ESPÉCIES DO GÊNERO SIDA POR ESTADO BRASILEIRO
MONOTERPENO α-pineno 974 979 0,
5.6 Avaliação da atividade antimicrobiana do óleo essencial de Sida rhombifolia L.
Neste estudo, o óleo essencial de Sida rhombifolia e suas respectivas microdiluições (item 4.3.3) foram testadas frente às cepas de Staphylococcus aureus (ATCC 15656),
Escherichia coli (ATCC 25922), Streptococcus mutans (ATCC 25175), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853) e Candida albicans (ATCC 1106).
Estas cepas de micro-organismos além de apresentar importância médica, possuem verificação na avaliação da qualidade microbiana tanto de produtos farmacêuticos, como de produtos cosméticos (U.S.P. Pharmacopeia, 2009; CTFA, 2001).
O controle negativo utilizado foi o inóculo da solução de DMSO com Tween 80 e como controle positivo, adotou-se a clorexidina 0,12%.
Após a avaliação das microdiluições testadas, observou-se atividade contra as cepas:
Staphylococcus aureus, na concentração de 400 µg /mL (Figura 36, página 93) e Escherichia coli, nas concentrações de 400 µg/mL e 350 µg/mL (Figura 37, página 94). Para as cepas de
Streptococcus mutans, Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans não foi observado atividade (Tabela 07, página 95).
Fig. 36 – Resultado da atividade antimicrobiana frente ao Staphylococcus aureus, após adição da resazurina
Fig. 37 - Resultado da atividade antimicrobiana frente a Escherichia coli, após adição da resazurina
Fonte: PINHEIRO, 2015.
A técnica de plaqueamento permitiu identificar que o óleo essencial de Sida rhombifolia exerceu atividade de morte para as cepas de Staphylococcus aureus e Escherichia coli.
A atividade antimicrobiana de um óleo essencial depende de três fatores gerais, como: o tipo de micro-organismo empregado no teste, a concentração e composição da espécie do óleo essencial e da composição do substrato (MARINO, 2001).
E esta ação farmacológica já foi relatada em outros óleos essenciais, extratos e substâncias isoladas da família Malvaceae, como se encontra nos resultados de Alves et al. (2009), que identificou a atividade antibacteriana e antifúngica da Malva sylvestris, de Adeloye (2007) em Urena lobata, bem como nos estudos desenvolvidos por Rosa (2013) com Hibiscus sabdariffa L.
A atividade observada contra a cepa de Staphylococcus aureus no nosso estudo, corrobora com resultado obtido com uma espécie do mesmo gênero, Sida cordifolia L., cujo óleo essencial impediu o crescimento desse micro-organismo (NUNES et al., 2006).
Tabela 07 – Atividade antimicrobiana do óleo essencial das partes aéreas de Sida rhombifolia (técnica de microdiluição) CBM/CFM (µg/mL) Staphylococcus aureus Escherichia coli Streptococcus mutans Pseudomonas aeruginosa Candida albicans 400 + + - - - 350 - + - - - 300 - - - - - 250 - - - - - 200 - - - - - 150 - - - - - 100 - - - - - 91,85 - - - - - 83,50 - - - - - 75,15 - - - - - 66,80 - - - - - 58,45 - - - - - 50 - - - - - 45 - - - - - 40 - - - - - 35 - - - - - 30 - - - - - 25 - - - - - 20 - - - - - 15 - - - - -
CBM: Concentração Bactericida Mínima CFM: Concentração Fungicida Mínima (+): resultado positivo; (-): resultado negativo.
Este trabalho apresentou uma CBM de 400 µg/mL frente ao Staphylococcus aureus,
se aproximando dessa forma, da concentração encontrada em um estudo realizado com as cascas de Anacardium ocidentale L., que apresentou uma atividade antimicrobiana de 350 µg/mL (CAVALCANTE, 2010).
Estudo realizado por Essien et al. (2011), detectou a presença de constituintes químicos monoterpênicos no óleo essencial de uma espécie de Malvaceae, a Gossypium barbadense L. Ao avaliar a sua atividade sobre a cepa Escherichia coli, identificou a inibição de crescimento de micro-organismos, bem como a encontrada no nosso estudo.
A avaliação da atividade antimicrobiana frente a Escherichia coli da Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira da praia), Lippia sidoides Scham (alecrim pimenta), Psidium guajava Linn (goiabeira) e Anacardium occidentale Linn. (cajueiro), apresentou uma CBM igual ao encontrado nesse trabalho, que foi de 350 µg/mL (PORTELA, 2011).
Não foi verificado a inibição de crescimento, nas demais cepas testadas (Streptococcus mutans, Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans), resultado este, semelhante ao estudo realizado por Ferreira et al. (2014), que não observou atividade do óleo essencial de Pterodon emarginatus V., sendo que a ineficácia frente a estes micro-organismos aponta que os óleos não possuem componentes químicos ativos em potencial sobre estas linhagens testadas.
O estudo fitoquímico das partes aéreas de Sida rhombifolia L. levou ao isolamento e caracterização estrutural de duas substâncias, sendo o etoxi-ferulato inédito na família e o canferol inédito na espécie.
Foi possível identificar um percentual de 87,36% de ácidos graxos presentes nas partes
áreas de Sida rhombifolia L., sendo o ácido palmítico (27,97%), ácido linolênico (26,81%) e oleico (25,09%) detectados como majoritários. O grande percentual destas substâncias na composição química dos ácidos graxos da espécie em estudo, levanta a hipótese de que os ácidos graxos de S. rhombifolia L. poderão ser empregados na constituição de formulações farmacêuticas/cosméticas, a partir de estudos complementares.
Foram identificados como constituintes majoritários no óleo essencial das partes aéreas
de Sida rhombifolia L., o octadecanal (44,1%), o p-vinil-guaiacol (19,4%) e o linalol (15,1%), perfazendo 78,6% de um total de 83,40% da sua composição (puro).
Em base nos resultados da avaliação da atividade antimicrobiana de Sida rhombifolia
L., conclui-se que o seu óleo essencial possui uma moderada atividade biológica frente as cepas de Staphylococcus aureus e Escherichia coli com CIM de 400 µg/mL e 350 µg/mL, respectivamente. Estes dados demonstram a importância de mais pesquisas com este material, de forma a ampliar os conhecimentos tanto do ponto de vista microbiológico, como toxicológico, visando uma utilização futura deste óleo contra os micro-organismos testados, seja como medicamento e/ou atuando sinergicamente com outras drogas.
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