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RELACIONADAS AOS SISTEMAS PREDIAIS

HIDROSSANITÁRIOS

As possibilidades de aplicação do método Avaliação do Ciclo de Vida são amplas no setor da construção civil. Nas áreas de sistemas prediais e de gestão do uso da água, alguns estudos já foram desenvolvidos. Lassaux, Renzoni e Germain (2007) avaliaram o impacto ambiental do uso da água na Bélgica (desde a captação até o tratamento de esgotos gerados), utilizando um método híbrido entre os propostos pelo Eco-indicator 99 e pelo CML. Os autores consideraram as seguintes categorias de impacto ambiental: mudanças climáticas, efeitos cancerígenos, efeitos respiratórios causados por substâncias orgânicas e inorgânicas, ecotoxicidade, extração de minerais, extração de combustíveis fósseis, acidificação e eutrofização. Foram analisados cenários com diferentes taxas de tratamento de esgoto. O estudo de ACV demonstrou que, para redução dos impactos ambientais, as etapas mais significativas foram as de captação e tratamento de esgoto.

Mahgoub et al. (2010) analisaram o sistema de distribuição de água e tratamento de esgoto sanitário na cidade de Alexandria, no Egito. Os autores utilizaram dados coletados para o estudo junto à companhia de água municipal e dados disponíveis na literatura. Os resultados foram calculados por meio do programa computacional SimaPro e as categorias de impacto analisadas são as propostas no método Eco- Indicator 99. Com a utilização do conceito de ACV, os autores propuseram melhorias ao sistema atualmente empregado, apresentaram outras possibilidades de estruturação (como o sistema descentralizado de coleta de esgoto) e apresentaram os impactos ambientais decorrentes. O trabalho de Vince et al. (2008) apresentou um método para avaliação do impacto ambiental da produção de água potável baseado em ACV. No estudo de caso apresentado, os autores concluíram que a utilização de energia elétrica e de substâncias químicas para tratamento da água são os maiores geradores de impactos ambientais. Barrios et al. (2008) analisaram os impactos ambientais e econômicos para produção de água potável na Holanda. Foram utilizados dados coletados pelos autores, além de bases de dados disponíveis no programa computacional SimaPro versão 5.1. Os autores determinaram processos que podem ter os impactos ambientais e econômicos reduzidos por meio de mudanças sugeridas com o estudo de ACV.

Venkatesh e Brattebo (2011) analisaram os impactos ambientais do uso de energia para o abastecimento de água e coleta de esgotos

sanitários na Noruega. Os impactos analisados no estudo, que considera apenas a fase de uso dos sistemas de abastecimento de água e coleta de esgoto, são: potencial de aquecimento global, acidificação, eutrofização, potencial de redução da camada de ozônio, depleção de recursos abióticos e potencial fotoquímico de criação de ozônio. Foram utilizados dados coletados pelos autores e dados disponíveis na base de dados do Ecoinvent Centre. Com o estudo, os autores traçaram um perfil do consumo energético na operação dos sistemas de abastecimento de água e coleta de esgoto. Os autores reconheceram, porém, a importância da consideração de outros recursos para que o estudo de ACV apresente resultados de maneira mais completa.

Ortiz et. al. (2007) analisaram o sistema de tratamento de esgoto sanitário em uma cidade com 13.200 habitantes na Espanha. Foram utilizados três métodos para avaliação do impacto no ciclo de vida (CML 2000, Eco-Indicator 99 e Ecopoints 97) e os cálculos foram realizados com auxílio do programa computacional SimaPro. Os resultados mostraram que o tratamento terciário não contribui significativamente para aumento do impacto ambiental e possibilita o reúso da água. Renou et al. (2008) realizaram um estudo de ACV relativo ao tratamento de esgoto sanitário de 140.000 habitantes utilizando cinco métodos diferentes para avaliação do impacto no ciclo de vida. Os métodos utilizados foram CML 2000, Eco-Indicator 99, EDIP 96, EPS e Ecopoints 97.

Crawford e Treolar (2004) compararam aquecedores solares e aquecedores convencionais para água na Austrália. O estudo leva em consideração a energia embutida e a energia operacional dos aquecedores. Ardente et al. (2005) realizaram um estudo de ACV de um coletor solar para aquecimento de água que considera a produção, necessidades relativas a manutenção e disposição final do equipamento. No entanto, não faz parte do escopo do estudo, a consideração do consumo de água na fase de uso. O estudo inclui categorias de impacto como potencial de aquecimento global, acidificação e consumo de energia. A viabilidade econômica da instalação do equipamento também é analisada no trabalho. Battisti e Corrado (2005) realizaram um estudo de ACV de coletores solares com reservatório de água integrado. O estudo mostra a caracterização de categorias de impacto como acidificação, potencial de redução da camada de ozônio e potencial de aquecimento global apenas na fase de produção do equipamento. O

consumo energético e a emissão de CO2 decorrente são analisados em

Mais especificamente sobre uso racional da água, o estudo de

Asano (2005) estimou a redução nos níveis de emissão de CO2

decorrente da economia de água em um complexo residencial no Japão.

O autor considerou a emissão de CO2 decorrente do uso da água

(incluindo o tratamento de água e posterior tratamento do esgoto gerado)

como 0,000189 kg de CO2 por litro de água consumido na edificação.

Clarcke, Grant e Thornton (2009) avaliaram a emissão de CO2

decorrente do uso da água no Reino Unido. O estudo foi realizado considerando a fase de uso em residências, fazendo uma relação da

economia de água com a diminuição das emissões de CO2. Os autores

corroboraram a importância da consideração de fatores como a eficiência na utilização de água e energia na etapa de operação dos equipamentos, o tipo de aquecimento adotado e as perdas de calor no sistema de distribuição de água quente da edificação.