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Lista de Siglas e Abreviaturas

8 REFERÊNCIAS 111 Anexo 1 – Moorong Self-Efficacy Scale

2 QUADRO TEÓRICO

2.2 Autoeficácia na Lesão da Medula Espinhal

2.2.3 Autoeficácia, Lesão da Medula Espinhal e Atividade Física

2.2.3.1 Autoeficácia como Preditora do Nível de Atividade Física

Stuifbergen e Becker (1994) realizaram um estudo com 117 sujeitos que responderam seus questionários via correio. A idade média dos participantes foi de 44,1 anos, sendo que 54% eram homens. As autoras utilizaram o Health Conception Scale para medir os constructos saúde clínica, saúde funcional/de desempenho de papel, saúde adaptativa e saúde eudemonista8. O instrumento possui 28 itens para serem respondidos em uma escala tipo Likert de 6 pontos (α de Chronbach entre 0,87 e 0,88); e a subescala General Self-Efficacy Scale da Self- Efficacy Scale, composta por 17 itens com respostas em uma escala tipo Likert de 5 pontos (α de Chronbach = 0,86).

7 Eudemonismo é 1) a posição de que a felicidade [...] é a base fundamental da moralidade, portanto o que é bom é o que traz

felicidade. A discussão se centra, então, em de quem é a felicidade alcançada e se certos meios de alcança-la são imorais. 2) a posição de que os humanos vão naturalmente agir de modos que lhe tragam felicidade. [...] O debate gira em torno de se os seres humanos são compelidos a agir para maximizar sua felicidade [...] ou se a associação entre felicidade e comportamento é mais sutil (APA, 2010, p.393).

Para as autoras as pessoas com algum tipo de deficiência são mais propensas a adotarem um estilo de vida saudável quando apresentam valores elevados de Autoeficácia, especialmente quando esses valores são relacionados com comportamentos saudáveis, com a orientação para a promoção da saúde e quando dependem menos de mecanismos assistivos. Para as autoras a atividade física regular diminui as morbidades e a mortalidade das pessoas com deficiência, diminuindo também os efeitos nocivos do sedentarismo (STUIFBERGEN, BECKER; 1994).

Kinne, Patric e Maher (1999) aplicaram em 113 voluntários um questionário que era composto pela Sickness Impact Profile (SIP) (BERGNER et al., 1981) para avaliar o nível funcional dos sujeitos, a subescala da Self-Rated Abilities for Health Practices (α de Cronbach = 0,90) (BECKER et al., 1993) para medir a Autoeficácia no esporte e a Barriers to Health Activities for Disabled Persons (BHADP) (α de Cronbach = 0,82) (BECKER, STUIFBERGEN, SANDS; 1991) para identificar as barreiras encontradas para a prática de exercícios pelos sujeitos do estudo. Os autores constataram que apenas a Autoeficácia no esporte e as barreiras motivacionais eram preditores significantes para a aderência a longo prazo nos esportes. Os autores ainda citam que quanto maior for a divulgação das modalidades esportivas e dos locais onde elas são oferecidas, maiores serão as chances de acesso e de aderência das pessoas com problemas de mobilidade.

Stutts (2002) realizou um estudo com 137 sujeitos (80% homens) com idade média de 39 anos para verificar a percepção dos benefícios e das barreiras à prática de atividade física. Para tal, utilizou a Exercise Benefits/Barriers Scale (EBBS) (α de Chronbach = 0,95) para avaliar os benefícios e as barreiras ao exercício físico (α de Chronbach = 0,84); a Efficacy Expectations (subescala da Self Care Behavior Instrument) para avaliar a percepção da Autoeficácia (α de Chronbach = 0,90); e a 7 Days Physical Activity Recall Interview Questionnaire (para avaliar o nível de atividade física dos voluntários) (α de Chronbach = 0,78). Para determinar as barreiras para a participação em atividades físicas, fez as seguintes perguntas juntamente com o questionário demográfico: “Do you engage in any type of phisical activity on a regular basis (at least 30 minutes per day) most days of the week?”. Os sujeitos que respondiam “não” eram convidados a listarem pelo menos 3 motivos (em ordem de importância) para não realizarem uma atividade física regular. O autor afirma que seus estudos

demonstram que a Autoeficácia pode ser considerada uma importante preditora para comportamentos saudáveis, dentre eles a prática regular de atividade física. Porem o autor ressalta que caso haja baixos níveis de Autoeficácia para a prática das atividades físicas, ela pode ser um obstáculo para a adoção de um estilo de vida fisicamente ativo. O autor ainda demonstra que os programas de atividades físicas devem ser planejados individualmente para diminuir as barreiras à sua prática e aumentar a Autoeficácia.

Kroll et al. (2012) realizaram um estudo para investigar as relações entre a Autoeficácia do Exercício e o Comportamento ao Exercício e a influência de variáveis demográficas e de características clínicas em pessoas com LME com pelo menos 12 meses de lesão, com idade igual ou superior a 18 anos, moradores dos Estados Unidos e fluentes na língua inglesa. Para tal, contaram com a participação de 612 voluntários (226 mulheres e 368 homens) sendo 49% paraplégicos e 58,2% com lesão completa. A idade média dos voluntários foi de 48,5 ± 13,54 anos com tempo médio de LME de 15,88 ± 12,79 anos. A principal causa das lesões reportadas foram os acidentes de trânsito (52,1%), as quedas (17,4%), os acidentes esportivos (12,9%), sequelas médicas/ cirúrgicas (11,2%) e a violência (6,5%).

Para medir a Autoeficácia do Exercício Kroll et al. (2012) utilizaram a Exercise Self-Efficacy Scale – ESES (KROLL et al., 2007) que possui 10 assertivas que são respondidas em uma escala tipo Likert de 4 pontos, variando entre 1 (not at all true) e 4 (always true). A ESES apresenta um α de Cronbach de 0,92 para a amostra do estudo. Os autores puderam encontrar correlações significativas e moderadas entre a Autoeficácia do Exercício e os valores de frequência e intensidade do exercício e uma relação consistente com o aumento da frequência e da intensidade da atividade física dos treinos aeróbios e resistidos. Outro achado foi o fato de que a Autoeficácia isolada representou uma quantidade maior de variações referentes aos resultados dos exercícios do que qualquer outro grupo de variáveis presentes no estudo. Também foi observado que o fato do voluntário utilizar uma cadeira de rodas na maior parte do tempo não apresentava nenhuma relação com a intensidade e no comportamento do exercício aeróbio ou mesmo na frequência ou intensidade dos exercícios resistidos.

No que diz respeito à idade dos voluntários, Kroll et al. (2012) notaram que aqueles que possuíam idade intermediária dentre os valores mínimos e máximos relatavam

menores frequências de treino resistido e maiores frequências em exercícios aeróbios do que os voluntários que estavam nas extremidades da variabilidade da idade. Em relação ao tempo de vivência com a LME, os autores identificaram que os sujeitos que relatavam ter a lesão a mais tempo apresentavam valores menores de frequência para os exercícios resistidos e aeróbios.

Para Kroll et al. (2012) esses resultados tem grande importância clínica pois podem auxiliar no desenvolvimento de programas mais atraentes que proporcionem a manutenção ou até mesmo o aumento da prática de atividades físicas e de exercícios, especialmente dentre as pessoas com mais idade.

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