiam contar com o seu acompanhamento, mas para auxiliar a memorização a estagiária entregou, a cada um dos alunos, um papel com a letra.

Após a canção estar consolidada foi necessário proceder-se à explicação dos passos da mesma, pelo que a formanda teve de solicitar o exemplo de dois alunos, de modo a tornar o exercício mais claro e percetível.

Com isto, a estagiária começou por explicar que, cada par, deveria começar virado um para o outro, com as mãos ao ar e que quando a melodia começasse os pares deveriam começar a circular, sendo que a rapariga teria de andar para trás e o rapaz em sentido contrário, alternando e entroncando o movimento dos braços.

Chegados ao refrão, a mentora da atividade proferiu que cada elemento deveria dar três saltos, alternando os pés e que ao terceiro deveria virar-se para o outro membro que compunha o par imediatamente a seguir.

É importante realçar que foi necessário interromper a atividade e proceder-se, constantemente, à exemplificação dos passos, dado que os alunos começaram a demonstrar alguma dificuldade.

53 Fig. 11– Alunos a Dançar o “Pézinho da Vila”

2.2.5.2.2. Análise Reflexiva da Implementação da Atividade

Com a aplicação desta atividade, a estagiária fugiu um pouco à vulgaridade dos jogos tradicionais, na medida em que envergou pela dança e permitiu que os alunos respeitassem e valorizassem, de uma melhor forma, esta vertente, enquanto forma tradicional de expressão.

Com isto, a atividade descrita suscitou uma grande motivação e curiosidade nos alunos, pelo que estes puderam

Combinar habilidades motoras, seguindo a evolução do grupo em rodas e linhas (simples ou múltiplas), espirais, ziguezague, estrela, quadrado, etc(Cit. in Ministério da Educação, n.d., p. 57).

Assim como

Ajustar a sua acção às alterações ou mudanças da formação, associadas à dinâmica proposta pela música, evoluindo em todas as zonas e níveis do espaço (Cit. In Ministério da Educação, n.d., p. 58).

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combinar deslocamentos, movimentos adequados à expressão de motivos ou temas combinados com os colegas e professor, de acordo com a estrutura rítmica e melodia de composições musicais (Cit. In Ministério da Educação, n.d., p. 58).

E ao mesmo tempo de

Utilizar movimentos locomotores e não locomotores, pausas e equilíbrios, e também o contacto com o parceiro, «conduzindo» a sua acção, «facilitando» e «esperando» por ele se necessário e seguir a movimentação do companheiro, realizando as mesmas acções com as mesmas qualidades de movimento (Cit. in Ministério da Educação, n.d., p. 58).

Como também

Seguir a movimentação do companheiro, realizando as mesmas acções com as mesmas qualidades de movimento(Cit. in Ministério da Educação, n.d., p. 58).

Relativamente ao desempenho da formanda, esta, inicialmente, mostrou-se um pouco receosa, pois, estava ciente de que os alunos apresentariam algumas dificuldades na apreensão da letra da canção, nomeadamente ao nível das quadras, uma vez que o refrão é conhecido de todos nós.

Assim, decidiu adotar a estratégia de, inicialmente, dar, a cada um dos alunos, a letra da canção para que estes a pudessem ler e reter, com mais facilidade.

Esta estratégia constituiu, assim, um aspeto positivo dado que tornou mais fácil a aprendizagem da canção, uma vez que os alunos começaram a cantá-la com facilidade, sendo que o gravador também auxiliou, de uma forma positiva, esta tarefa.

No que diz respeito aos passos da dança, a estagiária também se mostrou um pouco receosa, pois já esperava que os alunos fossem demonstrar algumas dificuldades.

Assim sendo, decidiu escolher dois alunos para a demonstração dos passos, tendo esta atitude constituído um aspeto relevante, no que concerne à intervenção da estagiária, uma vez que esta, inicialmente, ponderou a atitude a tomar.

Todavia, é importante aferir que, ao longo do desenrolar da atividade, alguns alunos apresentaram dificuldades na execução dos passos, pelo que foi necessário que a própria tutora se juntasse a um alunoe demonstrasse, ela própria e o mesmo, como deveriam movimentar-se e bailar.

55 Deste modo, é importante referir que as principais dificuldades se prendiam ao nível dos passos a realizar no refrão, essencialmente no que dizia respeito ao número de saltos a dar e a forma como deveriam rodar sobre si mesmos.

Em síntese, a estagiária constatou que, independentemente de se terem realizado várias interrupções, a maioria dos alunos, começou a executar os passos pretendidos de forma, fator este que se demonstrou bastante positivo.

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Conclusão

Com a aplicação de atividades, respeitantes à Cultura Infantil Açoriana, em contexto de estágio pedagógico, a estagiária pude concluir que os alunos se mostram sempre recetivos a estratégias deste foro, dado que dizem respeito às características de um determinado povo e cultura.

A explicação do verdadeiro sentido das mesmas foi considerado um fator muito importante no desenvolvimento das demais atividades, dado que os alunos tomaram consciência de que estavam a lidar com algo particularmente tradicional e que já vinha de há muitos anos.

É fundamental, ainda, referir que a diversificação de materiais prendeu a curiosidade e atenção dos educandos, numa atitude de motivação e maior valorização do que é, particularmente, nosso.

O capítulo seguinte irá incidir sobre o aprofundamento das diversas vertentes inerentes à Cultura Infantil Açoriana, realçando a importância e o papel das mesmas no desenvolvimento integral e harmonioso das crianças.

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Parte 2 – Um Estudo sobre a Importância da Valorização da Cultura

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