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Avaliação de animais de elite na exposição agropecuária de Araçatuba entre os anos

http://www.facebook.com/Siransindicato. Acesso em Setembro de 2012.

Algumas poucas experiências de confinamento, com o uso de técnicas intensivas de manejo alimentício no inverno (momento de escassez de pastagens com a seca) também foram iniciadas em algumas propriedades, o que acarretou a

116 melhoria da relação bovinos/ha no intervalo 1970-1980 através do aumento do rebanho regional em 31% - ou seja, para aproximadamente 1.800.000 cabeças, quando 11% era gado leiteiro (PINO & VICENTE, 1980). Em 1974, expandindo a capacidade de abate e reforçando a posição já conquistada no setor pela região com o TMaia (800 abates diários) e o Mouran (700 abates diários), surge em Guararapes o frigorífico Noroestino (300 abates diários)54. Pela ferrovia, no sentido Leste-Oeste, e pelas rodovias, em caminhões, o transporte de gado é feito em todas as direções, tornando quase extinta as tradicionais caravanas existentes em grande quantidade até a década de 1950. É um leque de eventos, que em pequena quantidade anexam novos objetos e ações num circuito articulado para o Brasil e o mundo (ainda em pequena proporção) consumirem a carne bovina manejada no espaço geográfico regional.

Contudo, manifestando as contradições coexistentes da pecuária bovina de corte, mesmo com essas melhorias pontuais (confinamento e biotecnologia) e generalizadas (como as pastagens e o transporte animal), a partir da continuidade do uso extensivo das terras, a maioria dos pecuaristas, sem condições ou interesse em correr riscos com inovações, especulava pelo aparecimento de outras atividades agrícolas com custos de oportunidade mais vantajosos que possibilitassem o uso mais intensivo de suas propriedades ou suas valorizações. É uma situação em que transparece a efetivação de um circuito menos moderno da pecuária bovina de corte: às margens das grandes escalas de produção direcionadas para um consumo de maiores exigências fitossanitárias (de valor monetário maior), persistia a manutenção de abates em pequenas escalas, clandestinos, fruto das demandas emergenciais de segurança alimentar da população regional de baixa renda.

54 Além desses 3 grandes frigoríficos, é bom ressaltar que 30% dos abates eram feitos por

matadouros rudimentares, sem refrigeração e com técnicas antigas, principalmente para cobrir parte das demandas locais e regional (PÁEZ, 1975) do circuito subalterno (inferior) da economia.

117 Já as agropecuárias mais capitalizadas, ao invés de inverterem seus lucros em projetos no espaço geográfico regional - aproveitando os estímulos do governo federal para a ocupação do Centro-Oeste e Norte do país (PRODOESTE e SUDAM) - transferiram parte dos seus negócios para as regiões de fronteira agrícola, alargando a ocupação da atividade no território brasileiro55 (Mapa 3). Toda esta improdutividade consolidava a região de Araçatuba como aquela de

“[...] menor contribuição relativa tanto para a formação do valor da produção

agrícola como para o total da área cultivada no oeste paulista e no total do Estado” (VASCONCELOS, 1992, p. 21).

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Mapa 3 - Distribuição do rebanho bovino no território brasileiro, por estado da federação, 1980. Organização: Danton Bini. Elaboração: Silmara Bernardino da Silva (2014).

Reflexo dessa situação imposta pelo sistema pecuário foi a limitação do dinamismo industrial na região. Exceto alguns ramos, como o calçadista em Birigui (ZAMPIERI, 1976), o balanço regional das atividades industriais é apresentado como o menor do estado de São Paulo na década de 1970. Cadeia produtiva propulsora de pouca diversidade em seu complexo agroindustrial, em Araçatuba, a pecuária, através de seus atores econômicos – os pecuaristas – não inverteu seus capitais de forma expressiva em inovações ou em outras atividades produtivas, geradoras de diversificação e desenvolvimento. Assim, durante todo o período de intenso crescimento econômico mundial e nacional (1967-1973), onde o interior paulista foi o espaço geográfico mais retribuído (NEGRI, 1996) com a expansão do meio técnico-científico no Brasil56, a região de Araçatuba, através do

56 Segundo Assumpção (1984), o I PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), implementado

entre os anos de 1972 e 1974, tinha como um dos pontos principais “desenvolver a agricultura moderna em bases industriais na região Centro-Sul” (ASSUMPÇÃO, 1984, p. 21).

119 conservadorismo e atraso de suas lideranças políticas e econômicas, não se articulou para a recepção dos altos investimentos existentes naquele momento de liquidez dos mercados.

Chega-se aos anos 1980 e o comparativo demográfico com o momento anterior mostra mais uma vez decréscimo populacional. A expansão do uso de tratores, máquinas e implementos (HESPANHOL, A. 1996; ESPÍRITO SANTO, 2005), aliada à hegemonia da pecuária, reprimiram com maior intensidade a demanda de mão de obra na zona rural regional. É um êxodo rural que gera retração no número absoluto de habitantes, e a região se urbaniza: Araçatuba, Birigui, Penápolis e Pereira Barreto constituíram as áreas urbanas que mais cresceram, recebendo parte dos desempregados rurais que passam a migrar para as cidades; já Andradina e entorno foram as localidades que mais sofreram com a falta de desenvolvimento econômico (esta porção do espaço regional não conseguiu absorver em suas áreas urbanas todos os trabalhadores que viviam o êxodo rural e os que ficaram desempregados após a construção das hidrelétricas instaladas no entroncamento dos rios Tietê e Paraná (HESPANHOL, A. 1996). Na região como um todo também se apresentou a diminuição das áreas produtivas, mantendo a pecuária extensiva em 1980 praticamente a mesma proporção (85% das áreas produtivas) do ano de 1970.

Consequência dessa involução registrada no setor agrícola e da pouca diversidade industrial e de serviços existentes nas áreas urbanas, no decorrer da década de 1970, a Região Administrativa de Araçatuba continua a sofrer com a migração de parte de sua população para outras regiões, atingindo em 1980, uma das densidades populacionais mais baixas do estado (COSTA, L. & WONG, 1982). Porém, algumas cidades tiveram taxas anuais de crescimento populacional positivas: Araçatuba (1,76%), Penápolis (1,62%), Buritama (1,45%) Barbosa (1,30%) e Avanhandava (0,68%), influenciadas por eventos requisitantes de mão de obra como a introdução das primeiras destilarias da 1ª fase do Programa

120 Nacional do Álcool (Proálcool). Birigui, polo industrial do calçado infantil, ao chegar aos anos 1980 ultrapassando os 50.000 habitantes, é o município que mais expande, com uma taxa média de crescimento entre 1970 e 1980 de 3,82%. Já os outros 31 municípios da região diminuem sua população no mesmo intervalo, continuando aquilo que já vinha acontecendo desde os anos da década de 1950: a polarização de uma cidade média (Araçatuba), que possuindo os instrumentos de comando regional (sindicatos patronais, instituições públicas estaduais e nacionais de fomento, agências bancárias, etc.) serve de intermédio nas decisões daquilo que acontece nas localidades do entorno.

2.2. A constituição do sistema cana-boi nos anos 1980 na região de Araçatuba.

No final da década de 1970, a região de Araçatuba passa a receber com intensidade investimentos geradores de crescimento econômico. A primeira fase do Proálcool (1975-1979), motivada principalmente pelo primeiro choque do petróleo em 1973, incentivou principalmente no estado de São Paulo o aumento do plantio de cana-de-açúcar para se direcionar à produção de etanol – álcool anidro - para utilizá-lo como combustível misturado à gasolina (Tabelas 2 e 3). Potencializado por investimentos públicos do Programa Nacional de Melhoramento da Cana-de-Açúcar (PLANALSUCAR)57 e privados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC)58, estendeu-se em terras paulistas o maior

57 Criado em 1971, o objetivo principal do PLANALSUCAR era o de melhorar a qualidade da

cana, dados os baixos índices de rendimento agrícola e industrial obtidos com a matéria prima nacional, quando confrontados com os outros países produtores. As atividades desenvolvidas pelo órgão se direcionavam no sentido de criar tecnologias modernas para o setor. Com laboratórios localizados em várias regiões canavieiras do país, durante sua existência até 1990, o PLANALSUCAR desenvolveu muitíssimas variedades de cana melhoradas, sendo muitas delas, até hoje, matrizes das pesquisas desenvolvidas.

58 Criado em 1969, o CTC é um centro de pesquisa tecnológica para o melhoramento da produção

e processamento da cana-de-açúcar financiado prioritariamente com fundos da Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (COOPERSUCAR).

121 crescimento da produtividade das lavouras (relação produção/área) do país. Chega-se ao ano de 1980, e o estado de São Paulo representa mais da metade da produção canavieira nacional (Mapa 4; Tabelas 2, 3 e 4).

Tabela 2 – Brasil - Produção da cana-de-açúcar nos principais estados produtores, em toneladas (1970, 1975, 1980). Estado/Ano 1970 1975 1980 São Paulo 30.340.412 34.565.920 72.257.080 Pernambuco 11.124.049 14.163.205 17.972.726 Alagoas 7.303.454 11.554.711 17.782.776 Minas Gerais 4.067.220 3.735.559 7.677.901 Rio de Janeiro 5.544.790 6.619.389 7.059.095 Brasil 67.749.168 79.959.024 139.584.510

Fonte: Fundação IBGE, Censos Agropecuários IBGE (1970, 1975, 1980).

Tabela 3 - Brasil - Área de cana-de-açúcar nos principais estados produtores, em hectares (1970, 1975, 1980). Estado/Ano 1970 1975 1980 São Paulo 580.487 689.485 1.073.120 Pernambuco 273.877 333.234 380.509 Alagoas 166.194 272.556 380.151 Rio de Janeiro 180.946 167.847 199.655 Minas Gerais 168.553 122.691 169.124 Brasil 1.694.882 1.869.429 2.603.279

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Mapa 4 - Distribuição da produção de cana-de-açúcar no território brasileiro, em percentuais, 1980. Organização: Danton Bini. Elaboração: Silmara Bernardino da Silva (2014).

Tabela 4 - Brasil - Produtividade da cultura da cana-de-açúcar nos principais estados produtores, em toneladas por hectare (1970, 1975, 1980).

Estado/Ano 1970 1975 1980 São Paulo 52,27 50,13 67,33 Pernambuco 40,62 42,50 47,23 Alagoas 43,95 42,39 46,78 Minas Gerais 24,13 30,45 45,40 Rio de Janeiro 30,64 39,44 35,36 Brasil 27,60 29,63 36,35

123 Enquanto parte desse espaço geográfico requisitado pelo aumento da demanda do produto no mercado de combustíveis, na 1ª fase do Proálcool, quatro projetos da região de Araçatuba foram aprovados, o que resultou na construção das destilarias Aralco, Alcomira, Univalem e Campestre (anexa)59, nos respectivos municípios de Araçatuba, Mirandópolis, Valparaíso e Penápolis (ESPÍRITO SANTO, 2005). As obras tiveram financiamento de até 100% via Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR)60, com juros reais negativos advindos dos subsídios governamentais. Começa a se constituir na Noroeste Paulista – exercendo Araçatuba a centralidade regional desse processo – a territorialidade daquilo que Rego (1990) denominou de binômio cana-boi: seguindo classificação de Possas (1985), - quando o setor sucroalcooleiro paulista era denominado como um oligopólio competitivo61-, o complexo agroindustrial canavieiro e a cadeia produtiva da pecuária bovina ficaram praticamente sob o comando econômico dos mesmos atores hegemônicos (REGO, 1990). Ou seja, a atividade canavieira se estrutura na região através de uma integração vertical: tanto as agroindústrias processadoras de cana-de-açúcar, como a produção e o fornecimento da matéria- prima são ações orquestradas pelos mesmos agentes sociais. Os proprietários de terras (que em sociedades fundaram essas primeiras agroindústrias processadoras

59 A usina Campestre já funcionava como fábrica de açúcar desde 1948.

60 Instituído em 1965, foi um importante instrumento de subsídio público à modernização da

agropecuária brasileira. Através de taxas de juros subsidiadas e de grandiosos recursos obtidos pelo SNCR, articulou-se a internalização ao território brasileiro de elos antes importados em diferentes setores agropecuários, constituindo os complexos agroindustriais no país. Esses elos internalizados são as indústrias de bens de capital: máquinas (tratores, colheitadeiras, plantadeiras, caminhões), implementos (arados, grades, etc.), insumos (fertilizantes, defensivos) e as agroindústrias processadoras, que são construídas e passam a funcionar dentro do país. Com essa mudança possibilitada pela estruturação de uma indústria de base brasileira e estatal – siderúrgica e metalúrgica -, rompem-se as barreiras e os limites impostos pelas importações. Onde antes nacionalmente se tinha na maioria das culturas agrícolas somente a produção da matéria-prima, passa-se a ter todo um complexo: a indústria para a agricultura à montante e a agroindústria processadora à jusante do campo.

61 Para Possas (1985), as estruturas de mercado, além da almejada livre competição, são

classificadas nos seguintes modelos de oligopólios: concentrado, diferenciado, misto e competitivo.

124 de cana-de-açúcar) passam neste momento a introduzir canaviais no local das pastagens e transferem parte ou a totalidade de suas boiadas para áreas mais baratas no Centro-Oeste do país (com ênfase para os estados do Mato Grosso do Sul e Goiás) (Mapa 5).

Mapa 5 - Distribuição do rebanho bovino no território brasileiro, por estado da federação, 1990. Organização: Danton Bini. Elaboração: Silmara Bernardino da Silva (2014).

À montante da agroindústria, além do crédito de custeio para a compra dos modernos insumos e máquinas, a elite regional conquistou, via governo federal, a instalação em 1979 de uma Estação Experimental do PLANALSUCAR no município de Valparaíso (BERTERO, 1991): assim, as pesquisas pedológicas e de variedades de cana propícias às terras da região foram praticamente todas pagas pelos cofres públicos. Era a anexação pela cultura canavieira de mais uma infraestrutura do período técnico-científico, cimentador de um novo momento na produção do espaço geográfico da Noroeste Paulista.

125 Quando na segunda fase do Proálcool, a partir de 1979, novas áreas para o plantio de cana-de-açúcar foram requisitadas no Brasil: enquanto na safra 1974/1975, 225 agroindústrias sucroalcooleiras processavam cana-de-açúcar no país, em 1984/1985, este número já atingia 366 unidades (BACCARIN & GEBARA & FACTORE, 2009). São Paulo – com grande representatividade do Noroeste Paulista62 - mantêm-se como a principal província a receber os investimentos para a expansão da produção e da produtividade do setor (com algo em torno de 55% do produto e 45% da área cultivada nacional em 1985) (Mapa 6; Tabelas 5, 6 e 7).

62 O programa era dirigido fundamentalmente para as áreas de pastagens nas regiões de Araçatuba,

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Mapa 6 - Distribuição da produção de cana-de-açúcar no território brasileiro, em percentuais, 1985. Organização: Danton Bini. Elaboração: Silmara Bernardino da Silva (2014).

Tabela 5 - Brasil - Produção da cana-de-açúcar nos principais estados produtores, em toneladas (1980 e 1985). Estado/Ano 1980 1985 São Paulo 72.257.080 125.000.840 Alagoas 17.782.776 24.843.242 Pernambuco 17.972.726 23.764.059 Minas Gerais 7.677.901 11.222.122 Rio de Janeiro 7.059.095 8.030.833 Brasil 139.584.510 229.882.133

127 Tabela 6 - Brasil - Área de cana-de-açúcar nos principais estados produtores,

em hectares (1980 e 1985). Estado/Ano 1980 1985 São Paulo 1.073.120 1.694.994 Pernambuco 380.509 484.451 Alagoas 380.151 465.463 Minas Gerais 199.655 243.684 Rio de Janeiro 169.124 183.220 Brasil 2.603.279 3.784.754

Fonte: Fundação IBGE, Censos Agropecuários IBGE (1980 e 1985).

Tabela 7 - Brasil - Produtividade da cultura da cana-de-açúcar, nos principais estados produtores, em toneladas por hectare (1980 e 1985).

Estado/Ano 1980 1985 São Paulo 67,33 73,75 Alagoas 46,78 51,28 Pernambuco 47,23 51,05 Minas Gerais 45,40 46,05 Rio de Janeiro 35,36 43,83 Brasil 36,35 40,83

128 Possibilitador desse avanço, a nível estadual, criou-se “[...] o Pró-Oeste, elaborado pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento em 1979, inicialmente com a denominação de Bases para um Plano de Desenvolvimento do

Oeste do Estado de São Paulo” (ESPÍRITO SANTO, 2005, p. 128).

Em 1981, ao se aprovarem novos projetos, abriu-se o caminho para a instalação na região de Araçatuba de novas usinas: Diana (Avanhandava), Benalcool (Bento de Abreu), Clealco (Clementina), Unialcool (Guararapes), Generalcool (General Salgado), Destivale, Alcoolazul e Cruzalcool63 (Araçatuba)64. Reflexo disso, em dois anos, de 1980 a 1982, a área regional plantada com cana passa dos 15 mil ha para 48 mil ha (REGO, 1990). Em 1983, expande-se para 83.290 ha, chegando na safra 1985/1986 a 111.370 ha (VEIGA FILHO & MATSUNAGA & YOSHII, 1987; Tabela 8).

63 A Cruzalcool foi desativa ainda nos anos 1980 por problemas gerenciais (MANARELLI FILHO

& NEY, 2002).

64 O ano de 1981 contemplou o maior alargamento até então visto da atividade canavieira no

território nacional. Foram aprovados 175 projetos (dos quais em torno de 140 saíram do papel) para a construção de novas destilarias anexas e autônomas enquadrados no Proálcool. O estado de São Paulo foi o mais contemplado, com a aprovação de 151 desses projetos (IAA, 1981).

129 Tabela 8 - Estado de São Paulo - Evolução da área total plantada com cana-de-açúcar,

por divisão regional agrícola65, 1970, 1975, 1980, 1985 (em hectares).

Região 1970 1975 1980 1985 Rib. Preto 256.520 322.600 532.200 707.430 Campinas 278.300 292.900 335.600 430.790 Bauru 93.595 133.233 187.800 288.060 Marília 33.939 44.767 88.300 193.050 S. J. R. Preto 21.780 61.300 78.300 133.100 Araçatuba 5.324 7.900 32.000 111.370 Sorocaba 53.240 62.900 83.000 90.390 P. Prudente 363 8.200 38.000 73.970 V. Paraíba 3.267 2.500 2.410 2.800 São Paulo 3.872 2.100 2.150 140 Estado 750.200 938.400 1.379.760 2.031.100

Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).

Representando a 6ª maior região em extensão no plantio de cana-de- açúcar, a região de Araçatuba passa a exercer sua função dentro da divisão setorial do trabalho no circuito espacial canavieiro. Na associação com a materialidade hegemônica pretérita constituída pelos sistemas de objetos e ações do circuito pecuário, cconcretiza-se o que ficou conhecido como sistema ou consórcio cana- boi (REGO, 1990)66. São novos objetos e ações que passam a ditar a lógica territorial da região.

65 Consolidados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), a partir das antigas Divisões

Regionais Agrícolas (DIRAS), os dados dessa tabela apresentam uma ligeira diferença de totalização ao considerar para Araçatuba 38 dos 43 municípios inclusos na delimitada Região Administrativa referência para esse estudo. Contudo, para critério de compreensão da evolução dos números da cultura canavieira no intervalo analisado, entende-se que essa diferença não constitui de nenhuma forma elemento comprometedor da análise realizada.

66 No estado, durante o biênio 1981/82, a área total com cana-de-açúcar chegou a 1.343.400

130 Mesmo cobrindo um percentual irrisório do circuito espacial pecuário, continuam as experiências de confinamento e manejo de pastagens. Outros direcionam suas boiadas para as novas áreas de fronteira agrícola no Centro-Oeste e no Norte do país. Valorizam-se as terras no campo e nas cidades da hinterlândia do município de Araçatuba, onde ao findar da década de 1980 se centraliza politicamente o setor na região noroeste do estado de São Paulo: cidade-sede da União das Destilarias do Oeste Paulista (UDOP), o município, através dessa entidade patronal, representava o setor, em 1989, com 21 usinas de açúcar e álcool associadas (Foto 14). Sendo 11 dessas usinas localizadas além dos limites rígidos da Região Administrativa de Araçatuba, nela algumas captavam parte da matéria- prima que necessitavam e todas eram assessoradas técnica e politicamente pelos profissionais da UDOP.

(1971/72). Igualmente expressiva foi a evolução do rendimento agrícola (produtividade), que turbinado pelos projetos de melhoramento genético do PLANALSUCAR, registrou crescimento de 29% na década de 1970 (BERTERO, 1991).

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