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Atribuição de scores às empresas consoante o grau de cumprimento com a

Capítulo 4. Apresentação de resultados e discussão

4.2.4. Atribuição de scores às empresas consoante o grau de cumprimento com a

O principal resultado da Fase 2 foi a atribuição de uma escala de valores (scores) aos casos de estudo, presente na Tabela 8. Antes de se debater sobre os

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Os IDA alvo de modificação foram o EN 5 (que passou de qt para ql/qt), EN 11 e EN 23 (que passaram de ql/qt para só qt) - mais esclarecimentos veja-se 4.2.4. Todas as análises foram feitas de acordo com estas modificações, salvo indicação em contrário.

resultados, importa discutir algumas das opções metodológicas que os poderão ter influenciado. São elas:

- as designações atribuídas ao tipo de resposta aos IDA. Isto é especialmente importante quando se faz a confrontação com as orientações da GRI (ela propõe a tipologia de dados que deve ser utilizada para cada indicador, de entre 3 possibilidades que são elas ql, qt e ql/qt). Não obstante, ainda se verificou outro tipo de designações, o que complicou a confrontação directa com as orientações da GRI;

- as alterações pontuais efectuadas aos EN 5, EN 11 e EN 23. A tipologia de dados seguida foi a das orientações da GRI. Apesar disso considerou-se no indicador EN 5 que a resposta deveria ser dada de forma ql/qt ao invés de qt, e nos indicadores EN 11 e EN 23 que a resposta fosse dada apenas qt, ao invés de ql/qt. Estas alterações surgem na sequência da análise das respostas aos mesmos e na tentativa de melhor adaptação à realidade (aquela que tem vindo a ser seguida pelas empresas no seu reporte), embora tenham influenciado pela positiva o cumprimento com as orientações da GRI. Estas alterações não são uma sugestão de melhoria às orientações da GRI para esses IDA, trata-se apenas de uma aproximação àquilo que vem a ser seguido pelas empresas no seu reporte. Mais considerações serão debatidas nas páginas seguintes;

- a ponderação foi efectuada ao nº de IDA a utilizar para cada empresa. Esta ponderação foi efectuada no sentido de tentar minimizar a importância dada aos indicadores NR e NA. Isto porque havia empresas que não utilizavam estas designações (o caso da PT) e outras que faziam uma utilização significativa destes (o caso da EDP Renováveis e do BCP, por exemplo) porque se partiu do pressuposto que estes indicadores não faziam sentido no âmbito da actividade da empresa que os assim designou (se utilizam tal designação é porque deve ser verdadeira).

Tabela 8. Resultados da análise dos relatórios, incluindo a atribuição de scores.

Nota: Os cálculos foram efectuados com recurso às fórmulas apresentadas no 3.2 Fase 2. O score foi atribuído segundo a informação constante na Tabela 3. A ordem foi apurada segundo as percentagens de cumprimento.

Empresa

Cálculos iniciais Cálculos ponderados

Pontuação % Cumprimento

inicial Score Ordem

Não relevante Não aplicável Nº indicadores retirados % Cumprimento

ponderada Score Ordem

Banif 40 66,67 4 6º 3 5 8 90,91 6 2º BCP 31 51,67 3 9º 10 2 12 86,11 5 4º BES 34 56,67 3 8º 8 3 11 89,47 5 3º EDP 45 75,00 4 2º 2 4 6 93,75 6 1º EDP Renováveis 19 31,67 2 11º 6 10 16 67,86 4 10º Galp Energia 30 50,00 3 10º 1 1 2 53,57 3 11º Mota- Engil Engenharia e construção -22 -36,67 0 12º 0 2 2 -39,29 0 12º SUMA 4 6,67 1 12º 2 3 5 8,00 1 12º Média % cumprimento das 2 partes -15,00 0 12º -15,64 0 12º Cálculo conjunto das 2 partes (2 x 30 indicadores) -18 -15,00 0 12º 2 5 7 -16,98 0 12º Portucel 43 71,67 4 3º 2 0 2 76,79 4 7º Portugal Telecom 46 76,67 4 1º 0 0 0 76,67 4 8º REN 41 68,33 4 5º 1 3 4 78,85 4 6º Sonae 40 66,67 4 6º 0 1 1 68,97 4 9º Sonaecom 42 70,00 4 4º 0 4 4 80,77 5 5º

E notório, pela interpretação da Tabela 8, que a Mota-Engil, quer na área da SUMA ou da Engenharia e Construção, possuí uma percentagem de cumprimento muito baixa ou até mesmo negativa. Isto ocorre porque se atribui -2 pontos por cada IDA “não respondido”, que é descontado nos poucos indicadores a que a Mota-Engil responde no seu relatório. Consequentemente é a única empresa com o score 0. Para se perceber o porquê desta situação consultou-se o relatório de 2010 e verificou-se que era bastante melhor que o actual, razão pela qual se possa admitir que o relatório de 2011 foi negligenciado, não cumprindo com o compromisso de melhoria do reporte - a Mota-Engil publica RS desde 2006 e desde de 2010 que este faz parte do RC.

No outro extremo, com o score mais elevado encontra-se a EDP e o Banif, quando atribuído segundo a percentagem de cumprimento ponderada. Salvo estas, as empresas com maiores percentagens de cumprimento ponderado são as instituições bancárias (BCP e BES) e ainda a Sonaecom. Os motivos que explicam esta situação poderão ser vários, mas pensa-se que esteja fortemente relacionado com o tipo de actividade - não tão impactante e com uma área de actuação/instalações bastante mais circunscrita/delimitada em comparação com as actividades das outras empresas. Isto tanto explica:

- a facilidade de resposta a alguns IDA, nomeadamente consumos de energia eléctrica e de água e por outro lado o elevado número de IDA retirados para a ponderação (NR e NA), por estes não fazerem sentido no âmbito destas instituições;

- a dificuldade de resposta a alguns IDA, nomeadamente em questões de biodiversidade, por parte dos restantes casos de estudo, uma vez que a maioria deles tem áreas de actuação em locais dispersos, sem limites bem definidos (quando se pensa por exemplo em produção/distribuição de energia - EDP Renováveis).

Outra das questões levantadas pelos resultados é as diferenças ocorridas com a ponderação. Sem esta, as percentagens de cumprimento eram muito mais baixas, uma vez que estavam a ser considerados 30 IDA, penalizando as empresas que optavam por utilizar as designações NA e NR. Com a ponderação, os valores de percentagem de cumprimento e consequentemente dos scores, aumentaram de acordo com o maior nº destes indicadores (quanto maior o nº de IDA retirados, maior a diferença obtida). No caso da PT não houve alterações da percentagem de cumprimento mas, por outro lado, a EDP Renováveis foi a empresa que mais alteração teve na percentagem, dado que apresentava o maior nº de IDA (16) a retirar. Este modo de ponderação pode não ser o ideal, mas pareceu ser aquele que seria mais adequado perante as designações utilizadas, os pressupostos em que se basearam e a situação observada.

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Uma das escolhas que afectou os resultados foi, tal como já abordado, as alterações nas tipologias de dados dos indicadores EN 5, 11 e 23. Foi feito o exercício de utilizar a tipologia de dados tal como sugerida pela GRI para os 30 IDA e verificou- se que para o EN 5 não havia qualquer benefício na percentagem de cumprimento dado que se passou a considerar uma maior exigência no relato (passando de qt para ql/qt). Já no EN 11 e EN 23 deu-se um benefício de mais um ponto em cada indicador uma vez que passaram de ql/qt para só qt. Assim, houve empresas:

- que não foram beneficiadas na pontuação nem respectivamente no score (BCP, BES e Engenharia e Construção - Mota-Engil);

- que foram beneficiadas em 1 ponto, por via do EN 11 ou EN 23, mas que não foram beneficiadas no score (SUMA - Mota-Engil);

- que foram beneficiadas em 1 ponto, por via do EN 11 ou EN 23, e que foram beneficiadas no score: Banif recebeu score 6, quando deveria ter 5 e a EDP Renováveis recebeu score 4, quando deveria ter 3, ambos obtidos através da % de cumprimento ponderada;

- que foram beneficiadas em 2 pontos, por via do EN 11 e EN 23, mas que não foram beneficiadas no score (Portucel, PT e REN);

- que foram beneficiadas em 2 pontos, por via do EN 11 e EN 23, e que foram beneficiadas no score: EDP recebeu score 6 quando deveria ter 5 e a Sonaecom recebeu score 5 quando deveria ter 4, ambos obtidos através da percentagem de cumprimento ponderada; Galp Energia recebeu score 3 quando deveria ter 2 e a Sonae recebeu score 4 quando deveria ter 3, ambos obtidos através da percentagem de cumprimento inicial.

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