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2 O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DOS ASSISTENTES SOCIAIS NAS

2.1 Atribuições e competências do profissional no âmbito da Assistência Social

desse profissional na sociedade (SANTOS 2014).

Podemos concluir que a pesar de não ser obrigatório, segundo a Tipificação que tenha um profissional de serviço social dentro das ILPI’s, a sua atuação profissional dentro de uma ILPI é importante, pois esse profissional atua na garantia de direitos, e promove ao idoso através da elaboração de projetos e da intervenção uma melhor qualidade de vida para o idoso dentro da instituição.

2.1 Atribuições e competências do profissional no âmbito da Assistência Social

Para Faleiros (1990) o Movimento de Reconceituação, especialmente a partir da década de 1980, foi um marco para a profissão, pois desloca o debate da profissão do metodologismo para o debate das relações sociais, e é através desse debate que a

politica social passa a ser vista como um espaço de luta para a garantia dos direitos sociais.

O Serviço Social busca romper com o conservadorismo e assume o papel de combatente às desigualdades sociais. Para Iamamoto (1995) a profissão só se afirma e se desenvolve se ela responde às demandas postas pelos segmentos da sociedade, o Serviço Social atua diretamente nas demandas postas cotidianamente pelos diversos segmentos.

Matos (2015) completa dizendo que:

O Serviço Social atua sobre interesses contraditórios e somente por um polo pode fortalecer o outro. Assim desde a ruptura com o conservadorismo que caracterizou a emergência da profissão (o que não quer dizer que não exista o conservadorismo entre nós, na profissão). (MATOS, 2015, p. 680).

Matos completa dizendo que os efeitos do modo capitalista não podem ser enfrentados de forma moralizante e de responsabilidade individual. Seu enfrentamento deve se dar coletivamente. Por isso o compromisso do Código de Ética do Assistente Social (CFESS, 2012) com a liberdade como valor ético central e a defesa da democracia e dos direitos humanos. Os princípios do código ainda afirmam a importância de um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária. (MATOS, 2015, p.68)

Para Braz (2005) trata-se de uma projeção coletiva que envolve sujeitos individuais e coletivos em torno de uma determinada valoração ética que está intimamente vinculada a determinados projetos societários presentes na sociedade que se relacionam com os diversos projetos coletivos, profissionais ou não, em disputa na sociedade. O projeto profissional vincula-se a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem dominação e, ou exploração de classe, etnia e gênero.

O Serviço Social tem o seu projeto ético politico, e é através desse projeto que o assistente social se utiliza de instrumentos para analisar a realidade social.

Iamamoto (2008, p. 77) vem nos dizer que:

O Código de Ética vem indicar um rumo ético politico, e assim dar um horizonte para o exercício profissional. O desafio é a materialização dos princípios éticos na cotidianidade do trabalho, evitando que se transformem em indicativos abstratos deslocados do processo social. Afirma como valor ético central, o compromisso com a parceria inseparável, a liberdade. Implica a autonomia emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais, o que tem repercussões efetivas nas formas de realização do trabalho profissional e nos rumos a ele impressos.

Nesse sentindo podemos aferir que o Assistente social se revela um profissional diferente, que anda contra o vento, pois em meio a tanta desigualdade, ele atua em favor de uma justiça social. (CRESS, 2005).

Com o desvelamento das mediações existentes nas relações sociais presentes nos espaços ocupacionais e na sociedade, fazem-se presentes, pois estas determinam

e particularizam as atribuições e competências profissionais dos assistentes sociais. Para isso deve existir uma interlocução entre analise e o fazer profissional, de modo a construir uma base real, considerando, portanto a mediação do assalariado. (GUERRA, REPETTI, ANDRADE e SILVA, 2013, p. 13).

No artigo 4º da Lei de regulamentação da profissão são explicitados as Competências do Assistente Social:

I. Elaborar, programar, executar e avaliar politicas sociais junto a órgãos da administração publica direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;

II. Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação com participação da sociedade civil;

III. Encaminhar providencia, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e á população;

IV. (Vetado)

V. Orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;

VI. Planejar, organizar e administrar benefícios e serviços sociais; VII. Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para

a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;

VIII. Prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração publica direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação ás matérias relacionadas no inciso II deste artigo;

IX. Prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada ás politicas sociais no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;

X. Planejamento, organização e administração de serviços sociais e de Unidade de Serviço Social;

XI. Realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração publica direta e indireta, empresas privadas e outras entidades. (CFESS, 1993). O desenvolvimento das competências profissionais em conjunto com a concepção de habilidades vem capacitar o profissional a resolver os problemas que se apresenta no cotidiano das relações sociais, (GUERRA, REPETTI, ANDRADE e SILVA, 2013, p. 13).

No artigo 5º da Lei de Regulamentação vai trazer as Atribuições Privativas do Assistente social, que se refere basicamente à profissão, são referencias para, por exemplo, coordenar cursos, assessorar entidades e coordenar equipes de Serviço Social nas instituições públicas e privadas.

As Atribuições privativas se constituem:

I. Coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; II. Planejar, organizar e administrar programas e projetos em

Unidade de Serviço Social;

III. Assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social;

IV. Realizar vistorias pericias técnicas, laudos pericias informações e pareceres sobre matéria de Serviço Social;

V. Assumir, no magistério de Serviço Social tanto em nível de graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em cursos de formação regular;

VI. Treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social;

VII. Dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação;

VIII. Dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e pesquisa em Serviço Social;

IX. Elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde seja aferido conhecimentos inerentes ao Serviço Social;

X. Coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos de Serviço Social;

XI. Fiscalizar o exercício profissional através dos conselhos Federal e Regional;

XII. Dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privativas;

XIII. Ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades da categoria profissional. (CFESS, 1993).

O contexto em que se da à atuação profissional é bastante desafiador, e as competências e atribuições privativas, dão suporte para o exercício profissional. Matos (2015) destaca que o cotidiano das lutas do assistente social é o espaço que dará as melhores respostas no que diz respeito a sua atuação profissional, estando qualificado a intervir nas demandas, eternizando assim os valores constituídos no projeto ético politico, dando respostas às expressões das desigualdades sociais.

Matos (2015) nos diz também que a profissão de Serviço Social está em movimento, como tudo que tem e faz historia, nesse movimento, que é real e independente da vontade dos sujeitos envolvidos, tem o desafio coletivo de empreender respostas às demandas que lhe é solicitado e que considera pertinente, bem como apurar o discernimento sobre requisições dirigidas a profissão. As atribuições e competências profissionais conformam as ações de distintas gerações de profissionais que em torno desse conjunto, foram e vão se aperfeiçoando, construindo uma profissão comprometida no seu cotidiano de trabalho com as requisições históricas da classe trabalhadora.

O exercício profissional está pautado no Código de ética da profissão, que o torna um profissional capacitado na elaboração e analise de politicas sociais que visem à garantia dos diversos segmentos da sociedade. Notamos que na Lei de Regulamentação alguns itens do artigo 5º são parecidos com itens do artigo 4º isso pode dificultar a compreensão de alguns gestores sobre o que é de competência do Assistente social e o que atribuição privativa do Assistente Social.

A profissão de serviço social tem uma trajetória de luta, e se firma como uma profissão interventiva, que lida com as desigualdades sociais, lutando pelos direitos dos indivíduos, sua luta é basicamente por uma sociedade mais justa e igualitária. Nesse sentido, o conhecimento, as competências, as normativas, leis e resoluções legitimam o Serviço Social, dando ao Assistente Social subsídios para a luta pela igualdade, enfrentamento da pobreza, acesso aos direitos, entre estes os relativos à pessoa idosa, assim como outras questões fundamentais no cotidiano do exercício profissional.

No próximo item trataremos sobre os limites e possibilidades inerente ao exercício profissional nas Instituições de Longa Permanência para Idosos.

2.2 A atuação profissional na garantia dos direitos da pessoa idosa