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AUDIOMETRIA EM CAMPO LIVRE MEDIDAS COM MICROFONE SONDA

 Teste subjetivo, comportamental  Teste objetivo

 As respostas obtidas estimam o desempenho do paciente com AASI

 As respostas obtidas demonstram o desempenho do aparelho na orelha (in situ) do usuário

 Alta variabilidade teste-reteste  Baixa variabilidade teste-reteste

 Sofre influência da orelha não testada  Não sofre influência da orelha não testada

 Mede a detecção auditiva  Mede o NPS no conduto auditivo externo

 Avalia as inter-oitavas (não tem especificidade de freqüência)

 Avalia resposta de freqüência

 Pode ser utilizada com qualquer tipo de AASI  Apenas pode ser utilizado com AASI de condução aérea

 Mede de 5 em 5 dB  Capta variações de 1 em 1 dB

 Sofre mais interferência do ruído externo  Sofre menos interferência do ruído externo  Não avalia a resposta do AASI para diferentes

níveis de entrada

 Avalia a resposta do AASI para diferentes níveis de entrada

Quadro 1 - Comparativo entre as medidas com microfone sonda e a audiometria em campo livre

Frente a esses fatos as normas da American Speech-Language-Hearing Association (1998) e da Academia Americana de Audiologia (2006) para adaptação de AASI em adultos indicam que as medidas com microfone sonda devem ser empregadas como método primário na etapa de verificação.

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Embora de importância fundamental no processo de verificação dos AASIs, as medidas com microfone sonda ainda não são ampla e rotineiramente utilizadas. Mueller (2005) relata que nos Estados Unidos somente um terço dos profissionais utilizam essa técnica na rotina clínica. A dificuldade de acesso ao equipamento devido ao custo do mesmo não é o único responsável pela baixa porcentagem de realização dessas medidas na prática clínica já que aproximadamente 45% dos profissionais que possuem o equipamento para realização das medidas com microfone sonda quase nunca utilizam esee procedimento. O autor relata que a não familiaridade do profissional com os procedimentos e importância das medidas com microfone sonda bem como a existência de outras práticas já enraizadas para a verificação do AASI podem desencorajar sua utilização. Finalmente, o autor sugere que o treinamento profissional adequado pode aumentar o uso desse procedimento em aproximadamente 20%.

2.5 TELESSAÚDE E AUDIOLOGIA

2.5.1 Telessaúde: definição e principais projetos no país

Os avanços nas tecnologias de informação e comunicação vêm apresentando impactos significativos na sociedade, incluindo a área da saúde, com potencial para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos.

“Telemedicina” é um termo bastante difundido nos dias de hoje e, de maneira ampla, se refere aos serviços médicos de cuidados à saúde realizados à distância. Mais de 104 diferentes definições de “telemedicina” foram registradas em periódicos revisados por pares, organizações e sociedades científicas no período de 1970 até 2006. As diferenças entre as definições são dadas pela ênfase em uma ou mais perspectivas da telemedicina, sendo elas: médica, tecnológica, geográfica / espacial e dos benefícios advindos de seu uso. (SOOD et al., 2007).

Foram vários os esforços para se chegar a uma definição que abrangesse a totalidade e fizesse jus às amplas possibilidades de aplicação da telemedicina tanto no

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diagnóstico e tratamento de doenças como na educação e pesquisa em saúde. Na verdade, o termo “telemedicina” em si foi considerado bastante limitante por enfatizar apenas o cuidado médico. Já em 1978, o escopo e definição da telemedicina foram expandidos para incluir o conceito de “telessaúde”. (BASHSHUR; REARDON; SHANNON, 2000; STANBERRY, 2000).

A telessaúde inclui sistemas de suporte ao processo de cuidado à saúde pelo fornecimento de meios mais efetivos e eficientes de troca de informações. Tal conceito incorpora uma ampla extensão de atividades relacionadas à saúde que vão além do cuidado ao paciente, englobando também a promoção de saúde, a educação ao paciente e profissional, a prevenção de doenças, a vigilância epidemiológica, o gerenciamento de serviços de saúde e a proteção ambiental, dentre outras. (BASHSHUR; REARDON; SHANNON, 2000).

Tanto a telemedicina como a telessaúde envolvem a transferência eletrônica das informações médicas e de saúde entre locais e participantes distantes. A tecnologia de informação eletrônica é utilizada como um substituto para o contato pessoal entre os participantes ou entre as unidades de saúde envolvidas no atendimento. Frequentemente o termo telemedicina e telessaúde são utilizados como sinônimos. (LIMA et al., 2007). No entanto, Sood et al. (2007) e Bashshur, Reardon e Shannon (2000) indicaram a necessidade de uma definição mais moderna sobre telemedicina que revelasse sua relação com a telessaúde - ou seja, a telemedicina vista como um subconjunto da telessaúde.

Em grande parte dos países europeus é mais utilizado o conceito de “telemática” o que reflete a ênfase na perspectiva tecnológica - tecnologia da informação de modo geral e na telemetria em particular (Bashshur, Reardon e Shannon, 2000). O termo “telemática em saúde” foi utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998) em referência às atividades, serviços e sistemas relacionados à saúde, desenvolvidos à distância por meio das tecnologias de informação e comunicação, para a promoção de saúde global e controle de doenças, bem como educação, gerenciamento e pesquisa em saúde. Atualmente a OMS está adotando o termo “e-Saúde” (e-Health) em substituição à “telemática em saúde”. (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2008)

Com a expansão da internet nos anos 90 vários “e-termos” (por exemplo, “e-mail” ou “e-comércio”) surgiram e começaram a se proliferar, dentre eles o termo e-Saúde que compreende uma série de conceitos incluindo saúde, tecnologia e comércio. (OH et al., 2005).

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A definição mais utilizada é a de que a e-Saúde é uma área emergente na intersecção da informática médica, saúde pública e negócios e se refere aos serviços de saúde e de informação fornecidos ou enfatizados por meio da Internet e outras tecnologias relacionadas. Em um contexto mais amplo o termo caracteriza não só um desenvolvimento tecnológico, mas também um estado de espírito, uma forma de pensamento, uma atitude e um compromisso com um pensamento de rede global para melhorar a saúde em nível local, regional e mundial via utilização das tecnologias de informação e comunicação. (EYSENBACH, 2001).

Com o número crescente de aplicações de tecnologias de comunicação e informação eletrônica em áreas relacionadas à saúde (as quais também se expandem continuamente) torna-se difícil chegar a um consenso sobre qual a terminologia mais apropriada para identificar esta área – telemedicina, telessaúde, e-saúde, telemática em saúde ou todas as mencionadas. De fato a existência de várias terminologias demonstra a evolução dinâmica e contínua bem como o interesse de diferentes pesquisadores na área. (BASHSHUR, 2000). Para o propósito desse estudo o termo “telessaúde” será utilizado.

Diferentes modalidades de telessaúde foram definidas por Ibañez, Cadena e Zea (2007) e encontram-se no quadro 2.

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TELECONSULTA

Busca de informação médica ou assessoramento por parte de pessoal de saúde local ou externo, utilizando tecnologias de informação e telecomunicação. Esta pode ser desenvolvida tanto entre pacientes e profissionais da saúde como somente entre os profissionais.