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4.2 BIBLIOTECÁRIOS ESCOLARES

4.2.2 ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO ESCOLAR COM A BIBLIOTERAPIA

Primeiramente é importante deixar claro que a leitura por si só não caracteriza como leitura terapêutica. É necessário que o indivíduo tenha um acompanhamento, um mediador profissional seja ele um bibliotecário com formação terapêutica (Biblioterapeuta) psicoterapeuta, psicólogo, psicopedagogo ou pedagogo. O bibliotecário que atua hoje na escola pode ser um aplicador da biblioterapia tendo o interesse, porém é indispensável que esse trabalho seja realizado em conjunto com os professores devido a maior aproximação dele com as necessidades de cada aluno. O psicólogo da instituição também deve estar junto, pois tem embasamento teórico sobre terapia, além de conhecer a realidade desses alunos.

Cabe ressaltar que a aplicabilidade biblioterapêutica serve para todos os tipos de públicos. A literatura especializada mostra diversos públicos diferente, como:

idosos, dependentes químicos, crianças e adolescentes com doenças crônicas, deficientes físicos, universitários, encarcerados e outros.

Para que o bibliotecário envolva-se na prática de biblioterapia, é necessário que esteja informado sobre as iniciativas de trabalho e pesquisa sobre o tema. Desta forma será possível estabelecer contatos com outros profissionais para o compartilhamento de ideias, conhecer a realidade de cada grupo estudado para estruturar o seu programa de Biblioterapia e divulga-lo para a comunidade científica e comunidade geral. (LEITE, 2009, p.34).

Este trabalho proporcionou aos sujeitos da pesquisa indagar sobre este tema, questionar sobre o assunto, despertando talvez, para uma nova atuação de trabalho.

Trocando ideias com outros profissionais sobre biblioterapia, quem sabe novos trabalhos surgirão para contribuir e solidificar este campo de atuação dos bibliotecários. Pois esta técnica é multidisciplinar e há espaço para todos os profissionais trabalharem, basta estarem dispostos a melhorar a vida social do indivíduo.

Como todo profissional o biblioterapeuta precisa obter qualidades para desempenhar bem a sua função, assim observou Bezerra (2011):

a) Equilíbrio emocional;

b) Bom estado físico;

c) Caráter;

d) Personalidade;

e) Conter preconceitos pessoais;

f) Pronto há novos aprendizados;

g) Direcionar sentimentos pessoais;

h) Assumir a responsabilidade pela seleção de material de leitura, de acordo com as necessidades do leitor.

O profissional deve estar bem consigo mesmo para desempenhar a função de biblioterapeuta, pois ele lidará com as mais diversas e difíceis situações e ele será a ponte entre o problema e o bem estar do aluno. O bibliotecário ao identificar as necessidades e formar um grupo, tem como seu papel principal selecionar uma história que encaixe exatamente com os problemas daquele indivíduo. No caso das crianças como já vimos, a literatura proporciona diversas opções para que a catarse aconteça.

O processo biblioterapêutico de acordo com Bezerra (2011, p. 33) faz uso de ferramentas como a contação de história - “é um recurso terapêutico bem aplicado na biblioterapia, pois instiga o imaginário do indivíduo”; outro instrumento utilizado é a música – “serve como motivação, eleva a auto-estima, tem como função amenizar/suavizar, o sofrimento do indivíduo; e a última ferramenta é a dramatização – “um recurso válido para complementar a leitura ou a narração do texto literário”.

O bibliotecário precisa seguir alguns passos para realizar a biblioterapia na sua biblioteca escolar, assim afirma Caldin (2005).

1º) Fazer um levantamento das preferências de leitura do grupo de alunos a ser realizada as práticas biblioterapêuticas, através de entrevistas.

2º) Escolher as histórias, livros e outros materiais e recursos para as atividades.

3º) Deixar de livre arbítrio do aluno participar ou não. A biblioterapia se difere das demais atividades comuns da biblioteca.

4º) Os profissionais da educação devem trabalhar conjuntamente com o profissional bibliotecário.

Considera-se importante o bibliotecário escolar estar apto à aplicação da biblioterapia, visto que ele promove a cultura e incentiva o gosto pela leitura.

A biblioterapia é um novo caminho para o bibliotecário trilhar em beneficio da sociedade, para isso ele precisa estar ciente do seu papel social, ter o espírito aberto e inovador, procurar criar alternativas de incentivo a leitura terapêutica, nos locais que julgar necessário. (ZEQUINÃO, 2010, p. 13).

O importante é a espontaneidade do bibliotecário em relação à biblioterapia, buscando uma especialização nesta área de atuação, interagindo com profissionais de outras áreas, o que contribuirá muito na biblioteconomia.

O biblioterapeuta é antes de tudo um profissional bibliotecário com formação, para promover a leitura como um instrumento terapêutico, assim sendo, um profissional especializado que atua em outros âmbitos da sociedade, interagindo em ambientes de trabalho com diversos profissionais. (SILVA, 2008, p. 26).

Por isso é necessário que os profissionais envolvidos e interessados a desenvolver atividades biblioterapêuticas na biblioteca escolar reúnam-se para discutir os métodos que serão adotados. De quais formas abordarão os participantes o que requer planejamento por parte de todos, para que realmente a biblioterapia aconteça.

A seguir serão apresentados os procedimentos metodológicos e os resultados da pesquisa.

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa é um estudo exploratório descritivo. Exploratório no sentido de aproximar e relacionar os bibliotecários que atuam nas bibliotecas escolares (municipais e estaduais) com as atividades biblioterapêuticas. Expor a percepção deles em relação ao tema estudado e seu conceito. Além disso, possibilitou comprovar através da revisão de literatura a eficácia, importância e possibilidade de realizar essa terapia na biblioteca. Também, caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, porque de acordo com Appolinário (2006) o estudo se baseia em descrever as concepções dos profissionais. Buscou-se o mínimo de interferência do pesquisador ou até mesmo do próprio sujeito da investigação. Permitiu-se conhecer as percepções e os conhecimentos que cada bibliotecário possuía sobre biblioterapia.

Em relação à natureza dos dados, a mesma é qualitativa, embora Appolinário (2006) defenda a improbabilidade de uma pesquisa ser totalmente qualitativa ou completamente quantitativa. Sempre haverá um elemento qualitativo na quantitativa e vice-versa. O autor ainda ressalva que as pesquisas qualitativas trabalham com acontecimentos ligados às Ciências Sociais. De acordo com o autor, a pesquisa predominantemente qualitativa parte do contato social do investigador com o caso investigado.

O instrumento utilizado para coletar informações dos bibliotecários escolares foi através de entrevistas, a qual trata segundo Severino (2007) de um diálogo entre investigador e investigado. Para melhor compreender o que os profissionais pensavam, sabiam ou faziam sobre as práticas biblioterapêuticas em suas respectivas bibliotecas, optou-se por uma entrevista estruturada individual nas bibliotecas escolares municipais e estaduais da cidade do Rio Grande.

Severino (2007) afirma que a entrevista estruturada, como próprio nome remete, trata de perguntas organizadas e estruturas de maneira bem direta, como se fossem questões de questionário, sendo assim mais fáceis para categorizar as informações.

O estudo apresenta uma temporalidade de caráter transversal e o universo da pesquisa conta com 10 bibliotecários entrevistados.

A finalidade da pesquisa foi básica, no intuito de acrescentar informações que possam transformar o conhecimento e a prática da biblioterapia no ambiente

escolar, como também auxiliar os estudantes de biblioteconomia, professores do curso e profissionais bibliotecários.

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