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Avaliação da capacidade de solubilização do fosfato

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.7 Avaliação da capacidade de solubilização do fosfato

Dos 35 isolados endofíticos estudados, 23 (66%) apresentaram capacidade de solubilizar fosfato em meio de cultura sólido acrescido de fosfato de cálcio (Tabela 6). A reação positiva pode ser observada pela formação do halo transparente em volta da colônia. Os isolados IPA-CC3, IPA-CC6, IPA-CC10, IPA-CC11, IPA-CC22, IPA-CC25, IPA-CC36, IPA-CC37, IPA-CF39, IPA-CC49, IPA-CF62 não apresentaram capacidade de solubilização aparente até o 18ọ dia de avaliação. Destes, 82% foram isolados da folha de cana-de-açúcar.

Avaliando-se o índice de solubilização (IS) dos isolados, apenas o IPA-CC1B, apresentou IS médio após o 18ọ dia de avaliação, com um valor médio de 2,23 mostrando-se

significativamente superior (p <0,05), seguidos dos isolados IPA-CF14 e IPA-CC30C respectivamente (Tabela 6). Foi observado que aproximadamente 96% dos isolados foram classificados com baixo IS, variando de 1,11 (IPA-CF65 – Pseudomonas sp.) a 1,70 (IPA- CF14 – Paenibacillus sp.) (Tabela 8). Resultados semelhantes foram encontrados por Santos et al.(2012), onde trabalhando com bactérias endofíticas isolados de raízes de cana-de-açúcar, observaram variações nos índices de solubilização entre 1,00 e 2,33, em destaque aos isolados bacterianos rizosféricos que apresentaram maiores índices de solubilização em relação aos endofíticos. Desta maneira, foi possível inferir que a capacidade de solubilização de fosfato inorgânico pelos micro-organismos solubilizadores diferiu entre os isolados endofíticos.

O isolados IPA-CC1B e IPA-CC30C, foram identificados como Bacillus sp. e Bacillus subtilis respectivamente (Tabela 8). Rodríguez e Fraga (1999), estudando bactérias solubilizadoras de fosfato e seu papel na promoção de crescimento em diversas culturas citam esses gêneros bacterianos com habilidade para solubilizar fosfato de compostos inorgânicos.

A solubilização de fosfato por espécies de Bacillus também foi constatada por Çakmakçi et al. (2010), em estudo sobre a diversidade e potencial metabólico de Bacillus, constataram que a solubilização foi positiva para várias espécies, como: B. cereus, B. megaterium, B. atrophaeus, B. subtilis, B. pumilus, assim como Brevibacillus reuszeri e Paenibacillus spp., a grande maioria comum a esse estudo (Tabela 8). Halder et al. (1990); Rodriguez & Fraga (1999) relatam em seus estudos que o principal mecanismo da ação de solubilização exercido por esses micro-organimos é a ação de síntese de ácidos orgânicos, principalmente o glucômico. Todos os isolados foram classificados como tardios para o tempo de solubilização, solubilizando o fosfato à partir do 6° dia após inoculação (Tabela 7 ). Inui (2009), ao trabalhar com bactérias solubilizadoras de fosfato em solo com cana-de- açúcar, encontraram maior frequência de isolados bacterianos de médio índice de

solubilização, resultados contrários aos encontrados neste trabalho. Diferindo também dos índices de solubilização encontrados por Silva Filho & Vidor (2000) e Massenssini (2007) que obtiveram diâmetro dos halos diversificando de 2 a 7 mm para Pseudomonas e de 2 a 5 mm para Bacillus.

Tabela 6 – Índice e tempo de solubilização de fosfato para os isolados endofíticos de cana-de-açúcar.

Isolado Solubilização Início da (dias)

Índice de Solubilização Tempo Solubilização Inicial Final (1)

IPA-CC1B 9 1,48 2,23a Tardio

IPA-CC8 9 0,90 1,26f Tardio IPA-CC9 15 1,19 1,19 f Tardio IPA-CF13A 6 1,22 1,43d Tardio IPA-CF14 6 1,20 1,70 b Tardio IPA-CF16 6 0,80 1,24 e Tardio IPA-CF19 11 1,00 1,20 f Tardio IPA-CF20 6 1,20 1,33 e Tardio IPA-CC23 7 1,32 1,53 c Tardio IPA-CC27 7 1,14 1,33 e Tardio IPA-CC28 12 1,15 1,17 f Tardio IPA-CC29 9 1,13 1,30 e Tardio IPA-CC30B 7 1,30 1,53 c Tardio IPA-CC30C 7 1,36 1,63 b Tardio IPA-CC33 9 1,10 1,47 d Tardio IPA-CC35 9 0,85 1,33 e Tardio IPA-CF42 6 0,95 1,47 d Tardio IPA-CF44 7 0,90 1,24 f Tardio IPA-CF45A 7 1,13 1,32 e Tardio IPA-CF47 12 1,17 1,58 c Tardio IPA-CF48 15 1,21 1,18 f Tardio IPA-CF65 12 1,11 1,13 f Tardio IPA-CF66 6 1,32 1,33 e Tardio

(1) Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente, entre si, pelo

teste de Scott-Knott (p<0,05), nédias de três repetições, CV = 4,51%.

Para o local de isolamento das bactérias, o colmo e folha apresentaram números iguais de isolados capazes de solubilizar fosfato (Tabela 7). Estes resultados mostram que a cana-de-açúcar pode ter forte interação com bactérias diazotróficas capazes de solubilizar fosfato, já que os dois nichos estudados apresentaram uma porcentagem de isolados solubilizadores de fosfato semelhantes. A proporção de bactérias solubilizadoras de fosfato para a variedade de cana-de-açúcar estudada foi semelhante aos estudos realizados por Lira- Cadete et al. (2012), na prospecção de bactérias que solubilizam fosfato inorgânico em cana-

de-açúcar. Silva Filho et al. (2002) relatam que os melhores isolados bacterianos a serem utilizados na preparação de inoculantes microbianos devem apresentar características benéficas essênciais a planta, como a FBN e altas taxas de solubilização de fosfato, pois quanto maior a capacidade de solubilização dos isolados utilizados como inoculante, maior será a quantidade de nutrientes disponibilizado para a cultura. Peix et al. (2001) reportam que bactérias envolvidas na solubilização de fosfato aumentam o crescimento vegetal pelo aumento da eficiência da fixação biológica do nitrogênio.

Os isolados, IPA-CC1B , IPA-CF14 e IPA-CC30C apresentaram maior habilidade em solubilizar o fosfato em relação aos demais. De acordo com Sobral (2003), essa habilidade das bactérias endofíticas desperta grande interesse em microbiologistas agrícolas, ganhando grande importância durante o processo de colonização, pois podem inicialmente colonizar superficialmente o hospedeiro e, consequentemente, fornecer o nutriente fósforo para o desenvolvimento das plantas. Resultados semelhantes foram relatados por Santos et al.(2012), que encontraram que 90% dos isolados bacterianos associados a raiz de cana-de-açúcar apresentaram habilidade para solubilizar fosfato.

A inoculação de bactérias solubilizadoras de fosfato ou o manejo da população destes micro-organismos em culturas agronomicamente importantes, como a cana-de-açúcar, podem proporcionar grandes benefícios ao desenvolvimento das plantas, melhorando o suprimento de fósforo (SOUCHIE et al., 2005). Richardson (2001) descreve em seus estudos o papel que esses micro-organismos podem desempenhar na disponibilidade de fósforo ás plantas.

Dessa maneira é primordial a busca por micro-organismos com essa habilidade de solubilização de fosfato como alternativa econômica e ambiental em substituição aos fertilizantes químicos (KHAN et al., 2007; MEHRVARZ et al., 2008).

3.8 Avaliação da produção de ácido-indol-3-acético (AIA) e atividade de redução do

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