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Atividades extraclasse no Polo 1 de ensino do município de João Pessoa

CAPÍTULO 3 OS PROBLEMAS AMBIENTAIS E O TRABALHO DOS PROFESSORES NAS ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE JOÃO PESSOA

3.1 Atividades extraclasse no Polo 1 de ensino do município de João Pessoa

Nossa primeira preocupação foi obter duas informações referentes à formação dos professores de Geografia: tipo de instituição em que estes cursaram a graduação e a sua área de formação. Os gráficos das FIGURAS 3.2 e 3.3 apresentam os resultados a esse respeito.

O gráfico da FIGURA 3.2 indica que todos têm curso de graduação e que as instituições públicas de ensino superior foram responsáveis pela formação da quase totalidade (80%) dos professores consultados, sendo 60% destes com pós-graduação, o que referencia grande qualidade, tornando-se um dado muito significativo.

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FIGURA 3.2 – Gráfico da graduação dos professores, por tipo de instituição.

Fonte: Pesquisa direta/2008

A área de formação de professores de Geografia que atuam nas escolas públicas municipais do Polo 1 do município de João Pessoa, representada no gráfico da FIGURA 3.3, oferece alguns dados importantes para a nossa pesquisa. Há um elevado percentual (70%) de professores com licenciatura plena em Geografia e 30% com outras formações. Conforme foi discutido no primeiro capítulo deste trabalho, o conhecimento disciplinar é a base para a construção da interdisciplinaridade, o que significa que cada professor precisa ter o domínio dos conceitos e conteúdos específicos da disciplina que leciona.

FIGURA 3. 3 – Gráfico dos professores de Geografia: área de formação.

0 10 20 30 40 50 60 70

Professores de geografia: área de formação • Licenciatura em Geografia • Direito ambiental • Geografia e Ciências contábeis • Licenciatura em Ciências

Fonte: Pesquisa direta/2008

0% 20% 40% 60% 80%

Graduação dos professores

Universidade Pública FaculdadePrivada

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Quanto ao tempo de atuação dos professores (gráfico da FIGURA 3.4), os dados indicam que 80% dos professores acumulam uma experiência de trabalho entre onze e mais de vinte anos: a maior parte destes (40%) tem mais de vinte anos em sala de aula. Portanto, podemos dizer que os professores de Geografia que atuam nas escolas em questão apresentam significativa experiência no trabalho como educadores. Acreditamos que a experiência de trabalho como educador é um requisito importante para o processo de ensino e aprendizagem, tanto para o desenvolvimento das práticas de ensino como para a formação do professor. No entanto, na contramão desses dados está o fato de 40% dos educadores não terem situação efetiva nas escolas em que trabalham, ou seja, são prestadores de serviço, mesmo tendo ocorrido concurso público no ano de 2008.

FIGURA 3.4 – Gráfico do tempo de trabalho, como professor de Geografia.

0% 10% 20% 30% 40%

Tempo de trabalho como professor de Geografia

0 a 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a20 anos Mais de 20 anos

Fonte: Pesquisa direta/2008

Sabendo dessas informações gerais sobre os professores, procuramos conhecer o que os mesmos afirmam quanto às atividades pedagógicas que realizam com os seus alunos fora da sala de aula, por meio da seguinte pergunta: você costuma desenvolver alguma atividade extraclasse com seus alunos? Um dado significante a esse respeito é que 90% dos professores declararam desenvolver alguma atividade extraclasse e, desses, 30% denominaram essas atividades como “aula de campo”, havendo um equilíbrio percentual (20%, cada) entre as seguintes denominações: trabalho de campo; estudo do meio; trabalho de campo ou estudo do meio, conforme demonstramos no gráfico da FIGURA 3.5. Porém, se considerarmos o

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somatório desses três últimos, constatamos uma predominância das denominações trabalho de campo e estudo do meio.

Segundo comentários informais com os professores durante as visitas, salientamos que nenhum professor denominou sua atividade extraclasse de aula passeio, mesmo sabendo que o seu uso desperta motivação imediata junto aos educandos.

FIGURA 3.5 – Gráfico das denominações dadas pelos professores às atividades extraclasse.

Fonte: Pesquisa direta/2008

Por meio do contato direto com diversos professores, inclusive com alguns que não devolveram e/ou não responderam ao questionário, consideramos importante averiguar em quais séries os professores desenvolveram as atividades em questão, o que permitiu perceber que há uma preferência, ainda que não muito expressiva, pelas duas séries iniciais do segundo ciclo do Ensino Fundamental, respectivamente 6º e 7º anos.

Uma das prováveis causas para essa diferença, segundo os depoimentos de professores, reside no fato de muitas escolas promoverem passeios que em geral são dirigidos aos alunos de faixas etárias menores. Admitindo-se esta hipótese como verdadeira, concluímos que a denominação “estudo do meio”, quando utilizada, se faz de forma indiscriminada para quaisquer atividades realizadas fora da sala de aula. Por outro lado, pode estar relacionado ao conteúdo que é desenvolvido nessas séries, o que não foi possível identificar com o questionário aplicado.

Notamos, ainda, por meio das conversas informais e das reuniões pedagógicas das quais participamos, que poucos professores reconhecem que há diferenças entre o estudo do

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Denominações dadas pelos professores às atividades extraclasse

Não definiram Trabalho de campo Estudo do Meio

Trabalho de campo e/ou estudo do meio

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meio e o trabalho de campo, quanto aos seus objetivos e metodologia. É preciso lembrar que, na presente pesquisa entendemos que o trabalho de campo compreende apenas uma das etapas do método do estudo do meio. Trata-se de um momento de fundamental importância para o sucesso desse método, pois permite obter, por meio da observação direta e do registro, os dados quantitativos e qualitativos que posteriormente serão trabalhados em sala de aula.

Um dado importante indicado pelo gráfico da FIGURA 3.6 refere-se à localização das áreas escolhidas pelos professores, para a realização de estudos do meio ou trabalho de campo: somando os percentuais de 1 (própria escola) com 2 (no bairro da escola); já que a escola está, obviamente, no bairro, teremos o maior percentual (35%) entre os que desenvolveram esse tipo de atividade no bairro em que se localiza a escola. Trata-se de um dado que denota, por um lado, certa preocupação com a observação do entorno da escola e, por outro, reflete as dificuldades financeiras das escolas e das famílias dos alunos para promover esse tipo de atividade em locais mais distantes, o que será possível perceber nas dificuldades relacionadas pelos professores e que serão apresentadas adiante. Outro dado que reforça tal preocupação é o percentual (30%) de 3 (hora do bairro, porém no município de João Pessoa).

FIGURA 3. 6 – Gráfico da localização das áreas de estudo das atividades extraclasse.

*Locais: 1) Na própria escola; 2) No bairro da escola; 3) Fora do bairro, porém no município de João Pessoa; 4)

Em outras áreas da Grande João Pessoa; 5) Fora da Grande João Pessoa, porém no Estado da Paraíba; 6) Outros Estados.

Fonte: Pesquisa direta/2008 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 1 2 3 4 5 6

LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO DAS