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Aulas cartográficas ativas e participativas

No documento Dissertação de Luiz Paulo Ferreira (páginas 101-107)

3 PESQUISA DE CAMPO: UMA ANÁLISE DO PROCESSO DE ENSINO E

3.2 Aulas cartográficas ativas e participativas

A segunda etapa da pesquisa de campo se constituiu de quatro aulas intervencionais, de cinquenta minutos cada uma, pelo professor pesquisador, sobre os conteúdos cartográficos do primeiro bimestre, do 6º ano. Aulas sobre os principais conteúdos específicos da Cartografia do referido bimestre, como por exemplo, os pontos cardeais, colaterais e formas diversas de localização; as coordenadas geográficas (linhas imaginárias e hemisférios terrestres), elementos de um mapa, tipos de mapas e escala geográfica, assim como, distâncias na superfície pelas escalas gráficas e numéricas dos mapas, conforme conteúdo do Referencial Curricular do Estado de Mato Grosso do Sul. (MS, 2012, 2018).

Nessas aulas intervencionais e práticas ministradas nas duas turmas do 6º ano, o professor pesquisador utilizou-se da metodologia ativa, que segundo Moran (2017), são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida. Essa metodologia baseia-se em problemas e tem como propósito a aprendizagem por meio da resolução colaborativa, que pode utilizar de recursos tecnológicos para investigar, refletir sobre o conteúdo estudado.

O papel do professor é de mediador da aprendizagem, o intermediador dos trabalhos e projetos para assimilação do conhecimento, o que provoca e instiga o aluno na resolução do problema apresentado e a refletir a sua aplicabilidade no cotidiano. O aluno, por sua vez, é o protagonista, o participante, o construtor do seu conhecimento, o que aprende a buscar a resolução sozinho ou em grupo com supervisão do professor.

O primeiro passo das aulas intervencionais para o processo de ensino foi o fator motivador, que teve como objetivo a busca de um tesouro perdido na escola. Para encontrá-lo seria necessário que cada grupo construísse um mapa da escola, com todos os elementos cartográficos, bem como pesquisasse e estudasse o conteúdo das aulas de Cartografia. Os passos seguintes desse processo de ensino se desenvolveram de acordo com os desafios que os alunos enfrentavam no decorrer das aulas. A problematização, como estratégia pedagógica, alavancou o interesse da maioria dos alunos, que passaram a anotar, copiar, pesquisar e perguntar sobre os conteúdos cartográficos.

As estratégias de ensino do professor pesquisador foram: aulas com discussões e debates, dinâmicas de grupo, aulas com slides e vídeos, elaboração do mapa da escola em grupo e aulas com resoluções de exercícios. Os recursos didáticos utilizados para essas aulas foram: quadro branco, pincel, apagador, banner, projetor, laptop (computador/notebook) com sinal de internet, celular, Google Maps e Google Earth, globos, bússolas e os livros didáticos de geografia.

Para isso, devido às poucas horas de aulas e grande quantidade de conteúdo a serem trabalhados com os alunos, utilizou-se da seguinte metodologia do ensino: para a aula de apresentação dos conceitos básicos de Cartografia, como por exemplo, os principais tipos de mapas, escalas, principais projeções cartográficas, coordenadas geográficas, o professor pesquisador entregou o referido conteúdo impresso para cada um dos alunos das duas turmas e utilizou um laptop e um projetor para a explicação do texto que os alunos receberam com os conteúdos. Exibiu-se um vídeo de pequena duração com a história da Cartografia como introdução, projetou-se as imagens dos tipos de mapas com os principais tipos de escalas e suas fórmulas para resoluções dos exercícios; slides com as principais projeções cartográficas, e para estudo sobre as coordenadas geográficas, o Google Maps e o Google Earth foram utilizados.

Ainda na quarta etapa da pesquisa de campo desenvolveu-se, em ambas as turmas do 6º ano, duas aulas práticas de Cartografia. O tema das aulas foi “Busca ao tesouro perdido”, que teve como objetivo a aplicação prática dos conhecimentos assimilados nas aulas anteriores. A metodologia ativa desenvolveu-se da seguinte forma: nas primeiras aulas práticas, o professor pesquisador, conjuntamente com os professores das respectivas turmas e escolas, formou grupos de aproximadamente seis alunos. Cada grupo recebeu a imagem aérea da respectiva escola, extraída do Google Earth, como forma de localização geográfica, uma folha de papel sulfite A4, com o perímetro da escola na posição de paisagem, e uma bússola, conforme Figura 16.

Figura 16 – Imagens aéreas das escolas estaduais Aracy Eudociak e Amando de Oliveira

Além dos materiais didáticos disponibilizados, os alunos visualizaram as mesmas imagens aéreas das respectivas escolas, por meio da projeção do Google Earth, slides dos mapas-base das escolas, e também por meio de um banner com as mesmas imagens aéreas.

Figura 17 – Mapa base das escolas estaduais Amando de Oliveira e Aracy Eudociak

Fonte: elaborado pelo autor com base em imagens do Google Earth Pro (2019) – Adaptações do autor (2019).

O objetivo de cada grupo foi a reprodução dos espaços geográficos da escola, respeitando o perímetro da escola preestabelecido na folha A4, assim como incluir os cinco principais elementos de um mapa (título, legenda, escala, rosa dos ventos e fonte), para que na próxima aula, de posse dos seus respectivos mapas e bússolas, encontrassem o “tesouro perdido” dentro da escola.

Na segunda aula, cada grupo de posse de seus respectivos mapas, Figura 18, e uma bússola, recebeu do professor pesquisador uma coordenada geográfica e algumas dicas de localização para encontrarem o “tesouro perdido” dentro das escolas.

Figura 18 – Desenho do grupo 05 – escola estadual Aracy Eudociak

A Figura 18 foi uma atividade do quinto grupo do 6º ano, da Escola Estadual Aracy Eudociak, com base na metodologia do ensino da Cartografia ativa e com objetivo de encontrar o “tesouro perdido” na escola.

Figura 19 – Desenho do grupo 02 – escola estadual Amando de Oliveira

A Figura 19 é o mapa elaborado pelo grupo de número dois da turma do 6º ano, da escola estadual Amando de Oliveira, com base nas aulas intervencionais, por meio da metodologia ativa para o ensino da Cartografia e com objetivo de encontrar o “tesouro perdido” na escola.

De posse de seus mapas, bússolas e das coordenadas geográficas disponibilizadas pelo professor pesquisador, momentos antes de cada grupo se deslocar em busca do “tesouro perdido” na escola, os alunos saíram da sala de aula, sempre acompanhados pelo professor regente, em busca do “tesouro perdido”.

O “tesouro perdido” se constituiu de um pequeno baú de MDF (Painel de Fibra de Média Densidade), em que os alunos encontraram pequenos ovos de páscoa e pequenos globos terrestres para cada um dos integrantes do grupo. Um dos pontos principais dessa dinâmica de grupo foi a interatividade dos alunos, a assimilação dos conhecimentos cartográficos e o desenvolvimento e aprendizado da prática cartográfica de como se orientar por meio de um mapa utilizando uma bússola. O resultado dessa metodologia ativa para o processo do ensino da Cartografia, em ambas as turmas do 6º ano, foi positivo, conforme as análises das avaliações dos questionários e gráficos a seguir.

No documento Dissertação de Luiz Paulo Ferreira (páginas 101-107)