• Nenhum resultado encontrado

Dentre os pacientes que completaram ambas suplementações: 48,4% eram eutróficos, 22,6% tinham sobrepeso e 29,0% estavam obesos, segundo o IMC. Nenhum paciente apresentou magreza. Segundo o % GC, apenas 1 paciente do gênero masculino apresentou valores correspondentes à normalidade, 19,3 % estavam acima da média (6 homens) e a maioria (77,4%) apresentava risco de doenças associadas à obesidade (11 homens e 13 mulheres). Em relação à distribuição de gordura corporal, os valores médios de CC encontrados estavam acima dos limites para adiposidade abdominal preconizados. A respeito da reserva muscular nenhum paciente estudado apresentou algum grau de depleção muscular.

Os dados antropométricos dos pacientes estudados encontram-se na Tabela 4. Não se verificou alterações significativas dos parâmetros antropométricos estudados entre os grupos no baseline nem em cada grupo após o período de suplementação.

De acordo com a análise feita por gênero, homens apresentaram valores significativamente superiores de MLG (55,0 ± 7,6 vs 43,4 ± 8,9, p ˃0,01) e mulheres de %GC (37,4 ± 3,7 vs 27,3 ± 7,0, p=0,01) como já esperado; esta diferença manteve- se após o período de suplementação.

Tabela 4. Efeitos da suplementação (AR e placebo) sobre os parâmetros antropométricos dos pacientes com DRC em HD incluídos no estudo.

Variável Grupo AR (n=15) Pré Pós p-valor Grupo placebo (n=16) Pré Pós p-valor IMC (kg/m2) 26,2 ± 5,0 26,1 ± 4,7 0,43 26,6 ± 5,3 26,6 ± 5,4 1,00 IC 1,3 ± 0,1 1,3 ± 0,1 0,69 1,3 ± 0,1 1,3 ± 0,1 1,00 GC (%) 33,9 ± 4,6 33,6 ± 4,9 0,53 29,1 ± 9,3 29,9 ± 8,8 0,08 MLG (kg) 47,8 ± 11,2 47,3 ± 10,4 0,19 53,2 ± 8,2 52,6 ± 8,7 0,08 AMBc (cm2) 41,6 ± 10,2 40,2 ± 9,7 0,12 44,4 ± 8,1 43,7 ± 7,2 0,67

IMC, índice de massa corporal; IC, índice de conicidade; GC, gordura corporal; MLG, massa livre de gordura; AMBc, área muscular do braço corrigida. Valores expressos em média ± DP.

39

5.4 Parâmetros Bioquímicos de Rotina, nível plasmático de AIA e

expressão do mRNA do RAH e do NF-B

Os parâmetros bioquímicos de rotina no momento inicial e após 4 semanas de suplementação com AR ou placebo podem ser visualizados na Tabela 5. Não se verificou alterações significativas após 4 semanas de suplementação com AR.

Após a suplementação com AR ou placebo não foram observadas alterações nos valores na expressão do RAH e NF-B, assim como nos valores plasmáticos do AIA nos pacientes com DRC em HD (Tabela 6).

Foi observada correlação positiva entre os valores de mRNA de RAH e os níveis AIA nos valores de base dos pacientes incluídos no estudo, demonstrando uma possível correlação positiva entre o AIA e o RAH. Após a suplementação com AR houve uma tendência na redução do mRNA do NF-B (p-valor=0,06) como demonstrado na Figura 10.

Tabela 5. Efeitos da suplementação (AR e placebo) sobre os parâmetros bioquímicos dos pacientes com DRC em HD.

Variável Grupo AR (n=15) p-valor Grupo Placebo (n=16) p-valor Valores de

Pré Pós Pré Pós Referência Ca (mg/dL) 9,5 ± 0,9 9,4 ±1,4 ,52 9,1 ± 0,9 9,1 ± 1,0 ,94 8,5 – 10 P (mg/dL) 5,3 ± 1,7 5,0 ± 1,9 ,33 5,0 ± 0,9 4,4 ± 1,0 ,08 3,5 – 5,5 K (mg/dL) 5,0 ± 1,7 4,7 ± 1,4 ,37 5,5 ± 1,8 5,5 ± 1,7 ,75 3,5 – 5,5 Ureia-pré (mg/dL) 148,1 ± 35,8 145,0 ± 32,3 ,61 152,5 ± 24,3 151,1 ± 31,9 ,74 15 – 40 Ureia-pós (mg/dL) 48,2 ± 12,7 45,9 ± 12,2 ,50 47,4 ± 11,6 46,4 ± 11,3 ,73 15 – 40 Cr (mg/dL) 8,4 ± 2,3 8,5 ± 2,8 ,52 8,1 ± 2,3 7,9 ± 2,4 ,67 > 10,0 Ht (%) 33,1 ± 5,1 34,7 ± 4,9 ,25 34,1 ± 5,0 32,8 ± 7,2 ,33 - Hb (g/dL) 10,8 ± 1,7 11,2 ± 1,7 ,29 11,2 ± 1,5 10,8 ± 2,3 ,42 11-13 Glicose (mg/dL) 109,0 ± 54,2 108,0 ± 52,9 ,87 105,1 ± 56,8 118,9 ± 66,4 ,25 < 99 Colesterol (mg/dL) 142,1 ± 40,5 146,7 ± 30,1 ,59 147,0 ± 26,7 146,1 ± 36,8 ,92 < 190 Albumina (mg/dL) 3,9 ± 0,3 3,8 ± 0,5 ,40 3,7 ± 0,3 3,6 ± 0,5 ,34 > 3,8

Ca:,cálcio, P, fósforo, K, potássio; Na, sódio, Cr, creatinina; Ht, hematócrito Hb, hemoglobina. Os dados foram apresentados como média ± DP.

Tabela 6. Efeitos da suplementação (AR e placebo) na expressão de RAH e NF-B e valores plasmáticos do AIA nos pacientes com DRC em HD.

Grupo AR (n=15) Grupo Placebo (n=16)

Parâmetros p-valor dos Δ Pré Pós p-valor Δ Pré Pós p-valor Δ Expressão RAH 1,08 ± 0,49 1,12 ± 0,45 0,84 0,3 (-0,4; 0,45) 1,12 ± 0,52 0,95 ± 0,48 0,29 -0,13 (-0,69; 0,31) 0,19 Expressão NF-B 1,35 ± 0,81 0,97 ± 0,37 0,06 -0,2 (-0,6; 0,19) 1,0 ± 0,54 1,16 ± 0,64 0,49 0,04 (-0,61; 0,61) 0,18 AIA (ug/L) 2132 ± 1167 1917 ± 956 0,16 6,6 (-427; 226) 2004 ± 1035 1840 ± 908 0,59 -194 (-1254; 520) 0,89

RAH, receptor aril hidrocarboneto; NF-B, fator nuclear kappa-B, AIA: Ácido Indol-3-Acético. Os dados foram apresentados como média ± DP ou mediana perrcentil 25 – 75).

Figura 10: Correlação entre os níveis plasmáticos de AIA e expressão de RAH nos pacientes com DRC em

43

6. DISCUSSÃO

Os resultados do presente estudo revelaram que não houve redução significativa dos níveis plasmáticos de toxina urêmica AIA e da expressão do mRNA do RAH e NF-B em pacientes em hemodiálise após a suplementação com AR. Contudo, foi observada uma correlação positiva entre os valores do baseline do AIA e do RAH, fato que corrobora com a literatura, possivelmente, maiores concentrações de toxinas urêmicas, especificamente AIA, induzem maior a ativação do RAH. Esses dados vão ao encontro dos achados de um estudo do nosso grupo (Brito et al, 2018), o qual foi o pioneiro e único até o momento a avaliar a expressão do RAH e sua associação com os níveis de toxinas urêmicas IS e AIA.

O presente ensaio clínico foi o primeiro a avaliar o efeito de um prebiótico, especificamente AR, sob a concentração da toxina urêmica AIA e sua possível ativação do RAH, o qual foi identificado como um dos principais receptores de toxinas urêmicas, sugerido como uma das vias de ativação inflamatória na DRC (Sallee et al., 2014).

Para nosso conhecimento, apenas um estudo examinou os efeitos da suplementação de fibra solúvel fermentativa no estado inflamatório de pacientes em HD (Xie et al., 2015), e apenas três estudos avaliaram os efeitos da suplementação de AR em pacientes em HD (Sirich et al., 2014; Khosroshahi et al., 2018; Esgalhado

et al., 2018).

Khosroshahi et al. (2018) observaram uma redução significativa nos níveis séricos de TNF-α, IL-6 e malondialdeído (P <0,05) após a suplementação com AR, sendo que tais marcadores permaneceram inalterados no grupo placebo. Em relação às concentrações séricas de IL-1b, PCR ultrassensível e atividade antioxidante total, não houve alterações significativas nos dois grupos após a intervenção com biscoitos contendo 20 g/dia AR durante as primeiras quatro semanas e 25 g/dia nas quatro semanas posteriores.

Nosso estudo piloto (Esgalhado et al., 2018) observou redução nos níveis plasmáticos de IL-6 e (TBARS), bem como nos níveis de IS após quatro semanas de suplementação de 16g de AR. Além disso, uma correlação positiva entre IS e IL-6 foi observada. Achados semelhantes, redução nos níveis de toxinas urêmicas e, portanto,

inflamação e marcadores de estresse oxidativo, foram demonstrados previamente em estudos com ratos com DRC alimentados com AR (Vaziri et al., 2014; Kiefer et al., 2016).

Estudos anteriores já avaliaram os níveis de toxinas urêmicas e seu papel na patogênese da DRC e eventos cardiovasculares, que são a principal causa de morte entre pacientes renais. Dentre essas toxinas, o IS é o principal precursor das doenças cardiovasculares, estando associado à mortalidade geral e cardiovascular em pacientes com DRC em estágio 2 a 5 (Barreto et al., 2009), e com mortalidade por todas as causas em pacientes em HD (Melamed et al., 2013).

O AIA não tem sido objeto de pesquisas nos últimos anos, porém esse cenário mudou e muitos pesquisadores vêm explorando os efeitos dessa toxina sobre a DRC (Satoh et al., 2003; Oliveira et al., 2007, Tsukimoto e cols. 2008; Mutsaers et al., 2018). Em um ensaio observacional, o AIA foi associado a um aumento na mortalidade e eventos cardiovasculares em pacientes com DRC com níveis de AIA > 3.73 μM quando comparados com pacientes com níveis mais baixos (AIA <3.73 μM). Para confirmar tal associação, foi observado pela cultura de células que o AIA induziu estresse oxidativo aumentando a síntese de EROs e inflamação via RAH / p38MAPK / NF-B, aumentando citocinas inflamatórias e ativando ciclo-oxigenase-2 (COX2) (Dou

et al., 2015).

Embora não tenha ocorrido redução significativa dos níveis de AIA em nosso estudo, Sirich (2014) relatou que após a intervenção com 15g de amido de milho rico em amilose (Hi-maize 260) via sachê por 6 semanas reduziu significativamente o nível plasmático de IS quando comparados com o grupo controle. Vale ressaltar que, apesar de nosso estudo ter um tempo de intervenção mais curto (4 semanas), a quantidade de AR administrada por dia foi maior (16g).

Nesse contexto, a redução da concentração de toxinas urêmicas na DRC pelo restabelecimento da microbiota intestinal com suplementação prebiótica surge como estratégias não farmacológicas para diminuir a ativação da cascata inflamatória via ativação do RAH (Meijers et al., 2010; Vaziri et al 2014; Sirich et al., 2014; Salmean et

al., 2015; Keiffer et al., 2016).

Os mecanismos de ação dos prebióticos, especificamente AR, no intestino humano são complexos e várias hipóteses têm sido propostas para explicar seus

45

efeitos benéficos sobre a saúde intestinal e sistêmica de pacientes em HD. O AR é fermentado no intestino grosso por bactérias simbióticas (Firmicutes, Bacteroidetes e Actinobacterium) que têm atividade enzimática capaz de clivar as ligações α 1,4 e α 1,6 do AR, resultando em AGCC, gases (metano, hidrogênio, dióxido de carbono), ácidos orgânicos (lactato, succinato e fumarato) e álcoois (metanol e etanol). Vaziri et

al 2013, relataram que após a suplementação com HAM-RS2 houve aumento na

população de bactérias simbióticas, incluindo Bifidobacterium e Faecalibacterium prausnitzii, que possuem potencial antiinflamatório.

Os AGCCs promovem a redução do pH intestinal, modulando assim a microbiota intestinal e reduzindo a uremia (Martinez et al., 2010, Tachon et al., 2013, Haenen et al., 2013, Umu et al., 2015). Além disso, os AGCCs são substratos energéticos para os linfócitos T reguladores (Smith, 2013), aumentando, assim, a imunidade e, para os colonócitos, e restaurando, a integridade da barreira mucosa (Wong et al., 2006). Uma vez que esta barreira esteja íntegra, ela se torna mais seletiva e não permite a passagem de macromoléculas, substâncias tóxicas (por exemplo, toxinas urêmicas), bactérias e LPS para circulação sistêmica, reduzindo assim a inflamação presente em pacientes renais (Wonget et al., 2006). Entre outros efeitos do AR está a melhora da sensibilidade à insulina (Bodinham et al., 2014; Maki

et al., 2015), redução do perfil lipídico (Nichenametla et al., 2014; Dodevska et al.,

2016) e adiposidade (Bodinham et al., 2014; Higgins et al., 2014; Dodevska et al., 2016). O aumento da massa fecal é acompanhado por melhora na constipação, o que contribui para menor exposição do conteúdo do lúmen à barreira mucosa.

Embora esses estudos sugiram um possível efeito modulador da microbiota intestinal em pacientes com DRC, reduzindo a produção de toxinas urêmicas e, com essa menor ativação de cascata inflamatória e EO, a ação prebiótica nesses pacientes ainda é incerta. De fato, este é o primeiro estudo sobre o impacto da suplementação prebiótica com AR na expressão do RAH.

Como limitações deste estudo, podemos apontar o número de pacientes analisados, a falta da análise de algum marcador de disbiose (e.:LPL), de EO (ex.: malondialdeído) e de alguma citocina inflamatória (ex.: IL-6) para fechar o ciclo de ativação do AIA-RAH-NF-B.

7. CONCLUSÃO

A partir dos resultados deste estudo, podemos concluir que a suplementação diária de 16 g de AR (HI-MAIZE® 260 da Ingredion) durante 4 semanas em pacientes com DRC em HD: não alterou os valores bioquímicos, antropométricos e de ingestão alimentar; não foi suficiente para reduzir a expressão do mRNA do RAH e do NF-κB; também não foram observados menores níveis plasmáticos da toxina urêmica AIA após a suplementação com AR.

Contudo, foi observada correlação positiva entre os valores de mRNA de RAH e os níveis AIA nos valores de base dos pacientes incluídos no estudo, demonstrando possível associação positiva entre o AIA e o RAH, na qual maiores níveis plasmáticos de AIA poderiam estar envolvidos com o aumento da expressão do RAH.

Deste modo, são necessários mais estudos com prebióticos, inclusive AR, para que se possa avaliar se a ingestão dos mesmos é capaz de reduzir a produção de toxinas urêmicas pelas bactérias intestinas, e se esta redução estaria associada a menor expressão do RAH, contribuindo para menor ativação do NF-κB, reduzindo assim a inflamação crônica presente nos pacientes com DRC em hemodiálise.

47

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aguila MB, Mandarim-de-Lacerda CA, Bozza PT, da Cunha S (2014) The effect of thiamine deficiency on inflammation, oxidative stress and cellular migration in an experimental model of sepsis. J Inflamm (Lond) 11:11.

F. Antunes, D. Han, Redox regulation of NF-kappaB: from basic to clinical research, Antioxid. Redox Signal. 11 (2009) 2055 e 2056.

Akchurin OM, Kaskel F. Update on inflammation in chronic kidney disease. Blood Purif. 2015; 39:84-92.

Bayés B, Pastor MC, Bonal J, Foraster A, Romero R. Oxidative stress, inflammation and cardiovascular mortality in haemodialysis role of seniority and intravenous iron therapy: analysis at 4 years of follow-up. Nephrol Dial Transplant, 2006;21(4):984-90. Blaut M, Clavel T. Metabolic diversity of the intestinal microbiota: implications for health and disease. J Nutr. 2007; 137: 751–755.

Barrett E, Ross RP, O’Toole PW, Fitzgerald GF, Stanton C. Gamma-Aminobutyric acid production by culturable bactéria from the human intestine. J Appl Microbiol. 2012; 113:411–417.

Barczynska R, Bandurska K, Slizewska K, Litwin M, Szalecki M, Libudzisz Z, Kapusniak J. Pol J Microbiol. .Intestinal Microbiota, Obesity and Prebiotics. 2015;64(2):93-100.

Bellavia M, Tomasello G, Romeo M, Damiani P, Monte AIL, LozioL, et al. Gut microbiota imbalance and chaperoning system malfunction are central to ulcerative colitis pathogenesis and can be counteracted with specifically designed probiotics: a working hypothesis. Medical Microbiology and Immunology. 2013, 1-14.

Bilate AMB. Inflamação, citocinas, proteínas de fase aguda e implicações Terapêuticas. Temas de Reumatologia Clínica 2007, 8(2):47-51.

Bock KW et al. From dioxin toxicity to putative physiologic functions of the human Ah receptor in homeostasis of stem/progenitor cells. Bioch Pharm. 2017; 123, 1–7.

Bodinham CL, Smith L, Thomas EL, Bell JD, Swann JR, Costabile A et al. Efficacy of increased resistant starch consumption in human type 2 diabetes. Endocr Connect. 2014;15;3(2):75-84.

Bravo JA, Forsythe P, Chew MV, Escaravage E, Savignac HM, Dinan TG et al. Ingestion of Lactobacillus strain regulates emotional behavior and central GABA receptor expression in a mouse via the vagus nerve. Proc Natl Acad Sci USA. 2011;108:16050–16055

Cani PD, Bibiloni R, Knauf C, Waget A, Neyrinck AM, Delzenne NM et al. Changes in gut microbiota control metabolic endotoxemia-induced inflammation in high-fat diet- induced obesity and diabetes in mice. Diabetes. 2008; 57(6): 1470-1481.

Carrero JJ, Stenvinkel P. Persistent inflammation as a catalyst for other risk factors in chronic kidney disease: a hypothesis proposal. Clin J Am Soc Nephrol. 2009;4 (Suppl 1):S49-S55.

Cheung WW, Paik KH, Mak RH. Inflammation and cachexia in chronic kidney disease. Pediatr Nephrol. 2010;25(4):711-24.

Codex Alimentarius. Guidelines on nutrition labelling CAC/ GL 2-1985 as last amended. Joint FAO/WHO Food Standards Programme, Secretariat of the Codex Alimentarius Commission, FAO, Rome, 2010.

Dalmazzo LF, Santana-Lemos BA, Jacomo RH, Garcia AB, Rego EM, da Fonseca L.M, et al. Antibody-targeted horseradish peroxidase associated with indole-3-acetic acid induces apoptosis in vitro in hematological malignancies. Leuk. Res. 2011;35, 657–662.

Dinarello CA. Interleukin-1 in the pathogenesis and treatment of inflammatory diseases. Blood. 2011;117:3720-3732.

Dodevska MS, Sobajic SS, Djordjevic PB, Dimitrijevic-Sreckovic VS, Spasojevic- Kalimanovska VV et al. Effects of total fibre or resistant starch-rich diets within lifestyle intervention in obese prediabetic adults. BI Eur J Nutr. 2016; 55(1):127-37.

Dou L, Bertrand E, Cerini C, Faure V, Sampol J, Vanholder R et al. The uremic solutes p-cresol and indoxyl sulfate inhibit endothelial proliferation and wound repair. Kidney Int. 2004; 65(2): 442–451.

Dou, L, Sallée M, Cerini C, Poitevin S, Gondouin B, Jourde-Chiche N, Fallague K, Brunet F, Calaf R, Dussol B, Mallet B, Dignat-George F, Burtey S: The Cardiovascular Effect of the Uremic Solute Indole-3 Acetic Acid. J Am Soc Nephrol 2015; 26: 876-887 Deltombe O, Van Biesen W, Glorieux G, Massy Z, Dhondt A, Eloot S. Exploring Protein Binding of Uremic Toxins in Patients with Different Stages of Chronic Kidney Disease and during Hemodialysis. Toxins. 2015;7(10):3933-46.

Edamatsu T, Fujieda A, Ezawa A, Itoh Y. Classification of five uremic solutes according to their effects on renal tubular cells. Int. J. Nephrol. 2014; 512178.

Englyst HN, Kingman SM, Hudson GJ, Cummings JH. Measurement of resistant starch in vitro and in vivo. Br J Nutr.1996;75(5):749-55.

Esgalhado M, Borges NA, Mafra D. Could physical exercise help modulate the gut microbiota in chronic kidney disease? Future Microbiol. 2016;11:699-707.

Everard A, Cani PD (2014) Gut microbiota and GLP-1. Ver Endocr Metab Disord 15:189–196

49

Fouque D, Kalantar-Zadeh K, Kopple J, Cano N, Chauveau P, Cuppari L, et al. A proposed nomenclature and diagnostic criteria for protein-energy wasting in acute and chronic kidney disease. Kidney Int. 2008;73(4):391-8.

Frisancho AR. New norms of upper limb fat and muscle areas for assessment of nutritional status. Am J Clin Nutr. 1981; 34(11): 2540-5.

Fujihara CK, Antunes GR, Mattar AL, et al. Chronic inhibition of nuclear factor-kappaB attenuates renal injury in the 5/6 renal ablation model. Am J Physiol Renal Physiol. 2007;292:F92–F99

Furlong CE, Marsillach J, Jarvik GP, Costa L. G. Paraoxonases-1, -2 and -3: what are their functions? Chem-Biol Inter. 2016; 259(Part B):51–62.

Gibson GR, Scott KP, Rastall RA, Tuohy KM, Hotchkiss A, Dubert-Ferrandon A et al. Dietary prebiotics: Current status and new definition. Food Sci. Technol. Bull. Funct.

Foods. 2010;7:1–19.

G. Gloire, J. Piette, Redox regulation of nuclear post-translational modifications during NF-kappaB activation, Antioxid. Redox Signal. 11 (2009) 2209 e 2222.

Gondouin B, Cerini C, Dou L, Sallee M, Duval-Sabatier A, Pletinck A et al. Indolic uremic solutes increase tissue factor production in endothelial cells by the aryl hydrocarbon receptor pathway. Kidney Int. 2013; 84, 733–744.

Gupta J, Mitra N, Kanetsky PA et al. Association between albuminuria, kidney function, and inflammatory biomarker profile in CKD in CRIC. Clin J Am Soc Nephrol. 2012;7:1938-1946.

Gupta J, Dominic EA, Fink JC et al. Association between inflammation and cardiac geometry in chronic kidney disease: findings from the CRIC study. PLoS ONE. 2015. Granata S, Zaza G, Simone S, Villani G, Latorre D, Pontrelli P et al. Mitochondrial dysregulation and oxidative stress in patients with chronic kidney disease. BMC Gen. 2009; 10:388. 10.1186/1471-2164-10-388.

Haenen D, Zhang J, Souza da SC, Bosch G, van der Meer IM, van AJ, et al. A diet high in resistant starch modulates microbiota composition, SCFA concentrations, and gene expression in pig intestine. J Nutr. 2013;143:274–83.

Haubitz M, Brunkhorst R, Wrenger E, Froese P, Schulze M, Koch KM. Chronic induction of C-reactive protein by hemodialysis, but not by peritoneal dialysis therapy. Perit Dial Int. 1996;16:158-162.

Haenen D, Zhang J, Souza da SC, Bosch G, van der Meer IM, van AJ et al. A diet high in resistant starch modulates microbiota composition, SCFA concentrations, and gene expression in pig intestine. J Nutr. 2013;143:274–83.

Heine GH, Ulrich C, Seibert E, et al. CD14(++) CD16+ monocytes but not total monocyte numbers predict cardiovascular events in dialysis patients. Kidney Int. 2008;73:622-629

Harris K, Kassis A, Major G, Chou CJ. Is the Gut Microbiota a New Factor Contributing to Obesity and Its Metabolic Disorders? Journal of Obesity. 2012.

Herzig KA, Purdie DM, Chang W et al. Is C-reactive protein a useful predictor of outcome in peritoneal dialysis patients? J Am Soc Nephrol. 2001;12:814-821

Hill NR, Fatoba ST, Oke JL, Hirst JA, O'Callaghan CA, Lasserson DS, Hobbs FD. Global Prevalence of Chronic Kidney Disease – A Systematic Review and Meta- Analysis. PLoS One. 2016; 11(7): e0158765.

Higgins JA. Resistant starch and energy balance: impact on weight loss and maintenance. Crit Rev Food Sci Nutr. 2014;54(9):1158-66.

Hsu, W.L.; Li, S.Y.; Liu, J.S.; Huang, P.H.; Lin, S.J.; Hsu, C.C.; Lin, Y.P.; Tarng, D.C. High uric acid ameliorates indoxyl sulfate-induced endothelial dysfunction and is associated with lower mortality among hemodialysis patients. Toxins 2017, 9, 20. Hubbard, T. D., Murray, I. A., and Perdew, G. H. (2015b). Indole and tryptophan metabolism: endogenous and dietary routes to ah receptor activation. Drug Metab. Disposit. 43, 1522–1535. doi: 10.1124/dmd.115.064246

Ioannou K, Stel VS, Dounousi E, et al. Inflammation, endothelial dysfunction and increased left ventricular mass in Chronic Kidney

Kamimura MA, Baxmann A, Sampaio LR, Cuppari L. Avaliação nutricional. In: Cuppari L.Guias de Medicina ambulatorial e hospitalar. UNIFESP/Escola Paulista de Medicina, Nutrição. 2ª ed. Ed. Manole. São Paulo, p. 89-127, 2005.

Karbowska M, Kaminski TW, Marcinczyk N, Misztal T, Rusak T, Smyk L et al. The uremic toxin indoxyl sulfate accelerates thrombotic response after vascular injury in animal models. Toxins. 2017; 9, 229.

Keenan MJ, Zhou J, Hegsted M, et al. Role of Resistant Starch in Improving Gut Health, Adiposity, and Insulin Resistance. Adv Nutr. 2015;6(2):198-205.

Kieffer DA, Piccolo BD, Vaziri ND et al. Resistant starch alters gut microbiome and metabolomic profiles concurrent with amelioration of chronic kidney disease in rats. Am J Physiol Renal Physiol. 2016;310(9):F857-871.

Kim J, Cha YN, Surh YJ. A protective role of nuclear factor-erythroid 2- related factor- 2 (Nrf2) in inflammatory disorders Mutat. Res. 2010.

Koppe L, Pillon NJ, Vella RE, Croze ML, Pelletier CC, Chambert S et al. p-Cresyl sulfate promotes insulin resistance associated with CKD. J Am Soc Nephrol. 2013; 24(1):88-99.

51

Korecka, A., Dona, A., Lahiri, S., Tett, A. J., Al-Asmakh, M., Braniste, V., et al. (2016). Bidirectional communication between the Arylhydrocarbon Receptor (AhR) and the microbiome tunes host metabolism. npj Biofilms Microbiomes 2:16014. doi: 10.1038/npjbiofilms.2016.14

Lange K, Hugenholtz F, Jonathan MC, Schols HA, Kleerebezem M, Smidt H et al. Comparison of the effects of five dietary fibers on mucosal transcriptional profiles, and luminal microbiota composition and SCFA concentrations in murine colon. Mol Nutr Food Res. 2015; 59(8):1590-602.

Lau WL, Kalantar-Zadeh K, Vaziri ND. The Gut as a Source of Inflammation in Chronic Kidney Disease. Nephron 2015,130(2):92–98.

Lekawanvijit S. Role of Gut-Derived Protein-Bound Uremic Toxins in Cardiorenal Syndrome and Potential Treatment Modalities. Circ J. 2015;79(10):2088-97.

Lozupone CA, Stombaugh JI, Gordon JI, Jansson JK, Knight R (2012) Diversity, stability and resilience of the human gut microbiota. Nature 489:220–230

Jakobsson HE, Rodriguez-Pineiro AM, Schutte A, Ermund A, Boysen P, Bemark M, Sommer et al. The composition of the gut microbiota shapes the colon mucus barrier. EMBO Rep. 2015;16:164–177.

Jung KA, Kwak MK. The Nrf2 system as a potential target for the development of indirect antioxidants. Molecules. 2010;15(10):7266-91.

Landray MJ, Wheeler DC, Lip GY et al. Inflammation, endothelial dysfunction, and platelet activation in patients with chronic kidney disease: the chronic renal impairment in Birmingham (CRIB) study. Am J Kidney Dis. 2004;43:244-253.

Lange K, Hugenholtz F, Jonathan MC, Schols HA, Kleerebezem M, Smidt H, et al. Comparison of the effects of five dietary fibers on mucosal transcriptional profiles, and luminal microbiota composition and SCFA concentrations in murine colon. Mol Nutr Food Res. 2015; 59(8):1590-602.

Libetta C, Sepe V, Esposito P, Galli F, Dal Canton A. Oxidative stress and inflammation: Implications in uremia and hemodialysis. Clinical biochemistry. 2011; 4(14):1189-1198.

Locatelli F, Canaud B, Eckardt KU, Stenvinkel P, Wanner C, Zoccali C. Oxidative stress in end‐stage renal disease: an emerging threat to patient outcome. Nephrology

Documentos relacionados