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Autoridades Portuárias

No documento Locais de refúgio para navios em perigo (páginas 123-125)

12. Organizações Nacionais

12.7 Autoridades Portuárias

Das disposições preambulares do Decreto-Lei n.º 46/2002, de 2 de março, retiramos que o Livro Branco “Política marítimo-portuária rumo ao séc. XXI”, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 82/98, de 10 de julho, apontava, como linha de orientação, para a atribuição às Autoridades Portuárias246 uma responsabilidade integrada, em matérias de segurança e controlo ambiental, como fins primeiros a alcançar, nas suas áreas de jurisdição247.

Assim, em matéria de segurança marítima e portuária, nas suas áreas de jurisdição compete às Autoridades Portuárias: definir as condições de segurança de funcionamento do porto, em todas as suas vertentes, tendo em atenção a necessidade de garantir, de forma adequada, a sua exploração comercial; definição do assinalamento marítimo, precedida de parecer técnico em matéria de assinalamento, de hidrografia e das competências da AMN, a submeter pelos órgãos locais da DGAM, bem como a instalação, manutenção e funcionamento do mesmo; preparação e emissão de avisos à navegação, sempre que se mostre necessário dar conhecimento público de limitações de condições de segurança existentes ou da sua eliminação; elaboração de normas especiais sobre o acesso, a entrada, a permanência e a saída de navios do porto, em matéria de segurança marítima e portuária, de acordo com o estipulado na regra n.º 1, alínea b), do Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar – 1972, de 27 de junho, e de acordo como respetivo regulamento de exploração portuária; certificação da segurança marítima e portuária dos navios e embarcações, quando aplicável, sem prejuízo das competências próprias do Instituto Marítimo-Portuário; promoção da interação dos centros de telecomunicações com a área de segurança portuária, planos de segurança, de contingência e de emergência, designadamente através do Centro de Controlo de Tráfego Portuário, quando exista, e de intercomunicabilidade com a entidade responsável pelo Sistema Nacional de Busca e Salvamento Marítimo; estabelecimento das condições de navegabilidade nas águas sob sua jurisdição, garantindo, nomeadamente, a manutenção de fundos nas vias navegáveis, nos canais de acesso e zonas de manobra, junto aos cais e terminais, bem como nas áreas de

246 Nos termos do n.º 3, do Art. 1.º, deste diploma legal, são consideradas Autoridades

Portuárias, as Administrações dos Portos e os Institutos Portuários. Para uma visão atualizada das Administrações dos Portos, consultar Amadeu Rocha, Os Modelos de

Governo dos Portos, e Pedro Melo, As Concessões Portuárias, in Direito Administrativo

do Mar, Almedina, Coimbra, 2014, pp. 209 a 231 e 233 a 263, respectivamente.

247 São áreas de jurisdição portuária as áreas que se encontram sob jurisdição das

Autoridades Portuárias, nos termos estabelecidos nos respetivos diplomas estatutários, alínea c) do Art. 2.º, do Decreto-Lei n.º 45/2002, de 2 de março.

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fundeadouros; definição do uso de meios e das condições de prestação dos serviços de assistência à manobra de navios; fixação de fundeadouros ou dos seus limites e definição da sua utilização; estabelecimento de condicionalismos de atracação e de largada de navios em função das exigências de segurança e dos requisitos de interesse comercial; promoção do cumprimento dos condicionamentos de natureza administrativa ou judicial; fixação de regras de manuseamento, armazenagem e transporte de cargas perigosas e a fiscalização do cumprimento das normas em vigor sobre essa matéria; prevenção e combate à poluição, salvo a matéria relativa a contra-ordenações; participação nas ações referentes à preservação e à proteção do património cultural subaquático e o estabelecimento com as entidades competentes das condições de intervenção; promoção das diligências necessárias à remoção dos cascos ou destroços das embarcações afundadas ou encalhadas e de outros materiais submersos na sua área de jurisdição; solicitar a intervenção das entidades policiais de competência genérica ou especializada para garantir e fiscalizar o cumprimento da lei e dos regulamentos emanados das autoridades competentes e com aplicação na sua área de jurisdição relativa à segurança das instalações, dos equipamentos e dos objetos nelas sediados248.

Para a atuação dos diversos departamentos responsáveis pela administração marítima e, simultaneamente coordenadora da gestão e do desenvolvimento das atividades portuárias, conduziu à necessidade de proceder à aprovação de alterações organizacionais, que permitissem tirar benefícios em termos de articulação das atividades e simplificação de procedimentos administrativos destinados à prossecução dos interesses públicos do Estado. Foi neste contexto que foi criado, pelo Decreto-Lei n.º 257/2002, de 22 de novembro, o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos que resultou na fusão do Instituto Portuário, dos Institutos Portuários do Norte, do Centro, do Sul e do Instituto da Navegabilidade do Douro, tendo sido transferidas para o IPTM todas as competências, direitos e obrigações, dos institutos aqui referidos, ficando sujeito à tutela e superintendência do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação, Cf., Art. 1.º, e 3.º deste diploma legal. O IPTM exercia poderes de autoridade do Estado, na área da sua jurisdição, e no âmbito das suas atribuições, Cf., Artigos 1.º, 3,º 5.º e 6.º, e anexo, Estatuto do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, deste diploma legal.

O Decreto-Lei n.º 263/2009, de 28 de setembro instituiu o Sistema Nacional de

Controlo de Tráfego Marítimo (SNCTM)249, que criou um quadro geral de intervenção

dos órgãos e serviços públicos responsáveis pelo controlo de tráfego marítimo nas zonas marítimas sob soberania e jurisdição nacional, tal como definidas na Lei n.º 34/2006, de 28 de julho, procedendo à 1.ª alteração do Decreto-Lei n.º 43/2002, de 2 de março, à 3.ª alteração do Decreto-Lei n.º 180/2004, de 27 de julho, e à 1.ª alteração do Decreto-Lei n.º 198/2006, de 19 de outubro. O SNCTM era coordenado pela Autoridade Nacional de

248 Cf., Art, 2.º e n.º 2 do Art. 3.º, do Decreto-Lei n.º 46/2002, de 2 de março. 249 Cf., Art. 1.º, do Decreto-Lei n.º 263/2009, 28 de setembro.

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Controlo de Tráfego Marítimo (ANCTM) e exercia as suas competências em todo o território nacional. A ANCTM era exercida, por inerência, pelo Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Portuário e dos Transportes, competindo aos restantes órgãos deste instituto, nos termos dos respetivos estatutos, apoiar a ANCTM, na prossecução das suas atribuições250. Salienta-se a importância dos Serviços de Controlo de Tráfego Marítimo Costeiro (VTS costeiros) e os Serviços de Controlo de Tráfego Marítimo Portuário (VTS portuários). Nos primeiros temos o Centro de Controlo de Tráfego Marítimo do Continente (CCTMC), que está integrado no IPTM, bem como as estruturas que compõem o VTS costeiro do continente, e os VTS das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, nos segundos temos os VTS nos portos nacionais251. O CCTMC além de organizar, controlar e supervisionar o tráfego marítimo, presta, também, assistência e informações à navegação, funcionando como ponto focal dos serviços de assistência marítima (maritime assistance services (MAS)), no âmbito previsto na Resolução A.950 (23) da OMI252.

No entanto, o 4.º parágrafo das disposições preambulares do Decreto-Lei n.º 49- A/2012, de 29 de fevereiro, estipula que em resultado da fusão da Direção-Geral das Pescas e Aquicultura e do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos este diploma legal procede à criação da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos253.

12.8 Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos

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