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4. Descrição e Avaliação do Plano de Ação

4.1. Apresentação e Justificação do plano de Ação

4.1.4. Avaliação

As técnicas de recolha de dados utilizadas no presente estudo são: a observação participante, os registos reflexivos, a realização de entrevista ao grupo de crianças e um inquérito por questionário à educadora cooperante.

A observação participante será utilizada durante todo o processo. Pretende-se utilizar esta técnica para avaliar as atividades, quer a nível das estratégias e recursos utilizados, quer a nível da avaliação das aprendizagens das crianças, de acordo com os objetivos delineados para cada uma das sessões. Por outro lado, irá sustentar os registos reflexivos efetuados sobre a própria prática.

Esta técnica de recolha de informação caracteriza-se pela ação simultânea de observar e participar nas atividades de um determinado grupo, alvo da investigação, permitindo, desde modo, observar a realidade social de uma perspetiva holística. Para percecionar a realidade do ponto de vista dos protagonistas o investigador deve conviver, participar e acompanhar o grupo em diversos momentos do quotidiano. (Alcaraz, Puig e Lafon, 2004).

Ao longo do estudo, serão utilizados, essencialmente, registos fotográficos (Apêndice J) embora também sejam utilizados pontualmente registos áudio e vídeo. Considera-se que estas formas de registo são muito pertinentes porque permitem ao investigador distanciar-se “emocionalmente” da ação e refletir sobre os factos vivenciados de uma forma clara e objetiva. Os dados recolhidos irão permitir completar a informação recolhida durante a observação participante, no decorrer das atividades.

Bogdan e Biklen (1994) consideram a fotografia um instrumento de grande relevância para a investigação qualitativa, na medida em que permite registar e analisar aspetos específicos do comportamento no decorrer de uma atividade.

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Relativamente aos registos tecnológicos, em geral, Marconi e Lakatos (2007) referem que os mesmos garantem “a conservação intacta da informação em bruto” (p. 155). Ou seja, permitem registar a originalidade experienciada no momento.

Realizaram-se entrevistas estruturadas a um grupo de nove crianças em dois momentos distintos, sendo que uma será realizada na fase inicial e outra entrevista igual no final do plano de ação.

As entrevistas estruturadas são previamente planificadas pelo investigador que formula um guião pré-estabelecido, sequenciado e dirigido. Este tipo de entrevista visa obter respostas afirmativas, negativas e/ou concretas do entrevistado (Alcaraz,, Puig e Lafon, 2004).

Para as entrevistas, elaborou-se previamente um guião (Anexo A), adaptado de Martins e Niza (1998), encontrando-se o mesmo dividido em três blocos de questões. No bloco I – Perceção de práticas de escrita e de leitura, pretende-se aferir a influência dos contextos de vida das crianças na compreensão sobre a funcionalidade da escrita. O bloco II – Razões para a aprendizagem da leitura e da escrita, tem como objetivo averiguar o sentido que as crianças atribuem à aprendizagem da linguagem escrita. O bloco III – Aspetos figurativos e conceptuais da linguagem escrita, visa compreender os conhecimentos das crianças sobre as características e convenções da escrita, assim como o nível de apropriação da mesma, através das provas de escrita. Classificamos a escrita das crianças de acordo com os níveis descritos nos trabalhos de Ferreiro e Teberosky (1999): o nível 1 é atribuído à escrita em cursiva ou imprensa, sem critérios linguísticos, podendo apresentar a hipótese quantificável do referente; o nível 2 corresponde à escrita em que a criança utiliza um conjunto de grafismos em posições lineares diferentes para representar significados diferentes; o nível 3 caracteriza-se pelo início da hipótese silábica, ou seja, cada letra que a criança escreve tem o valor de uma sílaba; o nível 4 caracteriza-se pela passagem da hipótese silábica para a alfabética; o nível 5 corresponde à escrita alfabética.

Deste modo, a entrevista efetuada no primeiro momento visa a recolha dos conhecimentos prévios das crianças sobre as práticas de escrita, a sua utilidade e as hipóteses que as mesmas colocam sobre a natureza da linguagem escrita. A entrevista realizada no segundo momento irá permitir analisar a evolução dos conhecimentos das crianças através da comparação com os dados recolhidos na primeira entrevista e, deste

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modo, contribuir para avaliar o plano de ação. A informação recolhida nas entrevistas será submetida a uma análise de conteúdo através da categorização dos dados (Apêndices F e G), designadamente por: categoria; subcategoria; indicadores e frequência.

A informação recolhida com as entrevistas realizadas às crianças será complementada com os dados recolhidos num inquérito por questionário de perguntas abertas realizado à educadora cooperante no final do estudo, com o objetivo de avaliar o mesmo.

Tal como referem Hill e Hill (2008) os questionários de perguntas abertas são muito úteis na obtenção de informação qualitativa, característica do tipo de metodologia utilizada no presente estudo.

O guião do questionário (Apêndice B) encontra-se dividido por três blocos – Identificação; Atividades e Espaço Físico. Assim, pretende-se recolher informação no que concerne às atividades desenvolvidas, nomeadamente, o efeito que as mesmas tiveram em termos de aprendizagens das crianças. Por outro lado, pretende-se avaliar o resultado da intervenção ao nível do espaço físico, nomeadamente, com a implementação da área da escrita.

No fim do estudo, pretende-se avaliar o plano de ação através da triangulação dos dados acima mencionados.

Na área da educação, o termo triangulação enquadra-se numa metodologia de investigação onde o mesmo fenómeno é perspetivado “por diferentes observadores e com diferentes instrumentos” (Sousa, 2009, p. 173). O objetivo da triangulação prende-se com a recolha e a análise de dados obtidos de diferentes origens, com o intuito de proceder à comparação dos mesmos entre si. A triangulação permite validar uma investigação de cariz qualitativo. Este tipo de investigação assume maior relevância na compreensão de fenómenos relativos à ação educativa.

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