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1.3 Instituto Federal de Brasília IFB: origem e atuação

1.3.3 Atuação guia: a oferta

A implantação dos 10 campi no Distrito Federal aconteceu de forma bem rápida, como se pode perceber por seu detalhamento nos normativos internos de regulamentação da estrutura organizacional, contudo a formalização de surgimento dos campi pelo Ministério da Educação ocorreu de maneira mais gradual como pode-se perceber no quadro a seguir:

Quadro 4: Normas do Ministério da Educação que formalizam a oferta nos Campi - IFB

Fonte: (IFB, 2017, p. 17) 4

Cada Campus atua em Eixos Tecnológicos estabelecido pelo Catálogos Nacionais de Cursos Técnicos e Catálogos Nacionais de Cursos Superiores de Tecnologia. As escolhas

4 O Campus Recanto das Emas (CREM) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB) é

resultado da transferência do antigo Campus Taguatinga Centro para a cidade do Recanto das Emas. Está mudança foi validada pelo Conselho Superior do IFB por meio da Resolução Nº 35/2016. As atividades do CREM em sua sede definitiva tiveram início em janeiro de 2018(IFB, 2018, n.p). Disponível em

31 desses eixos devem considerar os arranjos produtivos locais5 e a comunidade em que está inserida. Conforme Pacheco (2010), “na busca de sintonia com as potencialidades de desenvolvimento regional, os cursos nas novas unidades deverão ser definidos através de audiências públicas e de escuta às representações da sociedade” (PACHECO, 2010, p.1). Os dados mais atuais sobre o Distrito Federal são de 2016, mas que em geral e um cenário pouco alterado de 2009, ano da criação dos IFB.

Apesar, do nome do IFB ter o nome da capital do país, as suas unidades estão espalhadas pelo Distrito Federal. Essa unidade da federação é constituída em 31 Regiões Administrativas, com uma área de 5.789,16 Km² (Urbana 255,25 - Rural 5.553,91).

Conforme o PDI 2009-2013, para organização das ofertas a serem implementadas até 2010 “foram realizadas consultas públicas nas Regiões Administrativas do Plano Piloto, Taguatinga, Samambaia e Gama, que contou com a participação dos representantes dos setores produtivos e da sociedade civil organizada”. (IFB, 2009, p.27). Assim a cada campus que ia surgindo, novas audiências aconteciam. Dessa forma, os eixos tecnológicos e as áreas de atuação se consolidaram a partir das audiências públicas, e de estudos sobre o local a ser implantado o campus, considerando-se os aspectos demográficos, sociais e econômicos, bem como a infraestrutura e o quadro de profissionais disponíveis para atuação do IFB. Atualmente oferta os campi atuam nos seguintes eixos tecnológicos/área do saber e níveis de ensino:

Quadro 5 – Oferta do IFB por Eixo Tecnológico/Área de Saber

Campus Eixo Tecnológico/Área do saber Nível

Brasília CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS ESPECIALIZACAO (LATO

SENSU) DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E

SOCIAL

FORMACAO INICIAL

EDUCAÇÃO LICENCIATURA

ENSINO MESTRADO PROFISSIONAL

GESTÃO E NEGÓCIOS TÉCNICO

GESTÃO E NEGÓCIOS TECNOLOGIA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO TÉCNICO INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO TECNOLOGIA TURISMO, HOSPITALIDADE E LAZER TÉCNICO TURISMO, HOSPITALIDADE E LAZER TECNOLOGIA

Ceilândia AMBIENTE E SAÚDE FORMACAO CONTINUADA

AMBIENTE E SAÚDE TÉCNICO

5 Arranjos Produtivos Locais (APLs) são aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um

mesmo território, que apresentam especialização produtiva, algum tipo de governança e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. ( www.mdic.gov.br/index.php/ competitividade -industrial/arranjos-produtivos-locais)

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CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS TÉCNICO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E

SOCIAL

FORMACAO CONTINUADA

EDUCAÇÃO LICENCIATURA

GESTÃO E NEGÓCIOS FORMACAO CONTINUADA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FORMACAO CONTINUADA

INFRAESTRUTURA FORMACAO CONTINUADA

PRODUÇÃO CULTURAL E DESIGN FORMACAO CONTINUADA

SEGURANÇA TÉCNICO

Estrutural EDUCAÇÃO LICENCIATURA

AMBIENTE E SAÚDE TÉCNICO

CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS TÉCNICO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL FORMACAO CONTINUADA DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL FORMACAO INICIAL

GESTÃO E NEGÓCIOS FORMACAO CONTINUADA

GESTÃO E NEGÓCIOS FORMACAO INICIAL

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FORMACAO CONTINUADA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FORMACAO INICIAL

Gama CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS BACHARELADO

EDUCAÇÃO LICENCIATURA

DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL

FORMACAO CONTINUADA

GESTÃO E NEGÓCIOS TÉCNICO

GESTÃO E NEGÓCIOS TECNOLOGIA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FORMACAO CONTINUADA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FORMACAO CONTINUADA PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA FORMACAO CONTINUADA

PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA TÉCNICO

PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA TECNOLOGIA

PRODUÇÃO INDUSTRIAL TÉCNICO

Planaltina EDUCAÇÃO LICENCIATURA

AMBIENTE E SAÚDE TÉCNICO

DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL FORMACAO CONTINUADA DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL TÉCNICO

GESTÃO E NEGÓCIOS TÉCNICO

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FORMACAO CONTINUADA

PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA TÉCNICO

PRODUÇÃO CULTURAL E DESIGN FORMACAO CONTINUADA

RECURSOS NATURAIS FORMACAO CONTINUADA

RECURSOS NATURAIS TÉCNICO

RECURSOS NATURAIS TECNOLOGIA

Riacho Fundo ENSINO ESPECIALIZACAO (LATO

SENSU)

33 DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL FORMACAO CONTINUADA DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL FORMACAO INICIAL INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FORMACAO INICIAL

PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA TÉCNICO

TURISMO, HOSPITALIDADE E LAZER FORMACAO INICIAL TURISMO, HOSPITALIDADE E LAZER TÉCNICO

Samambaia EDUCAÇÃO LICENCIATURA

AMBIENTE E SAÚDE TÉCNICO

INFRAESTRUTURA TÉCNICO

PRODUÇÃO CULTURAL E DESIGN TÉCNICO

PRODUÇÃO INDUSTRIAL FORMACAO CONTINUADA

PRODUÇÃO INDUSTRIAL TÉCNICO

São Sebastião EDUCAÇÃO LICENCIATURA

DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL FORMACAO INICIAL DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL TÉCNICO

GESTÃO E NEGÓCIOS FORMACAO INICIAL

GESTÃO E NEGÓCIOS TÉCNICO

GESTÃO E NEGÓCIOS TECNOLOGIA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FORMACAO INICIAL

RECURSOS NATURAIS FORMACAO INICIAL

Taguatinga CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO BACHARELADO

EDUCAÇÃO LICENCIATURA

CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS TÉCNICO CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E

SOCIAL

FORMACAO INICIAL INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO TÉCNICO

PRODUÇÃO CULTURAL E DESIGN TÉCNICO PRODUÇÃO CULTURAL E DESIGN TECNOLOGIA

PRODUÇÃO INDUSTRIAL TÉCNICO

Recanto das Emas

AMBIENTE E SAÚDE TÉCNICO

DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL

FORMACAO CONTINUADA

GESTÃO E NEGÓCIOS FORMACAO CONTINUADA

GESTÃO E NEGÓCIOS TÉCNICO

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FORMACAO CONTINUADA PRODUÇÃO CULTURAL E DESIGN TÉCNICO

SEGURANÇA TÉCNICO

Fonte: Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica Sistec (2018) - sistematizada pela autora

Outros fatores para a determinar a oferta da Educação Profissional pelo IFB foram as diretrizes estabelecidas pelo Plano de Desenvolvimento da Educação – 2007. Conforme a apresentação deste normativo o PDE está sustentado em seis pilares “i) visão sistêmica da

34 educação, ii) territorialidade, iii) desenvolvimento, iv) regime de colaboração, v) responsabilização e vi) mobilização social” (MEC, 2007, p.17)

Saviani (2009, p.2) dimensiona o PDE como política pública, que determina um conjunto de medidas e metas para o país ligado ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), envolve ações em diferentes áreas da economia, sendo assim o PDE o plano de atuação do MEC que reuniu um conjunto de ações que já desenvolvia e acrescentando algumas novas. Ou seja os IFs, na visão do MEC, tem um vínculo com o desenvolvimento econômico, portanto precisa considerar esse fator em sua oferta e atuação.

Para organização da sociedade civil - Todos pela Educação(2018), que possui como marco histórico: a carta Compromisso Todos Pela Educação, baseada no PDE, em um instrumento de avaliação afirma que com o PDE, as verbas de custeio e de pessoal da rede federal de Educação Profissional e Tecnológica foram recuperadas. Houve contratação de docentes e técnicos administrativos e construção de novas unidades federais. O PDE definiu como meta a ampliação do parque federal da área em 150%. Com essa ampliação, a participação do IFB referente às matrículas se organizou da seguinte maneira:

Figura 2 - Evolução de número de alunos por campus (2009 a 2018)

Fonte: IFB, 2018, n.p

O IFB aumentou sua oferta consideravelmente e o surgimento dos campi ocorreu de forma rápida, dessa maneira, muitas questões ficaram sobrepostas e carentes de minuciosa atenção e organização de procedimentos, como exemplo o Projeto Pedagógico Institucional que pouco é citado em atribuições previstas nos regulamentos internos do IFB. É importante considerar que a implementação de uma instituição não segue uma linearidade, ou seja, segue

35 um manual aplicável à todas as organizações. Há uma série de fatores que contribuem para organização da gestão, tanto aspectos externos (relacionado ao meio) quanto aspectos internos (relacionado às pessoas e a capacidade organizacionais) (SCHULTZ, 2016). Ainda mais uma Instituição que teve como missão de concepção uma tão robusta como o precedente do PDE/2007:

A missão institucional dos IFET deve, no que respeita à relação entre educação e trabalho, orientar-se pelos seguintes objetivos: ofertar educação profissional e tecnológica, como processo educativo e investigativo, em todos os seus níveis e modalidades, sobretudo de nível médio; orientar a oferta de cursos em sintonia com a consolidação e o fortalecimento dos arranjos produtivos locais; estimular a pesquisa aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo e o cooperativismo, apoiando processos educativos que levem à geração de trabalho e renda, especialmente a partir de processos de autogestão. (MEC, 2007, p. 32, grifo nosso)

Como há um destaque para a oferta do ensino técnico em nível médio, apresenta-se a seguir a evolução de número de alunos por curso, que fica evidente a dedicação do IFB para direcionar a sua oferta nos parâmetros de sua concepção:

Figura 3 - Evolução de número de alunos por tipo de curso (2009 a 2018)

Fonte: IFB,2018, n.p

No que concerne aos Institutos Federais, especificamente o IFB, buscou-se a sua consolidação por meio das orientações das políticas públicas ao mesmo passo em que se buscava constituir uma identidade que estava estabelecida em concepções e diretrizes com a proposta de um novo modelo de EPT que, por sua vez, já estava agregado aos desafios da educação com relação à participação da comunidade e à democratização do acesso e de seus processos internos.

36 Dessa forma, os instrumentos que facilitam a organização institucional devem considerar todos esses fatores para que, de fato, cumpram seu papel, assim sendo no próximo capítulo será realizado um panorama do marco regulatório do ensino superior e a influência nos documentos norteadores do IFB, haja vista que estes possuem diretrizes e instrumentos que devem ser adotados pelo Instituto.

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CAPÍTULO II

MARCO REGULATÓRIO DO ENSINO SUPERIOR: INFLUÊNCIAS

NOS DOCUMENTOS NORTEADORES NOS INSTITUTOS FEDERAIS