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4.7 Caso Rota dos Concursos

5.1.1 Atores

Membro da comunidade acadêmicaEmpreendedores

Em todos os casos descritos houve ao menos um ex-aluno da Universidade como empreendedor, sendo os entrevistados sócios com significativa participação em suas respectivas empresas. Em três casos, Z Tecnologia, Mais E-duc e Rota dos concursos, os entrevistados em algum momento de suas carreiras tiveram algum vínculo como professor da Universidade. Nos casos da Z Tecnologia, Tecnogne e Mais E-duc, pelo menos um membro da equipe empreendedora realizou pós-graduação na UnB.

Entretanto, em dois casos os entrevistados relatam que suas graduações não foram finalizadas na UnB. O primeiro o caso é o da Redecom, onde o entrevistado enfatiza que não finalizou o curso de Física Computacional e complementa que o seu sócio concluiu em uma faculdade privada. Já o segundo caso, o da Optimedia, a entrevistada destaca que começou a graduação na UnB e finalizou o curso na PUC-RJ em 1980.

Organização-mãeUniversidade

Em termos do processo de desenvolvimento da empresa, a Universidade, para o empreendedor, do caso Z Tecnologia, representou um “trampolim”, para o da Redecom, um “acelerador”, e para o da Rota dos Concursos, um “ligante” entre as competências dos sócios.

As empresas que foram incubadas no CDT permaneceram com o apoio da incubadora em um prazo médio entre elas de três anos e meio. Os entrevistados apontaram a influência da Universidade ao longo do desenvolvimento da empresa, tanto pela aquisição de conhecimentos como pelas fontes de conhecimentos e recursos mobilizados pela própria incubadora quanto pelo acesso aos laboratórios, professores da Universidade, acesso a profissionais capacitados, ao estado da arte das pesquisas acadêmicas da Universidade, e a fato de estar associada à Universidade suscitar aos clientes, investidores e fornecedores, maior credibilidade.

Destacam ainda possuir certo vínculo com a Universidade.

É interessante ressaltar que com a análise dos casos das empresas incubadas no CDTUnB foi possível observar um amadurecimento desse Centro como uma estrutura da Universidade, com a competência de intermediar a relação Universidade-Empresa (UE). Observa-se que em um período de 20 anos, que compreende a entrada da Z Tecnologia em 1992 e a saída da Optimedia em 2012 da incubadora, foi possível identificar uma ampliação de serviços à comunidade acadêmica e empreendedores o que reflete, de alguma maneira, sobre a trajetória dessas empresas.

O empreendedor da Ztec aponta que, no início em 1992, o apoio na área gerencial da incubadora era precário, e havia um preconceito maior por parte de alguns integrantes da comunidade acadêmica em função da relação Universidade-Empresa.

A empreendedora da Tecnogene destaca a importância das palestras para a elaboração do plano de negócio em 1999, e que não havia o Hotel de Projetos, como hoje. Ela e os empreendedores da Redecom, Optimedia, Mais E-duc e Behold enfatizam um forte apoio na área gerencial.

O empreendedor da Behold destaca o papel da disciplina de IAE1 para a estória da empresa. Ele destaca que empresa foi a primeira incubada no Hotel de Projeto como serviço de pré-incubação. Destaca que foi fundamental para o aperfeiçoamento do plano de negócios desenvolvido em IAE1.

O empreendedor da Mais E-duc destaca a recente disciplina do CDT para a pós-graduação, para ele, essencial à construção de um dos serviços inovadores da empresa.

Para o entrevistado, a Redecom não agregou nenhum conhecimento técnico e científico da Universidade aos seus produtos e serviços, pois não houve aperfeiçoamentos durante a incubação. Para esse empreendedor, a criação da empresa Iron Br, vinculada à Redecom, é resultado dos esforços mais recentes para desenvolver P&D na empresa, sendo a UnB, nesse contexto, importante para registrar a marca e a patente dessa nova empresa. Nessa perspectiva, é possível inferir, de acordo com Vanaelst et al. (2006), que a visão do empreendedor pode delinear o desenvolvimento do empreendimento. O entrevistado aponta que seria possível “herdar um DNA” da universidade para buscar, criar e desenvolver novos produtos, o que, no caso deles, não ocorreu em função do próprio perfil dos empreendedores e da visão de negócio que possuíam.

Ao contrário do caso da Redecom, no caso da Z Tecnologia, o contato com a incubadora da Universidade foi essencial para atender às necessidades de P&D e de processos inovativos da empresa. O entrevistado aponta como fundamental o apoio de parcerias de pesquisa com diferentes áreas e o acesso aos laboratórios da Faculdade de Tecnologia. É válido frisar que isso não significa que a Universidade forneceu um “DNA”, mas que atuou como fonte de conhecimento muito importante da empresa desde o período de incubação e, por consequência, ao desenvolvimento desta.

Investidor

Nos sete casos houve investimentos de recursos próprios. Os empreendedores da Tecnogene e da Rota dos Concursos, além disso realizaram empréstimos bancários.

No caso da Z Tecnologia, conseguiram recursos de agências públicas de fomento. O caso da Behold, prêmios em eventos de Games, e mais tarde recursos de subvenção do Ministério da Cultura.

No caso da Redecom, é valido salientar que o entrevistado afirma ter tentado inicialmente captar recursos de agências públicas de fomento, mas que não obteve êxito em função da empresa não ter dispendido esforços em P&D.

No caso da Rota dos Concursos, a empresa na fase de implementação recebeu aportes de capital por parte de capital angels e venture capitals na terceira etapa.

Entratanto, no caso da Behold, na quarta etapa a empresa recebeu investimentos de capital angels.

Observa-se nesse contexto que o empreendedor se comporta como um investidor na fase inicial da empresa e que ao longo dessa e da quarta etapa há a atuação de outros entes como investidor.

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