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2.4 METODOLOGIA DE ISMAIL

2.4.4 ATRIBUTOS INTERNOS (IDEAS)

Os elementos SCALE, quando alavancados, irão exigir de uma ExO mecanismos de controle interno gerenciados de maneira eficiente. Esses mecanismos internos são expressos através do acrônimo IDEAS.

• I: interfaces (interfaces)

• D: dashboards (quadros resumo) • E: experimentation (experimentação) • A: autonomy (autonomia)

• S: social (tecnologias sociais)

2.4.4.1

INTERFACES

De acordo com Ismail et al. (2015), as interfaces são processos de filtragem e comparação através dos quais as ExO’s ligam as externalidades advindas do SCALE às estruturas de controle interno de IDEAS. Elas são, portanto, algoritmos e fluxos de trabalho automatizados que irão rotear as saídas do SCALE para as pessoas certas, no momento certo. Este é um processo gradual, que pode começar manualmente e, com o tempo, se automatizar.

Um exemplo que o Ismail et al. (2015) utiliza para exemplificar uma interface, é o da App Store da Apple, que contém mais de 1.2 milhão de apps baixados 75 milhões de vezes, e conta com um ecossistema formado por cerca de 9 milhões de desenvolvedores, que já lucraram mais de 15 bilhões de dólares.

O gerenciamento da App Store, que é um ambiente único e exclusivo da Apple, requer um conselho editorial interno que analisa novas aplicações, recomendações e mudanças solicitadas pela rede informal de colaboradores. Além disso, ela utiliza um sofisticado algoritmo para ajudar a determinar quais apps devem ser exibidos na página inicial do site.

Como a Apple, demais ExO’s também têm interfaces exclusivas que são consideradas alavancas fundamentais para sua expansão.

2.4.4.2

DASHBOARDS

Como evidenciado anteriormente, ExO’s utilizam fortemente a seu favor dados de clientes e colaboradores. Conforme estes dados vão se tornando disponíveis, as ExO’s começam a necessitar de uma maneira fácil e rápida de se medir e gerenciar a organização. Ismail et al. (2015) declara que essa agilidade e fácil mensuração pode ser obtida através de dashboards adaptáveis cujas informações são atualizadas em tempo real e acessíveis a todos na organização.

Alguns exemplos de métricas que podem estar presentes em um dashboard são:

• Total de usuários ativos • Novos visitantes no último dia

• Registros de novos usuários no último dia • Total de assinantes premium

• Total de recibos

• Total de recibos no último dia

Essas métricas, de valor real, como o número de usuários ativos, percentual de retenção e NPS (Net Promoting Score), vem substituindo o que é considerado por Ismail et al. (2015) como as tradicionais métricas de vaidade, como número de usuários e número de downloads, que em nada informam verdadeiramente quantos usuários de fato utilizam o produto ou serviço.

Ismail et al. (2015) ainda acrescenta a definição de OKR (Objectives and Key Results), conceito formulado pelo CEO da Intel, Andy Grove. Os OKR’s buscam acompanhar metas individuais, da equipe e da empresa como um todo, a fim de expor os resultados de uma forma aberta e transparente.

OKR’s normalmente têm ciclos trimestrais, mas suas revisões podem ocorrer em períodos menores. Eles basicamente fornecem a resposta para duas importantes perguntas:

1. “Aonde quero ir?” (objetivos)

2. “Como sei que estou chegando lá?” (resultados-chave)

Dashboards e OKR’s são fundamentais para ExO’s pois seu crescimento acelerado demanda informações integradas e executadas em tempo real.

2.4.4.3

EXPERIMENTAÇÃO

A fase de experimentação diz respeito à elaboração de protótipos, a fim de apresentá-los a potenciais usuários e colher feedbacks para que o modelo seja ajustado e otimizado.

Esta fase apresenta, na verdade, uma interseção entre duas das metodologias analisadas neste estudo: a metodologia de Salim et al. (2015) e a metodologia de Ries (2011), visto que a metodologia de Salim et al. (2015) faz elevada referência a Ries nesta etapa.

Em resumo, a fase de experimentação da metodologia de Salim et al. (2015) utiliza alguns dos princípios da Startup Enxuta de Ries (2011), como o aprendizado validado, a noção de MVP (Mínimo Produto Viável).

Dessa forma, com a experimentação, as ExO’s conseguem disponibilizar seus produtos ou serviços mais rapidamente ao mercado, maximizando a captura de valor. Para isso, precisarão de métricas em tempo real fornecidas por meio dos dashboards e os OKR’s.

2.4.4.4

AUTONOMIA

Para Ismail et al. (2015), a nova geração, caracterizada como uma geração que cultive a iniciativa e o espírito empreendedor, e armada com ferramentas como a internet e habilidades em jogos, está cada vez menos aceitando estruturas hierárquicas clássicas. Essas características dão origem ao mecanismo Autonomia nas ExO’s.

A autonomia pode ser descrita como sendo a existência de equipes auto-organizadas e multidisciplinares, que operam com uma autoridade descentralizada. Ela é considerada um pré- requisito para que a inovação sem permissão aconteça (ISMAIL ET AL., 2015).

Os benefícios se de contar com a autonomia em equipes são vários, entre eles uma maior agilidade devido à menor burocracia com questões hierárquicas, maior responsabilidade e tempos de

aprendizado menores. Para que isso ocorra, uma ExO precisa de colaboradores proativos, dashboards que reúnam dados em tempo real e um propósito transformador massivo, que seja a força maior por trás da organização.

2.4.4.5

TECNOLOGIAS SOCIAIS

Conforme o trabalho vem se tornando cada vez mais digitalizado, as tecnologias sociais vão ganhando mais relevância visto que a comunicação ainda é considerada como uma base para qualquer organização.

Essas tecnologias sociais, que começou com o email, e depois evoluíram para as intranets, oferecem informações compartilhadas que facilitam o desenvolvimento de processos.

De acordo com a perspectiva de Ismail et al. (2015), as tecnologias sociais são compostas de sete elementos-chave que, quando implementados, criam transparência e conexão e reduzem a latência de informação em uma organização. São eles:

• Objetos sociais • Fluxos de atividades • Gerenciamento de tarefas • Compartilhamento de arquivos • Telepresença • Mundos virtuais • Sensoriamento emocional

As tecnologias sociais dependem de ferramentas sociais em nuvem, uma cultura estabelecida e o PTM. Seus benefícios, como listados por Salim et al. (2015), são conversas, aprendizados e ciclos de decisão mais rápidos.

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