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1. INTRODUÇÃO

2.5 A AUSÊNCIA DE PRÉ REQUISITOS

No tópico anterior foi abordado a metodologia do professor, de modo especial ao professor de Matemática, enfatizando a importância de seu papel e, não esquecendo de reforçar que são estes os responsáveis pela organização de condições favoráveis para uma aprendizagem significativa.

É importante salientar que as condições favoráveis não refere somente às aulas dinâmicas e criativas visando desenvolver o raciocínio lógico, o espírito investigativo e as habilidades básicas necessárias à solução de problemas; mas também ao relacionamento professor-aluno.

Ao falar do papel do professor e sua importância no processo pedagógico, Moreira (1981), referindo-se a Roger, coloca que o professor deve ser facilitador da aprendizagem, mas seu sucesso nesta tarefa repousa, sobretudo, em suas qualidades atitudinais.

É interessante que o professor cultive uma relação de afeto com os alunos ao propor suas atividades, para que a Matemática possa desempenhar, de fato, seu papel formativo e instrumental.

Afetividade é um importante fator na aprendizagem. Os Parâmetros Curriculares

Nacionais – PCNs (Brasil,1997, p.98) vêm confirmar isso quando salienta que:

Os aspectos emocionais e afetivos são tão relevantes quanto os cognitivos, principalmente para os alunos prejudicados por fracassos escolares ou que não estejam interessados no que a escola pode oferecer. A afetividade, o grau de aceitação ou rejeição, a competitividade e o ritmo de produção estabelecidos em um grupo interferem diretamente na produção do trabalho.

E ainda na p.101,

A ansiedade pode estar ligada ao medo de fracassar, desencadeado pelo sentimento de incapacidade para a realização da tarefa ou de insegurança em relação à ajuda que pode ou não receber de seu professor, ou de seus colegas, e consolidar um bloqueio para aprender.

Ao ser tratada a questão fracasso/insucesso, deve-se considerar a afetividade e a auto estima como fator determinante, sendo que a falta de habilidade básica também é um forte fator que afeta a vida escolar dos estudantes, pois estes chegam à escola secundária despreparados, sem linguagem adequada e sem as habilidades que deveriam trazer do nível da escola elementar.

resultados positivos não só é do professor e do aluno mas juntamente com eles, pais e escola. Assim sendo, poderão juntos traçar estratégias que venham ajudar o aluno, evitando que este fracasse. Muitos alunos apresentam uma certa aversão com relação à Matemática por não serem bem sucedidos na escola secundária.

No deparo com uma sala de aula heterogênea, o professor é capaz de perceber rapidamente que as diferentes formas e tempos de aprendizagem de determinados conteúdos, que estão sendo trabalhados, está em função dos conhecimentos prévios que cada aluno possui.

Os resultados de uma aprendizagem, na qual os alunos apenas memorizam, não sendo capazes de trabalhar conceitos fundamentais da matemática de modo significativo, poderá levá-los a situações de grande dificuldade em séries posteriores, quando necessitarão desses conceitos para novas aprendizagens e para a solução de problemas que envolvam os mesmos. Por exemplo, como o aluno solucionará problemas que envolvem frações, se não é capaz de trabalhar com tal conceito de forma significativa?

O ensino de conceitos presentes na maior parte de nossas escolas apresentam algumas características comuns, sendo a primeira delas relativa à maneira pela qual o professor ensina o conceito, quase sempre através da apresentação de definições, regras e fórmulas.

A aquisição de conceitos e dos significados dos conceitos é fundamental para a aprendizagem escolar uma vez que a maioria das atividades em sala está baseada na aquisição de conceitos que serão, posteriormente, utilizados para a aprendizagem de princípios e na solução de problemas (Brito, 1996).

Os pedagogos e pesquisadores da Educação Matemática têm criticado a concepção da Matemática presente no dia-a-dia escolar, pois a matemática apresentada é extremamente abstrata, sem relação com o mundo real e, portanto, sem significado. Essa abstração refere-se às regras, tabuadas, algoritmos, propriedades aritméticas, algébricas ou geométricas que, em muitos casos, é apresentada pronta e acabada simplesmente para o aluno “devorá-las”. Em situações práticas do cotidiano, muitas vezes, é preciso recorrer à esse “pacote” para conseguir solucionar os problemas propostos e, infelizmente não conseguem recordá-lo. Nesse momento começa a desenvolver um sentimento de fracasso e uma atitude negativa com relação à disciplina.

As escolas, tanto pública como privada, tem confundido o “é proibido reprovar” com o “é preciso garantir a aprendizagem” e com isso, tem promovido seus alunos, em sua maioria, sem os conhecimentos prévios para enfrentar a série posterior. Estes ao se depararem com situações que exijam tais conhecimentos para auxiliá-los na solução de problemas, sentir-se- ão fracassados. Se a escola oferece condições para recuperá-lo, ou seja, reintegrar a aluno no processo da aprendizagem, este então poderá superar essa defasagem e ser capaz de desenvolver novas habilidades. Caso isso não aconteça (a recuperação do aluno), o fracasso tende a continuar, pois este novamente será promovido sem condições de freqüentar a série subseqüente.

Diante dessas observações, fica evidente que, uma vez não garantindo a aprendizagem dos alunos, estes não terão os pré requisitos necessários para resolver problemas propostos e, com isso, gera o fracasso escolar, reforçando a aversividade com relação à disciplina.

A forma como classifica um aluno: “bom” ou “ruim”, pode não estar sendo válida se o professor ater-se simplesmente à provas escritas ou orais, pesquisas e testes. É comum observar alunos que têm um excelente desempenho na sala de aula ou fora dela, mas no momento em que é submetido a uma avaliação é fracassado. Entretanto é preciso rever os processos de avaliação para esta não se tornar excludente e classificatória, mas, como uma estratégia de ensino, de promoção do aprendizado da matemática.

Diante dessa situação, coloca-se mais uma vez a responsabilidade do professor. Este precisa atuar o tempo inteiro, intervindo seja nas propostas de atividades, seja na forma como encoraja cada um de seus alunos a se lançar na ousadia de aprender.

Desse modo, coloca Silva (2000, p.31), “é impossível que os sujeitos tenham facilidade para a aquisição de conteúdos matemáticos, se não estiverem predispostos ou motivados a apresentar atitudes mais favoráveis à matemática, o que implica na aquisição e uso da mesma”.

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